Apoio a extrema-direita dobra na Suécia, 'porto seguro'bwin apple payrefugiados:bwin apple pay
Manifestações antirracismo
Em um dos primeiros ataques do ano, os portões da mesquita centralbwin apple payEstocolmo foram pichados este mês com uma sériebwin apple paysuásticas. Dias depois, manifestantes antirracismo colocaram buquêsbwin apple payflores sob as suásticas negras, e uma mensagembwin apple paysolidariedade foi deixada na porta da mesquita: "Para cada crimebwin apple payódio, existe uma flor. Um ataque contra vocês é um ataque contra a Suécia. Nós estamos juntos", dizia a nota. Mensagensbwin apple paysolidariedade também foram enviadas à mesquita através das mídias sociais.
"Sabemos que a maioria das pessoas na Suécia é contra o racismo. Mas essa maioria também é muito silenciosa. O surpreendente, desta vez, foi ver que essa maioria agiu, com solidariedade, apoio e fraternidade", disse o presidente da Associação Islâmica da Suécia, Omar Mustafa,bwin apple payentrevista ao jornal Dagens Nyheter.
"Quando se recebe este tipobwin apple payapoio, com flores e mensagensbwin apple paysolidariedade, você percebe que não está sozinho. Cada vez mais pessoas estão levantando suas vozes contra o racismo", acrescentou ele.
No fimbwin apple paydezembro, milharesbwin apple paypessoas saíram às ruasbwin apple paypasseatas antirracismo organizadasbwin apple paydiversas cidades suecas. As demonstrações, que na capital sueca reuniram cercabwin apple pay16 mil pessoas, foram realizadasbwin apple payprotesto contra uma açãobwin apple paygrupobwin apple paycercabwin apple pay30 neonazistas, que, no dia 15bwin apple paydezembro, atacaram com garrafas e artefatos pirotécnicos os participantesbwin apple payuma manifestação contra a xenofobia.
Dois manifestantes foram esfaqueados e 26 neonazistas foram presos pela polícia durante o incidente, que ocorreu no subúrbiobwin apple payKärrtorp, no sulbwin apple payEstocolmo.
Em novembro, uma manifestante foi detida pela polícia ao atirar uma torta na cara do líder dos Democratas Suecos, Jimmy Åkesson, durante um evento na capital sueca.
Grupos neonazistas
Em 2012, foram registrados 5.520 "crimesbwin apple payódio" racial. E segundo o Conselho Nacional Sueco para a Prevenção do Crime (Brottsförebyggande rådet), os atos contra imigrantes vêm aumentando, particularmentebwin apple payrelação aos muçulmanos:bwin apple pay2013, foram denunciados cercabwin apple pay300 ataques contra imigrantes muçulmanos. Um dos casosbwin apple paymaior repercussão foi o espancamentobwin apple payuma mulher muçulmana grávida no subúrbiobwin apple payFarsta,bwin apple payEstocolmo, aparentemente motivado pelo fatobwin apple payque a vítima usava o hijab (véu muçulmano).
Um fatorbwin apple paycrescente preocupação no país tem sido o crescimento das atividades dos grupos neonazistas locais. Segundo estudo divulgadobwin apple paydezembro pelo instituto sueco Expo Foundation, os neonazistas realizaram 1,824 ações durante 2012, o que representou um aumentobwin apple pay24%bwin apple payrelação a 2011. Entre as atividades listadas estão a práticabwin apple payataques contra imigrantes, assim como a organizaçãobwin apple paymarchas e demonstrações, divulgaçãobwin apple paypropaganda racista e realizaçãobwin apple payseminários.
Um dos principais grupos neonazistas é o Partido dos Suecos (Svenskarnas Parti, SvP). Nas eleições geraisbwin apple pay2010, ele se tornou o primeiro partido nacional-socialista a obter um assentobwin apple payuma assembleia municipal desde o fim da Segunda Guerra, ao alcançar 2.8% dos votos no municípiobwin apple payGrästorp (oeste da Suécia).
Manifestantes antirracismo alertam, no entanto, que o racismo no país não se limita apenas aos skinheads.
"Os racistas vestiram terno e deixaram o cabelo crescer", disse Emelie Jacobsson,bwin apple pay23 anos, ao jornal Dagens Nyheter.
"O racismo vem se tornando cada vez mais aceito, e é preciso lutar contra esta tendência", acrescentou outra manifestante, Ina Björkstedt.
Abrigobwin apple payrefugiados
Historicamente, a Suécia tem uma tradiçãobwin apple paytolerância racial e generosidade embwin apple paypolíticabwin apple payabrigo a imigrantes. O país recebeu milharesbwin apple payrefugiados do Chile nos anos 70, do Irã e do Iraque nos anos 80, da Somália e dos Bálcãs nos anos 90, e novamente do Iraque na década seguinte. Após a guerra do Iraque, só a pequena cidadebwin apple paySödertälje (ao sulbwin apple payEstocolmo),bwin apple pay85 mil habitantes, recebeu mais refugiados iraquianos (até 2007 eram 5 mil) do que os Estados Unidos e Canadá juntos.
Até o momento, a ascensão da extrema-direita não reverteu esta política: estatísticas da Autoridade suecabwin apple payImigração (Migrationsverket) divulgadas no início deste mês mostram que a Suécia emitiu um número recordebwin apple pay110 mil vistosbwin apple payresidência para imigrantesbwin apple pay2012, uma altabwin apple pay19 por centobwin apple payrelação a 2011.
Deste total, cercabwin apple pay5 mil vistos foram concedidos a refugiados da guerra na Síria. A Suécia foi o primeiro país europeu a anunciar a concessãobwin apple payvistosbwin apple payresidência permanente para refugiados sírios, que ao chegar ao país têm autorização para trabalhar e recebem ainda benefícios como auxílio-moradia, saúde e educação gratuita para seus filhos.
Mas as críticas contra a políticabwin apple payintegração dos imigrantes no país são contundentes. A maior parte dos imigrantes vivebwin apple paybairros da periferia, onde o alto índicebwin apple paydesemprego – especialmente entre os jovens - gera insatisfação e alimenta incidentes como os protestos ocorridosbwin apple paymaiobwin apple pay2013, quando a revolta causada pela mortebwin apple payum imigrante baleado pela polícia levou a distúrbiosbwin apple payvários subúrbios nos arredores da capital sueca.
Para o presidente da Associação Islâmica da Suécia, Omar Mustafa, há o riscobwin apple payque a intolerância racial no país possa se agravar - especialmente diante da proximidade das eleições geraisbwin apple paysetembro:
"Minha preocupação ébwin apple payque os partidos racistas obtenham mais votos e se tornem mais influentes, como já ocorreu na Dinamarca e na Noruega. Mas tenho a esperançabwin apple payque os recentes atos antirracismo incentivem cada vez mais suecos a reagir contra a xenofobia".