Qual a provável posição do Brasil na crise entre Rússia e Ucrânia - e como visitazebet documentBolsonaro a Putin afeta isso:zebet document

Tanque russo na Crimeiazebet documentmarçozebet document2021

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Militares da Rússia na Crimeia,zebet document2021, preocuparam os governos ocidentais

"A situação atual ézebet documentprudência. É um jogozebet documentxadrez no qual Putin, um leitorzebet documentgeopolítica bastante hábil, passa o ônus para a Otan. Ele sabe o que ele quer - manter a Rússia relativamente longe da Otan - e projeta claramente o seu poder", avalia José Alexandre Altahyde Hage, professorzebet documentRelações Internacionais na Unifesp (Universidade Federalzebet documentSão Paulo).

Putin e Bolsonaro se cumprimentam durante encontrozebet document2019

Crédito, Marcos Corrêa/PR

Legenda da foto, Bolsonaro e Putin já se encontraram anteriormentezebet documentnovembrozebet document2019. Reencontro deve acontecerzebet documentfevereiro

As razões que fazem a Rússia não aceitar a participação da Ucrânia na Otan têm um panozebet documentfundo histórico.

"O país é territorialista, expansionista e continentalista (se apoiazebet documentestratégias). O governo russo tem seu equilíbrio ideológico quando se mantém longe das influênciaszebet documentoutras nações também expansionistas, como foi com o Império Britânico, o Terceiro Reich alemão, e agora, os Estados Unidos usando a Otan como ferramenta", explica o professor da Unifesp.

Para a Rússia, aponta o professor, ter os EUA, maior potência global atual, com a possibilidadezebet documentinstalar mísseis e ter materiais bélicos nas suas proximidades, dentro do território ucraniano, é ameaçador.

Qual deve ser a posição do Brasil durante um possível conflito?

Tradicionalmente, a posição diplomática do Brasil é manter-se mais afastado, como ocorreuzebet document2014, durante o governozebet documentDilma Rousseff (PT).

"Era vésperazebet documentCopa do Mundo, ou seja, havia uma necessidadezebet documentpolíticazebet documentboa vizinhança. Naquele momento, o Brasil se omitiu totalmente do conflito, o que até foi visto com maus olhos por quem luta pelos direitos humanos", lembra Guilherme Casarões, professor do cursozebet documentRelações Internacionais da FGV (Faculdade Getulio Vargas),zebet documentSão Paulo.

O mais provável,zebet documentacordo com o analista, é que o Brasil se posicione novamentezebet documentmaneira neutra.

"Se o conflito armado realmente acontecer, deve haver uma nota mais generalista do Brasil, dizendo que o país é a favor da cooperação multilateral, repudia o uso da força, e é favorável à resolução pacifica. Mas apontar o dedo e dizer diretamente que a Rússia está errada é algo muito difícilzebet documentacontecer."

Até porque, explica Altahyde Hage, uma posição mais assertiva não seria inteligente para os interesses brasileiros.

"A Rússia é um dos maiores consumidores dos produtos do agronegócio brasileiro. Por outro lado, importamos muitos fertilizanteszebet documentlá. Virar as costas para eles por questões morais,zebet documentprincípios, é bom para quem já tem acúmulozebet documentpoder. Para o Brasil, é mais importante avaliar o custo-benefício."

A análise do professor é que o Brasil não seria diretamente afetado por questões econômicas se um conflito armado ocorresse, mas que deve,zebet documentqualquer forma, manter relações pragmáticas, principalmente relacionadas a comércio, com ambos os países.

Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky cumprimenta tropaszebet documentseu país

Crédito, EPA

Legenda da foto, O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (dir.), visitou tropaszebet documentseu paíszebet documentdezembro

"Com a Ucrânia, embora as trocas sejam muito específicas, temos interesse na tecnologia aeroespecial. As peças precisam ser movidas com muito cuidados, por isso os diplomatas precisam ser hábeis, não podem agir como partido políticozebet documentbuscazebet documentvoto."

Viagemzebet documentBolsonaro pode ser lida como apoio à Rússia?

Mesmozebet documentmeio à possibilidadezebet documentum conflito, Bolsonaro não alterou a data previstazebet documentvisita a Putin, que deve acontecerzebet documentfevereiro.

"Por um lado, como o governo Bolsonaro está completamente isolado do pontozebet documentvista diplomático, por questões ambientais, sanitárias e outros problemas da gestão, é do interesse o Brasil se aproximar da Rússia. Também é uma chancezebet documentavançar uma agenda conservadora que perdeu força depois que Trump deixou a presidência dos EUA", avalia Guilherme Casarões.

No entanto, antagonizar os EUA e a Otan seria um passo bastante delicado. "O Brasil é um Aliado extra-Otan (condição que não confere pactozebet documentdefesa, mas garante vantagens militares e financeiras) e colocar issozebet documentrisco não seria prudente", aponta o professor da FGV.

Na opiniãozebet documentAltahyde Hage, ainda assim, a viagem não deve ser vista como apoio. "Faz partezebet documentum relacionamento consular, para tratarzebet documentcomércio, turismo, e outros assuntos que beneficiam ambos. Diplomaticamente, não tem por que entrar no mérito do conflito. Putin não viriazebet documentBrasília opinar sobre uma relação do Brasil com a Argentina."

Qual é a história do conflito?

As tensões entre os antigos Estados soviéticos ganharam forçazebet document2013 após Viktor Yanukovych, presidente ucraniano, suspender os diálogoszebet documentum acordo com a União Europeia - supostamente sob a pressãozebet documentMoscou - o que levou a protestos violentoszebet documentKiev, capital da Ucrânia.

Então,zebet documentmarçozebet document2014, a Rússia anexou a Crimeia, com o pretextozebet documentque estaria defendendo os interesses locais e dos cidadãoszebet documentherança russa.

Na sequência, separatistas pró-Rússia declararamzebet documentindependênciazebet documentKiev nas regiões ucranianaszebet documentDonetsk e Luhansk.

Embora Kiev e Moscou tenham feito um acordozebet documentpazzebet document2015, com a intermediaçãozebet documentAlemanha e França, as nações violaram o cessar-fogo várias vezes. A ONU estima que maiszebet document3 mil civis perderam a vida por causas relacionadas ao conflito desde marçozebet document2014.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções econômicas à Rússia, mas as medidas não foram suficientes para impedir que o conflito continuasse.

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