Africamania? Ex-sinônimoflamengo dicas betpobreza, região vira xodóflamengo dicas betinvestidores:flamengo dicas bet
Deixouflamengo dicas betser o "continente perdido" para tornar-se uma "terraflamengo dicas betoportunidades", a "última fronteira do capitalismo" ou mesmo "um dos futuros motores do crescimento global" - como definiu o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, neste fimflamengo dicas betsemana.
Com a mesma velocidade, países como Moçambique, Tanzânia, Angola, Nigéria, Quênia, Gana e Zâmbia, além da Etiópia, tornaram-se, para consultores e parte da mídia internacional, os chamados "leões africanos" -flamengo dicas betreferência aos "tigres asiáticos" queflamengo dicas betpoucas décadas abandonaram a pobreza para se tornar potências tecnológicas.
A transformação do discurso sobre o continente foi tão drástica que alguns começaram a colocá-loflamengo dicas betxeque. "Temos uma 'nova África' ou uma 'nova onda' (dos mercados)?", questionou o jornalista e escritor Ioannis Gatsiounis,flamengo dicas betUganda,flamengo dicas betum artigo para o jornal americano The New York Times.
Avanços
Para especialistasflamengo dicas betÁfrica como Elsie Kanza, do World Economic Forum, e José Flávio Sombra Saraiva, da Universidadeflamengo dicas betBrasília (UNB), embora haja alguma dúvida sobre se o crescimento econômico da região é sustentável no longo prazo, não há como negar os imensos avanços dos últimos anos – nem que tais avançosflamengo dicas betfato têm gerado amplas oportunidadesflamengo dicas betnegócios.
Desde 2000, o comércio entre a África e o resto do mundo aumentou 200%. O boom das commodities ajudou a impulsionar a economiaflamengo dicas betmuitos países da região e a adoçãoflamengo dicas betpolíticas macroeconômicas mais equilibradas deu algum alívio financeiro para os governos locais.
Também houve avanços na reduçãoflamengo dicas betconflitos e instabilidade política – apesarflamengo dicas beta região continuar a ser uma das mais instáveis do globo.
"E os índicesflamengo dicas betpobreza começaram a cairflamengo dicas betdiversos países ao mesmo tempoflamengo dicas betque começou-se assistir à expansãoflamengo dicas betuma classe média africana", disse Kanza à BBC Brasil.
Acredita-se que hoje 70% dos africanos ainda vivam com menosflamengo dicas betUS$ 2 por dia. Segundo previsões da consultoria McKinsey, porém, metade da população do continente será considerada consumidoraflamengo dicas betprodutos supérfluos (fazendo parte das categorias "classe média" ou "consumidores emergentes") até 2020.
Com os avanços econômicos e políticos, não demorou para o continente atrair todo tipoflamengo dicas betinvestimentos. Segundo um mapeamento do Center for Global Development, apenas a China já investiu US$ 75 bilhões no continente. E só no último ano, o mercadoflamengo dicas betcaptaçõesflamengo dicas betempresas privadas aumentou 50%flamengo dicas betpaíses como Nigéria e Quênia, por exemplo.
Oportunidades
Para Anthony Thunstrom, chefe do Global Africa Project (GAP), criadoflamengo dicas bet2001 pela consultoria KPMG, três fatores têm tornado o continente africano atrativo aos olhosflamengo dicas betempresas estrangeiras.
Primeiro, a abundânciaflamengo dicas betrecursos naturais como petróleo e minérios – e,flamengo dicas betmenor grau, a imensa disponibilidadeflamengo dicas betterras cultiváveis no continente.
Essas são áreasflamengo dicas betgrande interesse da China, mas que também enchem os olhosflamengo dicas betoutros parceiros africanos, como o Brasil.
Países como Gana, Guiné, Moçambique, Angola, Tanzânia e Nigéria estão entre os particularmente atrativos nesse quesito.
O segundo fator está relacionado às oportunidades criadas pela necessidade dos governos locais resolverem o imenso deficitflamengo dicas betinfraestrutura africano.
"A África tem uma necessidade urgenteflamengo dicas bettodo tipoflamengo dicas betinfraestrutura: estradas, hidrelétricas, sistemasflamengo dicas betsaneamento básico, etc. - o que significa muitos contratos para construtoras estrangeiras", disse Thunstrom. à BBC Brasil.
De fato, já faz alguns anos que construtoras brasileiras tem prospectado negócios nos mais variados países da região –flamengo dicas betLibéria e Líbia até Gana, Moçambique e Angola. E,flamengo dicas betboa parte dos casos, elas enfrentam uma concorrência acirrada das chinesas e construtorasflamengo dicas betoutros países.
Demografia
O terceiro fator que faz a África despertar o apetiteflamengo dicas betinvestidores e empresas estrangeiras é a questão demográfica. A população africana deve dobrar nos próximos 40 anos – subindoflamengo dicas bet1 para 2 bilhões.
Além disso, também está passando por um intenso processoflamengo dicas beturbanização – que implica na inclusão, no mercado consumidor local,flamengo dicas betgrandes contingentes populacionais que antes produziam para o próprio sustento.
"Muitas empresas estrangeiras estão investindo para atender a esses novos consumidores com produtos como celulares", disse Thunstrom.
A produtoraflamengo dicas betbebida Diageo e a rede Walmart estão entre as empresas que recentemente entraram na Etiópiaflamengo dicas betolho nesse mercado. E países como Angola, a Nigéria e o Quênia também têm atraído investimentos desse tipo.
"E esse perfil populacional também significa um suprimentoflamengo dicas betforçaflamengo dicas bettrabalho barata para indústrias que resolvem se instalar nesses países", disse à BBC Brasil Flan Oulaï, especialistaflamengo dicas betAfrica da consultoria PriceWaterhouseCoopers (PwC).
Calcula-se queflamengo dicas bet30 anos a África terá uma população economicamente ativa maior que a China. E os salários africanos também tendem a ser mais baixos.
Populações locais
Uma das grandes incógnitasflamengo dicas betrelação à nova ondaflamengo dicas betinvestimentos na África, porém, é quanto desses aportes estãoflamengo dicas betfato beneficiando as populações locais.
No passado, companhias europeias exploraram os recursos naturais do continente sem grandes preocupações com essa questão.
Para Oulaï, porém, não há dúvidaflamengo dicas betque hoje o perfil dos investimentos é diferente. Primeiro porque as próprias multinacionais e países estrangeiros teriam mudadoflamengo dicas betatitude.
Depois, porque haveria muito mais pressão dos governos locais para que tais empresas contratem mãoflamengo dicas betobra local, promovam algum tipoflamengo dicas bettransferência tecnológica e reinvistam no continente parte dos ganhos obtidosflamengo dicas betseu território, segundo o consultor.
"As lideranças africanas estão mais cientesflamengo dicas betque, para fazer as economias locais deslancharem, precisam desenvolverflamengo dicas betprópria capacidade produtiva", afirmou o consultor.
Oulaï acredita haver fortes indíciosflamengo dicas betque o crescimento africano é sustentável.
Já Kanza e Saraiva são mais céticos e citam algumas vulnerabilidades que podem tornar-se empecilhos para o crescimento do continente no longo prazo.
"É pouco provável que os países do continente consigam manter no longo prazo os níveisflamengo dicas betexpansão que tanto animam investidores sem investirflamengo dicas beteducação e resolver rapidamente alguns nósflamengo dicas betinfraestrutura básica – ou sem promover uma diversificaçãoflamengo dicas betsuas economias, hoje ainda bastante dependentesflamengo dicas betrecursos naturais e agricultura", disse Kanza.
Para Saraiva, apesarflamengo dicas beto perfilflamengo dicas betmuitos investimentosflamengo dicas betfato ser diferente da simples exploraçãoflamengo dicas betrecursos naturais do passado – com mais geraçãoflamengo dicas betemprego para os africanos - ainda é preciso tempo para se ter certeza que (os investimentos) farão a diferença para grandes parcelas da população local,flamengo dicas betvezflamengo dicas betapenas enriquecer uma elite africana.
Muitos dos países que estão despertando o interesse dos investidores ainda estão entre os mais pobres do mundo. E problemas como instabilidade política e burocracias kafkianas não sumiram da noite para o dia simplesmente por que as narrativas sobre o continente mudaram.
"Os riscos e custos relacionados a questões como corrupção, mudanças políticas bruscas e precariedade logística ainda estão lá. Mas as empresas estrangeiras podem elaborar planos realistasflamengo dicas betinvestimentos que coloquem tais custos na conta e mitiguem os riscos", disse Oulaï.