Após adiamentos, julgamento do Carandiru tem iníciobonus no cadastro cassinoSão Paulo:bonus no cadastro cassino

Juiz José Augusto Nardy Marzagão | Foto: Agência Brasil
Legenda da foto, O juiz José Augusto Nardy Marzagão preside o primeirobonus no cadastro cassinoquatro julgamentos

bonus no cadastro cassino Após ser adiado duas vezes, o primeiro dos quatro julgamentosbonus no cadastro cassinopoliciais acusados pelo massacre do Carandiru, que deixou 111 mortosbonus no cadastro cassino1992, começou nesta segunda-feirabonus no cadastro cassinoSão Paulo, com a escolhabonus no cadastro cassinoum novo júri e o início dos depoimentos da acusação. Espera-se que esta primeira etapa leve ao menos dez dias, período após o qual os réus poderão apresentar recurso contra a sentença proferidabonus no cadastro cassinoliberdade.

Neste primeiro julgamento, o Tribunalbonus no cadastro cassinoJustiça (TJ) analisa os casosbonus no cadastro cassino26 dos 84 PMs acusadosbonus no cadastro cassinohomicício, mas apenas 24 estão presentes no Fórum da Barra Funda, na zona oeste da capital paulista. Do grupo inicialbonus no cadastro cassino28 policiais, dois já morreram.

O julgamento havia sido marcado para janeiro, mas foi adiado por um recurso da Promotoria. No último dia 8, foi mais uma vez suspenso, após uma das juradas passar mal e não poder retornar ao plenário mesmo depoisbonus no cadastro cassinoum intervalo.

Os procedimentos foram divididosbonus no cadastro cassinoquatro partes,bonus no cadastro cassinoacordo com os andares do presídio. Os agentes julgados neste primeiro momento respondem pela mortebonus no cadastro cassino15 detentos no primeiro andar. Haverá outros três júris, ainda não marcados.

O júri sorteado para decidir sobre a condenação ou absolvição dos policiais é composto por seis homens e uma mulher. Na semana passada, o júri sorteado incluía cinco mulheres e dois homens.

Metralhadoras

Primeiro a depor, o ex-detento Antonio Carlos Dias, relatou ter ouvido sonsbonus no cadastro cassinometralhadoras e disse acreditar que o númerobonus no cadastro cassinomortos seja maior do que os 111 oficiais.

"Só os corpos que vi saindo do 2º andar eram maisbonus no cadastro cassinocem pessoas. Acredito que tinha o dobro (de mortos). Esses 111 eram as pessoas que tinham família, que recebiam visitas. Os presos não tinham armas, nem mesmo facas", diz a testemunha.

"A gente só ouvia barulhobonus no cadastro cassinometralhadoras", afirmou Antonio Carlos,bonus no cadastro cassinoresposta à pergunta do juiz sobre o portebonus no cadastro cassinorevólveres pelos policiais durante a invasão à Casabonus no cadastro cassinoDetenção.

O ex-detento foi a primeira testemunha da acusação a depor após a leitura das peças do inquérito. Deve haver ainda os depoimentos da defesa, dos réus, e a fasebonus no cadastro cassinodebates entre defesa e promotoria - podendo haver réplica e tréplica. Ao fim dos debates, o conselhobonus no cadastro cassinosentença se reúne para decidir se condena ou absolve os policiais, ebonus no cadastro cassinoseguida o juiz profere a sentença.

Nos quase 21 anos que se passaram desde o massacre, somente um réu foi julgado, o coronel Ubiratan Guimarães, então comandante do Policiamento Metropolitano e responsável pela invasão. Cinco anos após ser condenado a 632 anosbonus no cadastro cassinoprisão pelo assassinato dos 111 detentos, a defesa recorreu da sentença e ele, já eleito deputado estadual, foi absolvido, mas acabou sendo morto com um tirobonus no cadastro cassino2006, dentrobonus no cadastro cassinoseu apartamento.

Demora

Extinta Casabonus no cadastro cassinoDetençãobonus no cadastro cassinoSão Paulo
Legenda da foto, Julgamento começa com maisbonus no cadastro cassino20 anosbonus no cadastro cassinoatraso após recursos e conflitobonus no cadastro cassinocompetências

Entre os 26 policiais que estão sendo julgados a partir desta segunda-feira, cercabonus no cadastro cassinoum terço permanece trabalhando na polícia. A maioria já está aposentada.

Outros 57 policiais acusados devem ser julgadosbonus no cadastro cassinooutros três blocos ao longobonus no cadastro cassino2013.

O julgamento foi divididobonus no cadastro cassinoquatro com a finalidadebonus no cadastro cassinonão confundir os jurados, segundo o Tribunalbonus no cadastro cassinoJustiçabonus no cadastro cassinoSão Paulo. Além disso, o Códigobonus no cadastro cassinoProcesso Penal brasileiro não prevê o julgamentobonus no cadastro cassinotantos acusados simultaneamente.

O processo demorou tanto para ir à julgamento devido a um conflitobonus no cadastro cassinocompetências - as Justiças Comum e Militar não se entendiam sobre quem deveria julgar os acusados.

Além disso, advogadosbonus no cadastro cassinopoliciais entraram na Justiça com uma sériebonus no cadastro cassinorecursos que atrasaram ainda mais o processo.

O magistrado da Justiça Comum escolhido para atuar no caso, José Augusto Nardy Marzagão, só começou a analisá-lobonus no cadastro cassinojulhobonus no cadastro cassino2012.

O massacre do Carandiru ocorreu no dia 2bonus no cadastro cassinooutubro,bonus no cadastro cassino1992, quando detentos do pavilhão nove da Casabonus no cadastro cassinoDetenção fizeram uma rebelião.

A Tropabonus no cadastro cassinoChoque da polícia invadiu o edifício com armas letais. O resultado foram os assassinatosbonus no cadastro cassino111 presos.

Ao todo cinco acusados já morreram, inclusive o comandante da ação, o coronel Ubiratan Guimarães, que já havia sido julgado e inocentado.

Todos os acusados estão respondendo ao processobonus no cadastro cassinoliberdade.

O massacre na Casabonus no cadastro cassinoDetenção é apontado por analistas como uma dos fatores determinantes para a fundação da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

O grupo criminoso se organizou inicialmente como o objetivobonus no cadastro cassinolutar pelos direitos dos detentos e contra os abusos dos agentes do Estado.

Contudo, a facção também passou a realizar uma sériebonus no cadastro cassinooperações criminosas, tais como assassinatos, roubos, aluguelbonus no cadastro cassinoarmas e tráficobonus no cadastro cassinodrogas.

Argumentos

Segundo membros do Ministério Público e analistas, o resultado do julgamento será também um peso simbólico – na medidabonus no cadastro cassinoque poderá ser interpretado como um indicadorbonus no cadastro cassinoque tipobonus no cadastro cassinopolícia a sociedade paulistana quer ter.

A Promotoria disse ter muitas provas que mostrariam a culpa dos policiais militares. Porém, os promotores se dizem preocupados com a suposta tendência no paísbonus no cadastro cassinojurados absolverem policiais que matam criminosos - independente das circunstâncias dos homicídios.

"Uma parcela da sociedade ainda entende que bandido bom é bandido morto. Um conjunto probatório vasto e cristalino como a gente tem nada vai adiantar se o jurado julgar com base nessa ideia", afirmou o promotor Márcio Friggibonus no cadastro cassinoentrevista á imprensa na última sexta-feira.

Já a advogadabonus no cadastro cassinodefesa, Ieda Ribeirobonus no cadastro cassinoSouza, disse que os integrantes do júri podem ser influenciados pela repercussão negativa que o massacre teve no exterior.

"Não quero dar uma conotação política para esse julgamento. Quero um julgamento jurídico", disse ela.

A advogada afirmou que a principal estratégiabonus no cadastro cassinodefesa será argumentar que - como não foram feitos examesbonus no cadastro cassinobalística conclusivos nas armas dos policiais - não seria possível provar quem matou quem.

Sem a individualização das condutas a lei brasileira não permitiria uma espéciebonus no cadastro cassinocondenação genérica. Para dificultar o debate soma-se o fatobonus no cadastro cassinonão haver nenhuma testemunha ocular dos crimes.

O Ministério Público, porém, afirma ter provas suficientes para individualizar as condutas.

"Se 286 policiais entraram no Carandiru naquele dia, por que nem todos estão sendo julgados?", disse Souza à BBC Brasil.