Guerra na Ucrânia: invasão russa aumenta chancebet365 formel 1China atacar Taiwan?:bet365 formel 1
"Embora a Rússia e China sejam potências mundiais, não estão isentasbet365 formel 1elevados custos políticos e econômicos embutidos na agressão a territórios vizinhos. Nesse sentido, creio que as reações globais contra a Rússia, especialmente no estabelecimentobet365 formel 1sanções no campo econômico, demonstram que os custosbet365 formel 1uma possível invasãobet365 formel 1Taiwan não seriam desprezíveis para a China e para o mundo", pondera Natalino.
Ele também ressalta que "a economiabet365 formel 1Taiwan é muito maior do que a da Ucrânia" — cercabet365 formel 1cinco vezes maior, sendo Taiwan com PIB estimadobet365 formel 1US$ 750 bilhões (metade do brasileiro) e a Ucrânia,bet365 formel 1US$ 150 bilhões, segundo dados mais recentes do Banco Mundial e dos governos locais.
"O país possui ainda laços econômicos muito mais estreitos com o Ocidente, com a China e com o Japão. Embora a história do século 20 demonstre que os laços econômicos e o comércio internacional não sejam suficientes para evitar a ameaçabet365 formel 1guerras, Taiwan possui um importante elemento dissuasório que a Ucrânia não possui: o seu imenso parque industrial e abet365 formel 1inserção internacional como grande fornecedorbet365 formel 1semicondutores, inclusive para a China", afirma ele.
Segundo Natalino, uma guerra entre China e Taiwan poderia levar à interrupção brusca desse comércio, com consequências inclusive para a economia chinesa, altamente dependente desses componentes para abet365 formel 1indústriabet365 formel 1alta tecnologia e para as suas exportações.
É o que jornalista Craig Addison chamabet365 formel 1"escudobet365 formel 1silício"bet365 formel 1seu livro "Escudobet365 formel 1Silício: A Proteçãobet365 formel 1Taiwan contra Ataque Chinês". Para ele, o preço do impacto da guerra na produçãobet365 formel 1chips semicondutores seria alto demais para a China a pontobet365 formel 1inviabilizarbet365 formel 1intençãobet365 formel 1invadir Taiwan. Um elementobet365 formel 1dissuasão que ele compara ao conceitobet365 formel 1MAD (destruição mútua assegurada) entre potências nucleares que teoricamente não se atacam porque se destruiriam.
Para Luís Fernando Baracho, professor direito internacional ebet365 formel 1relações internacionais da Universidade São Judas Tadeu e um dos editores do blog Fora da Cadência — sobre política internacional — a crise bélica atual escancara duas situações que precisam ser consideradas na análise da situação chinesa.
"Primeiro, a relaçãobet365 formel 1médio e longo prazo da parceria sino-russa. Outra questão é o retorno do compartilhamentobet365 formel 1interesses, principalmente por partebet365 formel 1Washington, Londres e Bruxelas, com relação à Otan", aponta ele, citando como Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia novamente estão alinhados no fortalecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
No caso da parceria entre Rússia e China, Baracho ressalta que ela é calcadabet365 formel 1"interesses desiguais", uma vez que enquanto a China "é maior e tem tecnologia para entregar", a Rússia "é um país com queda constante na população,bet365 formel 1um território enorme" e "altamente dependentebet365 formel 1commodities que desde 2013 estábet365 formel 1processobet365 formel 1deterioração econômica".
E avançar sobre Taiwan teria um custo político muito grande para Pequim, avalia Baracho.
"Desde 1991, Pequim tem a seguinte posição: concordamosbet365 formel 1discordar sobre o status da China ao todo como um país", comenta ele. "Mas Taiwan não é Macau, não é Hong Kong."
Ele ressalta que a ilha carrega uma importância econômica única por ser "um grande centrobet365 formel 1produçãobet365 formel 1semicondutores", com "maisbet365 formel 150% da produção do mundo".
"Isso é um insumo estratégico para cadeias globaisbet365 formel 1várias áreas", frisa. "Um ativobet365 formel 1termosbet365 formel 1globalização econômica que interessa a todo o mundo."
E se as sanções impostas à Rússia já são enormes, a China pode esperar que algo ainda maior seria imposto a ela, avalia Baracho.
Otan fortalecida
Além disso, Baracho pontua que a atual guerra reavivou o papel da Otan, que nas últimas duas décadas estavabet365 formel 1segundo plano na lógica política internacional.
Um ataque à Taiwan "elevaria o papel da Otan na região do Pacífico", o que "não interessaria para a China".
"Japão, Austrália, talvez Nova Zelândia, alémbet365 formel 1Mongólia, Coreia do Sul e outros mais alinhados à Otan tomariam posições enfáticas com relação a Pequim", acredita.
Um cenário assim deixaria a China, hoje "altamente inserida na economia internacional",bet365 formel 1uma "posiçãobet365 formel 1muita debilidade", segundo o analista.
"A China hoje ganha muito participando do sistema econômico internacional. Ela teria muito a perder se buscasse um exercício exageradobet365 formel 1soberania nacional", diz Baracho.
"Acredito que a China teria a ganhar muito pouco diante do que poderia perder", resume ele.
Coordenador da pós-graduaçãobet365 formel 1relações institucionais e governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília e ex-diretor da Agência Brasileirabet365 formel 1Promoçãobet365 formel 1Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o cientista político Márcio Coimbra acredita que, apesarbet365 formel 1todas as dificuldades inerentes a um processo desses, a China acompanha os desdobramentos da guerra russa pensando embet365 formel 1situação com Taiwan.
"As forças internacionais podem estar focadas na questão da Ucrânia e a China aproveitar esse corredorbet365 formel 1oportunidade", avalia ele.
"Mas é preciso estar ciente que a 'proteção' que os Estados Unidos dá a Taiwan torna essa possibilidade muito difícil, muito mais do que para a Rússia penetrar a Ucrânia."
Proteção internacional
Natalino também ressalta como primordial essa redebet365 formel 1proteção.
"Ao contrário da Ucrânia, que não possui laços formais militares com os países ocidentais, Taiwan é historicamente assistida pelos Estados Unidos na defesa do seu território. Embora Washington deixadobet365 formel 1reconhecer diplomaticamente o governobet365 formel 1Taiwan, mantém relações econômicas intensas com o país", lembra ele.
O professor cita o Atobet365 formel 1Relações com Taiwan, uma leibet365 formel 11979, que estabeleceu o compromisso dos Estados Unidosbet365 formel 1fornecimentobet365 formel 1armamentos ao país, como aviões, navios, mísseis, baterias antiaéreas e tanques.
"Acredito que a China observa com atenção os acontecimentos na Ucrânia e a reação dos países ocidentais à Rússia diante do conflito", prossegue Natalino. 5
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"Tanto a Rússia quanto a China são hoje governadas por regimes autocráticos que buscam rever o papelbet365 formel 1seus respectivos países na ordem internacional no século 21."
"Essa atitude se desdobrabet365 formel 1uma política externa revisionista que desafia o apoio militar das potências ocidentais a países do Leste Europeu e do Leste Asiático. Os dois países se mostram cada vez mais dispostos a afirmarbet365 formel 1hegemonia nas suas respetivas áreasbet365 formel 1influência geopolítica", acrescenta ele.
"Enquanto Vladimir Putin tentar retomar a influência que a Rússia exercia sobre as ex-repúblicas soviéticas do Leste Europeu e do Cáucaso, Xi Jinping almeja consolidar a hegemonia chinesa na região da Ásia-Pacífico, com crescentes investimentos militares no Mar do Sul da China e uma retórica cada vez mais agressiva contra Taiwan."
Além disso, se Putin vem experimentando mais dificuldades do que vislumbrava, o governo chinês pode entender que, no mundo globalizado do século 21, travar uma guerra que pretende conquistar um território é mais complicado na prática.
"Se os russos tivessem vencido essa guerrabet365 formel 1dois dias, certamente a China estaria pensando mais seriamente", diz Coimbra.
"Certa vez, na China, eles me disseram que enquanto nós ocidentais não conseguimos planejar os próximos 7 anos, eles têm os próximos 70 anos planejados. Isso significa que eles têm, sim, os planosbet365 formel 1invasão a Taiwan muito bem desenhados,bet365 formel 1vários cenários, e vão esperar a melhor oportunidade para fazer esse movimento", acredita o cientista político.
Há uma parceria entre os dois países, mas tal amizade, contudo, parece um pouco distante no atual conflito.
"O que se observa nesta crise da invasão da Ucrânia é que a China tem sido muito cautelosabet365 formel 1demonstrar o seu apoio à Rússia. Ao contrário da Rússia, que se mostra uma potência decadente e altamente vulnerável do pontobet365 formel 1vista econômico, a China vem galgando patamares muito mais elevados na cena internacional nas últimas décadas", explica Natalino.
Ele também reforça que "os custosbet365 formel 1uma guerra que oponha" a China aos Estados Unidos, à Europa e ao Japão "podem ser muito maiores do que aqueles envolvidos na Ucrânia".
E isso poderia "mergulhar o mundo numa guerrabet365 formel 1dimensões econômicas catastróficas".
"Enfim, as perdas econômicas russas na Guerra da Ucrânia, o desgaste político-diplomático, as baixas militares, as críticas aos ataques a alvos civis e enorme crise humanitária causada na Europa podem sinalizar para Pequim que uma invasãobet365 formel 1Taiwan para a anexação à República Popular da China não seria um simples passeiobet365 formel 1barco", vaticina Natalino.
Poderio militar chinês é muito superior aobet365 formel 1Taiwan
Seja pelas dificuldades maiores, seja porque uma reação internacional não seria conveniente para os interesses chineses, os discursos até agora procuram tirar qualquer indíciobet365 formel 1que a China estaria considerando "resolver" a questão taiwanesa.
Principal parceiro comercial da Rússia, a China vem, por meiobet365 formel 1porta-vozes, repetindo nos últimos dias que não interfere e nem incentiva qualquer interferênciabet365 formel 1questõesbet365 formel 1outras nações. A China inclusive absteve-se do voto do Conselhobet365 formel 1Segurança da ONU que condenaria, na semana passada, a invasão russa da Ucrânia — contrariando as previsõesbet365 formel 1alguns analistas, que imaginavam que Pequim se posicionariabet365 formel 1modo favorável a Moscou.
Outra pista veio do diplomata chinês Liu Xiamong, voz considerada forte dentro da cúpula do governo chinês. Ele postou embet365 formel 1conta no Twitter que a China "nunca invadiu outros países", sinalizando que o compromissobet365 formel 1sua nação visa a um caminhobet365 formel 1paz (masbet365 formel 1reunificação com Taiwan). Afinal, Taiwan é considerada pela China como uma província rebelde, que será totalmente reintegrada um dia à China, sob a perspectivabet365 formel 1Uma China.
Mas as dificuldades militares também seriam maiores,bet365 formel 1um cenário hipotéticobet365 formel 1guerra. De acordo com dados da organização Stockholm International Peace Research Institute, enquanto a capacidade militarbet365 formel 1Taiwan é próxima da capacidade militar da Ucrânia, o orçamento destinado às forças militares chinesas é maior do que o da Rússia.
A diferença do orçamento entre China e Taiwan ébet365 formel 120 vezes, enquanto a distância entre Rússia e Ucrânia ébet365 formel 1aproximadamente 10 vezes. A China só fica atrás dos EUAbet365 formel 1gastos militares.
Segundo levantamento do Instituto Internacionalbet365 formel 1Estudos Estratégicos (IISS, na siglabet365 formel 1inglês), a China tem um contingentebet365 formel 1965 mil combatentes do Exército e Taiwan, 163 mil. No caso da Força Aérea, a China conta com 395 mil homens e Taiwan, com 35 mil.
Na hipótesebet365 formel 1um conflito aberto, uma análise do professor e pesquisador Michael Hunzeker, da George Mason University e do Centrobet365 formel 1Estudosbet365 formel 1Políticasbet365 formel 1Segurança, aponta que Taiwan conseguiria no máximo retardar um ataque chinês, tentando prevenir um desembarquebet365 formel 1forças anfíbias embet365 formel 1costa e contra-atacando com guerrilhas enquanto aguarda uma eventual ajuda estrangeira (dos EUA, basicamente). A ilhabet365 formel 1quase 24 milhõesbet365 formel 1habitantes fica localizada a cercabet365 formel 1160 km do litoral chinês.
Mas pesa a favorbet365 formel 1Taiwan a questão internacional. "Há um cordãobet365 formel 1defesa marítimo, com aviação embarcada, com basesbet365 formel 1Singapura, Filipinas, Japão, Austrália, Guam, entre outras", explica o analisa Baracho.
Desta forma, ao contrário do caso ucranianobet365 formel 1que a comunidade internacional no começo buscou sanções verbais e financeiras para só agora começar a enviar ajuda bélica,bet365 formel 1um casobet365 formel 1guerra sino-taiwanesa ébet365 formel 1se esperar uma ação imediata.
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