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Crédito, AFP

Legenda da foto, Portocaça niquel sapinhoMariel está sendo construído com financiamentocaça niquel sapinhoUS$ 957 milhões do BNDES

A Elam, a faculdade latino-americanacaça niquel sapinhomedicina, que acolhe centenascaça niquel sapinhoalunos brasileiros anualmente, surge do lado direito da estrada. Seus muros marcam o que pode vir a ser a fronteira física do socialismo cubano ecaça niquel sapinhomais recente tentativacaça niquel sapinhomodernização econômica.

A partir da Elam, começa a áreacaça niquel sapinho400 quilômetros quadrados que abrigará no futuro a "zonacaça niquel sapinhodesenvolvimento especial"caça niquel sapinhoCuba, uma zona franca e industrial para a qual o governo pretende atrair, com condições favoráveis, indústrias estrangeiras.

Lá deve vigorar um sistema diferente do resto da ilha, onde empresas terão poucas restrições para contratar, contarão com isençãocaça niquel sapinhoimpostos e não serão obrigadas a se associar com companhias estatais.

Mas por enquanto o que se vê na área é muito mato intercalado com algumas plantações, umas poucas casas e praias paradisíacas.

Na entrada do vilarejocaça niquel sapinhoMariel não há como não notar a fumaçacaça niquel sapinhochaminéscaça niquel sapinhoum primeiro – e pequeno – núcleocaça niquel sapinhoindústrias cubanas. A velha fábricacaça niquel sapinhocimento, que por décadas foi a maior indústria da região, se destaca com seus grandes edifícios, galpões e um termina marítimo.

Logo adiante, as quatro grandes gruas do novíssimo terminalcaça niquel sapinhocontêineres se destacam sobre o portocaça niquel sapinhoMariel.

É este caminho que a presidente brasileira percorreu nesta segunda-feira para inaugurar a primeira fase do terminal portuário, construído emcaça niquel sapinhomaior parte pela brasileira Odebrecht por meiocaça niquel sapinhoum financiamentocaça niquel sapinhoUS$ 957 milhões do BNDES.

Segundo Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Institutocaça niquel sapinhoEstudos Econômicos Internacionais da Unesp, desde o governo Lula, o Brasil tenta se tornar o segundo maior parceiro comercialcaça niquel sapinhoHavana depois da Venezuela.

De acordo com ele, o interesse maior do governo cubano no Brasil está emcaça niquel sapinhocapacidadecaça niquel sapinhorealizar grandes investimentos na área industrial. "A capacidade da Venezuela é energética, ela não tem capacidadecaça niquel sapinhofazer essas obras", disse Ayerbe.

"Essa capacidade brasileira se materializa no portocaça niquel sapinhoMariel".

presidente Dilma Rousseff | Reuters

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Presidente Dilma Rousseff estácaça niquel sapinhoHavana para participar da Celac

Interesse brasileiro

O portocaça niquel sapinhoMariel já foi uma antiga basecaça niquel sapinhosubmarinos e também a portacaça niquel sapinhoentradacaça niquel sapinhoogivas nucleares do que nos tempos da Guerra Fria ficou conhecido como a crise dos mísseiscaça niquel sapinho1962. Já nos anoscaça niquel sapinho1980, voltou a atrair a atração do mundo por ser a portacaça niquel sapinhosaídacaça niquel sapinhomaiscaça niquel sapinho120 mil cubanos, os chamados "marielitos", que emigraramcaça niquel sapinhobalsas para os EUA.

De grande profundidade, ele poderá receber navios gigantes, capacidade que poucos portos da região têm, inclusive na costa americana. Ele é modernizado no momentocaça niquel sapinhoque ocorrem também as obrascaça niquel sapinhoampliação do canal do Panamá.

Após a reforma, o canal será a rotacaça niquel sapinhopassagemcaça niquel sapinhonavios "pós-panamax", com três vezes mais capacidadecaça niquel sapinholevar contêineres que as embarcações que trafegam pelo local atualmente.

"Boa parte do comércio da Ásia para a costa leste dos Estados Unidos passa pelo canal do Panamá. Essa área (do mar do Caribe) vai ficar muito dinâmica, por isso quase todos os países da região estão reformando seus portos", diz Ayerbe.

Porém, diferente das nações vizinhas, Cuba não pode se aproveitar das oportunidades comerciais relacionadas ao comércio com a costa leste americana devido ao embargo promovido por Washington.

Por isso, o Brasil vê o investimento no porto como uma aposta futura no fim do embargo.

A ideia é instalar indústrias nacionais (brasileiras) na zona francacaça niquel sapinhoCuba para produzir aproveitando-se dos incentivos fiscais e flexibilidade para a contratação da mãocaça niquel sapinhoobra cubana altamente qualificada.

Dessa forma, o Brasil teria um posto avançado para exportar inicialmente para a América Central e depois eventualmente para os Estados Unidos, segundo Thomaz Zanotto, diretor do departamentocaça niquel sapinhorelações internacionais e comércio exterior da Federação das Indústrias do Estadoscaça niquel sapinhoSão Paulo (Fiesp).

A opção por investircaça niquel sapinhoCuba,caça niquel sapinhovezcaça niquel sapinhoem outro país caribenho, se dá exatamente pelo isolamentocaça niquel sapinhoHavana – onde o Brasil não sofre com a concorrência americana.

Por enquanto, as duas nações ainda discutem que tipocaça niquel sapinhoempresas brasileiras se instalariam na zona franca cubana. As negociações apontam para indústriascaça niquel sapinhoalta tecnologia, que tirariam proveito da qualificação dos trabalhadores cubanos. Umas das primeiras opções é a indústria farmacêutica.

Críticas

As principais críticas ao investimento no portocaça niquel sapinhoMariel partemcaça niquel sapinhopartidos opositores – como o PSDB, que se baseia no fatocaça niquel sapinhoque o governo brasileiro investe maiscaça niquel sapinhoMariel do que nos portos nacionais.

Os opositores acusam o governo Dilma Rousseffcaça niquel sapinhodirecionar os investimentos a Cuba devido a um alinhamento ideológico com Havana.

Segundo Zanotto, a crítica "não procede", pois "cada projeto é um projeto". Ou seja, o eventual não investimentocaça niquel sapinhoCuba não necessariamente levaria o dinheiro aos portos do Brasil, onde fatores como restrições ambientais estariam dificultando a agilizaçãocaça niquel sapinhoprojetos.

"O Brasil é gigantesco mas sofre com um apagãocaça niquel sapinhoprojetos", diz Zanotto.

Outra crítica parte do próprio empresariado. Eles desconfiam da capacidade do governo cubanocaça niquel sapinhohonrarcaça niquel sapinhodivida com o Brasil. Contudo, segundo Zanotto, as garantias estariam relacionadas ao próprio faturamento do portocaça niquel sapinhodólares.

Inauguração

Dilma Rousseff e o presidente Raúl Castro inauguraram nesta segunda-feira a primeira etapa da construção do portocaça niquel sapinhoMariel, na companhia dos presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, e Evo Morales, da Bolívia.

Dilma anunciou que o BNDES financiará a segunda etapacaça niquel sapinhoconstrução do porto, com US$ 290 milhões. "Várias empresas brasileiras manifestaram interessecaça niquel sapinhoinstalar-se na zona especial", disse.

A presidente celebrou as oportunidades econômicas trazidas pelo porto e fez referência ao longo embargo americano sobre a ilha.

“Mesmo sendo submetido ao injusto bloqueio econômico, Cuba gera um dos três maiores volumescaça niquel sapinhocomércio do Caribe”, disse.