Obama sacrifica a promoção da democracia por acordo com o Irã?:alfcasino
A fria relação entre EUA e Irã começa a amornar, e as negociações marcam uma nova abertura entre os dois países.
Maisalfcasinouma década atrás, o presidente George W Bush disse que o Irã era partealfcasinoum "eixo do mal". Em 2006, ele ampliou o apoio dos EUA a ativistas no Irã, na esperança que eles derrubariam seu governo.
Foi uma "promoção da democracia feita com esteroides", disse Thomas Carothers, do Fundo Carnegie,alfcasinoWashington. Já Obama, disse ele, "acredita que os Estados Unidos não devem ser muito agressivos".
Por essa razão, Obama supervisionou as negociações dos Estados Unidos com Rouhani e amenizou a campanha americana pela democracia.
Muitas pessoas, dentro e fora do Irã, elogiaram os esforçosalfcasinoObama. "Isso não quer dizer que o regime (iraniano) seja bom, mas faz sentido priorizar", disse Doug Bandow, pesquisador do Instituto Cato,alfcasinoWashington. "Lançar bombas sobre o Irã é uma alternativa horrível."
Para Alireza Nader, analista da Rand Corporation, "a maioria dos iranianos pró-democratização acha que esse é um esforço melhor realizado pelo povo iraniano do que por uma potência estrangeira".
Mas nem todos apoiam a estratégiaalfcasinoObama. O diplomata americano John Bolton escreveualfcasinoum artigo no Wall Street Journal que "Rouhani está brincando com Obama".
'Glasnost'
As diferenças entre os dois presidentes foram discutidasalfcasinoum evento recente no Arquivo Nacional dos EUA,alfcasinoWashington.
Para Bill Sweeney, diretor da organização Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais, os dois presidentes compartilham objetivos comuns, apesaralfcasinoseus estilos contrastantes: "Ambos foram muito fortes no apoio pela promoção da democracia."
Em meados da décadaalfcasino1980, Mikhail Gorbachov estava supervisionando glasnost, uma políticaalfcasinoabertura que iria transformar a sociedade soviética. Poloneses realizaram eleições livresalfcasino1989, e os húngaros abriram a fronteira para o Ocidente.
Naquele ano, havia 69 democracias eleitoraisalfcasinoum totalalfcasino167 países, segundo a Freedom House, organização pró-democracia com sede nos EUA. Desde então, o império soviético se desintegrou. Hoje, existem 195 países,alfcasinoacordo com um relatório da Freedom House, e 118 democracias.
Transições ainda são difíceis. E ninguém sabe realmente por que elas acontecem ou o que faz uma nação autoritária se tornar uma democracia. Enquanto isso, os Estados Unidos têm sido um feixealfcasinocontradições.
Autocratas como aliados
No ano fiscalalfcasino2012, o governo americano gastou US$ 2,82 bilhões (cercaalfcasinoR$ 6 bilhões) na promoção pela democracia, diz a Freedom House. O dinheiro caialfcasinouma categoria que inclui o estadoalfcasinodireito e outros programas relacionados com a democracia.
O valor tem oscilado ao longo dos anos, mas é maior agora do que na épocaalfcasinoBush. No ano fiscalalfcasino2006, o governo gastou US$ 1,758 bilhões.
Desta forma Obama promoveu a democracia no exterior. Mas, ao mesmo tempo, ele se manteve próximoalfcasinolíderes autoritários a fimalfcasinopromover os interesses dos EUA. Seu governo tem oferecido suporte limitado aos dissidentes no Barein, aliado americano acusadoalfcasinoabusos generalizados dos direitos humanos.
No governo do presidente egípcio Hosni Mubarak, ativistas receberam o apoio americano. Era um "trabalho decente e bem intencionado", disse Carothers. No entanto, como ele ressaltou, "a política geral dos Estados Unidos apoiou Mubarak".
"Glasnost iraniano"
Sweeney tentou ajudar os egípcios durante eleições sob o regimealfcasinoMubarak. As cédulas eram armazenadasalfcasinocaixasalfcasinovidro, que às vezes eram quebradas. Funcionários corruptos chegavam nas caixas e mudavam o resultado.
"Os votos não estavam seguros", disse Sweeney. Seus funcionários conseguiram convencer autoridades egípcias a usar caixasalfcasinoplástico resistente, com "vários selos e fechaduras", disse.
Mas Mubarak ainda estava no comando, o que significava que havia outros obstáculos para a realizaçãoalfcasinoeleições justas. Hoje o país caminha para uma nova fase.
Enquanto isso, os participantes do evento no Arquivo Nacional disseram que estavam tentando ajudar as pessoasalfcasinooutros países a trabalharem por sociedades livres. Eles pareciam esperançosos sobre o futuro - no Egito, no Irã ealfcasinooutros países.
Alguns acreditam que Rouhani representa uma nova formaalfcasinoabertura - e vem à tona a perguntaalfcasinose um "glasnost iraniano", como a jornalista da Radio Free Europe escreveu, poderia surgir.
O caminho para a democracia é longo, Sweeney disse, mas tem marcos importantes: "Há 30 anos o muroalfcasinoBerlim ainda estavaalfcasinopé."