Africamania? Ex-sinônimoaplicativo de apostar dinheiropobreza, região vira xodóaplicativo de apostar dinheiroinvestidores:aplicativo de apostar dinheiro
- Author, Ruth Costas
- Role, Da BBC Brasilaplicativo de apostar dinheiroLondres
aplicativo de apostar dinheiro Há alguns anos, a Etiópia era, para muitos, um sinônimoaplicativo de apostar dinheirocrianças famélicas, conflitos territoriais e sectários, faltaaplicativo de apostar dinheiroinfraestrutura e pobreza extrema.
Hoje, relatóriosaplicativo de apostar dinheiroconsultoriasaplicativo de apostar dinheironegócios pintam um cenário bastante diferente: um mercado consumidor empolgante eaplicativo de apostar dinheiroexpansão, uma economia que cresce a maisaplicativo de apostar dinheiro8% ao ano há uma década e um ambiente para negócios que, apesaraplicativo de apostar dinheirocomplexo, pode garantir taxasaplicativo de apostar dinheiroretorno aos investimentosaplicativo de apostar dinheiro20% a 30%.
E a história do segundo país mais populoso da África (após a Nigéria) não é um caso isolado no continente.
Ao concentrar seis das dez economias que mais cresceram no mundo entre 2001 e 2010, segundo o FMI – e sete das que mais devem crescer até 2015 – a África tornou-se a nova menina dos olhos dos investidores, consultores e agentes do mercado.
Deixouaplicativo de apostar dinheiroser o "continente perdido" para tornar-se uma "terraaplicativo de apostar dinheirooportunidades", a "última fronteira do capitalismo" ou mesmo "um dos futuros motores do crescimento global" - como definiu o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, neste fimaplicativo de apostar dinheirosemana.
Com a mesma velocidade, países como Moçambique, Tanzânia, Angola, Nigéria, Quênia, Gana e Zâmbia, além da Etiópia, tornaram-se, para consultores e parte da mídia internacional, os chamados "leões africanos" -aplicativo de apostar dinheiroreferência aos "tigres asiáticos" queaplicativo de apostar dinheiropoucas décadas abandonaram a pobreza para se tornar potências tecnológicas.
A transformação do discurso sobre o continente foi tão drástica que alguns começaram a colocá-loaplicativo de apostar dinheiroxeque. "Temos uma 'nova África' ou uma 'nova onda' (dos mercados)?", questionou o jornalista e escritor Ioannis Gatsiounis,aplicativo de apostar dinheiroUganda,aplicativo de apostar dinheiroum artigo para o jornal americano The New York Times.
Avanços
Para especialistasaplicativo de apostar dinheiroÁfrica como Elsie Kanza, do World Economic Forum, e José Flávio Sombra Saraiva, da Universidadeaplicativo de apostar dinheiroBrasília (UNB), embora haja alguma dúvida sobre se o crescimento econômico da região é sustentável no longo prazo, não há como negar os imensos avanços dos últimos anos – nem que tais avançosaplicativo de apostar dinheirofato têm gerado amplas oportunidadesaplicativo de apostar dinheironegócios.
Desde 2000, o comércio entre a África e o resto do mundo aumentou 200%. O boom das commodities ajudou a impulsionar a economiaaplicativo de apostar dinheiromuitos países da região e a adoçãoaplicativo de apostar dinheiropolíticas macroeconômicas mais equilibradas deu algum alívio financeiro para os governos locais.
Também houve avanços na reduçãoaplicativo de apostar dinheiroconflitos e instabilidade política – apesaraplicativo de apostar dinheiroa região continuar a ser uma das mais instáveis do globo.
"E os índicesaplicativo de apostar dinheiropobreza começaram a cairaplicativo de apostar dinheirodiversos países ao mesmo tempoaplicativo de apostar dinheiroque começou-se assistir à expansãoaplicativo de apostar dinheirouma classe média africana", disse Kanza à BBC Brasil.
Acredita-se que hoje 70% dos africanos ainda vivam com menosaplicativo de apostar dinheiroUS$ 2 por dia. Segundo previsões da consultoria McKinsey, porém, metade da população do continente será considerada consumidoraaplicativo de apostar dinheiroprodutos supérfluos (fazendo parte das categorias "classe média" ou "consumidores emergentes") até 2020.
Com os avanços econômicos e políticos, não demorou para o continente atrair todo tipoaplicativo de apostar dinheiroinvestimentos. Segundo um mapeamento do Center for Global Development, apenas a China já investiu US$ 75 bilhões no continente. E só no último ano, o mercadoaplicativo de apostar dinheirocaptaçõesaplicativo de apostar dinheiroempresas privadas aumentou 50%aplicativo de apostar dinheiropaíses como Nigéria e Quênia, por exemplo.
Oportunidades
Para Anthony Thunstrom, chefe do Global Africa Project (GAP), criadoaplicativo de apostar dinheiro2001 pela consultoria KPMG, três fatores têm tornado o continente africano atrativo aos olhosaplicativo de apostar dinheiroempresas estrangeiras.
Primeiro, a abundânciaaplicativo de apostar dinheirorecursos naturais como petróleo e minérios – e,aplicativo de apostar dinheiromenor grau, a imensa disponibilidadeaplicativo de apostar dinheiroterras cultiváveis no continente.
Essas são áreasaplicativo de apostar dinheirogrande interesse da China, mas que também enchem os olhosaplicativo de apostar dinheirooutros parceiros africanos, como o Brasil.
Países como Gana, Guiné, Moçambique, Angola, Tanzânia e Nigéria estão entre os particularmente atrativos nesse quesito.
O segundo fator está relacionado às oportunidades criadas pela necessidade dos governos locais resolverem o imenso deficitaplicativo de apostar dinheiroinfraestrutura africano.
"A África tem uma necessidade urgenteaplicativo de apostar dinheirotodo tipoaplicativo de apostar dinheiroinfraestrutura: estradas, hidrelétricas, sistemasaplicativo de apostar dinheirosaneamento básico, etc. - o que significa muitos contratos para construtoras estrangeiras", disse Thunstrom. à BBC Brasil.
De fato, já faz alguns anos que construtoras brasileiras tem prospectado negócios nos mais variados países da região –aplicativo de apostar dinheiroLibéria e Líbia até Gana, Moçambique e Angola. E,aplicativo de apostar dinheiroboa parte dos casos, elas enfrentam uma concorrência acirrada das chinesas e construtorasaplicativo de apostar dinheirooutros países.
Demografia
O terceiro fator que faz a África despertar o apetiteaplicativo de apostar dinheiroinvestidores e empresas estrangeiras é a questão demográfica. A população africana deve dobrar nos próximos 40 anos – subindoaplicativo de apostar dinheiro1 para 2 bilhões.
Além disso, também está passando por um intenso processoaplicativo de apostar dinheirourbanização – que implica na inclusão, no mercado consumidor local,aplicativo de apostar dinheirograndes contingentes populacionais que antes produziam para o próprio sustento.
"Muitas empresas estrangeiras estão investindo para atender a esses novos consumidores com produtos como celulares", disse Thunstrom.
A produtoraaplicativo de apostar dinheirobebida Diageo e a rede Walmart estão entre as empresas que recentemente entraram na Etiópiaaplicativo de apostar dinheiroolho nesse mercado. E países como Angola, a Nigéria e o Quênia também têm atraído investimentos desse tipo.
"E esse perfil populacional também significa um suprimentoaplicativo de apostar dinheiroforçaaplicativo de apostar dinheirotrabalho barata para indústrias que resolvem se instalar nesses países", disse à BBC Brasil Flan Oulaï, especialistaaplicativo de apostar dinheiroAfrica da consultoria PriceWaterhouseCoopers (PwC).
Calcula-se queaplicativo de apostar dinheiro30 anos a África terá uma população economicamente ativa maior que a China. E os salários africanos também tendem a ser mais baixos.
Populações locais
Uma das grandes incógnitasaplicativo de apostar dinheirorelação à nova ondaaplicativo de apostar dinheiroinvestimentos na África, porém, é quanto desses aportes estãoaplicativo de apostar dinheirofato beneficiando as populações locais.
No passado, companhias europeias exploraram os recursos naturais do continente sem grandes preocupações com essa questão.
Para Oulaï, porém, não há dúvidaaplicativo de apostar dinheiroque hoje o perfil dos investimentos é diferente. Primeiro porque as próprias multinacionais e países estrangeiros teriam mudadoaplicativo de apostar dinheiroatitude.
Depois, porque haveria muito mais pressão dos governos locais para que tais empresas contratem mãoaplicativo de apostar dinheiroobra local, promovam algum tipoaplicativo de apostar dinheirotransferência tecnológica e reinvistam no continente parte dos ganhos obtidosaplicativo de apostar dinheiroseu território, segundo o consultor.
"As lideranças africanas estão mais cientesaplicativo de apostar dinheiroque, para fazer as economias locais deslancharem, precisam desenvolveraplicativo de apostar dinheiroprópria capacidade produtiva", afirmou o consultor.
Oulaï acredita haver fortes indíciosaplicativo de apostar dinheiroque o crescimento africano é sustentável.
Já Kanza e Saraiva são mais céticos e citam algumas vulnerabilidades que podem tornar-se empecilhos para o crescimento do continente no longo prazo.
"É pouco provável que os países do continente consigam manter no longo prazo os níveisaplicativo de apostar dinheiroexpansão que tanto animam investidores sem investiraplicativo de apostar dinheiroeducação e resolver rapidamente alguns nósaplicativo de apostar dinheiroinfraestrutura básica – ou sem promover uma diversificaçãoaplicativo de apostar dinheirosuas economias, hoje ainda bastante dependentesaplicativo de apostar dinheirorecursos naturais e agricultura", disse Kanza.
Para Saraiva, apesaraplicativo de apostar dinheiroo perfilaplicativo de apostar dinheiromuitos investimentosaplicativo de apostar dinheirofato ser diferente da simples exploraçãoaplicativo de apostar dinheirorecursos naturais do passado – com mais geraçãoaplicativo de apostar dinheiroemprego para os africanos - ainda é preciso tempo para se ter certeza que (os investimentos) farão a diferença para grandes parcelas da população local,aplicativo de apostar dinheirovezaplicativo de apostar dinheiroapenas enriquecer uma elite africana.
Muitos dos países que estão despertando o interesse dos investidores ainda estão entre os mais pobres do mundo. E problemas como instabilidade política e burocracias kafkianas não sumiram da noite para o dia simplesmente por que as narrativas sobre o continente mudaram.
"Os riscos e custos relacionados a questões como corrupção, mudanças políticas bruscas e precariedade logística ainda estão lá. Mas as empresas estrangeiras podem elaborar planos realistasaplicativo de apostar dinheiroinvestimentos que coloquem tais custos na conta e mitiguem os riscos", disse Oulaï.