O comediante que faz piada com abuso sexual que sofreu na infância:esportesdasorte mobile

A história serviuesportesdasorte mobilepanoesportesdasorte mobilefundo para seu aclamado showesportesdasorte mobilestand up Off Limits, apresentadoesportesdasorte mobile2019 no festival Fringe,esportesdasorte mobileEdimburgo. Logo depois, ele chegou às salasesportesdasorte mobileestaresportesdasorte mobiletodo o país, através do programa Live at the Apollo da BBC.

Pelham brincou que assistir ao programa seria uma maneira e tantoesportesdasorte mobileseus pais descobrirem a verdade.

'Tentando estar mais presente'

Antes do inícioesportesdasorte mobilesua turnêesportesdasorte mobileestreia no Reino Unido, adiada pela Covid-19, Pelham disse à BBC News que há "tanta vergonha, repulsa e medo"esportesdasorte mobiletorno do assuntoesportesdasorte mobileabuso sexual infantil que "realmente não sabemos como falar sobre isso".

Ele acredita que a comédia pode ser usada como uma formaesportesdasorte mobileajudar as pessoas a se curarem.

"Eu naturalmente escrevo coisas autobiográficas e acho apenas que era isso que estava acontecendo na minha vida", explica o jovemesportesdasorte mobile30 anos.

"Não foi [que eu] particularmente decidi escrever um programa político, eu estava tentando fazer um monteesportesdasorte mobilecoisas — estava tentando entrar no meu primeiro relacionamento, estava tentando ser mais presente na minha própria vida, estava fazendo terapia."

"Eram assuntos sobre os quais eu estava falando, e a única maneiraesportesdasorte mobileo público entendê-los realmente era falar sobre o motivo pelo qual tudo isso estava acontecendo."

Enquantoesportesdasorte mobileanos anteriores suas apresentaçõesesportesdasorte mobilestand up se concentravam emesportesdasorte mobilevida amorosa infeliz,esportesdasorte mobileOff Limits, Pelham aborda o tema tabuesportesdasorte mobileseu abusoesportesdasorte mobilemaneira irreverente.

O jornal britânico Guardian deu quatro estrelas àesportesdasorte mobileperformanceesportesdasorte mobileEdimburgo, dizendo: "O comediante transforma seu traumaesportesdasorte mobileinfânciaesportesdasorte mobileum show caloroso e profundamente reflexivo, misturado com humor ácido".

O Times deu a mesma pontuação, classificando a apresentação como "uma visão alegreesportesdasorte mobileum tema sombrio".

A resposta dos telespectadores, diz Pelham, foi extremamente positiva.

"Recebi muitas mensagensesportesdasorte mobileoutras pessoas que também passaram por experiências semelhantes, que disseram: 'Obrigado por falar sobre isso '", diz ele.

Mas alguns sugeriram que ele "não deveria brincar com esse assunto".

Ele acha que esta é uma "opinião totalmente legítima", mas da qual ele não compartilha.

"Pessoalmente, acho que, se não falarmos sobre o assunto, continuaremos vendo isso que está acontecendo, que é uma epidemiaesportesdasorte mobileabuso infantil sobre a qual todos estão muito assustados para falar".

Não é possível saber quantas crianças sofrem abuso porque muitas vezes isso não é denunciado,esportesdasorte mobileacordo com a Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças (NSPCC, na siglaesportesdasorte mobileinglês), entidade da sociedade civil britânica dedicada à proteção da infância.

Mas o Instituto Nacionalesportesdasorte mobileEstatísticas Britânico estima que 3,1 milhõesesportesdasorte mobileadultos foram vítimasesportesdasorte mobileabuso sexual antes dos 16 anos no Reino Unido.

Esta semana, o Inquérito Independente sobre Abuso Sexual Infantil na Inglaterra e no Paísesportesdasorte mobileGales (IICSA) publicou 50 relatos que vítimas e sobreviventes compartilharam com seu Projeto da Verdade.

Uma porta-voz do projeto disse que "aqueles que se apresentaram descreveram suas esperanças para uma sociedade onde não tenham medoesportesdasorte mobilefalar sobre suas experiências e enfatizaram a importânciaesportesdasorte mobileincentivar uma conversa mais aberta sobre abuso sexual".

E tudo bem fazer piadas sobre abuso?

Duncan Craig, fundador da Survivors Manchester, uma organização que apoia meninos e homens afetados por abuso sexual, enfatiza que "ninguém tem o direitoesportesdasorte mobiledecidir como outra pessoa quebra seu silêncio" — seja "em uma salaesportesdasorte mobileaconselhamento,esportesdasorte mobileum tribunal,esportesdasorte mobileuma galeriaesportesdasorte mobilearte através da expressão criativa, ou no palco como ator ou comediante".

Ele acrescenta: "Como todos os outros sobreviventes, Jonny carregou o segredo com ele por anos, então como ele se livra desse fardo depende inteiramente dele".

Mas Tania Woodgate, executiva-chefe da The Male Survivors Partnership, diz que, emboraesportesdasorte mobileorganização "reconheça que cada pessoa teráesportesdasorte mobileprópria maneira individualesportesdasorte mobilefalar sobreesportesdasorte mobileexperiência, e Jonny não é diferente", ela não vê o lado engraçado da apresentação do humorista.

"Nós concordamos muito com o comentárioesportesdasorte mobileJonnyesportesdasorte mobileque precisamos encontrar novas maneirasesportesdasorte mobilefalar sobre isso e que ser sério não deve ser o único caminho a seguir", diz ela.

"No entanto, não estou convencidaesportesdasorte mobileque fazer piadas sobre abuso sexual infantil seja o caminho a seguir. Tendo trabalhado com vítimasesportesdasorte mobileabuso por muitos anos, eu realmente tenho dificuldade para achar as piadasesportesdasorte mobileJonny divertidas."

Isso tudo aconteceesportesdasorte mobilemeio a um debate mais amplo sobre o que é aceitável no humor.

Recentemente, comediantes como Jimmy Carr e Dave Chappelle testarem controversamente os limites da comédia,esportesdasorte mobiledireções e circunstâncias muito diferentesesportesdasorte mobilePelham.

Carr causou polêmica após fazer piadas sobre o Holocaustoesportesdasorte mobileum especial na Netflix e Chappelle foi acusadoesportesdasorte mobiletransfobia após afirmar que "o gênero é um fato" e que pessoas LGBT são "sensíveis demais", tambémesportesdasorte mobileum programa do mesmo serviçoesportesdasorte mobilestreaming.

No ano passado, a redeesportesdasorte mobiletelevisão britânica Channel 4 pediu a Pelham que se aprofundasse um pouco mais no assunto do abuso sexual infantil.

Em um documentário, o comediante falou com um homem que estava fazendo terapia como um "pedófilo não ofensivo" — alguém que é sexualmente atraído por crianças, mas jurou nunca agir com relação a isso — e uma mulher que estava comprometidaesportesdasorte mobileidentificar potenciais abusadoresesportesdasorte mobilecrianças na internet.

Ele também conheceu Ian Ackley, que falou sobre seu agressor, o notório pedófilo e técnicoesportesdasorte mobilefutebol Barry Bennell.

Ackley elogiou Pelham no programa, observando como seu tipoesportesdasorte mobilehumor permitia que as pessoas ouvissem coisas que normalmente não gostariamesportesdasorte mobileouvir.

"Permitir que as pessoas riam e vejam o lado engraçado — as piadas ou o ridículo dessas coisas — dá a elas permissão para não se sentirem constrangidas", disse Ackley.

A dupla concordou que parte do problema para as pessoas que se abrem para outras é que "você tem que administrar a resposta delas".

Pelham diz: "As pessoas muitas vezes ficam assustadas ou sentem penaesportesdasorte mobilevocê, e tudo o que elas sentem é completamente legítimo."

"Então, às vezes você pensa, eu prefiro apenas conversar sobre futebol ou qualquer outra coisa,esportesdasorte mobilevezesportesdasorte mobilemergulhar na profundidade disso."

'Não precisa definir a vida'

Pelham, que começou a fazer stand up enquanto estava na universidadeesportesdasorte mobileNewcastle, agora mora comesportesdasorte mobilenamoradaesportesdasorte mobileManchester.

Durante os lockdownsesportesdasorte mobilemeio à pandemia, ele tentou fazer alguns shows online. "Não eram para mim", diz ele, observando a faltaesportesdasorte mobile"adrenalina e emoção".

Então,esportesdasorte mobilevez disso, ele tem se concentradoesportesdasorte mobileescrever roteirosesportesdasorte mobilecomédia para vários novos projetos televisivos.

Late Bloomer, programaesportesdasorte mobile2018 do canal britânico Sky Comedy que ele escreveu e estrelou, contou a história semi-autobiográficaesportesdasorte mobileum virgemesportesdasorte mobile28 anos "com mais mamilos do que o necessário, dedos dos pês unidos, lábio leporino e um buraco no céu da boca".

Seguiu-se o seriado Brad Boyz do Channel 4, que explorouesportesdasorte mobileexperiênciaesportesdasorte mobilecresceresportesdasorte mobileBradford como o único garoto brancoesportesdasorte mobilesua gangue.

Ele diz que estáesportesdasorte mobileum bom momento emesportesdasorte mobilevida agora e espera queesportesdasorte mobileturnê possa ajudar a mudar as narrativas "incansavelmente sombrias"esportesdasorte mobiletorno das vítimasesportesdasorte mobileabuso sexual infantil.

"O único momentoesportesdasorte mobileque falamos sobre isso na grande mídia é quando alguém assassinouesportesdasorte mobilefamília e, na verdade, ele foi abusado quando criança", diz Pelham.

"Eu nunca quero ser leviano sobre abuso — porque é uma coisa muito séria — mas quero dizer que há maneiras diferentesesportesdasorte mobilediscutir isso."

"Minha maneiraesportesdasorte mobilefalar é apenas dizer que isso pode acontecer com você e é obviamente uma coisa incrivelmente prejudicial, mas não precisa definir completamenteesportesdasorte mobilevida".

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