Brasileiros relatam conflitos e 'apagão midiático'rollover casa de apostasIstambul:rollover casa de apostas

Protesto na praça Taksim (Foto Getty Image)
Legenda da foto, Protesto na praça Taksim: maior ondarollover casa de apostasprotestos enfrentada pelo presidente Erdogan
  • Author, Ruth Costas
  • Role, da BBC Brasil

rollover casa de apostas Ao chegarrollover casa de apostasIstambulrollover casa de apostasônibus na sexta-feira, o fotógrafo armênio-brasileiro Stepan Norair deparou-se com um cenário desolador. "Havia muitos destroços nas ruas e pessoas intoxicadas por gás lacrimogêneo: alguns vomitavam, outros tinham dificuldade para enxergar ou usavam máscarasrollover casa de apostasgás lacrimogêneo artesanais para tentar se proteger. Eu mesmo tive sangramentos na boca e no nariz e meus olhos ficaram vermelhos", contou à BBC Brasil.

Stepan vinha do interior do país, onde está trabalhandorollover casa de apostasuma sérierollover casa de apostasdocumentários sobre a história da comunidade armênia na Turquia. O ponto finalrollover casa de apostasseu ônibus era justamente na Praça Taksim, epicentro das manifestações contra o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, que nos últimos quatro dias se espalharam para diversas cidades turcas.

Na sexta-feira, policiais reprimiram duramente um protesto contra um projetorollover casa de apostasurbanização do Parque Gezi, nas proximidades da Praça Taksim - e o confronto foi o estopim para a ondarollover casa de apostasmanifestações contra o governo.

Segundo informações oficiais, 1,8 mil pessoas teriam sido presas desde então. A organização Anistia Internacional divulgou que os protestos teriam deixado dois mortos e centenasrollover casa de apostasferidos, mas seus relatos não foram confirmados.

"Quando saírollover casa de apostascasa no sábado havia vidros quebrados, sinaisrollover casa de apostasdestruição e sujeira por todos os lados", conta o estudante brasileiro Jairo do Amaral, que há dois anos estuda arquitetura na Universidaderollover casa de apostasBahçeşehir.

Jairo tem vários colegas que estão participando dos protestos e diz que um deles teria tido o rosto desfigurado por golpes da policia.

Ele passou o fim da tarderollover casa de apostassábadorollover casa de apostasTaksim e conta que, na ocasião, o clima entre os manifestantes que haviam ocupado o local erarollover casa de apostas"festa". "A polícia não agiu contra os que estavam na praça nesse dia, mas ficamos sabendo que à noite invadiu minha universidade porque ela estava ajudando a abrigar e tratar manifestantes feridos", conta o brasileiro.

Jairo do Amaral (Foto Arquivo Pessoal)
Legenda da foto, O brasileiro Jairo do Amaral (de vermelho) com amigos na praça Taksim

"Moro a 1,5 quilômetro do campus e ao chegarrollover casa de apostascasa tiverollover casa de apostasfechar a janela: respirava-se gás lacrimogêneorollover casa de apostastodo o bairrorollover casa de apostasBeşiktaş e havia muitos policiais nas proximidades."

Cobertura

O que mais parece ter impressionado Jairo, porém, é algo que também chamou a atençãorollover casa de apostasoutros brasileiros na Turquia.

"Há uma espécierollover casa de apostasapagão midiático no país", denuncia uma operadorarollover casa de apostasturismo brasileira, que vive na Turquia há dez anos e não quis se identificar por medorollover casa de apostasrepresálias.

"Com exceção da Halk TV (vinculada à oposição), todas as outras emissoras estão dedicando muito pouco tempo e espaço para a cobertura dos protestos e quem quer se informar sobre eles precisa buscar emissoras internacionais ou mídias sociais."

A brasileira conta que trabalha pertorollover casa de apostasTaksim - o que lhe permite acompanhar o que acontece na região.

"No momentorollover casa de apostasque os conflitos na praça estavam mais intensos, até a CNN turca preferiu levar ao ar um documentário sobre pinguins", completa a brasileira, repetindo uma informação que vem sendo divulgada por mídias sociais, mas não foi confirmada pela emissora americana.

"Os jornais e TVs noticiam que há centenasrollover casa de apostaspessoas se manifestando, quando na verdade há centenasrollover casa de apostasmilhares", acrescenta Stepan.

Os manifestantes acusam Erdogan, do Partido Justiça e Desenvolvimento (Adalet ve Kalkınma Partisi, ou AKP)rollover casa de apostasser muito autoritário e adotar, pouco a pouco, medidas para acumular poder e "islamizar" a Turquia, minando a separação entre religião e Estado que é um dos legados do líder nacionalista Mustafá Kemal Ataturk.

Erdogan nega as acusações e diz que as manifestações estão sendo instigadas pelo opositor Partido Republicano do Povo (Cumhuriyet Halk Partisi, ou CHP) para desestabilizar seu governo. "O principal partidorollover casa de apostasoposição, CHP, está instigando cidadãos inocentes (a protestarem). Mas quem está chamando esses eventosrollover casa de apostasPrimavera Turca (em alusão à Primavera Árabe) não conhecem a Turquia", disse o premiê nesta segunda-feira.

Segundo os brasileiros ouvidos pela BBC Brasil, as manifestações antigoverno são generalizadas. "Há panelaços e buzinaços por toda a cidade e, durante os protestos, quem estárollover casa de apostascasa acende e apaga as luzes para sinalizar apoio", diz Jairo.

"Parece que uma parte importante da população realmente chegou ao seu limite e quer dar um basta a medidas e práticas que consideram perigosas desse governo."