Oposição venezuelana aprofunda divisões mesmo com conjuntura 'favorável':blaze web
"Ainda acreditam que devemos esperar até 2019 (fim do mandatoblaze webMaduro) para sair deste regime?", questionou López,blaze webseu perfil no Twitter, ao convocar a população à manifestação desta quarta-feira, que deixou dois manifestantes mortos e outroblaze webestado grave, alémblaze web23 feridos.
Racha
Na avaliação do analista político Carlos Romero, professor da Universidade Central da Venezuela (UCV) , ao recorrer a saídas radicais, como protestos violentos, este setor da oposição perde a oportunidadeblaze webcapitalizar as contradições governamentais eblaze webse projetar como uma alternativa real ao chavismo.
"A conduta radical da oposição ameaça o patrimônio democrático construído nesses últimos dois anos", afirmou Romero à BBC Brasil.
Romero se refere ao trabalho feito pela oposição para apagar a imagemblaze webgolpista impresso à direção anti-chavista depois do golpeblaze webEstadoblaze web2002. Demonstrar à população que havia optado pela via democrática e reconstruirblaze webbase eleitoral custou anos e e seguidas derrotas eleitorais até a constituição da coalizão Mesablaze webUnidade Democrática (MUD),blaze web2011.
As fissuras na MUD ocorrem desde dezembro, quando o chavismo manteveblaze webhegemonia à frente das prefeituras do país. Entre os pivôs da crise está a faltablaze webconsenso sobre como atuar e manter a coalizão vivablaze webum ano sem eleições.
A ala moderada defende a confrontação direta com o governo para evidenciar as contradições,blaze webolho nas eleiçõesblaze web2019. Já os radicais apostam na pressão social para tirar o chavismo do poder no curto prazo. Outro pontoblaze webdiscórdia é se Henrique Capriles, ex-candidato presidencial e governador do estadoblaze webMiranda, deve continuar ou não sendo o líder da chamada Unidade.
Projeção
De olhoblaze webtornar-se uma alternativa a Capriles, Leopoldo López, fundador do partido conservador Voluntad Popular, utiliza o radicalismo para projetar-se como uma nova liderança no interior da coalizão opositora.
"López tenta capitalizarblaze webpropostablaze webtorno a um descontentamento crescente da classe média eblaze webparte dos estudantes", afirma Romero.
Restritas inicialmente a alguns estados, as manifestações cresceram quando um grupoblaze webopositores atacou um hotel na Ilhablaze webMargarita durante partidasblaze webbasebol,blaze webprotesto contra a presençablaze webjogadores cubanos, na semana passada. Sete manifestantes foram presos.
O tom agressivo impresso aos novos protestos da oposição evidenciou a disputa entre López e Capriles - este último mantém postura mais moderada e pediu que os venezuelanos "protestem sem violência".
Também na semana passada, a residência oficial do governador chavistablaze webMérida, José Vielma Mora foi atacada por opositores com os rostos cobertos, que portavam pedras, paus e gasolina,blaze webacordo com as autoridades. O governo acusou a Leopoldo Lópezblaze webincitar as ações violentas.
"Querem derrocar o governo legítimo que eu presido", disse Maduro na noite da terça-feira.
Protestos
Os protestos desta quarta-feirablaze webCaracas reuniram milharesblaze webpessoas, críticas ao governoblaze webMaduro e à crise econômica venezuelana.
Ao final da manifestação, um grupoblaze webjovens com os rostos cobertos atacou a fachada do Ministério Público com pedras e paus. Quatro veículos da polícia foram incendiados. De acordo com relatosblaze webfotógrafos presentes, um grupoblaze webmotoqueiros armados se aproximou do local e disparou contra os manifestantes. Um estudante opositor e um militante chavista foram atingidos.
Já Maduro afirmou ter "indícios"blaze webque os disparos teriam sido feitos por franco-atiradores e fez alusão ao golpeblaze web2002.
Diferentementeblaze webmanifestaçõesblaze webanos anteriores, os protestos desta quarta não foram transmitidos ao vivo nem pelos meios estatais, nem pelas emissoras privadas.