Brasil é criticado por ajuda financeira 'baixa' à Síria:aposta presidente sportingbet
Analistas alertam para os impactos negativos das contribuições aos sírios, considerada baixas, e criticam a faltaaposta presidente sportingbetclareza do governo sobre a política para ajuda humanitária. O Itamaraty, poraposta presidente sportingbetvez, critica doadores preocupados apenasaposta presidente sportingbet"assinar cheques e dar um pratoaposta presidente sportingbetcomida".
Protagonismo?
Para Camila Asano, coordenadoraaposta presidente sportingbetPolítica Externa da ONG Conectas Direitos Humanos, o fatoaposta presidente sportingbeto Brasil ser, entre as 10 maiores economias do mundo, o país que menos doou para o alívio da situação na Síria eaposta presidente sportingbetpaíses vizinhosaposta presidente sportingbet2013 mina o protagonismo que o país pretende alcançar no cenário internacional.
"Fora que isso contraria o discurso do Itamaraty e da própria Presidência, que frequentemente mencionam a importância que a crise na Síria tem para o Brasil, citando o peso que a ascendência síria tem na identidade nacional. E esse aspecto vem sempre acompanhado pela declaraçãoaposta presidente sportingbetcompromissoaposta presidente sportingbetcontribuir financeiramente com a assistência humanitária ao país."
O cientista político americano Harold Trinkunas, da Brookings Institutionaposta presidente sportingbetWashington, afirma que o investimentoaposta presidente sportingbetassistência humanitária feito pelo governo brasileiro é "modesto", comparado aoaposta presidente sportingbetoutros países.
"E o Brasil prefere focaraposta presidente sportingbetpaíses na América do Sul eaposta presidente sportingbetnações africanas que falam português. No entanto, o não se colocar como um grande doadoraposta presidente sportingbetquestões humanitárias, o Brasil limitaaposta presidente sportingbethabilidadeaposta presidente sportingbetinfluenciar decisões tomadas pela comunidadeaposta presidente sportingbetdoadoresaposta presidente sportingbetproblemas fora da América do Sul e da África."
Orçamento reduzido
Do outro lado do jogo, o governo brasileiro defende suas contribuições à Síria e a outros países, apesaraposta presidente sportingbetnão negar que é baixo o orçamento do governo para a assistência humanitária à comunidade internacional, usado para emergências que vãoaposta presidente sportingbetguerras a desastres naturais.
"Temos hoje menosaposta presidente sportingbetum terço do que tínhamos há quatro anos", disse à BBC Brasil o ministro Milton Rondó Filho, coordenador-geralaposta presidente sportingbetAções Internacionaisaposta presidente sportingbetCombate à Fome do Itamaraty (CGFome), explicando que o valor foi reduzidoaposta presidente sportingbetUS$ 50 milhõesaposta presidente sportingbet2010 para US$ 15 milhões neste ano.
"É claro que o Brasil perde poderaposta presidente sportingbetnegociação no cenário internacional. É uma proporção direta, quanto menos se doa, menor o peso do país [nos debates]", disse.
"Mas é difícil ter o bolo e comer o bolo. Não há uma grande pressão por baixarmos os gastos públicos? Então, isso é gasto público."
Para o professoraposta presidente sportingbetrelações internacionais na Fundação Getúlio Vargas Oliver Stuenkel, é justificável que haja uma redução (na ajuda humanitária).
"De fato aqui existem muitos desafios internos, então posso entender o governo. Mas acho que precisamos achar uma estratégiaaposta presidente sportingbetcompromisso que possa ser mantida mesmo numa situação ruim. Ouvi muitas reclamaçõesaposta presidente sportingbetrecipientesaposta presidente sportingbetajuda brasileiraaposta presidente sportingbetque ela é muito imprevisível, o que afeta o planejamento financeiroaposta presidente sportingbetpaíses que dependemaposta presidente sportingbetajuda.
'Enxugando gelo'
O ministro Rondó Filho argumenta que o governo brasileiro segue uma estratégia própria nãoaposta presidente sportingbetajuda, masaposta presidente sportingbet"cooperação humanitária sustentável". O objetivo, segundo ele, é fornecer não apenas ajuda emergencial, mas também ferramentas para o país se recuperar.
"Assinar um cheque é simples e fica com o nome lá na lista (de doadores). Mas isso é enxugar gelo. Dar um pratoaposta presidente sportingbetcomida e virar as costas? Nós buscamos dar um outro tipoaposta presidente sportingbetresposta", afirmou Rondó.
Neste sentido, Rondó cita a ajuda dada pelo país ao Haiti, devastado por um terremotoaposta presidente sportingbet2014 e que hoje saiu do radar dos grandes doadores. "Mantemos a atenção a essas crises (como no caso do Haiti) e agimos com resposta emergencial e outra estruturante, que traz resultados a médio prazo", disse Rondó, citando projetoaposta presidente sportingbetterritório haitiano que fortalecem negócios locais, como uma leiteria e escolas agro-ecológicas.
Para a coordenadora da ONG Conectas, no entanto, a posição do Itamaratyaposta presidente sportingbetrelação a Síria é "muito preocupante".
"E é algo irresponsável diante dos maisaposta presidente sportingbet9 milhõesaposta presidente sportingbetsírios com necessidade imediataaposta presidente sportingbetassistência humanitária, incluindo os 2,2 milhõesaposta presidente sportingbetrefugiados na Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque", diz Camila Asano.
"Em uma crise dramática como a da Síria, não há espaço para um falso dilema entre ajuda humanitária e solução política. Ambas são necessárias, urgentes e complementares", diz a coordenadoraaposta presidente sportingbetpolítica externa da Conectas.
"Se Haiti é, efetivamente, prioritárioaposta presidente sportingbetnossa agendaaposta presidente sportingbetcooperação, essa opção deveria se tornar pública para escrutínio sobre a aplicação e alocação dos recursos. A sociedade brasileira tem o direitoaposta presidente sportingbetsaber quais são os países prioritários, as razões dessa priorização e para quais áreas o dinheiro está indo."
Toneladasaposta presidente sportingbetarroz
A expectativaaposta presidente sportingbetajuda humanitária para a Síriaaposta presidente sportingbet2014 é, segundo Rondó, aaposta presidente sportingbetdoar 4 mil toneladasaposta presidente sportingbetarroz, alémaposta presidente sportingbetoutras ações.
"Com os recursos limitados e visto que o Brasil é um grande produtor, essa é a alternativa", diz o ministro,aposta presidente sportingbetreferência à doação do arroz, que vem do excedente da produção nacional que o governo estoca.
A doação deve ser feita à agência da ONUaposta presidente sportingbetassistência a refugiados palestinos, já que 270 mil deles foram obrigados a deixar os locais que viviam na Síria para escapar da guerra.
Rondó explica que apesar da logísticaaposta presidente sportingbetenvio ser complexa, nesse caso, compensa enviar arroz desde o Brasilaposta presidente sportingbetvezaposta presidente sportingbetdoar o dinheiro para uma agência humanitária. "Primeiro, porque não teríamos esse valor mesmo, mas também porque trazer arroz da Ásia está caro e provavelmente sairia daqui do Brasil mesmo."
Os custos da logística serão divididos entre outros países que doarão mantimentos, e a operação deve ocorreraposta presidente sportingbetduas fases, umaaposta presidente sportingbetabril e outraaposta presidente sportingbetoutubro.
No ano passado, foram enviadas 26 mil toneladasaposta presidente sportingbetarroz beneficiado para 16 países, segundo a Companhia Nacionalaposta presidente sportingbetAbastecimento (Conab).
* Colaborou Camilla Costa