China: os 3 pilares da expansão do país na América Latinaplataforma stake apostas2 anosplataforma stake apostaspandemiaplataforma stake apostascovid-19:plataforma stake apostas

Xi Jinping

Crédito, Reuters

Legenda da foto, 'Diplomacia da covid': o fornecimentoplataforma stake apostasvacinas e equipamentos tornou a China protagonista na América Latina

E os investimentos contratados antes da pandemiaplataforma stake apostasprojetosplataforma stake apostasenergia e infraestrutura prosseguem, bem como o avanço das negociações comerciais sobre tecnologia (como no caso da tecnologia 5G no Brasil) e os empréstimos que a China vem oferecendo há anos para países com riscoplataforma stake apostascrédito muito alto, como a Argentina e a Venezuela.

Ao mesmo tempo, as circunstâncias abriram as portas para novas aproximações políticas. É o caso da Nicarágua, que rompeu relações diplomáticas com Taiwan para estabelecer novas relações com Pequim.

A pandemia "foi muito importante para a China porque ofereceu ao país um novo caminho para ampliarplataforma stake apostasparticipação na região", segundo declarou à BBC News Mundo (serviçoplataforma stake apostasespanhol da BBC) Pepe Zhang, diretor e membro do Centro Adrienne Arsht para a América Latina do centroplataforma stake apostasestudos Atlantic Council, nos Estados Unidos.

A 'diplomacia da covid'

Também conhecida como a "diplomacia das máscaras", ou a "diplomacia das vacinas", a doação e vendaplataforma stake apostasprodutos para enfrentar a pandemia no seu momento mais crítico fez com que a China se tornasse protagonista durante a crise sanitária na América Latina.

Enquanto a Europa e, posteriormente, os Estados Unidos tratavamplataforma stake apostasconseguir respiradores, equipamentosplataforma stake apostasproteção, oxigênio, máscaras e tudo o mais que fosse necessário para salvar a vida dos seus habitantes frente à rápida expansão da covid-19, a China, onde irrompeu o surto inicial, reagiu mais cedo à tragédia e começou a produzir a toda velocidade os insumos médicos necessários.

Vacinas da Sinivac

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac (no Brasil, CoronaVac) é uma das mais compradas na América Latina

Pequim aplicou duras medidasplataforma stake apostascontrole e isolamento contra o vírus e, assim que conseguiu controlar a situação no seu território, posicionou-se como uma espécieplataforma stake apostastábuaplataforma stake apostassalvação para os países mais desesperados, que não conseguiam encontrar produtos médicos nos primeiros mesesplataforma stake apostas2020.

Um dos primeiros países a receber ajuda foi a Venezuela,plataforma stake apostasmeadosplataforma stake apostasmarço. Logo seguiram-se outras nações como Bolívia, Equador e Argentina. Paralelamente às doações, começaram as compras pelos países latino-americanos que tinham recursos econômicos disponíveis, mas não encontravam vendedores.

"Queremos agradecer à República Popular da China pela rapidez com que atendeu a esta solicitação do México", destacou,plataforma stake apostas2020, o chanceler mexicano Marcelo Ebrardplataforma stake apostasmeio à escassezplataforma stake apostasequipamentosplataforma stake apostasproteção contra a covid-19 na época e à batalha internacional para consegui-los.

Segundo Enrique Dussel, coordenador do Centroplataforma stake apostasEstudos China-México da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e da Rede Acadêmica da América Latina e do Caribe sobre a China (Rede ALC-China), o governo do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador havia feito naquele momento um "pedidoplataforma stake apostasauxílio" — e "o único país que respondeuplataforma stake apostasforma rápida foi a China", declarou à BBC News Mundo.

Por isso, Dussel é da opiniãoplataforma stake apostasque a ideiaplataforma stake apostasque exista uma "diplomacia da covid" por parte da China é, na verdade, uma crítica feita por Washington à política externa chinesa. "Essa questão da diplomacia das máscaras e das vacinas é uma reação exagerada. A China vem desenvolvendo relações com a América Latina há décadas", ressalta Dussel.

Já Evan Ellis, professorplataforma stake apostasEstudos Latino-americanos da Escolaplataforma stake apostasGuerra do Exército dos Estados Unidos, especializado nas relações da região com a China, tem uma opinião diferente. Ele declarou à BBC News Mundo que "a pandemia deu espaço para a China aumentarplataforma stake apostasinfluência. Ela serviu para (o país) projetar o seu poder."

Ellis destaca que, nestes últimos dois anos, devido à pandemia, foram abertos novos mercados na América Latina para a vendaplataforma stake apostasvacinas e produtos sanitários. Agora, segundo ele, foi iniciada uma nova fase da diplomacia da covid na áreaplataforma stake apostastecnologia da saúde.

Andrés Manuel López Obrador

Crédito, Governo do México

Legenda da foto, O governo do presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador comprou vacinasplataforma stake apostasvários países, incluindo a China

Um exemplo desse fenômeno são os planosplataforma stake apostascoproduçãoplataforma stake apostasvacinas no Brasil, Peru e Argentina, até 2024. Para o analista, esse novo tipoplataforma stake apostasrelação permitirá a Pequim avançarplataforma stake apostasdesenvolvimentos biotecnológicos na região.

Até o momento, a China encontrou na América Latina um grande mercado para a venda das vacinas produzidas pelos laboratórios chineses Sinovac (que faz a CoronaVac, desenvolvida no Brasil pelo Instituto Butantan), Sinopharm e CanSino. A grande maioria dos países da região adquiriu doses dessas vacinas.

Os vínculos políticos e o 'fator Taiwan'

A capacidade chinesaplataforma stake apostasproduzir vacinasplataforma stake apostasmassa e enviá-las a paísesplataforma stake apostasdesenvolvimento gerou uma abertura diplomática e comercial que ofereceu à China, segundo os especialistas, uma vantagem com relação aos países desenvolvidos que se concentraram nas suas próprias necessidades.

Mulher sendo vacinada

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Entre vendas e doações, a China forneceu vacinas contra a covid-19 para a maior parte dos países latino-americanos

Na América Latina, além do benefício das vendas, a China também desenvolveu um programaplataforma stake apostasdoaçãoplataforma stake apostasvacinas. Há algumas semanas, o governo do presidente Xi Jinping realizou a segunda doaçãoplataforma stake apostasvacinas para a Nicarágua, assim que o país centro-americano rompeu relações diplomáticas com Taiwan.

"No mundo, existe apenas uma China", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Nicarágua, Denis Moncada, tomando para si a posiçãoplataforma stake apostasPequim sobre o governo da ilha, considerada parte inalienável do território da República Popular.

A decisão da Nicarágua "demonstra que a China está expandindoplataforma stake apostasinfluência na região", segundo afirmou à BBC News Mundo o professor e diretor do Centroplataforma stake apostasEstudos Latino-Americanos da Universidade Renmin, na China, Cui Shoujun.

Ele acrescenta que "a China considera os países latino-americanos como sócios para o desenvolvimento e forneceu enorme assistência médica aos países mais afetados pela pandemia".

Com o término das relações diplomáticas com a Nicarágua, Taiwan tem agora apenas 14 aliados diplomáticos formaisplataforma stake apostastodo o mundo,plataforma stake apostasmeio a tensões cada vez maiores com o governoplataforma stake apostasPequim.

Na América Central, os países que mantêm relações diplomáticas com Taiwan são a Guatemala, Belize e Honduras — mas a presidente eleita Xiomara Castro, que assumirá o cargoplataforma stake apostasHonduras no dia 27plataforma stake apostasjaneiro, comprometeu-se durante a campanha a romper relações com Taiwan,plataforma stake apostasfavorplataforma stake apostasPequim.

Daniel Ortega

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O governo do presidente nicaraguense Daniel Ortega rompeu relações diplomáticas com Taiwanplataforma stake apostasdezembroplataforma stake apostas2021

No Caribe, o Haiti, São Cristóvão e Nevis, São Vicente e Granadinas e Santa Lúcia mantêm relações diplomáticas com Taiwan — e, na América do Sul, somente o Paraguai.

As últimas doaçõesplataforma stake apostasvacinas à Nicarágua, após seu rompimento com Taiwan, somam-se às enviadas a outros países latino-americanos, como a Venezuela, Cuba, Bolívia e Peru, que agradeceram pela ajuda chinesaplataforma stake apostasmeio à crise sanitária.

Enquanto a China considera as doações um ato humanitário após entraves do consórcio Covax Facility definido pelas grandes potências para ajudar os países mais vulneráveis, seus críticos consideram que Pequim faz uso dessa circunstância como uma oportunidade para conseguir benefíciosplataforma stake apostasnegócios futuros — e,plataforma stake apostasforma mais ampla, para melhorar a imagem do país pelo mundo.

Maduro e Xi

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A China e a Venezuela mantêm estreitas relações políticas e comerciais

Por outro lado, uma inclinação para a esquerda dos governos da América Latina poderia criar um cenário novo. "O desvio para a esquerda abre uma porta pós-covid para maior expansão da influência chinesa na América Latina", afirma Evan Ellis.

Segundo o pesquisador, existe um padrão históricoplataforma stake apostasvínculo entre a China e países como a Venezuela, Cuba, o Equador do ex-presidente Rafael Correa, a Bolíviaplataforma stake apostasEvo Morales, a Argentina da ex-presidente Cristina Kirchner e El Salvadorplataforma stake apostasNaiyb Bukele, além dos primeiros encontros com o Peruplataforma stake apostasPedro Castillo e, agora, a Nicaráguaplataforma stake apostasDaniel Ortega.

Mas os especialistas consultados concordam que existe um elemento fundamental: a China quer fazer negócios. E esse objetivo depende muito mais das oportunidades que da posição política do governo que estiver no poder no momento.

O comércio chinês

Barco cargueiro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os númerosplataforma stake apostas2021 a serem divulgados devem marcar mais um ano recorde no comércio entre a China e a América Latina

Alicia García-Herrero, economista-chefe para a Ásia e a Oceania do bancoplataforma stake apostasinvestimentos francês Natixis e ex-economista do Fundo Monetário Internacional (FMI), defende que "a pandemia aprofundou a relaçãoplataforma stake apostasdependência entre a América Latina e a China".

Alémplataforma stake apostasuma conta comercialplataforma stake apostasdéficit eplataforma stake apostasuma grande quantidadeplataforma stake apostasempréstimos chineses para a região nas últimas décadas, surgiram novos elementos.

Entre eles, a atual dependência latino-americana das importaçõesplataforma stake apostasvacinas chinesas e,plataforma stake apostasalguns casos, "doaçõesplataforma stake apostastrocaplataforma stake apostasfavores políticos", segundo a economista.

Além disso, estáplataforma stake apostasjogo a redução do fornecimentoplataforma stake apostasempréstimos para a região, com o aumento da pressão para o pagamento das dívidas contraídas. Nesse contexto, García-Herrero salienta que "os países mais endividados da região precisam enfrentar uma enorme quantidadeplataforma stake apostaspagamentos para a Chinaplataforma stake apostasum momento muito difícil", quando os cofres dos governos estão muito prejudicados pela pandemia.

Embora os investimentos estrangeiros diretos da China na América Latina tenham sido reduzidos durante a pandemia, segundo Pepe Zhang, as "relações comerciais permanecem sólidas e resistentes".

"É provável que 2021 tenha sido outro ano recorde, ou perto disso, para o comércio entre a China e a região", afirma.

De fato, durante a reunião ministerial do Foro da Comunidadeplataforma stake apostasEstados Latino-Americanos e do Caribe (Celac) com a China no inícioplataforma stake apostasdezembro, o vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Ma Zhaoxu, anunciou que o volumeplataforma stake apostascomércio entre as partes superou US$ 300 bilhões (R$ 1,7 trilhão)plataforma stake apostas2020. "E esperamos que, este ano (2021), essa cifra alcance US$ 400 bilhões" (R$ 2,275 trilhões), segundo ele.

Com relação aos investimentos chinesesplataforma stake apostasinfraestrutura, 24 projetos foram desenvolvidos na região, somando um totalplataforma stake apostasUS$ 18 bilhões (R$ 102 bilhões)plataforma stake apostas2020, segundo Enrique Dussel, "embora estivéssemosplataforma stake apostasplena pandemia".

Para o pesquisador mexicano, a China busca estabelecer uma associação estratégica integralplataforma stake apostaslongo prazo com a região, que vá mais além dos governos no poder. Ele acrescenta que a China oferece um portfólioplataforma stake apostasopções para os países latino-americanos há maisplataforma stake apostasdez anos.

"Se você tiver interesse por tênisplataforma stake apostasmesa, eu ofereço tênisplataforma stake apostasmesa, se quiser tecnologia 5G, ofereço tecnologia 5G. Se quiser um tremplataforma stake apostasalta velocidade, um porto, um satélite ou um empréstimo, aqui está", exemplifica Dussel. No final, os países latino-americanos escolhem qual parte deste portfólio querem receber.

Como temos visto, "países como Argentina, Equador, Brasil, México, Cuba e Venezuela escolheram uma parte do portfólio chinês", segundo Dussel.

Além disso, estamos presenciando novas relações triangulares entre a América Latina, os Estados Unidos e a China.

"Vamos continuar convivendo com a tensão entre os dois gigantes", destaca ele. "Fazer um casamento ideológico com um dos dois é faltaplataforma stake apostassensatez. É algo pouco inteligente."

Línea

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