Mais cara da Copa, arenacasas de cassinoBrasília acumula críticas e irregularidades:casas de cassino

Estádio Mané Garrincha / Reuters
Legenda da foto, Custo total do estádio Mané Garrincha supera, até agora, o do Maracanã

O montante, diz o tribunal, deverá alcançar R$ 1,6 bilhão quando forem executadas as obrascasas de cassinoacabamento e sinalização do estádio, além da reformacasas de cassinoseu entorno.

Irregularidades

Inicialmente, o Mané Garrincha estava orçadocasas de cassinoR$ 696 milhões. Segundo o TCDF, houve 19 aditivos na construção. O tribunal diz ter identificado sobrepreçocasas de cassinocompras e pagamentos por serviços não executados, entre outras irregularidades.

Já o governo do Distrito Federal afirma que a elevação do valor inicial se deveu a exigências da Fifa e à execuçãocasas de cassinoserviços não previstos no projeto original, como a cobertura das cadeiras.

O preço do Mané Garrincha supera os gastos com a reforma do Maracanã, no Rio, que até agora consumiram R$ 1,1 bilhão. Com 76 mil lugares, o estádio carioca é o maior do Brasil. O Mané, com 70 mil assentos, é o segundo.

Contudo, enquanto o Maracanã abrigará a final do Mundial e, após o torneio, poderá ser usado pelos grandes times do Rio, a arena brasiliense sediará jogos menos importantes da Copa e fica numa cidade sem tradição futebolística.

Emcasas de cassinoinauguração, o Mané Garrincha abrigará a final do campeonato local, o Candangão, entre Brasiliense e Brasília. A médiacasas de cassinopúblico do torneio beira 1 mil pessoas por jogo, e o Distrito Federal não tem nenhum time na primeira divisão do campeonato brasileiro. Seu clube mais bem posicionado nacionalmente, o Brasiliense, disputará neste ano a terceira divisão do torneio.

O governo do DF espera atrair jogoscasas de cassinoclubes maiores para o estádio. Em 26casas de cassinomaio, Santos e Flamengo disputarão no Mané Garrincha a partida inicial do Campeonato Brasileiro, num evento que servirácasas de cassinoteste para a Copa das Confederações.

Arena 'multiuso'

Agnelo Queiroz / Agência Brasil
Legenda da foto, Governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz diz que estádio não terá apenas jogoscasas de cassinofutebol

Ainda assim, segundo o governador Agnelo Queiroz (PT-DF), a arena não dependerá do futebol. "Não é um estádiocasas de cassinofutebol. Vai ter até futebol, mas será uma arena multiuso, um importante centro esportivo, cultural e comercial", disse elecasas de cassinoentrevista coletiva recente, quando o Mané Garrincha foi apresentado a jornalistascasas de cassinoveículos estrangeiros.

Agnelo afirma que o estádio receberá shows frequentes e abrigará lojas, restaurantes, bares, cinemas e teatro. "Vamos atrair grandes eventos do país e internacionais".

Questionado sobre o custocasas de cassinomanutenção do Mané Garrincha, o governador não citou valores, mas disse que o estádio é dotadocasas de cassinosistemas que pouparão o consumocasas de cassinoágua e energia.

Mesmo que a arena venha a gerar receitas que cubramcasas de cassinomanutenção, há dúvidas quanto à capacidade da Terracapcasas de cassinorecuperar os gastos com a obra.

A agência pública arcou sozinha com os custos da arena, já que o Banco Nacionalcasas de cassinoDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financia todos os outros estádios da Copa, não concordou com o projeto. Para executar a construção, a Terracap contratou as empreiteiras Via Engenharia e Andrade Gutierrez.

Na apresentação do estádio a jornalistas, o presidente da Terracap, Antônio Lins, disse que a companhia tem um "fluxocasas de cassinocaixa invejável" e que a obra não abalou suas contas. Pouco antes, o governador Agnelo Queiroz afirmou que a Terracap pode recuperar o investimento "vendendo um único terreno, na 901".

Acontece que o local mencionado – a quadra 901 do Setorcasas de cassinoGrandes Áreas Norte (SGAN),casas de cassinoponto bastante valorizado da região centralcasas de cassinoBrasília – é hoje uma extensa área verde que, segundo moradores e o Ministério Público, deve permanecer sem construções.

Em 2011, Agnelo anunciou os planoscasas de cassinoleiloar o terreno para a construçãocasas de cassinoum complexocasas de cassinohotéis, numa extensão do Setor Hoteleiro Norte. No ano seguinte, porém, a pedido do Ministério Público, o Tribunalcasas de cassinoJustiça do Distrito Federal determinou que o governo suspendesse o projeto.

Segundo o juiz Carlos Rodrigues, a construção só poderá sair do papel se autorizada por lei distrital e respaldada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), a quem caberá avaliar se ela respeita a concepção urbanísticacasas de cassinoBrasília. A consulta ao Iphan é necessária porque Brasília é tombada como Patrimônio Histórico Nacional.

Riscos ao plano-piloto

Mas o Iphan e a Unesco, agência da ONU quecasas de cassino1987 conferiu à capital o statuscasas de cassinoPatrimônio Cultural da Humanidade, condenaram a construção. Técnicos da Unesco que visitaram a cidadecasas de cassino2012 afirmaramcasas de cassinorelatório que a expansão do setor hoteleiro resultaria "em uma mudança sériacasas de cassinorelação à planta original desenhada por Lúcio Costa".

Sem poder levar o projeto adiante, a Terracap tem contado com leilõescasas de cassinooutros terrenos para fazer caixa. Desde 2012, a empresa pôs à venda maiscasas de cassino200 lotes, emcasas de cassinomaioriacasas de cassinocidades-satélites, arrecadando ao menos R$ 90 milhões.

Para Marisa Isar Machado, promotora do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), o governo distrital está "dilapidando seu patrimônio para bancar o estádio".

O MPDFT e o Tribunalcasas de cassinoContas apontaram irregularidadescasas de cassinoparte das últimas licitaçõescasas de cassinoterrenos públicos e conseguiram, no mês passado, suspender um leilão que previa arrecadar maiscasas de cassinoR$ 100 milhões com a construçãocasas de cassinoum shopping no Lago Sul, área nobrecasas de cassinoBrasília.

As disputas, que devem continuar pelos próximos meses, refletem ainda a demandacasas de cassinoconstrutoras por novas áreas na capital federal.

Em entrevista recente ao jornal Correio Braziliense, o empresário e ex-senador Paulo Octávio, um dos principais nomes do mercado imobiliário local, referiu-se assim ao mais valioso bemcasas de cassinoBrasília: "No Riocasas de cassinoJaneiro, eles têm o petróleo. Nós temos a terra".