Por que há um 'boom' na produçãoguru cassinoheroína no México?:guru cassino
- Author, Alberto Nájar
- Role, Da BBC Mundo, na Cidade do México
guru cassino Nos últimos dias, uma pergunta tem sido recorrente nos escritórios dos órgãosguru cassinosegurança e da imprensa do México: por que a violência aumentou nas zonas montanhosasguru cassinoestados como Sinaloa, Michoacán e Guerrero? Entre as respostas apareceu uma palavra: heroína.
Nessas regiões está a maioria das zonasguru cassinoproduçãoguru cassinopapoula,guru cassinocujo bulbo se extrai a pasta com que se elabora essa droga – e também outras como o ópio e a morfina.
Além disso, nessas regiões fica a maior parte dos laboratórios que a processam, assim como o início das rotas que a transportam para o mercado americano – tanto por estradas como por via aérea.
Especialistas advertem que ao menos três cartéis pretendem controlar essa região. Porém, atualmente a balança se inclina a favor da organizaçãoguru cassinoSinaloa, encabeçada entre outros por Joaquín Guzmán Loera, o Chapo.
Esse interesse parece coincidir com um dado que o escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime repete há vários anos: o México ocupa um lugar cada vez mais importante no tráfico internacionalguru cassinoheroína.
Assim, o relatório anualguru cassino2013 do órgão indica que a produção mexicana desse entorpecente seja 30 vezes maior que a da Colômbia, que durante décadas se manteve como o principal exportador do continente americano.
Um dado que surpreendeu a muitos, mas que é parte da realidade do país, segundo disse à BBC Mundo o especialista Alberto islas, diretor da consultoriaguru cassinosegurança Risk-Evaluation.
"O México sempre foi um produtor importanteguru cassinoheroína. A ONU se deu conta disso mas com dados velhos, porque não há no país um relatório governamental que diga quanto da papoula foi plantada e quantas plantações foram erradicadas", disse.
Isso quer dizer que a produçãoguru cassino"heroína café" (como a droga é chamada no linguajar dos cartéis e consumidores) pode ser ainda maior que a estimada pela ONU.
Hitler, Coreia e Vietnan
A relação entre os mexicanos e a pastaguru cassinopapoula é antiga, pois os primeiros registros do cultivo da substância nas montanhasguru cassinoSinaloa, no noreoeste do país, corresponde aos fins do século 19.
Especilistas como Luis Astorga, pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México, creditam a imigrantes chineses a entrada do entorpecente no país.
Naqueles dias a produção era escassa, quase para consumo pessoal. A situação mudou durante a Segunda Guerra, quando o governo dos Estados Unidos fomentou o cultivo da planta no México – pois seus fornecedores asiáticos haviam interrompido as remessas.
A pastaguru cassinopapoula era fundamental para as tropas americanas, pois era utilizada para elaborar a morfina para os feridosguru cassinocombate.
Essa situação se manteve durante a guerra da Coreia e na primeira etapa do conflito do Vietnã.
Dessa forma, a papoula desbancou outros produtos como a maçã, o milho e o tomate, especialmente na região conhecida como o "Triângulo Dourado", uma zona montanhosa que se espalha pelos Estadosguru cassinoSinaloa, Durango e Chihuahua.
Ali nasceeu a maioria dos chefesguru cassinoalguns cartéis do narcotráfico, como Chapo Guzmán; Ismael Zambada García, o Mayo; os irmãos Beltrán Leyva; Rafael Caro Quintero; Ernesto Fonseca Aguilar; ou Miguel Ángel Félix Gallardo, o Chefe dos chefes.
Nixon
A situação mudou quando o governo do presidente Richard Nixon mudou a política estadunidense sobre as drogas e iniciou uma perseguição contra os produtores que enviavam maconha e heroína para os Estados Unidos.
A papoula virtualmente desapareceu da vista dos mexicanos, segundo os especialistas.
No México, a decisão se traduziuguru cassinouma sérieguru cassinooperações militares nas regiões montanhosasguru cassinoSinaloa e Guerrero, que se intensificaram a partirguru cassino1977, quando teve início a Operação Condor.
Antes dessas operações, a flor da papoula adornava jardins públicosguru cassinolugares como a Cidade do México, Oaxaca ou Guadalajara, e era comum encontrá-la a venda nos mercados.
Depois, a presença da planta se limitou às montanhas vigiadas pelos cartéis do narcotráfico. Mas até agora as operações do governo mexicano não têm conseguido reduzir a área plantada da flor, segundo analistas e estimativas oficiais.
Por exemplo, o relatório "Combate ao Narcotráfico", da Secretariaguru cassinoDefesa Nacional, assinala queguru cassino2007 os militares destruíram 11.393 hectaresguru cassinoplantações. Cinco anos depois,guru cassino2012, foram 14.347 hectares.
Por que?
As estatísticas da Secretaria revelam um aumento na zonaguru cassinocultivoguru cassinopapoula, afirma o analista Islas. "A produção cresceguru cassinoNayarit, Durango, Colima e Guerrero".
Por que? Há vários fatores. O relatório da ONU diz que a Colômbia reduziu as plantaçõesguru cassinopapoula, mas ao mesmo tempo o cultivo aumentou no México, onde há 12.000 hectares "com um correspondente potencial maiorguru cassinoproduçãoguru cassinoheroína", segundo o documento.
A maior parte do território se encontra na zona controlada pelo Cartelguru cassinoSinaloa, segundo estatísticas da Comissão Nacionalguru cassinoSegurança Pública.
Mas o aumento da produçãoguru cassinoheroína pode desatar uma nova disputa entre cartéis, disse à BBC Mundo Guilhermo Garduño Valero, pesquisador da Universidade Autônoma Metropolitana.
"A guerra continuará, agora as máfias não vão se enfrentar apenas pelos mercadosguru cassinococaína eguru cassinomaconha", disse.