A 'revolta da bandeira do urso', rebelião que fez o México perder a Califórnia para sempre:betfair bonus
Na parte inferior, acimabetfair bonusuma faixa vermelha, está escrito com uma fonte sem serifa California Republic.
A bandeira é uma homenagem à que foi hasteada há 176 anos na praçabetfair bonusSonoma, um povoado — hoje uma cidade — ao nortebetfair bonusSan Francisco, por colonos americanosbetfair bonusorigem europeia que se revoltaram contra o governo do México, ao qual pertencia na época este território chamado Alta Califórnia.
Foi justamente por causa da bandeira rebelde que o episódio ficou conhecido como Revolta da Bandeira do Urso.
Mas os especialistas concordam quebetfair bonusorigem começou a tomar forma no território vizinho: o Texas.
O precedente do Texas
Em meados do século 19, o México controlava vastas extensões no que hoje é o sudoeste dos Estados Unidos.
Profundamente desgastado e empobrecido pelos 11 anosbetfair bonusguerra que levaram àbetfair bonusindependência, e com o objetivobetfair bonusmelhorarbetfair bonuseconomia, o governo mexicano promoveu a colonização destes territórios, incluindo a Califórnia, Novo México e Texas.
Para isso, permitiu vender quantidadesbetfair bonusterra a um preço baixo, a crédito e com isençãobetfair bonusimpostos e taxas alfandegárias por cinco anos a qualquer estrangeiro que quisesse se tornar cidadão mexicano e concordassebetfair bonuscumprir as leis mexicanas.
Como consequência, um grande númerobetfair bonuspessoas provenientesbetfair bonusoutros países se estabeleceram nas planícies férteis do Texas e se tornaram cidadãos legais, incluindo um montebetfair bonusamericanos. Segundo relatos do general Manuel Mier y Terán, que mais tarde se tornou um insurgente, para cada mexicano havia na época oito falantesbetfair bonusinglês.
As tensões cada vez mais acentuadas entre a população levaram,betfair bonus1835, a uma rebelião separatista da qual nasceu a República do Texas, uma nação independente liderada por colonos que durou até 1845, quando o Congresso dos EUA votou para anexá-la à União.
Em janeiro do ano seguinte, o presidente James K. Polk autorizaria o general Zacarias Taylor a avançar com suas tropasbetfair bonusdireção ao Rio Bravo (conhecido como Rio Grande nos EUA), território mexicano. E após confrontos com as tropas do exército mexicano, os EUA declararam guerrabetfair bonusmarçobetfair bonus1846.
A declaraçãobetfair bonusguerra dos Estados Unidos contra o México não seria conhecida na Alta Califórnia até julho, mas com o precedente do Texas, os californianos — habitantes mexicanos — estavam cientesbetfair bonusque seu governo era "muito pobre, instável e fraco" para impedir que os colonos americanos tomassem o controle.
Foi o que disse à revista History Linda Heidenreich, quebetfair bonusseu livro This Land Was Mexican Once ("Esta terra já foi mexicana",betfair bonustradução livre) analisa a experiência latina na Revolta da Bandeira do Urso e outras insurreições.
Foi neste contexto que o explorador e oficial do Exército americano John C. Frémont chegou ao fortebetfair bonusSutter (perto da atual Sacramento, capital do Estado da Califórnia) com um grupobetfair bonussoldados.
Oficialmentebetfair bonusuma expedição científica, não está claro se ele recebeu ordens do presidente para incentivar uma rebelião dos americanos também na Alta Califórnia.
Seja como for, "se espalhou a notícia, verdadeira ou não,betfair bonusque o governo mexicano estava se preparando para expulsar todos os americanos e que eles teriam que sair sem seu gado ou suas armas", diz a cronista e jornalista veterana Gay LeBaron à BBC News Mundo, serviçobetfair bonusnotíciasbetfair bonusespanhol da BBC.
"E a ideiabetfair bonusdeixar a Alta Califórnia assim e voltar a desbravar o vazio, porque naquela época tudo entre a Califórnia e o Rio Missouri era território indígena (de povos nativos), era avassaladora", completa.
"Este é o argumento que ficou na história como a razão para o início da Revolta da Bandeira do Urso."
O levante dos 'ursos'
Em 10betfair bonusjunho, um grupobetfair bonuscolonos liderados pelo caçadorbetfair bonuspeles Ezekiel Merritt cruzou o Rio Sacramento e seguiu para Sonoma.
Eles se autodenominavam "ursos", inspirados no animal que naquela época ainda habitava o vale. A insurreição era iminente.
Ao longo do caminho, mais homens se juntaram a eles —eram cercabetfair bonus30 quando chegaram ao municípiobetfair bonus14betfair bonusjunho, conforme conta o historiador e etnólogo Hubert Howe Bancroftbetfair bonussuas crônicas sobre o oeste.
Ali cercaram a casa do comandante militar Mariano G. Vallejo, que após uma breve negociação se rendeu e foi feito prisioneiro.
Apenas 24 horas após a chegada dos "ursos", a bandeira rebelde tremulava na praçabetfair bonusSonoma.
A fabricação da bandeira foi supervisionada por William L. Todd, sobrinhobetfair bonusMary Todd, esposa do futuro presidente Abraham Lincoln, segundo o site do Museu da Califórnia, um centro público localizadobetfair bonusSacramento.
Uma mulher da Califórnia doou um pedaçobetfair bonustecido musseline marrom claro, e a esposabetfair bonusJohn Sears, um dos rebeldes, costurou na parte inferior uma faixa vermelha tiradabetfair bonusuma anágua.
Depois desenharam uma estrela no canto superior esquerdo e um urso ao lado dela, usando uma mistura amarronzadabetfair bonuspóbetfair bonustijolo, óleobetfair bonuslinhaça e tinta vermelha veneziana, e escreveram California Republicbetfair bonuspreto no centro.
Nascia uma república, proclamada por William Ide, a quem os rebeldes escolheram como líder. Mas não duraria muito.
Em 26betfair bonusjunho, Frémont iniciou oficialmentebetfair bonuscampanha para anexar a Califórnia aos Estados Unidos, partindo do fortebetfair bonusSutter com 130 homens, segundo Bancroft. Chegou a Sonomabetfair bonus3betfair bonusjulho, e se colocou imediatamente no comando dos "ursos".
Quatro dias depois,betfair bonus7betfair bonusjulho, uma fragata e duas chalupas da Marinha americana, sob o comando do comandante John D. Sloat, derrotaram a Guarda Costeira mexicana do portobetfair bonusMonterey, na Califórnia.
Diante disso, os bear flaggers abandonaram a ideiabetfair bonuscriar uma república independente e se juntaram à luta para incorporar a Alta Califórnia aos Estados Unidos.
A bandeirabetfair bonuslistras e estrelas substituiu a bandeira do urso na praçabetfair bonusSonoma.
A invasão americana do México terminou com o Tratadobetfair bonusGuadalupe-Hidalgobetfair bonus1848, pelo qual o México cedeu formalmente a Alta Califórnia e outros territórios, e a fronteira do Texas foi estabelecida no Rio Grande.
Os EUA passaram, assim, a ter mais 2,1 milhõesbetfair bonusquilômetros quadrados sob seu domínio. E o território mexicano foi reduzidobetfair bonus55%.
A forma como a Califórnia foi anexada aos Estados Unidos marcou totalmente a dinâmica futura do Estado, conta à BBC News Mundo Alex Abella, jornalista e autorbetfair bonusUnder the Burning Sunset ("Sob o Sol ardente",betfair bonustradução livre), uma saga da era dos ranchos californianos .
"Se tivesse entrado voluntariamente na União, poderia ter importado suas próprias leis e costumes, mas como território conquistado, estava sujeito às leis americanas", explica.
"E os californianos haviam instituído um governo democrático, paternalista e muitas vezes atormentado por conflitos políticos, mas multiétnico e racialmente integrado, enquanto os americanos, entre outras coisas, negavam direitos civis a negros e nativos", acrescenta.
Heidenreich também destaca uma mudança nas hierarquias sociais:
"Tanto na Califórnia quanto no Texas foi criado um novo sistema racial. E aqueles que se consideravam espanhóis ou brancos passaram a ser vistos como pardos ou chamadosbetfair bonusgreasers (termo depreciativo para se referir aos mexicanos)", disse à revista History. Eram cidadãosbetfair bonussegunda categoria embetfair bonusprópria terra.
O panorama se consolidaria com a descobertabetfair bonusourobetfair bonusColoma, pertobetfair bonusSacramento. A "corrida do ouro" que se seguiu transformou a Califórnia, região escassamente povoada,betfair bonusum movimentado centro econômico controlado por americanos brancos.
Mas,betfair bonusmeio a tudo isso, que fim levou a "bandeira do urso"?
Da bandeira da república à do Estado
A bandeira original hasteada pelos rebeldesbetfair bonusSonoma acabou sendo doada para a Sociedadebetfair bonusPioneiros da Califórnia, estabelecidabetfair bonus1850.
"Mas se perdeu durante o grande terremoto e incêndiobetfair bonusSan Franciscobetfair bonus1906", explica Ted Kaye, secretário da Associação Vexilológica Norte-Americana (NAVA, na siglabetfair bonusinglês), à BBC News Mundo.
Mesmo assim, o design básico do urso, com a estrela e o texto California Republic continuou sendo usado por um grupo chamado Native Sons and Daughters of the Golden West, uma organizaçãobetfair bonuspioneiros e descendentes, conforme conta o especialistabetfair bonusbandeiras.
E este mesmo grupo pressionou para que o Poder Legislativo do Estado da Califórnia adotasse a bandeira do urso como a bandeira oficial do Estadobetfair bonus1911 (a que se usa hoje é a versão padronizadabetfair bonus1953).
Mas, por causa do que a insurreição significou para os habitantes originais, Abella acredita que é hora da Califórnia abandonar a bandeira do urso.
"É horabetfair bonusa Califórnia se livrar desta bandeira, símbolobetfair bonusflagrante ilegalidade e preconceito racial", escreveubetfair bonusartigo publicado no jornal Los Angeles Timesbetfair bonus2015. À BBC News Mundo, ele diz que ainda mantém a mesma opinião.
Opiniões como a dele não foram divulgadas.
"Isso é parte do problema na Califórnia: esta é uma culturabetfair bonusque estamos sempre enfatizando o futuro, o porvir, o que podemos criar, e não o que já foi", diz ele à BBC News Mundo.
"Temos a tendênciabetfair bonusesquecer o que aconteceu, sem perceber que muitas vezes, ao não examinar o passado, estamos condenados a repeti-lo."
Outros especialistas consultados para este artigo concordam que não houve movimentos revisionistas.
Mas o que parece haver é uma consciência cada vez maiorbetfair bonusque a Revolta da Bandeira do Urso é "uma história complexa bastante simplificada".
É nisso que acredita Alexis Boutin, arqueóloga especialistabetfair bonusOriente Médio que estuda fragmentos ósseos humanos. Ela dá aula na Sonoma State University e se envolveu totalmente no assuntobetfair bonus2014, quando um grupo local começou a procurar os túmulosbetfair bonusdois americanos mortos durante a insurreição.
"Uma das simplificações é que foi uma revoltabetfair bonusque não se derramou sangue. Mas obviamente houve: estávamos justamente procurando pessoas que haviam morrido nela", diz ela, mencionando o projeto.
"Por meio da minha pesquisa, percebi que não apenas americanosbetfair bonusascendência europeia foram assassinados, como também californianos e mexicanos-americanos, e que a história tinha muitas faces", explicou à BBC News Mundo.
Com o passar dos anos, ela acredita que está se reconhecendo "cada vez mais a complexidade da história,betfair bonuscomo pessoasbetfair bonusmúltiplas origens étnicas estiveram envolvidas na revolta, que naquela época os bear flaggers eram imigrantes ilegais".
"À medida que cresce o reconhecimento da natureza multicultural da nossa sociedade, e à medida que a aceitação e a inclusão crescem, esta história começa a ser abordada, ainda que muito lentamente,betfair bonusmaneira mais crítica."
- Este texto foi publicadobetfair bonushttp://vesser.net/internacional-62204534
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