Protestos no Irã: o que exigem as manifestantes que permanecem nas ruas do país:america mg copinha
'Mulher, Vida, Liberdade'
O principal slogan dos manifestantes é "Mulher, Vida, Liberdade" — um apelo à igualdade e uma poderosa afronta ao fundamentalismo religioso que controla o país.
"Este é um grito que nunca ouvimosamerica mg copinhaprotestos antes", diz Baran Abbasi, repórter da BBC Persian.
Os homens também se juntaram aos protestos, cantando o mesmo slogan.
"Quando a morteamerica mg copinhaAmini aconteceu, os direitos das mulheres estavamamerica mg copinhaprimeiro plano. Mas os direitos e liberdade das mulheres no Irã significam liberdade para todos", diz Negin Shiraghaei, uma ativista iraniana que vive no Reino Unido.
Mas à medida que os protestos se espalharam e rapidamente ganharam força, as demandas se tornaram mais abrangentes.
Cantos pedindo o fim da República Islâmica eamerica mg copinha"morte ao ditador" podem ser ouvidos nas ruas — uma referência ao líder supremo do país, o presidente ultra-conservador Ebrahim Raisi.
"Você ouve isso vindoamerica mg copinhacrianças da escola", diz Negin Shiraghaei. "Elas estão indo para as ruas... pedindo a derrubada do regime."
Também há gritosamerica mg copinha"azadi, azadi, azadi", que significa "liberdade, liberdade, liberdade". Esses são proferidos por estudantes universitários.
Em postagens nas redes sociais, as pessoas pedem liberdadeamerica mg copinhaexpressão, liberdadeamerica mg copinhavestir o que quiserem e a liberdadeamerica mg copinhaouvir a música que desejarem — sem medoamerica mg copinhaserem presas por isso.
Para resumir as demandas dos manifestantes, Negin Shiraghaei explica: "É basicamente sobre direitos humanos. O que eles estão cantando nas ruas é sobre liberdade, direitos das mulheres e derrubada do governo".
Músicaamerica mg copinhaprotesto viral
Um assunto no Twitter, compartilhando as razões pessoais dos iranianos para apoiar os protestos, recentemente viralizou na internet. Cada tuíte começava com "Por...", como: "Pelos meus sonhos", "Pela igualdade", "Por uma vida normal".
Um jovem cantor iraniano relativamente desconhecido chamado Shervin Hajipour se inspirou no tópico e escreveu uma música dele. As letras são uma compilaçãoamerica mg copinhatuítes sobre o tema.
A música foi compartilhada por milhõesamerica mg copinhairanianos e obteve maisamerica mg copinha40 milhõesamerica mg copinhavisualizações no Instagram nas 48 horas após o lançamento. "É inédito um cantor desconhecido conseguir tantas visualizações no Instagram", diz Taraneh Stone, jornalistaamerica mg copinhamídia social da BBC Persian.
Shervin Hajipour foi preso pelas autoridades do país, e a música foi removidaamerica mg copinhaseu perfil. Ele foi liberado depois sob fiança.
Geração frustrada
A maioria dos manifestantes nas ruas são jovens, alguns ainda estão no ensino médio.
"As aulasamerica mg copinhauniversidadesamerica mg copinhatodo o país foram interrompidas, os alunos estão dizendo que não voltarão às salas até que seus colegas presos sejam liberados", diz Negin Shiraghaei.
Esse é um momentoamerica mg copinhaque a nova geraçãoamerica mg copinhairanianos está se sentindo particularmente frustrada.
A corrupção sistemática entre a elite política do Irã, a pobreza crescente com inflaçãoamerica mg copinhamaisamerica mg copinha50% e a faltaamerica mg copinhaliberdades sociais e políticas deixaram os jovens sem esperança.
Pela primeira vez desde a Revolução Islâmicaamerica mg copinha1979 — quando a monarquia foi derrubada e substituída pela República Islâmica como a conhecemos —, os protestos incluem pessoasamerica mg copinhadiferentes origens econômicas.
Eles acontecemamerica mg copinhaáreasamerica mg copinhaclasse média e da classe trabalhadora — desde os bairros ricos da capital Teerã, até regiões mais pobres do país, como Baluchistão, no sudeste, a cercaamerica mg copinha1.200 kmamerica mg copinhaTeerã.
E pessoasamerica mg copinhadiferentes origens étnicas também estão participando.
"A má gestão do país vem acontecendo nas últimas quatro décadas. A corrupção sistemática e as sanções [internacionais] tiveram efeitosamerica mg copinhatodos os níveis da sociedade", diz Negin Shiraghaei.
A diversidade entre os manifestantes aumentou a gamaamerica mg copinhaqueixas — desde o aumento dos preços e o alto desemprego até a corrupção e a repressão política.
Protestos anteriores
Este é o movimentoamerica mg copinhaprotestos mais longo no Irã desde a revoluçãoamerica mg copinha1979.
Manifestações anteriores — por causaamerica mg copinhaeleições fraudulentasamerica mg copinha2009, má gestão econômicaamerica mg copinha2017 e, mais recentemente, aumentos dos preços dos combustíveisamerica mg copinha2019 — foram implacavelmente reprimidos pelas forçasamerica mg copinhasegurança.
A resposta das autoridades às recentes manifestações também tem sido previsível — dezenasamerica mg copinhapessoas foram mortas e centenas, detidas. Houve repetidos apagões na internet para impedir que a população publique vídeos e fotos sobre os protestos.
Mesmo assim, eles continuam. Os protestos poderiam mudar alguma coisa? "Eu definitivamente acho que sim", diz Negin Shiraghaei. "Quando as mulheres entendem seus próprios direitos e ensinam seus próprios direitos a seus filhos, essa mudança é inevitável", diz a ativista.
- Este texto foi publicadoamerica mg copinhahttp://vesser.net/internacional-63179033