Como migrantes venezuelanos estão melhorando a economia dos países que os recebem:caca nick

Cálculos das autoridades da Colômbia - que recebeu o maior númerocaca nickvenezuelanos (cercacaca nick2,5 milhões até dezembrocaca nick2022) - indicam quecaca nick2019 o país destinou cercacaca nickUS$ 600 (R$ 3.171) para cada migrante. Isso se traduzcaca nickgastoscaca nickUS$ 1,3 bilhão (R$ 6,8 bilhões) na assistência aos recém-chegados, o equivalente a 0,5% do PIB colombiano.

Mas há duas boas notícias.

Espera-se que este seja o custo máximocaca nickatendimento dos venezuelanoscaca nicktodos os países da região e que,caca nickfato, esse impacto diminua com o tempo, à medida que esses migrantes se integram à economia local.

Essa integração não apenas ajuda a compensar os gastos causados, mas estima-se que possa gerar um crescimento do PIBcaca nickaté 4,5% até 2030.

Tudo isso,caca nickacordo com um novo estudocaca nickeconomistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) intitulado "Regional Spillovers from the Venezuelan Crisis" (Efeitos Colaterais Regionais da Crise Venezuelana,caca nicktradução livre).

Uma despesa que se torna investimento

Segundo a pesquisa, os gastos para atender às necessidades dos migrantes venezuelanos variam entre 0,1% e 0,5% do PIB, dependendo do país.

Estima-se que entre 2020 e 2025 ficarácaca nicktornocaca nick0,4% no caso da Colômbia;caca nick0,25% para Equador e Peru e 0,1%, para o Chile.

A chegada massivacaca nickmigrantes também tem impacto no mercadocaca nicktrabalho que, inicialmente, é misto.

"À medida que a maioria dos migrantes consegue um emprego (mesmo que não corresponda às suas qualificações), o emprego total aumenta e os salários reais caem. Salários mais baixos desencorajam alguns trabalhadores locaiscaca nickparticipar do mercadocaca nicktrabalho. Enquanto o desemprego geral aumenta ligeiramente, a taxacaca nickdesemprego dos imigrantes excede acaca nicktrabalhadores locais", afirma o relatório.

"Apesar desses efeitos, a renda global do trabalho aumentacaca nickconsonância com o crescimento do emprego global. Para as empresas, salários reais mais baixos se traduzemcaca nickmenores custoscaca nickprodução e maiores lucros", acrescenta.

Jaime Guajardo, principal autor do estudo do FMI, aponta que é difícil avaliar a contribuição da migração venezuelana para o PIB dos países receptores até agora devido ao fatocaca nickque esses efeitos são demorados e às limitações na disponibilidadecaca nickdados recentes sobre os índicescaca nickemprego ou o tipocaca nicktrabalho dos imigrantes,caca nickparte devido à pandemia.

Apesar disso, no estudo fizeram estimativascaca nickaumentos do PIB desses países entre 2016 e 2030, tomando dois cenários diferentes: um sem imigrantes e outro com eles.

Para calcular este último, eles assumiram como premissas que, a princípio, a maioria dos migrantes conseguiria empregos não qualificados na economia informal e que, nos anos seguintes, apenas uma fração deles ingressaria no setor formal com empregos compatíveis com seu capital humano. Isso aumentaria a produtividade da economia a médio prazo.

"Segundo essas estimativas, o PIB da Colômbia, Chile, Equador e Peru - países que receberam 69% dos migrantes venezuelanos - teria aumentado entre 1,5% e 2,5%caca nickrelação a um cenário sem migração, entre 2016 e 2022. E espera-se que ele aumente entre 2,5% e 4,5% até 2030", disse Guajardo à BBC News Mundocaca nickentrevista por e-mail.

Os países mais favorecidos

O estudo do FMI levoucaca nickconsideração inúmeros fatorescaca nickseus cálculos: desde o impacto dos fluxos migratórios no emprego e na produtividade, passando pela proporçãocaca nickimigrantescaca nickidade ativa e o nível educacional deles. Também levoucaca nickconta as condições do mercadocaca nicktrabalho, o clima, quanto tempo leva para os migrantes conseguirem um emprego,caca nickque tipo ecaca nickque setor da economia.

Segundo esta análise, o paíscaca nickque a migração venezuelana terá maior impacto no crescimento do PIB até 2030 será o Peru (4,4%), seguido da Colômbia (3,7%), Equador (3,5%), Chile (2,6%), Panamá (1,9%), República Dominicana (1,1%), Costa Rica (0,6%) e Uruguai (0,6%).

Guajardo indica que o impacto no PIB é maior nos países que receberam os maiores fluxos migratórioscaca nickidade produtiva e onde os migrantes são mais qualificadoscaca nickrelação à população local.

"Dada acaca nickproximidade com a Venezuela, a Colômbia recebeu uma proporção maiorcaca nickmigrantes fora da idade produtiva (crianças ou idosos) e uma proporção maiorcaca nickmigrantes com menos anoscaca nickescolaridade, muitos dos quais não podem pagar transporte para países mais distantes da região. Isso explica porque o impacto no PIB da Colômbia é menor do que no PIB do Peru, apesarcaca nicka Colômbia ter recebido fluxos migratórios maiorescaca nickrelação àcaca nickpopulação", destaca.

Deve-se destacar que essas projeções até 2030 partem da premissacaca nickque a migração venezuelana continuará crescendo até atingir 8,4 milhõescaca nickpessoascaca nick2025, o equivalente a maiscaca nick25% da população que a Venezuela tinhacaca nick2015.

Isso exigirá que os Estados receptores mantenham as políticascaca nickacolhimento e o apoio aos recém-chegados, com ajuda humanitária e acesso à educação, saúde e serviços básicos.

Mas o que esses países podem fazer para maximizar o impactocaca nickseu PIB da chegadacaca nickimigrantes venezuelanos?

Guajardo recomenda que facilitem a integração dos migrantes no mercadocaca nicktrabalho formal, concedendo autorizaçõescaca nicktrabalho e validando estudos e títulos acadêmicos.

"Isso permite que os migrantes encontrem empregos compatíveis com seu nívelcaca nickeducação e, assim, aumentem a produtividade da economia. Também reduziria o custo para os governoscaca nickfornecer ajuda humanitária e acesso à educação, saúde e serviços básicos, já que os migrantes poderiam pagar algumas dessas despesas sozinhos e pagariam impostos", diz.

"Dessa forma, os custos fiscais incorridos inicialmente seriam mais do que compensados ​​a médio prazo", conclui.

- Essa reportagem foi originalmente publicadacaca nickhttp://vesser.net/internacional-64130969