Crise no Egito abala credibilidade da política externa dos EUA:f12 bet.com

Presidente Barack Obama | Foto: AFP
Legenda da foto, Obama interrompeu as férias para se pronunciar sobre o Egito

O governo americano também fez um apelo aos militares para não remover Morsi. Após o golpe, o vice-secretáriof12 bet.comEstado, Bill Burns, foi ao Cairo duas vezes tentar ajudar na mediação das tensões entre o Exército e a Irmandade Muçulmana.

Os Estados Unidos evitaram chamar a deposiçãof12 bet.comMorsif12 bet.comgolpe, temendo contrariar os generais egípcios e os milhões que clamavam porf12 bet.comsaída.

Isto enfureceu a Irmandade Muçulmana e seus partidários, que se sentiram roubadosf12 bet.comuma eleição democrática.

Por outro lado, também são criticados pelos oponentesf12 bet.comMorsi, que rejeitam o que consideram ter sido um "apoio americano incondicional" ao presidente deposto enquanto ele estava no poder.

Culpa

Quando o presidente Barack Obama interrompeu suas fériasf12 bet.comMartha's Vineyard, ele condenou veemente a violência e disse que os Estados Unidos se opõem à imposição da lei marcial no Egito. No pronunciamento, ele estampava um semblante sério, sombrio e frustrado, apesarf12 bet.comter por trás um cenáriof12 bet.comresortf12 bet.comverão.

dois egípcios diantef12 bet.comcartazf12 bet.comObama | Foto: AP
Legenda da foto, Administração americana criou divisões no Egito

"Os Estados Unidos não podem determinar o futuro do Egito", disse ele. "Isto é uma tarefa para os egípcios. Nós não estamos do ladof12 bet.comnenhuma legenda partidária ou figura política", acrescentou.

No entanto, alguns argumentam que o mero fatof12 bet.comque os Estados Unidos ainda estejam fornecendo ajuda militar ao Egito significa que a Casa Branca está do lado do Exército.

Enquanto isso, o general comandante do Egito, Abdul Fattah al-Sisi, critica Washington abertamente.

"Vocês deixaram os egípcios. Vocês viraram as costas para eles e isso eles não vão esquecer", disse al-Sisif12 bet.comuma recente entrevista ao jornal Washington Post.

Obama reagiu dizendo disse que era tentador culpar os Estados Unidos ou o Ocidente pelo que está dando errado no Egito.

"Nós estamos sendo culpados por apoiadoresf12 bet.comMorsi. Também somos culpados pelo outro lado, como se estivéssemos o apoiando. Esta abordagem não vai ajudarf12 bet.comnada os egípcios a alcançarem o que desejam para seu futuro", disse o presidente.

Cooperação

Obama cancelou um exercício militar com o Egito e disse que a ajuda militar ao país será revista.

Estados Unidos e Egito mantêm uma forte cooperação há anos e, apesar dos recentes atritos, o país árabe continua sendo um parceiro-chave dos americanos para a segurança na região.

O apoio dos generais é crucial para manter a paz entre o país e Israel, assinada nos acordosf12 bet.comCamp David,f12 bet.com1979. Washington também está preocupado com seu acesso ao Canalf12 bet.comSuez.

Um relatório divulgado recentemente pelo Serviçof12 bet.comPesquisa do Congresso ressaltou preocupações da administração americana quanto aos meiosf12 bet.commanter a cooperação na áreaf12 bet.comsegurança com o Egitof12 bet.comtemposf12 bet.comcontínuas reviravoltas nas relações entre os dois países.

O documento foi elaborado antes da saídaf12 bet.comMorsi, mas as preocupações continuam as mesmas.

O Egito concede aos Estados Unidos acesso rápido ao Canalf12 bet.comSuez, ao passo que outros países têmf12 bet.comesperar semanas para ter direitof12 bet.compassagem. Cercaf12 bet.comdoze naviosf12 bet.comguerra americanos passam todos os meses pelo canal, um atalho chave para chegar ao Iraque e ao Afeganistão.

Sem direitof12 bet.compassagem pelo canal, a marinha americana teriaf12 bet.comdeslocar seus navios para o Cabo da Boa Esperança, no sul da África, o que seria um desperdíciof12 bet.comtempo.

Mas críticos da administração vêm aumentando o tomf12 bet.comrelação à postura americana.

O senador republicano John McCain vem pedido repetidamente à Casa Branca que considere a saídaf12 bet.comMorsi um golpe e corte a ajuda ao país.

"Eu acho que é a horaf12 bet.comos Estados Unidos reconhecerem que o que aconteceu foi a reinstauração da ditadura militar no Cairo", disse Tamara Wittes, da Brookings Institution e ex-autoridade do Departamentof12 bet.comEstado que atuouf12 bet.comquestões envolvendo democracia no Oriente Médio durante a primeira gestãof12 bet.comObama.

Ela ainda considera que o Exército egípcio manterá a cooperação na áreaf12 bet.comsegurança mesmo que os Estados Unidos cortem ajuda porque éf12 bet.cominteresse do país.

Mas, por enquanto, este é um risco que os Estados Unidos não estão dispostos a correr.