Para além do Maracanã, grupocontinental betEike Batista enfrenta polêmicas e crise:continental bet
continental bet A vitória do consórcio Maracanã S.A. no processocontinental betlicitação para a gestão do Complexo do Maracanã pelos próximos 35 anos, anunciada nesta quinta-feira, colocoucontinental betevidência a atuação das companhias do grupo EBX, do empresário Eike Batista, que nos últimos meses vêm enfrentando uma forte quedacontinental betseu valorcontinental betmercado e polêmicascontinental betrelação a algunscontinental betseus principais empreendimentos.
A participação da empresa IMX – do conglomeradocontinental betBatista – no consórcio vencedor foi alvocontinental betcríticascontinental betativistas e do Ministério Público do Estado do Riocontinental betJaneiro, que, antes da licitação, ingressou com uma ação na Justiça questionando o fatocontinental betempresa ter sido responsável pelo estudocontinental betviabilidade do estádio.
No entender dos promotores, isso poderia dar uma vantagem "indevida" ao grupo.
Sob este argumento, o MP chegou a obter uma liminar na Justiça suspendendo a licitação. A liminar, no entanto, foi cassada horas antes do início da disputa, o que possibilitou a abertura dos envelopescontinental betpropostas no último dia 11continental betabril.
Em nota enviada à BBC Brasil, a empresa afirmou que agiucontinental bet"observânciacontinental bettoda a legislação aplicável".
Especializadacontinental betnegócios nos setorescontinental betesporte e entretenimento, a IMX é uma das 13 companhias do conglomeradocontinental betBatista, donocontinental betum império reunindo empresas que vão desde petróleo e gás a restaurantes e hotéis, passando por mineração, logística e construção naval.
A BBC Brasil elencou os principais pontos das polêmicas envolvendo Batista e suas empresas. Confira abaixo.
Queda das ações
Apesar da pujança, os negócioscontinental betBatista vêm passando por um momento delicado. De acordo com a revista Forbes, o patrimônio do empresário, que era estimadocontinental betUS$ 30 bilhões (R$ 60 bilhões) no ano passado, caiu para US$ 10,6 bilhões (R$ 21,2 bilhões) neste ano.
Um levantamento elaborado por Einar Rivero, com dados da consultoria Economática, aponta quedas expressivas nos valores das ações das empresascontinental betBatista nos últimos tempos.
Entre 2010 - quando foram lançadas no mercado por meiocontinental betum IPO (oferta inicialcontinental betações) - e a última terça-feira (7continental betmaio), as ações da empresacontinental betconstrução naval OSX, por exemplo, se desvalorizaramcontinental bet90,9%.
Já as ações da petroleira OGX, carro-chefe do chamado "grupo X", caíram 82,8% entre 2008 e 7continental betmaiocontinental bet2013.
"É uma crise generalizadacontinental betconfiança", afirma Sérgio Lazzarini, professorcontinental betOrganização e Estratégia do Insper,continental betSão Paulo.
"Houve um excessocontinental betexpectativa positiva desde quando essas empresas foram lançadascontinental betbolsa", acrescenta. "Aí, o mercado começou a receber notícia ruim atráscontinental betnotícia ruim, o que acabou questionando a habilidadecontinental betgerar valor do grupo como um todo."
Em mais uma tentativacontinental betsolucionar a crise, a OGX – que tevecontinental bet2012 um prejuízo líquidocontinental betR$ 1,2 bilhão – anunciou na última terça-feira a vendacontinental bet40% do campocontinental betTubarão Martelo, na Baciacontinental betCampos, à petroleira malaia Petronas,continental betuma transaçãocontinental betUS$ 850 milhões, condicionada ao volumecontinental betprodução. Ainda segundo a empresa, a Petronas teria demonstrado interessecontinental betcomprar 5% da OGX no futuro.
A notícia foi bem recebida pelo mercadocontinental betum primeiro momento, com uma forte valorização das ações da OGX na Bovespa na manhã da quarta-feira. No final do dia, no entanto, os papeis despencaram novamente.
Ajuda estatal
Enquanto a crise no grupo daquele que já foi considerado o homem mais rico do Brasil não chega ao fim, começaram a surgir rumores na imprensacontinental betque o governo federal estaria se preparando para ajudar as empresascontinental betBatista.
Relatos davam contacontinental betque o Planalto temeria que uma eventual quebra das companhias poderia afetar a credibilidade do Brasil e comprometer investimentos. Bancos que teriam feito empréstimos ao grupo também estariam preocupados.
Os boatos sobre a ajuda estatal alimentaram críticas a respeito das supostas ligaçõescontinental betBatista com o governo. "Eu acho que o grupo Eike Batista é uma criação do governo do PT. Porque as concessões que foram feitas a ele criaram um valor fictício para esses recursos", disse à BBC Brasil o economista Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES (2003-2004) e professor emérito da UFRJ.
Entre os bancos que financiaram o grupocontinental betEike está o próprio BNDES. De acordo com a assessoriacontinental betimprensa do bancocontinental betfomento, o grupo EBX contratou R$ 10 bilhõescontinental betfinanciamentos junto ao BNDES entre 2005 e 2012. Segundo o banco, os valores desembolsados ou já quitados não podem ser divulgados devido à legislaçãocontinental betsigilo bancário.
O grupo, no entanto, nega que suas dívidas com o BNDES o deixemcontinental betsituação delicada. Segundo a EBX, a exposiçãocontinental betcrédito direta do banco com o grupo écontinental betR$ 109 milhões. A EBX diz ainda quecontinental betsituação é "extremamente confortável" e nega qualquer favorecimento, dizendo que os recursos do BNDES são tomados e "pontualmente pagos nas mesmas condições oferecidas a todo o mercado, passando por criteriosa análise do bancocontinental betfomento".
Autorcontinental betdiversos estudos sobre as relações entre o Estado e o capital privado, Sérgio Lazzarini diz ver com "restrições" a eventual ajuda estatal ao grupocontinental betBatista.
"Eu achocontinental betgeral muito problemático o Estado entrarcontinental betassociação com conglomerados com várias unidades", diz o professor do Insper, que afirma que,continental betgrupos desse tipo, há sempre a tentaçãocontinental betse usar nas empresascontinental betcrise recursoscontinental betoutras unidades, o que pode gerar um "risco sistêmico".
Lazzarini também rebate o argumentocontinental betque uma eventual quebra do grupo possa gerar desconfiança internacional quanto ao ambientecontinental betnegócios do Brasil, o que justificaria a ajuda governamental. "Pelo contrário, eu acho que mais açõescontinental betresgate no Brasil vão sinalizar que aqui nós temos um ambiente pouco transparente para os negócios", diz.
O economista Carlos Lessa concorda. "Por esse argumento, você teria fórmulas para impedir que qualquer grande grupo passasse por qualquer problema, dando uma espéciecontinental betimpunidade aos grandes grupos".
Petrobras
Os rumores sobre a suposta ajuda estatal às empresascontinental betEike Batista não se restringem ao BNDES. Em março, começaram a surgir informaçõescontinental betque a Petrobras poderia passar a utilizar as instalações do Superporto do Açu, complexo portuário do grupo EBX localizadocontinental betSão João da Barra (RJ) e que deve ser inaugurado ainda neste ano. A medida foi interpretada por alguns analistas como uma espéciecontinental betauxílio velado ao grupo às custas da estatal.
Em declarações à imprensa, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, confirmou que negociações estão sendo conduzidas, mas negou que se tratecontinental betuma ajuda ao grupocontinental betEike Batista. "É um negócio, não se trata, definitivamente,continental betajuda", disse Graça, segundo a Agência Brasil.
Lessa afirma que a construção do Porto do Açu é "importante para o Brasil e não deve ser adiada", mas diz não ver razão para que o grupo seja "beneficiado por esse socorro".
"Eu acho que se a ajuda vier, o que o governo brasileiro deveria fazer é passar o ativo do Porto do Açu para a Vale e para a Petrobras", diz o ex-presidente do BNDES. "O que o governo deveria fazer é simplesmente expropriar o porto pela dívida".
Já Lazzarini afirma que, se houver interesse comercial da Petrobras no Porto do Açu, cabe à empresa demonstrar que a parceria poderia ser vantajosa.
Por meiocontinental betsua assessoria, a EBX afirmou que ela e a Petrobras são "dois grupos brasileiros com grande potencialcontinental betparceria", mas que "não há no momento, nenhum negócio firmado a ser comunicado".
Procurada pela BBC Brasil, a Petrobras, porcontinental betvez, afirmou que "não tem participação na construção do Portocontinental betAçu, mas estácontinental betbuscacontinental betcontratos para usar infraestruturas como a que o Grupo X está construindo".
A petroleira afirmou ainda estar "fazendo uma avaliação no mercado para ver quem cobra a menor tarifa com maior confiabilidade para contratar prestaçãocontinental betserviços".
Ambiente e estrutura
Alémcontinental betdúvidas quanto à participação da Petrobras no Porto do Açu, o projeto enfrenta ainda outras polêmicas. Em fevereiro, a empresa OSX foi multadacontinental betR$ 1,3 milhão pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente do Riocontinental betJaneiro) por danos ambientais causados pelo processocontinental betdragagem para a construção do complexo.
Segundo o Inea, as obras teriam provocado o aumento da salinidade das águascontinental betum canal usado como fonte abastecimento por agricultores da região. A empresa está recorrendo da multa, afirmando que o aumento da salinidade foi um evento "pontual, transitório e reversível" e que já foram identificadas "evidências técnicascontinental betretorno à normalidade".
Mas o projeto do "superporto" sofreu ainda outro golpe. No iníciocontinental betabril, as ações da LLX, braço logístico do grupo, tiveram uma queda acentuada depoiscontinental beta revista Veja ter afirmado que as obras do porto teriam sido feitas sem estudoscontinental betsolo e agora correriam riscocontinental betruir.
A empresa, no entanto, negou as acusações, afirmando serem "inverídicas e infundadas" e dizendo não haver nenhum problema estrutural nas obras.
Marina da Glória
Para além das bolsascontinental betvalores e do Porto do Açu, o grupo EBX também enfrenta polêmicas na cidade escolhida por Eike Batista para ser sedecontinental betseu império: o Riocontinental betJaneiro. Talvez a maior delas envolva o projetocontinental betreforma e modernização da Marina da Glória.
Localizada no Aterro do Flamengo, que foi tombado pelo Iphancontinental bet1965, a Marina da Glória é administradacontinental betregimecontinental betconcessão pela empresa REX, do grupo EBX.
Após dois anoscontinental bettentativas, a companhia apresentou no ano passado um anteprojetocontinental betreforma da marina, que foi aprovado pela Comissãocontinental betAnálisecontinental betRecursos do Iphancontinental betfevereiro. Atualmente, o órgão analisa o projeto executivo da obra.
O projetocontinental betmodernização da marina prevê um centrocontinental betconvenções e exposições com capacidade para 900 pessoas, a ampliação no númerocontinental betlojas e vagascontinental betestacionamento, além da aberturacontinental betáreas ao ar livre para uso do público.
A proposta, no entanto, vem sendo alvocontinental betcríticas. Uma petição publicada na internet vem coletando assinaturas contra o projeto. Até o início da tardecontinental betquarta-feira, maiscontinental bet11,7 mil pessoas já haviam se manifestado contra a reforma da Marina.
"(O projeto) é muito pouco transparente. Nós não tivemos as audiências públicas", diz o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), um dos responsáveis pelo abaixo-assinado. "O projeto prevê a construçãocontinental betum shopping e a construçãocontinental betum estacionamento para 700 carros, o que altera muito todo o fluxocontinental betveículos, todo o fluxocontinental betpessoas."
"É preciso que você tenha estudocontinental betimpacto, que tenha um debate com o conjunto da sociedade, porque ali envolve interesse público, e isso até agora não aconteceu", acrescenta Freixo.
Para o deputado, o projeto da Marina da Glória não pode ser pensadocontinental betmodo separado do resto do Aterro do Flamengo. "Aquilo é um parque público, foi feito e precisa ser entendido como um todo."
Procurada pela reportagem, a assessoriacontinental betimprensa da REX afirmou que a aprovação do anteprojeto é o "primeiro passocontinental betum trâmite no qual outros órgãos competentes e a comunidade serão envolvidos". A empresa diz que já vem mantendo reuniões com entidades profissionais e civis e que serão realizadas apresentações públicas.
Dizendo que a marina será um equipamento que "poderá ser efetivamente utilizado por todos", a empresa confirma a ampliação do númerocontinental betlojas, mas nega planos para a implementaçãocontinental betum shopping.
Aindacontinental betacordo com a REX, os impactos no trânsito não afetarão o tráfego da região.