Rússia x Ucrânia: entenda 'guerra híbrida' que ucranianos acusam Putinrealsbet apppromover:realsbet app
A principal exigência do governo russo é que o Ocidente garanta que a Ucrânia não vai aderir à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), uma aliança defensivarealsbet app30 países liderada pelos Estados Unidos.
Moscou vê, portanto, essa possível adesão como uma ameaça àrealsbet appsegurança. A Ucrânia é considerada a "fronteira ocidental" da Rússia.
Mas embora nenhum confronto militar tenha ocorrido até agora, as autoridades ucranianas denunciaram a existênciarealsbet appuma "guerra híbrida" contra elas.
Uma das acusações érealsbet appque o Kremlin estaria por trásrealsbet appum ataque cibernético que afetou dezenasrealsbet appsites oficiais do governo da Ucrânia.
A ação — segundo Kiev — é a "manifestação da guerra híbrida que a Rússia mantém na Ucrânia desde 2014", referindo-se ao ano da anexação da península da Crimeia pelo Kremlin.
Mas o que é uma guerra híbrida? E que fatores determinamrealsbet appexistência?
O que significa uma 'guerra híbrida'?
O conceito — que foi utilizado pela primeira vez no início dos anos 2000 — tem a ver com a implementaçãorealsbet appuma estratégia (ou várias)realsbet appenfrentamento que não passa necessariamente por um combaterealsbet apptipo militar.
"Um país pode usar meios que prejudiquem a segurança e a estabilidaderealsbet appoutro país. E não são meios militares, mas, por exemplo, ataques cibernéticos ou o lançamentorealsbet appuma onda massivarealsbet apptuítes que vão contra a posiçãorealsbet appum determinado governo. Chamamos issorealsbet appguerra híbrida", diz Antonio Alonso Marcos, professorrealsbet appRelações Internacionais da Universidaderealsbet appSan Pablo CEU,realsbet appMadri, na Espanha, explica à BBC News Mundo, o serviçorealsbet appnotíciasrealsbet appespanhol da BBC.
O usorealsbet appmecanismos como insurgência, migração ou usorealsbet app"fakes news" e desinformação, entre outros, também é considerado parte dessas estratégiasrealsbet appcombate não tradicionais, nas quais a propaganda e a provocação têm papel fundamental.
Segundo Alonso Marcos, as novas tecnologias são um importante facilitador para guerras híbridas, devido ao aumento dos crimes cibernéticos.
Quando o ciberataque à Ucrânia ocorreurealsbet appmeadosrealsbet appjaneiro, as autoridades daquele país afirmaramrealsbet appcomunicado que o objetivo "não era apenas intimidar a sociedade", mas também "desestabilizar a situação" com "informações falsas sobre a vulnerabilidade da infraestruturarealsbet appTI estatal".
Nos últimos dias, erealsbet appmeio a temoresrealsbet appum ataque militar russo, os serviçosrealsbet appsegurança ucranianos relataram centenasrealsbet appameaçasrealsbet appbomba falsas, levando ao fechamentorealsbet appalgumas escolas.
Isso também foi descrito pelas autoridades ucranianas como parte da estratégiarealsbet appguerra híbrida da Rússia.
O Kremlin, no entanto, nega qualquer planorealsbet appagressão contra a Ucrânia.
Mecanismo cada vez mais comum
De acordo com vários especialistas, esse tiporealsbet appinvestida está se tornando cada vez mais comum.
Alonso Marcos explica que "as guerras tradicionais, com um exército uniformizado entrando no territóriorealsbet appoutro Estado, como foi feito no Iraque ou no Afeganistão, dificilmente acontecem".
"Agora, as guerras são mais assimétricas, com outros atores envolvidos", diz ele.
Outra diferença entre a guerra híbrida e a guerra tradicional é que é difícil saber quando a primeira começa. Na guerra tradicional, geralmente um país declara guerra a outro. Mas nesses casos, a dinâmica não é a mesma.
"A guerra é um processo que está acontecendo (entre Rússia e Ucrânia). Mas, mesmo assim, não está claro se é realmente uma guerrarealsbet appum país contra outro, porque não há invasão aberta", explica Olga Malchevska, jornalista do serviçorealsbet appucraniano da BBC, à BBC News Mundo.
Para Alonso Marcos, "não é fácil" catalogar a guerra híbrida porque "sua característica predominante é que ela não é realizada com métodos tradicionais, então também tem a ver com a vontade políticarealsbet appidentificá-la dessa forma".
Adversário irreconhecível
O precedente torna-se ainda mais complexo porque na guerra híbrida não é fácil reconhecer quem está atacando.
Nesse caso, por exemplo, a Rússia tem negado consistentemente o envolvimento nas acusações feitas pelos ucranianos, embora, segundo especialistas, tenha se mostrado hábilrealsbet appatacar o domínio cibernético dos países.
"A Rússia continuará negando e é uma boa maneirarealsbet appesconder seu envolvimento. Esse mecanismo funciona ainda melhorrealsbet appcasosrealsbet appciberataques, quando é difícil saber quem está por trás dele. Por isso, é visto como uma forma muito eficiente para enfrentar o adversário", Sergei Goryashko, jornalista do serviçorealsbet apprusso da BBC.
Outra dimensão desse tiporealsbet appconflito é a imersãorealsbet appseparatistas que buscam desestabilizar determinado país, algo que também não é feito abertamente.
"Eles não são soldadosrealsbet appum país, mas pessoas locais que concordam com aquele país. (No caso da Rússia e Ucrânia) muitos especialistas provaram e evidenciaram que a população local estava usando armas fornecidas pela Rússia e também pelas principais autoridades dos chamados rebeldes", explica Olga Malchevska.
"Há muitas evidênciasrealsbet appque a Rússia apoia os separatistas, mas o governo Putin assume muito pouca responsabilidade por isso", acrescenta.
Outros casos
Não é a primeira vez que se falarealsbet appuma guerra híbrida com o caso da Rússia e da Ucrânia.
Um dos episódios mais recentes é o que aconteceurealsbet app2021 entre Lituânia e Polônia (ambas da União Europeia) e Belarus (aliada da Rússia).
O fluxo migratóriorealsbet appBelarus dobrou, e os governos da Lituânia e da Polônia acusaram diretamente Putinrealsbet app"orquestrar" uma criserealsbet appambas as naçõesrealsbet appresposta às sanções impostas pela União Europeia contra o regime bielorrusso, liderado por Alexander Lukashenko.
Uma reportagem investigativa da BBC, publicadarealsbet appoutubro do ano passado, descobriu como a Belarus estava ajudando os migrantes desses países, concedendo-lhes vistosrealsbet appturismo para se deslocarem pelo paísrealsbet appdireção à fronteira com a Lituânia e a Polônia.
O governo lituano disse que os imigrantes estavam sendo usados como uma "arma política", e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a União Europeia estava enfrentando um "ataque híbrido cínico e perigoso".
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