Chavismo vence eleição apertada e tensa na Venezuela:slot home
slot home Por uma margem mais apertada do que qualquer pesquisaslot homeopinião, e a maioria dos analistas independentes, poderia prever, o candidato chavista à Presidência da Venezuela, Nicolás Maduro, venceu as primeiras eleições do país na era pós-Chávez,slot homeacordo com anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na madrugada desta segunda-feira - fim da noiteslot homedomingoslot homeCaracas.
Com 99% dos votos apurados, Maduro obteve 50,6% dos votos válidos, contra 49%slot homeseu rival, Henrique Capriles Radonski, no resultado eleitoral mais positivo para a oposição desde 1999.
Após a divulgação dos resultados, diversas salvasslot homefogos foram ouvidas na abastada zona lesteslot homeCaracas, reduto da oposição.
Maduro recebeu 685 mil votos a menos do que o total obtidoslot homeoutubro pelo então presidente Hugo Chávez – cuja morteslot homemarço provocou a nova votação – na eleição presidencial contra Capriles.
De acordo com o CNE, até o momento do anúncio, Maduro havia obtido pouco maisslot home7,5 milhõesslot homevotos e Capriles, cercaslot home7,3 milhões.
O avançoslot homeCapriles foi proporcional aos votos perdidos por Maduro – o opositor obteve 680 mil votos a mais desta vez do queslot homeoutubro.
Votaram na eleição deste domingo 78,71% dos quase 19 milhõesslot homevenezuelanos registrados, um percentualslot homecomparecimento semelhante ao das eleições passadas.
Tensão
A demora do CNEslot homedivulgar as estatísticas da votação gerou incertezasslot homerelação ao andamento da apuração. O órgão não divulga boletins parciais, apenas resultados irreversíveis.
A presidente do conselho, Tibisay Lucena, havia dito que esperava divulgar os resultados cercaslot hometrês horas após o fechamento das urnas – o anúncio demorou maisslot homecinco horas para ser feito.
"Em vista desses resultados tão próximos, conversamos com os candidatos", disse Lucena, referindo-se a uma prática do CNEslot homeoutras eleições.
"Esses são os resultados irreversíveis que o povo da Venezuela decidiu com este processo eleitoral."
Por volta das 20h30 (horário local), um comentárioslot homeCapriles no microblog Twitter deixou intrigados os jornalistas, ao sugerir irregularidades.
"Alertamos o país e o mundo a intençãoslot homequerer mudar a vontade expressada pelo povo", afirmou Capriles. Entretanto, o opositor não deu detalhes sobre a suposta ameaça.
O governo argumentou que seu sistema eleitoral, eletrônico, gera rechecagens automáticasslot homeuma grande proporçãoslot homeurnas, e que os dois partidos e cidadãos comuns têm mecanismosslot homemonitorar a apuração nas seções.
"Queremos dizer aos candidatos, às organizações políticas, aos comandos: agora é o momentoslot homeir para suas casas, e transmitir aos seus seguidores e seguidoras a tranquilidade que o povo merece", disse a presidente do CNE.
"Que vão para suas casas tranquilamente, pacificamente e como sempre, com a solidariedade que nos caracteriza como venezuelanos e venezuelanas."
Incógnita
Observadores e analistas acompanharão com interesse um novo governoslot homeMaduro, previsto para começar no próximo dia 19.
Durante os dez diasslot homecampanha, ele não se afastou da linha conservadoraslot homerepetir que executará exatamente o que Chávez planejou para a Venezuela para o período 2013-2019.
Chegou mesmo a brincar, afirmando que fala com o mentor bolivariano atravésslot homeum passarinho.
Maduro é aliadoslot homeChávez desde 1992, anoslot homeque o então tenente-coronel do Exército liderou um fracassado golpe contra o então presidente Carlos Andrés Pérez.
Ele e aslot homeesposa, a ex-presidente da Assembleia venezuelana e procuradora-geral do país, Cília Flores, atuavam pela libertaçãoslot homeChávez, que ficou preso até 1994 após a quartelada.
Neste domingo, ele disse que ficou até as 4h da manhã conversando com Flores sobre "as voltas que a vida dá".
"Cilia e eu, uma mulher e um homem, que unimos nossos destinos e nossas famílias, nunca pensamos estar hoje aqui", disse Maduro.
"Fiz minha vida nos últimos 21 anos ao redor do sonhoslot homeum homem,slot homeum gigante, e hoje, quando amanheceu, amanheci com seu pensamento, canto e obra", afirmou.
"Jamais pensei que estaria aqui, mas estou, batalhando com um povoslot homedemocracia."
À sombraslot homeChávez
O representante do chavismo também deu os primeiros sinais do que pode ser o "estilo Maduro". Respondendo à perguntaslot homeuma jornalista sobre se iria iniciar um diálogoslot homeunificação nacional, afirmou que, se vencer, não pretende fazer "pacto com a burguesia" e nem com as "elites".
"A palavra diálogo vinculada ao velho conceito da democracia representativa, esse é o pacto das elites. O pacto com a burguesia se acabou", disse Maduro.
"Aqui não haverá pacto com a burguesia, haverá diálogo com a classe operária, com os empresários patriotas, com os estudantes secundaristas, universidades, professores, diálogos bolivarianos com todos", prosseguiu.
"Na Venezuela há uma revolução e esta criou novos valores da democracia. Um deles foi acabar com o pacto das elites e o coleguismo."
Essa foi,slot homegeral, a linha radicalslot homeChávez, que se elegeu após o colapsoslot homeum regimeslot homedois partidos que se alternavam no poder.
Mas há observadores da política venezuelana que acreditam existir uma chanceslot homeque, no poder, Maduro seja mais aberto e flexível que Chávez.
Eles lembram seu passadoslot homechanceler e seu caráterslot homecivil,slot homecontraste com o militarismoslot homeseu mentor.
No inícioslot homedezembro, quando anunciou a indicaçãoslot homeMaduro como seu sucessor,slot homeuma transmissão emotiva nas TVs venezuelanas, Chávez o definiu como "um dos líderes jovensslot homemaior capacidade para continuar (a governar naslot homeausência)".
Entre as qualidadesslot homeMaduro que o ex-presidente destacou estavam "sua mão firme, seu olhar, seu coraçãoslot homehomem do povo".
"Minha opinião firme, plena como a lua cheia, irrevogável, absoluta, total, é que, nesse cenário que obrigaria a convocaçãoslot homeeleições presidenciais, vocês o elejam como presidente", recomendou na ocasião.