Protestos pressionam governo na Venezuela; entenda a crise:pix bet moderna
pix bet moderna Caracas tornou-se mais uma vez palcopix bet modernaenfrentamentos da oposição epix bet modernasimpatizantes do governo chavistapix bet modernaNicolás Maduro. A atual ondapix bet modernaprotestos ganhou tons trágicos na última quarta-feira com a mortepix bet modernatrês manifestantes. Desde então, o país vive sob tensão crescente.
Na última quarta-feira, a maioria dos manifestantes já havia se retirado do que até então era uma mobilização pacífica quando indivíduospix bet modernamotocicletas abriram fogo contra o resto da multidão.
Dois estudantes que marchavam com a oposição e um simpatizante do governo morreram após o episódio. O númeropix bet modernaferidos passapix bet modernacem, segundo as agênciaspix bet modernanotícias.
As mobilizações formam parte da mais recente sériepix bet modernaprotestospix bet modernamassa contra as políticas do presidente Nicolás Maduro, sucessorpix bet modernaHugo Chávez.
Quem está protestando?
O que começou há pouco maispix bet modernauma semana como uma manifestação estudantil contra a insegurançapix bet modernavários estados do país desencadeou uma sériepix bet modernamobilizações às quais diversos grupos políticos e outros setores da sociedade aderiram.
Inicialmente, estudantes no estadopix bet modernaTáchira, que exigiam maiores medidaspix bet modernasegurança, foram presos por desordem pública. O evento gerou outros protestos neste estado epix bet modernaMérida, que resultarampix bet modernadistúrbios e mais prisões.
Figuras da oposição se uniram às manifestações, convocando seus simpatizantes a saírem às ruas pedindo uma mudançapix bet modernagoverno.
O movimento estudantil convocou, para a quarta-feira passada, uma manifestaçãopix bet modernaapoio a seus colegas presos, da qual também participaram grupospix bet modernaoposição.
O governo, porpix bet modernavez, organizoupix bet modernaprópria manifestação para celebrar o Dia da Juventude, uma data cívica venezuelana que comemora uma batalha da guerrapix bet modernaindependência.
Até o final da tarde aconteceram enfrentamentos violentos entre simpatizantes e opositores, cujo motivo é objetopix bet modernadisputa.
Por que eles protestam?
Originalmente, os protestos eram contra os altos índicespix bet modernacriminalidade. Mas problemas como a inflação, a faltapix bet modernabenspix bet modernaconsumo básicos, o mercado negro e os apagões também geraram mal-estarpix bet modernaalguns setores. Isso sem falar da oposiçãopix bet modernadireita, que pretende mudar 15 anospix bet modernapolíticas "chavistas" - iniciadas pelo ex-líder Hugo Chávez e continuadas por Nicolás Maduro.
A Venezuela tem uma das taxaspix bet modernahomicídio mais altas do mundo. Grupos da sociedade civil denunciam a impunidadepix bet modernarelação aos infratores e acusam também as milícias armadas.
O país também sofre com a inflação mais alta na região - que chegou a 56,2%pix bet moderna2013. Produtos básicos como leite, açúcar, medicamentos e até papel higiênico frequentemente não podem ser encontrados nos supermercados.
Desde 2003, o governopix bet modernaChávez impôs um controle cambial às moedas estrangeiraspix bet modernauma tentativapix bet modernafrear a fugapix bet modernacapitais e manter os preços da cesta básica. O dólar oficial vale 6,3 bolívares, mas a moeda no mercado negro vale dez vezes mais.
É com base nesse mercado negro que os venezuelanos calculam o custopix bet modernavida.
A isso se somam os apagõespix bet modernaenergia que ocorrem com frequência. Dois aconteceram na capital, Caracas,pix bet moderna2013, mas muitos ocorrerampix bet modernaoutras regiões.
O que diz o governo?
O presidente Nicolás Maduro condenou os incidentes da manifestação da quarta-feira passada e os atribuiu a um levante "nazifascista" que buscaria um golpepix bet modernaEstado.
"Não haverá golpepix bet modernaEstado na Venezuela, tenham certeza absoluta, o mundo deve saber disso", declarou.
Maduro pediu a paz, mas afirmou que os que participaram do episódiopix bet modernaviolência não ficariam impunes, ao mesmo tempopix bet modernaque manifestou apoio às investigações que a Promotoria Pública realizará para determinar os possíveis responsáveis.
Um dia depois,pix bet modernaacordo com a mídia local, o governo emitiu uma ordempix bet modernaprisão contra o líder opositor Leopoldo López, que é acusadopix bet modernaliderar os protestos da quarta-feira.
Ele também é acusadopix bet modernaincitação à delinquência,pix bet modernaintimidação pública,pix bet modernadanos à propriedade pública e atépix bet modernahomicídio doloso qualificado.
López, um dos líderes opositorespix bet modernamaior projeção, foi prefeito do municípiopix bet modernaChacao, na regiãopix bet modernaCaracas - um dos focos da oposição. Em 2008, no entanto, ele foi impedidopix bet modernaexercer cargos públicos.
Qual é a resposta dos opositores?
Carlos Vecchio, um dos dirigentes do partidopix bet modernaLópez, disse que a ordempix bet modernaprisão "é partepix bet modernaum plano para criminalizar os protestos".
Ativistas estudantis também afirmaram que foram às ruas pedir por mudanças, e não provocar um golpepix bet modernaEstado.
"Sempre que alguém protesta por um direito, o governo sai com o discursopix bet modernaque 'sofremos um golpepix bet modernaEstado' ou que 'estão criando uma agenda oculta para desestabilizar'. Desestabilizada está a sociedade venezuelana que vive com medo e fazendo filas", disse a líder estudantil Arellano.
Arellano disse ainda que se o governopix bet modernaMaduro não quer ver mais manifestações, deve responder às exigências dos estudantes.
No entanto, a resposta às convocações por mais protestos por parte dos líderes estudantis e outros líderes da oposição foi limitada, após o episódio da quarta-feira.
Isso possivelmente se deve ao fatopix bet modernaque a oposição está dividida.
Henrique Capriles, o candidato presidencial da oposição e, até agora, a principal figura opositora, se distanciou das iniciativaspix bet modernaLeopoldo López e condenou a violência.
Capriles acredita que este não seja o melhor momento para mobilizaçõespix bet modernamassa contra o governo e criticou a convocaçãopix bet modernauma parte da oposição, que exigiu a saída antecipadapix bet modernaMaduro do poder.
O ex-candidato defende a opção por "um caminho mais longo", que evite situações que conduzam à violência.
"Esta luta é uma resistência, mas esta resistência não cresce se nos colocarmos saídas que não levam a nada", afirmou.
A postura menos belicosapix bet modernaCapriles provocou uma queda empix bet modernapopularidade, ao mesmo tempopix bet modernaque López começa a despontar como o novo rosto da oposição.
Nas redes sociais há constantes elogios aos protestos e seus participantes e duras críticas a Capriles. Alguns, inclusive, o chamampix bet modernatraidor.
Qual é a situação dos detidos e dos feridos?
Os númerospix bet modernapessoas detidas, liberados, presas e feridas nas manifestações muda a todo momento, na medidapix bet modernaque se resolvem casos individuais, e também mudapix bet modernaacordo com as fontes.
O que ninguém contesta são as três pessoas que morreram na quarta-feira passada, dia 12pix bet modernafevereiro: dois estudantes ativistas e um simpatizante do governo, dos chamados "coletivos".
Os números oficiais dizem que 99 pessoas foram detidas até o domingo por suposta participaçãopix bet modernaepisódiospix bet modernaviolência ou outros delitospix bet modernaCaracas e outros estados.
De acordo com o site da Promotoria Pública, a maioria destas pessoas foram libertadas depoispix bet modernaserem aplicadas medidas cautelares. 13 delas foram presas.
No dia 13pix bet modernafevereiro, um dia depois do confronto, as autoridades diziam que o númeropix bet modernaferidos era 66. No entanto, agênciaspix bet modernanotícias informam que já passapix bet moderna100.
Por outro lado, a ONG Foro Penal Venezolano diz que 155 pessoas foram detidas, a maioriapix bet modernaCaracas, e que seis delas estão presas esperando a decisão dos tribunais.
A ONG também menciona 22 feridos durante as manifestações, 14 deles por tiros, só no estadopix bet modernaLara.
Uma advogada do Foro Penal Venezolano disse ao canalpix bet modernanotícias colombiano NTN24 que alguns presos foram vítimaspix bet modernatorturas por parte da polícia.
Segundo ela, eles teriam recebidos golpes, choques elétricos e ameaçaspix bet modernaserem queimados após serem molhados com gasolina.
Não há confirmação independente destas afirmações e o governo não respondeu às denúncias.
O contexto dos protestos
Qualquer seja a avaliação dos fatos da última semana, a Venezuela enfrenta desafios complexos e tem pela frente um longo caminho até a estabilização.
Em primeiro lugar, o país está tão polarizado politicamente que qualquer atitude que o governo tome não tardará a receber uma reação contráriapix bet modernaigual força. O mesmo acontece com a oposição.
A situação não contribui para atacar o problema mais urgente do país: a economia. A oposição insiste que a culpa pelos problemas econômicos do país é da administração chavista, mas oficialmente se falapix bet modernauma "guerra econômica" impulsionada pelos inimigos da Revolução Bolivariana.
A alta taxapix bet modernainflação e a escassezpix bet modernaprodutos básicos ainda não foram resolvidas.
A Assembleia Nacional outorgou poderes especiais ao presidente Maduro para decretar leis que aumentem o controle estatal da economia.
Entre elas está a limitação dos ganhos sobre a vendapix bet modernaprodutos e a fixaçãopix bet modernapreços justos para o consumidor.
Mas os críticos asseguram que estas medidas só aprofundarão as distorções da economia, criando mais escassez e um mercado negro descontrolado.