Como a crise na Argentina pode afetar o Brasil?:roleta nomes aleatórios

Crédito, Reuters

  • Author, Jefferson Puff
  • Role, Da BBC Brasil, Rioroleta nomes aleatóriosJaneiro

roleta nomes aleatórios Imersaroleta nomes aleatóriosmais uma turbulência econômica, a Argentina viu recentementeroleta nomes aleatóriosmoeda, o peso, sofrer a maior desvalorização num único dia dos últimos 12 anos. A queda acumulada éroleta nomes aleatórios8,43% ao ano.

A manobra é impulsionada pelo governo, que quer evitar a fugaroleta nomes aleatóriosdólares do país e o aprofundamento da crise. E o Brasil deve, sim, sentir efeitos dessa crise, segundo especialistas.

Atualmenteroleta nomes aleatórioscercaroleta nomes aleatóriosUS$ 29,1 bilhões, as reservas argentinas se encontramroleta nomes aleatóriosníveis preocupantes - o "mínimo do mínimo", dizem economistas. Em comparação, o Brasil detém reservasroleta nomes aleatórioscercaroleta nomes aleatóriosUS$ 350 bilhões, segundo números do Banco Central atualizadosroleta nomes aleatóriosdezembroroleta nomes aleatórios2013.

A desvalorização do peso vem com uma alta ainda maior dos preços dos combustíveis, alimentos e uma sérieroleta nomes aleatóriosoutros produtos. Os salários, no entanto, não tem acompanhado a inflação e a defasagem nos rendimentos é outro problema. Em dezembro, policiaisroleta nomes aleatóriosvárias províncias entraramroleta nomes aleatóriosgreve, abrindo caminho para uma ondaroleta nomes aleatóriossaques e distúrbios no país.

Alémroleta nomes aleatóriosrepresentar, na visãoroleta nomes aleatóriosmuitos analistas, o resultadoroleta nomes aleatóriosanosroleta nomes aleatóriospolíticas econômicas arriscadas, a turbulência coincide com instabilidade dentro e fora do país.

No cenário interno, o que preocupa é a instabilidade política e a descrençaroleta nomes aleatóriosparte da população na capacidade do governoroleta nomes aleatóriosCristina Kirchnerroleta nomes aleatóriosresolver os problemas, alémroleta nomes aleatóriosum climaroleta nomes aleatóriosanimosidade entre as autoridades e o empresariado.

Já no âmbito internacional, a atual recuperação da economia americana faz com que muitos investidores migrem seus recursosroleta nomes aleatóriospaíses emergentes para os Estados Unidos - a chamada fugaroleta nomes aleatórioscapitais, que nos anos 1990 chegou a quebrar naçõesroleta nomes aleatóriosdesenvolvimento. Na lista dos países afetados recentemente estão Argentina, Turquia, Índia, África do Sul e o Brasil.

Emboraroleta nomes aleatóriosrelatório recente o FMI (Fundo Monetário Internacional) tenha dito que os países vizinhos estão mais protegidos contra reflexos da crise argentina do que no passado, economistas ouvidos pela BBC Brasil acreditam que a economia brasileira sentirá efeitos (embora reduzidos) tanto da instabilidade quanto da movimentaçãoroleta nomes aleatórioscapital especulativo após a recuperação dos EUA.

Efeitos

Para Paulo Márcio Mello, professorroleta nomes aleatórioseconomia da UERJ (Universidade do Estado do Rioroleta nomes aleatóriosJaneiro), o fatoroleta nomes aleatóriosa Argentina ser o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, com 8,27% das exportações, atrásroleta nomes aleatóriosChina e EUA, basta para que o país sinta efeitos da crise.

A relação comercial também é lembrada por Virene Matesco, professoraroleta nomes aleatóriosEconomia da FGV. "Trata-se do nosso terceiro mercado, tantoroleta nomes aleatóriosimportação quantoroleta nomes aleatóriosexportação. É um parceiro importante, e não interessa a ninguém tê-lo com problemas. Nosso fluxo comercial com eles será diretamente afetado, não há dúvida."

A economista destaca que as pequenas e microempresas da região sul, que segundo ela são responsáveis por 45% das exportações brasileiras, devem ser bastante afetadas, já que vendem grande parteroleta nomes aleatóriossua produção para o país vizinho.

Quanto às projeções otimistas do FMI, ela contesta e diz que seria o mesmo que afirmar que uma criseroleta nomes aleatóriosPortugal não afetaria os demais membros da zona do euro. "É claro que afeta. É verdade que quem está com mais problemas na América Latina são Argentina e Venezuela, onde há confluênciaroleta nomes aleatórioscrises política e econômica e que os outros estão melhores. O Peru vem crescendo, o Chile é muito bem administrado, o México é impulsionado a voltar a crescer junto com os EUA. Mas haverá impactos", diz.

Fernando Ribeiro, professorroleta nomes aleatóriosEconomia do Insper (Institutoroleta nomes aleatóriosEnsino e Pesquisa,roleta nomes aleatóriosSão Paulo), relembra, no entanto, que a substituição dos produtos comprados do Brasil pelos fabricadosroleta nomes aleatóriossolo argentino não deve ser tão fácil. "O espaço para isso é limitado. Eles estão num processoroleta nomes aleatóriosdesindustrialização desde 1973. Éroleta nomes aleatóriosse duvidar que a Argentina tenha capacidade para isso a curto prazo", indica.

Investidores e ajuda

Cristina Kirchner

Crédito, AFP

Legenda da foto, Reservas internacionais argentinas estãoroleta nomes aleatóriosníveis preocupantes no governoroleta nomes aleatóriosCristina Kirchner

Quanto à possibilidaderoleta nomes aleatóriosa instabilidade argentina afetar o apetite dos investidores internacionais no Brasil, os economistas ouvidos pela BBC Brasil são cautelosos.

Paulo Márcio Mello, da UERJ, acredita que o investidor pode agirroleta nomes aleatóriosforma "emocional e intuitiva", apesar da racionalidaderoleta nomes aleatóriostorno da quantidaderoleta nomes aleatóriosreservas internacionais brasileiras e da clara diferença entre a situação do Brasil e da Argentina. "Não estou dizendo que isso vai acontecer amanhã, mas pode haver um receio, já que temos um parceiro importanteroleta nomes aleatórioscrise", diz.

De volta à situação do Brasil, Matesco, da FGV, relembra que o investidor já está olhando o país com maus olhos devido aos nossos próprios problemas. "Se o investidorroleta nomes aleatórioscurto prazo tem outras opções pelo mundo, não vai se arriscar por aqui. Vamos sentir um impacto. Já quanto aosroleta nomes aleatóriosmédio e longo prazo, (como) as multinacionais e os grandes grupos, acho que não. Não estar no Brasil é não estar na América Latina, ninguém quer isso."

Mas há os que apostem que o investidor internacional tenharoleta nomes aleatóriosmente que o Brasil realmente "descolou" dos vizinhos. "Esse impacto no fluxoroleta nomes aleatórioscapitais será nulo. Ao contrário do que acontecia nos anos 1980, quando algo no México já fazia com que os investidores saíssem correndo do Brasil, existe hoje essa percepçãoroleta nomes aleatóriosdescolamento da Argentinaroleta nomes aleatóriosquestãoroleta nomes aleatóriosconduçãoroleta nomes aleatóriospolítica macroeconômica", diz Ribeiro, do Insper.

Os entrevistados mostram consenso quando questionados sobre uma possível "ajuda" brasileira aos vizinhos. Há pouca margemroleta nomes aleatóriosmanobra e é pouco provável que isso aconteça.

Ainda na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro que o país está "preparado" e possui reservas suficientes para não se abalar pela crise na Argentina. Já a presidente Dilma Rousseff deixou claro que após conversar com a colega argentina recebeu garantiasroleta nomes aleatóriosque os vizinhos resolverão seus problemas sozinhos eroleta nomes aleatóriosque não recebeu pedidoroleta nomes aleatóriosauxílio.

Uma possibilidade aventada pelos economistas é a compra da safra excedente dos vizinhos. "Temos que ver se é interessante para nós também, mas se for, deve sim, acho que o Brasil deve auxiliar", diz Virene Matesco.