Quais são os interesses da China no conflito entre Rússia e Ucrânia?:vaidebet noticias

Vladimir Putin com Xi Jinping nesta sexta (4vaidebet noticiasfevereiro)

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Vladimir Putin com Xi Jinping nesta sexta (4vaidebet noticiasfevereiro); países emitiram comunicado reafirmandovaidebet noticias'amizade sem limites'

Em um comunicado divulgado após a reunião, os dois países afirmaram que "a amizade entre [Rússia e China] não tem limites, não há áreas 'proibidas'vaidebet noticiascooperação" e que pretendem "combater a interferênciavaidebet noticiasforças externasvaidebet noticiasassuntos internosvaidebet noticiaspaíses soberanos".

Évaidebet noticiasse imaginar que, numa eventual escalada das tensões com a Ucrânia e o Ocidente, a China ficaria do lado da Rússia, país que é seu aliadovaidebet noticiaslonga data e ex-camarada comunista. Mas os motivos que levaram Pequim a apoiar o governovaidebet noticiasVladimir Putin no atual confronto vão muito além da afinidade histórica.

Rússia e China contra o Ocidente

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, classificou as preocupações da Rússiavaidebet noticiasrelação àvaidebet noticiassegurança nacional como "legítimas", afirmando que elas deveriam ser "levadas a sério e discutidas".

ChinXi Jinpingvaidebet noticiasreunião por videoconferência com Putin,vaidebet noticiasdezembrovaidebet noticias2021

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Évaidebet noticiasse imaginar que, numa eventual escalada das tensões com a Ucrânia e o Ocidente, a China ficaria do lado da Rússia; acima, reunião bilateral entre os dois paísesvaidebet noticias2021

Já na segunda-feira (31/1), o representantevaidebet noticiasPequim na ONU, Zhang Jun, foi ainda mais longe e disse abertamente que a China discordava das alegações dos EUAvaidebet noticiasque a Rússia está ameaçando a paz internacional.

Ele também criticou os Estados Unidos por convocar uma reunião do Conselhovaidebet noticiasSegurança da ONU, afirmando que a "diplomacia do megafone" americana "não era propícia" para as negociações.

Baseadavaidebet noticiasum discurso diplomático ponderado, a China tem tomado uma posição cautelosa e sutilvaidebet noticiasrelação à crise, esquivando-sevaidebet noticiasmanifestar qualquer tipovaidebet noticiasapoio ao usovaidebet noticiasforça militar.

Mas alguns dos meiosvaidebet noticiascomunicação estatais que cobrem a crise têm sido mais diretos. Com o crescimento do sentimento anti-Ocidente no país, a crise na Ucrânia foi retratada na China como mais um exemplo do fracasso da política externa ocidental.

Na opinião da imprensa controlada por Pequim, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, aliança militar ocidental) sob o comando dos Estados Unidos está adotando uma posição agressiva ao se recusar a respeitar o direito soberanovaidebet noticiasoutros países - como Rússia e China -vaidebet noticiasdefender seu território.

O jornal Global Times chegou a dizer que o relacionamento e o vínculo cada vez mais próximos entre a China e a Rússia são "a última defesa que protege a ordem mundial". Já um relatório da agênciavaidebet noticiasnotícias estatal Xinhua afirmou que os EUA estavam tentando "desviar a atenção doméstica " e "reviver avaidebet noticiasinfluência sobre a Europa" com seu comportamento.

Segundo Jessica Brandt, diretora da áreavaidebet noticiaspolítica do centrovaidebet noticiasestudos Brookings Institution, o discursovaidebet noticiasPequim foi divulgadovaidebet noticiasvários idiomas no Twitter - que é proibido na China -,vaidebet noticiasuma tentativavaidebet noticiasmoldar a visão do restante do mundovaidebet noticiasrelação aos EUA e à Otan.

"O objetivo é minar o soft power dos Estados Unidos, manchar a credibilidade e o apelo das instituições liberais e desacreditar a imprensa livre", disse ela à BBC, acrescentando que este é um exemplovaidebet noticiascomo Pequim discute o confronto entre o Kremlin e a Ucrânia quando convém aos seus interesses.

No comunicado emitido nesta sexta, a China apoiou a posição russavaidebet noticiasrelação à Otan e condenou a "expansão" da organização. No documento, as duas nações ainda pedem que a aliança militar "abandone suas abordagens ideológicas da Guerra Fria" e respeite a "soberania, segurança e interessesvaidebet noticiasoutros países".

Objetivos compartilhados, inimigo comum

Os governosvaidebet noticiasChina e Rússia vêm se aproximando e, segundo especialistas, podem ter criado a conexão mais próxima entre as potências desde a eravaidebet noticiasStálin e Mao.

A crise da Crimeiavaidebet noticias2014 na Ucrânia empurrou a Rússia para os braços da China, que ofereceu a Moscou apoio econômico e diplomáticovaidebet noticiasmeio ao isolamento internacional.

Desde então, o relacionamento floresceu ainda mais. A China é o maior parceiro comercial da Rússia há anos e atingiu no ano passado um novo recordevaidebet noticiasUS$147 bilhõesvaidebet noticiascomércio bilateral.

Protesto na Ucrânia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Ocidente advertiu que ampliaria sanções a Moscou no casovaidebet noticiasuma invasão à Ucrânia

Os dois países também assinaram um acordo para estreitar seus laços militares no ano passado e intensificaram os exercícios militares conjuntos.

Ambos os países têm relações particularmente tensas com o Ocidente, o que é crucial paravaidebet noticiasaliança.

"Pequim e Moscou têm um interesse comumvaidebet noticiasreagir contra os EUA e a Europa e expandir seu papel na política internacional", diz Chris Miller, professor assistentevaidebet noticiasHistória Internacional da Universidade Tufts.

No casovaidebet noticiasuma escalada no conflito com a Ucrânia que resulte na imposiçãovaidebet noticiassanções ocidentais à Rússia, os especialistas acreditam que a China provavelmente fornecerá ajuda econômica para Moscou, assim como já fez no passado.

A assistência pode chegarvaidebet noticiasformavaidebet noticiasfornecimentovaidebet noticiassistemas alternativosvaidebet noticiaspagamento, empréstimos para bancos e empresas russas, uma expansão da importaçãovaidebet noticiaspetróleo russo ou até mesmo a rejeição total dos controlesvaidebet noticiasexportação dos EUA.

No entanto, tudo isso significaria um ônus financeiro significativo para a China - razão pela qual os especialistas acreditam que Pequim, ao menos por enquanto, se contentouvaidebet noticiasapoiar Moscou apenas com palavrasvaidebet noticiasaprovação.

"O apoio manifestado apenas por meio da retórica é um movimentovaidebet noticiasbaixo custo para Pequim", diz Miller.

Um conflito militar na Ucrânia certamente tiraria a atenção dos EUAvaidebet noticiasoutras questões, o que sem dúvida beneficia a China. Mas muitos observadores acreditam que Pequim realmente diz a verdade quando afirma não querer uma guerra.

A China busca estabilizar as relações com os EUA neste momento, aponta Bonnie Glaser, diretora do programa sobre a Ásia do centrovaidebet noticiasestudos americano German Marshall Fund. Se Pequim ampliar ainda mais seu apoio a Moscou, "poderia criar mais tensões com os EUA, incluindo uma divisão mais clara entre democracia e autocracia", afirmou a especialista à BBC.

Em um artigo publicado recentemente, o cientista político Minxin Pei afirmou que Pequim está provavelmente "protegendo suas apostas"vaidebet noticiasrelação à crise, pois desconfia das verdadeiras intençõesvaidebet noticiasMoscou.

Além disso, dar mais apoio à Rússia pode provocar reações negativas da União Europeia, o segundo maior parceiro comercial da China. Segundo Pei, esse descontentamento europeu poderia assumir a formavaidebet noticiasapoio a Taiwan emvaidebet noticiasluta por independência com Pequim.

Putinvaidebet noticiasPequim nesta sexta

Crédito, EPA

Legenda da foto, Putinvaidebet noticiasPequim nesta sexta; ambos os países têm relações particularmente tensas com o Ocidente, o que é crucial paravaidebet noticiasaliança

'Taiwan não é a Ucrânia'

Americanos e chineses observamvaidebet noticiasperto o conflito na Ucrânia, que pode servir como um teste para a lealdade dos Estados Unidos com seus aliados.

Muitos questionam se os EUA poderiam intervir militarmente se a Rússia decidir,vaidebet noticiasfato, invadir a Ucrânia, ou se o país faria o mesmo caso a China decida intervirvaidebet noticiasTaiwan, uma ilha que se vê como independente e tem os americanos como maiores aliados.

A preocupaçãovaidebet noticiasrelação ao uma guerra dos EUA com a China por causavaidebet noticiasTaiwan é vista como legítima na Ásia, já que a rivalidade EUA-China não paravaidebet noticiascrescer e Taiwan relata cada vez mais invasõesvaidebet noticiasaviões militares chinesesvaidebet noticiasseu espaço aéreo.

Os EUA evitam comentar sobrevaidebet noticiasposição no casovaidebet noticiasum ataque. E apesar do acordo que obriga os americanos a fornecer suporte militar a Taiwanvaidebet noticiasmomentosvaidebet noticiasameaça, Washington reconhece por meiovaidebet noticiassua diplomacia a ideia defendida por Pequimvaidebet noticiasque Tibete, Hong Kong, Macau e Xinjiang (todas áreas que reivindicam autonomia perante a China) fazem parte do mesmo país.

Especialistas, no entanto, afirmam que não é correto comparar a situaçãovaidebet noticiasTaiwan com a da Ucrânia e argumentam que as duas crises são alimentadas por interesses geopolíticos distintos.

"A China não é a Rússia, e Taiwan não é Ucrânia. Os EUA têm muito maisvaidebet noticiasjogo com Taiwan do que com a Ucrânia", diz Bonnie Glaser.

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