O que destinocasas esportivasTrump pós-derrotacasas esportivas2020 pode indicar sobre futurocasas esportivasBolsonaro:casas esportivas

"O trumpismo é um movimento com um partido, que controla um partido (o Republicano). O bolsonarismo é só um movimento, que não tem partido nenhum, por conta da estrutura partidária do Brasil", diz à BBC News Brasil o professorcasas esportivasrelações internacionais Carlos Gustavo Poggio, do Berea College, no Estado do Kentucky.

"Isso pode ser uma vantagem ou uma desvantagem, não há como saber. Pode ser que, justamente por não estar atrelado a nenhum partido, (o bolsonarismo) permaneça vivo por mais um tempo na sociedade brasileira", observa Poggio, que é especialistacasas esportivasrelações entre Estados Unidos e Brasil.

Derrotas recentes nos EUA

Nos Estados Unidos, Trump ainda mobiliza uma forte basecasas esportivasapoio, mas muitos acreditam que, quase dois anos depoiscasas esportivasdeixar a Casa Branca,casas esportivasinfluência vem diminuindo, e ele vem perdendo espaço para outros nomes no Partido Republicano. Isso ficou claro após as eleiçõescasas esportivasmeiocasas esportivasmandato, realizadascasas esportivas8casas esportivasnovembro.

Até meadoscasas esportivas2022, quando estavam sendo realizadas as primárias para decidir os candidatos republicanos nessas eleições, o podercasas esportivasTrump parecia incontestável. Seu apoio foi decisivocasas esportivasmuitas das disputas entre republicanos pela indicação do partido para concorrer a cargos na Câmara, no Senado e nos governos estaduais.

No entanto, depoiscasas esportivasgarantirem a nomeação para representar o Partido Republicano na disputa, vários desses candidatos apoiados por Trump acabaram perdendo para os adversários democratas. "O que mostra a fraqueza do trumpismo na sociedade americana como um todo, apesarcasas esportivascontinuar forte dentro do Partido Republicano", afirma Poggio.

Apesar dos baixos índicescasas esportivasaprovação do presidente democrata Joe Biden, além do padrão histórico segundo o qual o partido que está na Casa Branca costuma sofrer perdas nas eleiçõescasas esportivasmeiocasas esportivasmandato, os republicanos não conseguiram conquistar o comando do Senado. Na Câmara, o partido obteve maioria, mas com margem menor do que a esperada.

Entre os candidatos republicanos derrotados, estavam muitos dos que repetiam as alegações infundadascasas esportivasTrumpcasas esportivasque a eleição presidencialcasas esportivas2020 foi roubada.

"O principal golpe no trumpismo não foi a derrotacasas esportivasTrump (em 2020). A derrotacasas esportivasTrump manteve o trumpismo vivo, até pela narrativa que ele conseguiu estabelecer. A grande derrota do trumpismo veio este ano, com as eleiçõescasas esportivasmeiocasas esportivasmandato", observa Poggio. "Acho que isso mudou completamente o clima político."

Investigações

Ao mesmo tempocasas esportivasque vê a forçacasas esportivassua influência ser colocadacasas esportivasdúvida por alguns, Trump também segue sendo alvocasas esportivasdiversas investigações e processos judiciais relacionados ao períodocasas esportivasque esteve no poder. Uma das principais investigações é sobre o papel do líder americanocasas esportivasincitar apoiadores a questionarem a legitimidade da vitóriacasas esportivasBiden e tentar mudar o resultado da eleição.

Tanto a derrotacasas esportivasTrumpcasas esportivas2020 quanto acasas esportivasBolsonarocasas esportivas2022 ocorreramcasas esportivasvotações sem qualquer indíciocasas esportivasirregularidade. No entanto, apoiadores dos dois presidentes, inconformados com os resultados, foram às ruas protestar.

No Brasil, muitos bolsonaristas chegaram a obstruir estradascasas esportivasvárias partes do país e se concentrarcasas esportivasfrente a instalações militares. Nos Estados Unidos, as manifestações culminaramcasas esportivasviolência, com a invasão ao Capitólio,casas esportivas6casas esportivasjaneirocasas esportivas2021, quando o Congresso se reunia para contar os votos do Colégio Eleitoral e confirmar a vitóriacasas esportivasBiden.

No último dia 19casas esportivasdezembro, depoiscasas esportivasmesescasas esportivasinvestigações, uma comissão especial da Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados), formada por sete democratas e dois republicanos, acusou Trumpcasas esportivasuma sériecasas esportivascrimes federais relacionados ao ataque, entre eles ocasas esportivasincitar uma insurreição e ocasas esportivasobstruir procedimentos do Congresso.

De acordo com essa comissão, desde o dia da votaçãocasas esportivas2020 Trump passou a disseminar "alegações falsascasas esportivasfraude", que "provocaram seus apoiadores a cometer violênciacasas esportivas6casas esportivasjaneiro (de 2021)". Segundo o relatório, após incitar seus apoiadores, Trump assistiu à invasão pela TV durante horas, sem tomar medidas para acalmar a situação.

A comissão também concluiu que Trump pressionou autoridades eleitorais estaduais, "de maneira ilegal e sem qualquer evidência (de irregularidade)", para tentar reverter o resultado da eleição presidencialcasas esportivasseus Estados.

Em uma decisão sem precedentes, mascasas esportivasimplicações mais políticas do que legais, a comissão encaminhou ao Departamentocasas esportivasJustiça documentos e evidências recomendando que Trump seja processado criminalmente. Mas o departamento, que já realizacasas esportivasprópria investigação sobre o episódio, não é obrigado a aceitar a recomendação.

Trump é alvocasas esportivasvárias outras investigaçõescasas esportivasandamento. Uma delas se refere à remoçãocasas esportivasdocumentos do governo, muitos deles secretos, levados à residênciacasas esportivasTrump na Flórida quando ele deixou a Casa Branca. Outra, na Geórgia, se concentracasas esportivassupostos esforços para anular o resultado da eleição presidencialcasas esportivas2020 naquele Estado. Há ainda investigaçõescasas esportivasNova York relacionadas às operações da empresa da famíliacasas esportivasTrump.

O ex-presidente descarta todas essas investigações como uma "caça às bruxas" movida por seus adversários políticos e motivada por interesses partidários.

Comparações com o Brasil

No Brasil, Bolsonaro também vem sendo fococasas esportivasdiversas investigações, entre elas sobre a divulgaçãocasas esportivasnotícias falsascasas esportivasrelação à vacina contra a covid-19, sobre notícias falsas e ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre vazamentocasas esportivasdados sigilosos a respeitocasas esportivasataque ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sobre interferência na polícia federal.

Ao deixar o governo, Bolsonaro perderá o foro privilegiado do qual desfruta como presidente, o que abriria a possibilidadecasas esportivasresponder a processos na Justiça comum.

"Nos Estados Unidos, nós vimos algum apoio judicial a investigações (envolvendo Trump), mas tem sido muito lento. Imagino que, no Brasil, isso seria ainda mais lento", diz à BBC News Brasil o cientista político Matthew Taylor, professor da American University,casas esportivasWashington, e autorcasas esportivasvários livros sobre a política brasileira.

"Devido à maneira como os tribunais operam no Brasil, enquanto é possível que haja investigações (levada adiante), essas seriam altamente políticas e politizadas, assim como ocorreu nos Estados Unidos", afirma.

Taylor observa que o Judiciário brasileiro esteve "excepcionalmente ativo" nos últimos tempos, mas não acredita que isso se sustentará uma vez que Bolsonaro esteja fora do poder.

"Acho que, no calor do momento eleitoral (no Brasil), havia a visãocasas esportivasque os tribunais eleitorais precisavam agir muito rapidamente", afirma, ao ressaltar que, passadas as eleições,casas esportivasexpectativa é acasas esportivasque o ritmo do Judiciário voltará ao que era antes.

"Mesmo que sejam oferecidas denúncias, o que vai depender do Ministério Público, ainda haveria um longo período entre qualquer acusação e uma sentença", ressalta. "Sou um pouco céticocasas esportivasrelação à possibilidadecasas esportivasque os tribunais sejam muito eficazes para conter o bolsonarismo no Brasil."

Futuro

Nos Estados Unidos, ainda não está claro o impacto que as investigaçõescasas esportivascurso poderão ter sobre o futuro políticocasas esportivasTrump. Na metadecasas esportivasnovembro, uma semana após as eleiçõescasas esportivasmeiocasas esportivasmandato, Trump anunciou que vai buscar a nomeaçãocasas esportivasseu partido para ser o candidato republicano à Presidência no pleitocasas esportivas2024.

Enquanto alguns acreditam que as revelações a respeito do 6casas esportivasjaneiro irão prejudicar suas chances, outros advertem que Trump mantém uma basecasas esportivasapoio robusta e não deve ser subestimado. Há inclusive quem aposte que o relatório da comissão especial da Câmara e a recomendação para que o ex-presidente seja processado poderão ter efeito contrário, ajudando a mobilizar seus eleitores.

Enquanto analistas e estrategistas debatem as chances do ex-presidentecasas esportivasvoltar ao poder, novos nomes, como o do governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, vêm despontando. Algumas pesquisascasas esportivasintençãocasas esportivasvoto nas primárias já mostram DeSantis à frente, o que pode ameaçar os planoscasas esportivasTrumpcasas esportivasser o candidatocasas esportivasseu partido à Presidência.

"Se ele (Trump) tiver um desempenho muito ruim nas primárias, isso tudo afeta sem dúvida nenhuma Bolsonaro, cuja principal inspiração política é Donald Trump", afirma Poggio, do Berea College.

Segundo Poggio, assim como o trumpismo nos Estados Unidos, o bolsonarismo no Brasil também deve permanecer vivo por algum tempo mas, eventualmente, pode perder força.

"Certamente não vai sumir mas,casas esportivasalgum momento, isso pode enfraquecer. Como foi o caso agoracasas esportivasTrump. Demorou dois anos para começarmos a ver sinaiscasas esportivasenfraquecimento do trumpismo", afirma. "Mas também não podemos descartar a possibilidadecasas esportivasBolsonaro ser candidatocasas esportivasnovo e inclusive vencer as eleições. Oucasas esportivasTrump virar presidentecasas esportivasnovo."

Taylor, da American University, observa que pode haver uma continuação da extrema-direita, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, que não esteja mais centrada nas figurascasas esportivasTrump e Bolsonaro.

"Há (no Brasil) uma correntecasas esportivasativismocasas esportivasextrema-direita que precede Bolsonaro e, acredito, irá continuar após Bolsonaro."

- Texto originalmente publicadocasas esportivashttp://vesser.net/internacional-64094661