Agricultores colombianos pedem o fim do livre comércio com EUA e União Europeia:free spin cbet

Protestos bloqueiam estrada na Colômbia | Foto: AP
Legenda da foto, Produção e distribução caras, invasãofree spin cbetprodutos estrangeiros baratos e supervalorização do peso dão prejuízo a pequenos produtores colombianos, que entram na terceira semanafree spin cbetgreve e protestos

Por isso, o boicote aos tratadosfree spin cbetlivre comércio tem sido um dos temas mais constantes dos protestos: uma demanda que está nas mesasfree spin cbetnegociação e também nas mensagens que gritadas nas ruas.

Uma das principais queixas dos pequenos produtoresfree spin cbetgreve é que, dentro das atuais condições, não podem competir com as importaçõesfree spin cbetprodutos baratos, que estão amparadas pelo Tratadofree spin cbetLivre Comércio (TLC) e outros acordos comerciais.

Invasão dos baratos

O leite é, talvez, o exemplo mais expressivofree spin cbetaumento demasiado da concorrência para os produtos colombianos.

Nos últimos seis anos, as importaçõesfree spin cbetleite mais do que triplicaram, passandofree spin cbet9.727 toneladasfree spin cbet2006 para 33.728 no ano passado,free spin cbetacordo com números da Direção Nacionalfree spin cbetEstatísticas - DANE.

E éfree spin cbetse esperar que a cifra aumente ainda mais, com a entradafree spin cbetvigor do Tratadofree spin cbetLivre Comércio com a União Europeia, ocorrida no dia 1ºfree spin cbetagosto passado.

Manifestantes apoiam causa dos camponeses | Foto: AFP
Legenda da foto, Jovens se juntam aos protestos pelo fim dos Tratadosfree spin cbetLivrefree spin cbetComércio (TLC)

De fato, durante os últimos três anos, muitas vozes têm se levantado para denunciar o abismo que existe entre os subsídios que beneficiam a produção leiteira na União Europeia - que é tecnicamente mais capacitada e goza das vantagensfree spin cbetuma economiafree spin cbetgrande escala - e a faltafree spin cbetapoio que recebem os pequenos produtoresfree spin cbetleite colombianos.

Mas nada foi tão forte para demonstrar a ameaça do livre comércio do que a imagem dos fazendeirosfree spin cbetBoyacá - cidade a 240 km da capital Bogotá - derramando milharesfree spin cbetlitrosfree spin cbetleite numa rodovia, há duas semanas, enquanto declaravam que preferiam jogar fora do que continuar vendendo o produto por menos da metade do que se custa para produzir.

Não demorou muito para que os produtoresfree spin cbetcafé, arroz, frutas cítricas e outros produtos começassem a seguir o exemplo dos fazendeiros do leite.

Para o economista Aurelio Suárez, quase todos os setores estão sentindo a concorrência das importações baratas.

"Em geral, todo mundo pensa que o problema (com o TLC) é a importaçãofree spin cbettrigo,free spin cbetcevada,free spin cbetsoja e outros grãos. Mas isso já passou", afirmou Suárez à BBC.

"O novo (problema) é que os (próprios) agricultores, para se resguardarem, também passaram a importar uma sériefree spin cbetprodutos: leite, hortaliças, cacau, açúcar, café", explica.

O problema da moeda

A avalanchefree spin cbetimportações, certamente, não é a única explicação para os problemas enfrentados com o TLC.

De certo modo, o problema também está vinculado a uma aposta das autoridades pela exploração mineral e petrolífera, que são os setores que têm concentrado a maior parte do investimento estrangeiro direto.

"O país voltou a ser um exportador intensofree spin cbetrecursos naturais não renováveis. Isso traz uma supervalorização do peso, que encarece as exportações e torna mais baratas as importações", explicou Suárez.

Isso talvez explique o fatofree spin cbetque, cada vez mais, chegam alimentos mais baratosfree spin cbetpaíses com os quais a Colômbia mantém os mesmo acordos comerciais há 40 anos, como o Peru e o Equador.

De fato, os analistas destacam que o impacto do TLC com os Estados Unidos e a União Europeia está apenas começando a ser sentido.

Marcha dos camponeses | Foto: AFP
Legenda da foto, Marcha camponesa: eles não querem apenas promessas do governo

E para piorar a situação, há ainda os elevados custosfree spin cbetprodução e comercializaçãofree spin cbetprodutos que dificultam a vida dos agricultores colombianos atualmente, uma questão que não parece ser fácilfree spin cbetresolver no curto prazo. free spin cbet

"É impossível competir nesse acordofree spin cbetlivre comércio com países que subsidiam até mesmo seus fertilizantes", afirmou Suárez.

"E como tornar mais competitivos (os agricultores colombianos), se temos um crédito mais caro, fertilizantes mais caros, estruturas (de comercialização e distribuição) monopolizadas e produçõesfree spin cbetcamponesesfree spin cbet(apenas) 3 e 5 hectares? Esse milagre ninguém pode fazer", ressaltou.

Produção e distribuiçãofree spin cbetalto custo

Acimafree spin cbettudo, são os custos elevadosfree spin cbetprodução que estão estrangulando os pequenos agricultores colombianos.

Um dos principais problemas, por exemplo, é que algumas cadeiasfree spin cbetprodução chegam a pagar pelos fertilizantes até 80% mais do que os preços internacionais, sendo que a maioria dos demais produtores também paga quase 50% a mais.

E esse problema tem a ver com a concentração da importação destes insumosfree spin cbetapenas quatro empresas, além dos custosfree spin cbettransporte pelo interior do país, que também afetam os agricultores no momentofree spin cbetescoar suas produções.

O transporte caro, porfree spin cbetvez, está vinculado ao alto preço do combustível - um dos mais elevados do continente e também um dos temas recorrentes dos protestos - e à péssima redefree spin cbetrodovias.

Só para citar um exemplo,free spin cbetacordo com o a revista Semana, o transportefree spin cbetum contêiner entre Bogotá e o portofree spin cbetCartagena é quase três vezes mais caro do que seu transportefree spin cbetCartagena a Shangai, na China.

Esse problema põe os pequenos produtores à mercê dos grandes grupos comerciais, que são os que fixam os preços e ficam com a maior parte dos lucros.

Com tudo issofree spin cbetmente, o presidente Juan Manuel Santos tem discutido a ideiafree spin cbetconverter a grevefree spin cbetuma oportunidade para negociação efree spin cbetse trabalharfree spin cbetum "grande pacto nacional para o setor agropecuário e desenvolvimento rural".

Mas, depoisfree spin cbettantas décadasfree spin cbetabandono, os camponeses querem mais que palavras.