Por que a Rússia está apoiando golpe na África:saque bet7k
E aqueles que acolheram o golpe na nação da África Ocidental não apenas agitaram bandeiras russas, como também atacaram instituições francesas, incluindo a embaixada.
A violência gerou inquietaçãosaque bet7ktoda a região, demonstrando mais uma vez a força do ressentimentosaque bet7krelação aos francesessaque bet7kmuitas das ex-colônias do país na África.
Por quase uma década, a França vem tentando ajudar os exércitos na região do Sahel — uma faixasaque bet7kterra semiárida ao sul do deserto do Saara que inclui Burkina Faso — para combater militantes jihadistas, alguns dos quais estão ligados à Al-Qaeda ou ao Estado Islâmico.
Mas recentemente se retirou do vizinho Mali, também uma ex-colônia, após romper relações com a junta militar local, acusadasaque bet7krecorrer cada vez mais à Rússiasaque bet7kbuscasaque bet7kajuda para combater os militantes.
Sergei Markov, ex-assessor do Kremlin, foi mais diretosaque bet7ksuas observações: "Nosso povo ajudou o novo líder [de Burkina Faso]. Mais um país africano passará da cooperação com a França para uma aliança com a Rússia".
Para o analista geopolítico Samuel Ramani, isso marca uma mudança da reação usual da Rússia à instabilidade política na região.
"Em golpes anteriores, a Rússia tentou se posicionar como beneficiária acidentalsaque bet7kmudançassaque bet7kregime", diz Ramanai, do Royal United Services Institute (Rusi), um think tanksaque bet7kdefesa e segurança.
"Desta vez, a Rússia está muito mais proativa no apoio ao golpe, e isso levou à especulaçãosaque bet7kque a Rússia desempenhou um papelsaque bet7kcoordenação", acrescenta o especialista, que é autor do livro Russia in Africa.
Isso aponta para o Wagner Group, embora a Rússia tenha negado consistentemente que os mercenários tenham qualquer conexão com o Estado e não haja evidênciassaque bet7kenvolvimento direto da Rússia.
Pouco depoissaque bet7kassumir o poder, o capitão Traoré deixou claro que queria trabalhar com novos parceiros internacionais para combater grupos militantes islâmicos que atuam no país desde 2015.
Muitos presumiram que ele se referia aos russos.
Mas com o focosaque bet7kderrotar os jihadistas, ele diz que também está aberto a trabalhar com os EUA ou qualquer outro país disposto a ajudar a melhorar a faltasaque bet7ksegurança no país.
Os EUA organizam um grande exercício anualsaque bet7ktreinamento antiterrorista para países da África Ocidental — embora neste ano tanto Mali quanto Burkina Faso não participaram da chamada Operação Flintlock.
"Acho que Burkina Faso quer evitar a armadilhasaque bet7kque o Mali caiu", diz Ramani, observando que a junta do Mali foi muito hostilsaque bet7krelação aos europeus e americanos desde que assumiu o podersaque bet7k2020.
"Eles agora estão completamente dependentes e tomados pelo Estado russo", afirma.
"Uma vez que os russos entram, eles não conseguem tirá-los. A mesma coisa aconteceu na República Centro-Africana."
O Wagner Group atua na República Centro-Africana desde 2018 — e seus membros são acusados de violaçõessaque bet7kdireitos humanos, incluindo assassinatossaque bet7kmassa, tortura, desaparecimentos forçados e estupro.
Presençasaque bet7kmercenários
Responsabilizar grupos como o Wagner pode ser difícil, diz Sorcha MacLeod, professora associada da Universidadesaque bet7kCopenhague, na Dinamarca, e presidente do Gruposaque bet7kTrabalho da ONU sobre o Usosaque bet7kMercenários.
"Quando você tem esses representantes mercenários lá, o Estado pode se envolversaque bet7kum conflito armado, sem ser uma parte oficial do conflito."
"E então você tem uma negação plausível... e é claro que isso tem implicações enormes quando se tratasaque bet7kresponsabilidade e prestaçãosaque bet7kcontas."
Além disso,saque bet7kprópria presença pode ser contraproducente, segundo ela.
"Quando esses tipossaque bet7katores são inseridossaque bet7kconflitos armados, o conflito se prolonga e há maior riscosaque bet7kcrimessaque bet7kguerra."
"A realidade é que essas organizações não têm incentivo para acabar com um conflito. Elas são motivadas financeiramente."
Os EUA concordam, dizendo que os mercenários russos estão explorando recursos naturais na República Centro-Africana, no Mali e no Sudão para financiar a guerrasaque bet7kMoscou na Ucrânia.
Em uma advertência clara na semana passada, a embaixadora dos EUA na ONU disse que era um preço alto para a África pagar.
"Em vezsaque bet7kser um parceiro transparente e melhorar a segurança, o Wagner explora os estados clientes que pagam por seus serviçossaque bet7ksegurança opressivos em ouro, diamantes, madeira e outros recursos naturais — isso faz parte do modelosaque bet7knegócios do Wagner Group", afirmou Linda Thomas-Greenfieldsaque bet7kum briefing do Conselhosaque bet7kSegurança da ONU.
"Sabemos que esses ganhos ilícitos são usados para financiar a máquinasaque bet7kguerrasaque bet7kMoscou na África, no Oriente Médio e na Ucrânia."
Isso tudo pode explicar a relutância do capitão Traorésaque bet7kcolocar todos os seus ovos na cesta da Rússia.
"Acho que Traoré está tentando resguardar suas apostas e mostrar que pode tentar equilibrar todos os lados", diz Ramani.
"Mas é claro que qualquer cooperação com a Rússia vai quase certamente ser uma sentençasaque bet7kmorte para a França e para o Ocidente. Os americanos e os franceses não vão coexistir com os russos."
"Esse é o dilemasaque bet7kTraoré — ele fica do lado da Rússia? Ou se esquiva e corre o riscosaque bet7knão ter um apoiador externo real."
No entanto, a raiva demonstrada pelo jovemsaque bet7kBurkina Faso mostra que lidar com a ameaça jihadista deve ser a prioridade do novo líder da junta.
Um líder regional observou nesta semana que o país estava "à beira do colapso" por causa da insegurança.
No entanto, há dúvidas sobre quão eficazes os combatentes do Wagner Group seriamsaque bet7kBurkina Faso.
Embora membros do grupo estejam ativos no Mali há menossaque bet7kum ano, os primeiros sinais não parecem bons, uma vez que os ataques jihadistas estão aumentando, e eles estão sendo acusados de abusos dos direitos humanos.
O país está voltando a ser o epicentro da crise no Sahel, registrando o maior númerosaque bet7kmortes decorrentessaque bet7kataquessaque bet7kmilitantes neste ano até agora.
Além disso, 2022 deve ser o ano mais mortal para Burkina Faso e Mali desde o início da insurgência.
"O Wagner é bomsaque bet7kcriar caos. Mas como forçasaque bet7kcombate, ele tem dificuldade, principalmentesaque bet7kterrenos novos e hostis", afirma Ramani.
Ainda assim, ele acredita que as juntas na região do Sahel podem optar por trabalhar com mercenários russos dado o fracasso da Françasaque bet7kimpedir a propagação da violência.
Além disso, a Rússia é um aliado estrangeiro muito menos exigente.
"A Rússia é vista como um parceiro que não se intrometesaque bet7ktermossaque bet7kdireitos humanos e democracia", diz Ramani.
"Nem tenta impor seu modosaque bet7kvida a você — e isso é visto como muito desejável para aspirantes a autocratas e cleptocratas."
- Este texto foi publicadosaque bet7khttp://vesser.net/internacional-63200886
saque bet7k Sabia que a BBC está também no Telegram? Inscreva-se no canal saque bet7k .
saque bet7k Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube saque bet7k ? Inscreva-se no nosso canal!