Apoio a extrema-direita dobra na Suécia, 'porto seguro'baixar betano androidrefugiados:baixar betano android

Protesto antirracismobaixar betano androidEstocolmo,baixar betano androiddezembro (Reuters)

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Milharesbaixar betano androidpessoas saíram às ruasbaixar betano androidpasseatas antirracismo organizadasbaixar betano androiddiversas cidades suecas
  • Author, Claudia Varejão Wallin
  • Role, De Estocolmo para a BBC Brasil

baixar betano android A oito meses das eleições gerais na Suécia, pesquisasbaixar betano androidopinião apontam para a consolidação da extrema-direita como a terceira maior força política do país,baixar betano androidmeio ao aumento dos chamados "crimesbaixar betano androidódio" racial e a críticas contra falhas na políticabaixar betano androidintegraçãobaixar betano androidum contingente cada vez maiorbaixar betano androidimigrantes.

Segundo os númerosbaixar betano androiduma pesquisa publicada no jornal Aftonbladet, o partido Democratas Suecos (Sverigedemokraterna) conta hoje com 10,8% do apoio popular, após a vitória histórica que os conduziu pela primeira vez ao Parlamento nas eleiçõesbaixar betano android2010, com 5,7% dos votos.

Considerado um exemplobaixar betano androidtolerância, o país, que mantém uma das mais generosas políticasbaixar betano androidimigração do mundo, tem testemunhado atosbaixar betano androidvandalismo e ataques racistas. E movimentos antirracismo buscam mobilizar a população contra a xenofobia no país.

"Com um partido fascista no Parlamento, as fronteiras foram alteradas", disse ao jornal Svenska Dagbladet um manifestante antirracismo, Olle Eriksson. "Mas ao mesmo tempo, o fato é que a maioria dos suecos não quer essas forças extremistas. Nem nas nossas ruas, nembaixar betano androidnosso Parlamento", diz ele.

Manifestações antirracismo

Em um dos primeiros ataques do ano, os portões da mesquita centralbaixar betano androidEstocolmo foram pichados este mês com uma sériebaixar betano androidsuásticas. Dias depois, manifestantes antirracismo colocaram buquêsbaixar betano androidflores sob as suásticas negras, e uma mensagembaixar betano androidsolidariedade foi deixada na porta da mesquita: "Para cada crimebaixar betano androidódio, existe uma flor. Um ataque contra vocês é um ataque contra a Suécia. Nós estamos juntos", dizia a nota. Mensagensbaixar betano androidsolidariedade também foram enviadas à mesquita através das mídias sociais.

"Sabemos que a maioria das pessoas na Suécia é contra o racismo. Mas essa maioria também é muito silenciosa. O surpreendente, desta vez, foi ver que essa maioria agiu, com solidariedade, apoio e fraternidade", disse o presidente da Associação Islâmica da Suécia, Omar Mustafa,baixar betano androidentrevista ao jornal Dagens Nyheter.

"Quando se recebe este tipobaixar betano androidapoio, com flores e mensagensbaixar betano androidsolidariedade, você percebe que não está sozinho. Cada vez mais pessoas estão levantando suas vozes contra o racismo", acrescentou ele.

No fimbaixar betano androiddezembro, milharesbaixar betano androidpessoas saíram às ruasbaixar betano androidpasseatas antirracismo organizadasbaixar betano androiddiversas cidades suecas. As demonstrações, que na capital sueca reuniram cercabaixar betano android16 mil pessoas, foram realizadasbaixar betano androidprotesto contra uma açãobaixar betano androidgrupobaixar betano androidcercabaixar betano android30 neonazistas, que, no dia 15baixar betano androiddezembro, atacaram com garrafas e artefatos pirotécnicos os participantesbaixar betano androiduma manifestação contra a xenofobia.

Dois manifestantes foram esfaqueados e 26 neonazistas foram presos pela polícia durante o incidente, que ocorreu no subúrbiobaixar betano androidKärrtorp, no sulbaixar betano androidEstocolmo.

Em novembro, uma manifestante foi detida pela polícia ao atirar uma torta na cara do líder dos Democratas Suecos, Jimmy Åkesson, durante um evento na capital sueca.

Grupos neonazistas

Mesquita sueca vandalizada no início do mês

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Considerada exemplobaixar betano androidtolerância, sociedade sueca tem assistido a uma sériebaixar betano androidatosbaixar betano androidvandalismo e ataques racistas

Em 2012, foram registrados 5.520 "crimesbaixar betano androidódio" racial. E segundo o Conselho Nacional Sueco para a Prevenção do Crime (Brottsförebyggande rådet), os atos contra imigrantes vêm aumentando, particularmentebaixar betano androidrelação aos muçulmanos:baixar betano android2013, foram denunciados cercabaixar betano android300 ataques contra imigrantes muçulmanos. Um dos casosbaixar betano androidmaior repercussão foi o espancamentobaixar betano androiduma mulher muçulmana grávida no subúrbiobaixar betano androidFarsta,baixar betano androidEstocolmo, aparentemente motivado pelo fatobaixar betano androidque a vítima usava o hijab (véu muçulmano).

Um fatorbaixar betano androidcrescente preocupação no país tem sido o crescimento das atividades dos grupos neonazistas locais. Segundo estudo divulgadobaixar betano androiddezembro pelo instituto sueco Expo Foundation, os neonazistas realizaram 1,824 ações durante 2012, o que representou um aumentobaixar betano android24%baixar betano androidrelação a 2011. Entre as atividades listadas estão a práticabaixar betano androidataques contra imigrantes, assim como a organizaçãobaixar betano androidmarchas e demonstrações, divulgaçãobaixar betano androidpropaganda racista e realizaçãobaixar betano androidseminários.

Um dos principais grupos neonazistas é o Partido dos Suecos (Svenskarnas Parti, SvP). Nas eleições geraisbaixar betano android2010, ele se tornou o primeiro partido nacional-socialista a obter um assentobaixar betano androiduma assembleia municipal desde o fim da Segunda Guerra, ao alcançar 2.8% dos votos no municípiobaixar betano androidGrästorp (oeste da Suécia).

Manifestantes antirracismo alertam, no entanto, que o racismo no país não se limita apenas aos skinheads.

"Os racistas vestiram terno e deixaram o cabelo crescer", disse Emelie Jacobsson,baixar betano android23 anos, ao jornal Dagens Nyheter.

"O racismo vem se tornando cada vez mais aceito, e é preciso lutar contra esta tendência", acrescentou outra manifestante, Ina Björkstedt.

Abrigobaixar betano androidrefugiados

Historicamente, a Suécia tem uma tradiçãobaixar betano androidtolerância racial e generosidade embaixar betano androidpolíticabaixar betano androidabrigo a imigrantes. O país recebeu milharesbaixar betano androidrefugiados do Chile nos anos 70, do Irã e do Iraque nos anos 80, da Somália e dos Bálcãs nos anos 90, e novamente do Iraque na década seguinte. Após a guerra do Iraque, só a pequena cidadebaixar betano androidSödertälje (ao sulbaixar betano androidEstocolmo),baixar betano android85 mil habitantes, recebeu mais refugiados iraquianos (até 2007 eram 5 mil) do que os Estados Unidos e Canadá juntos.

Até o momento, a ascensão da extrema-direita não reverteu esta política: estatísticas da Autoridade suecabaixar betano androidImigração (Migrationsverket) divulgadas no início deste mês mostram que a Suécia emitiu um número recordebaixar betano android110 mil vistosbaixar betano androidresidência para imigrantesbaixar betano android2012, uma altabaixar betano android19 por centobaixar betano androidrelação a 2011.

Deste total, cercabaixar betano android5 mil vistos foram concedidos a refugiados da guerra na Síria. A Suécia foi o primeiro país europeu a anunciar a concessãobaixar betano androidvistosbaixar betano androidresidência permanente para refugiados sírios, que ao chegar ao país têm autorização para trabalhar e recebem ainda benefícios como auxílio-moradia, saúde e educação gratuita para seus filhos.

Mas as críticas contra a políticabaixar betano androidintegração dos imigrantes no país são contundentes. A maior parte dos imigrantes vivebaixar betano androidbairros da periferia, onde o alto índicebaixar betano androiddesemprego – especialmente entre os jovens - gera insatisfação e alimenta incidentes como os protestos ocorridosbaixar betano androidmaiobaixar betano android2013, quando a revolta causada pela mortebaixar betano androidum imigrante baleado pela polícia levou a distúrbiosbaixar betano androidvários subúrbios nos arredores da capital sueca.

Para o presidente da Associação Islâmica da Suécia, Omar Mustafa, há o riscobaixar betano androidque a intolerância racial no país possa se agravar - especialmente diante da proximidade das eleições geraisbaixar betano androidsetembro:

"Minha preocupação ébaixar betano androidque os partidos racistas obtenham mais votos e se tornem mais influentes, como já ocorreu na Dinamarca e na Noruega. Mas tenho a esperançabaixar betano androidque os recentes atos antirracismo incentivem cada vez mais suecos a reagir contra a xenofobia".