Como nossa busca por padrões pode explicar crenças e teorias da conspiração:jogo de aposta da blaze

jogo de aposta da blaze Coincidências acontecem, acredite. Quando dois fenômenos parecem estar ligados, mas na verdade não têm relação entre si, podemos ter dificuldadesjogo de aposta da blazeaceitar que se trate apenasjogo de aposta da blazecoincidência, por acharmos que elas sejam raras.

A verdade, no entanto, é que as coincidências são mais comuns do que possam parecer. Quando aceitamos esse fato, ficamos menos sugestionados a acreditarjogo de aposta da blazeconexões inexistentes ou teorias da conspiração.

Para explicar essa tendência humanajogo de aposta da blazever causa e efeito onde não há nem um nem outro, o psicólogo e escritor canadense Steven Pinker, autorjogo de aposta da blazelivros como O Novo Iluminismo e Os Anjos Bons da Nossa Natureza, faz uma pergunta relativa a algo que consideramos bastante pessoal: o dia do nosso aniversário.

Imagine que você estejajogo de aposta da blazeuma festa, sugere Pinker, com algumas dezenasjogo de aposta da blazeoutros convidados. "Quais são as chancesjogo de aposta da blazeque dois desses convidados façam aniversário no mesmo dia?", pergunta o psicólogo.

"São mais que 50%. Se a festa tiver 60 convidados, as chances serão mais que 99%", responde ele mesmo.

Surpreso? É natural, e a situação na hipotética festa ilustra bem nosso recorrente espanto diantejogo de aposta da blazecoincidências, como explica o escritor.

"Esse é um exemplojogo de aposta da blazecomo ficamos, frequentemente, impressionados demais pelas coincidências, porque nos esquecemosjogo de aposta da blazequantas maneiras existem por meio das quais elas ocorrem."

Padrões no acaso

A tendênciajogo de aposta da blazever conexões significativas entre coisas completamente desconectadas é o que psicólogos chamamjogo de aposta da blazeapofenia.

O termo descreve o fatojogo de aposta da blazeque frequentemente vemos padrõesjogo de aposta da blazeinformações aleatórias, o que pode ser profundamente problemático.

"Quando temos alucinações e vemos coisas que não estão lá, podemos tomar decisões tolas. Podemos imaginar que existem conspirações porque várias coisas ruins acontecemjogo de aposta da blazeseguida", diz Pinker.

"Podemos acreditarjogo de aposta da blazedivindades malévolas, porque subestimamos como é fácil para infortúnios se agruparem."

Entre as muitas "pegadinhas" que nossos próprios pensamentos podem nos aprontar, estão inclinações a identificar padrões baseadosjogo de aposta da blazeeventos passados, sem que haja nenhuma base para sustentar algum tipojogo de aposta da blazerepetição ou tendência futura.

"Podemos nos tornar vítimas da 'falácia do apostador'", afirma Pinker, referindo-se a um termo inspirado no errojogo de aposta da blazeachar que exista algum tipojogo de aposta da blazeregra para ocorrênciasjogo de aposta da blazejogosjogo de aposta da blazeazar, como a roletajogo de aposta da blazecassinos.

"Pense, por exemplo, que, se a roda da roleta parou numa casa vermelha seis vezes seguidas, então seria a vezjogo de aposta da blazeela parar numa preta… Embora, é claro, a roleta não tenha uma memória ou um desejojogo de aposta da blazejogarjogo de aposta da blazeforma justa."

A "falácia do apostador", também conhecida como "faláciajogo de aposta da blazeMonte Carlo", é a crença incorretajogo de aposta da blazeque um evento passado influenciará o resultadojogo de aposta da blazeum evento futuro. Mas por que tantosjogo de aposta da blazenós caímos nessa história?

"O motivo centraljogo de aposta da blazese ter um cérebro é entender o que se passa no mundo", explica Pinker. "Isso é uma coisa útil num ambiente natural, porque não temos um fio saindo direto do nosso cérebro para a realidade, nós estamos sempre interpretando padrões."

Essa capacidade do nosso cérebro é essencial para, por exemplo, identificar perigos na floresta ou possíveis fontesjogo de aposta da blazealimentos, diz ele.

"Nós vemos formas parcialmente obscurecidas por folhas das plantas, nós vemos peixes sob a superfície da água, nós sempre vamos além das informações que nos são dadas."

"Mas isso também significa que podemos exagerar e interpretar coisas que na verdade não estão lá. Não apenas no campo das formas visuais, mas no campo dos acontecimentos."

Aquecimento global com frio?

Essa incapacidadejogo de aposta da blazeaceitar o valor da aleatoriedade pode levar a todo tipojogo de aposta da blazeproblema. Pode, por exemplo, levar algumas pessoas a não acreditar nas mudanças climáticas após um dia com frio recorde, quando,jogo de aposta da blazefato, se elas pudessem olhar para a tendência histórica, ficará claro que esse dia foi uma flutuação completamente normal, mesmo que aleatória.

Essa dificuldade também pode nos levar a atribuir significado a ocorrências totalmente desconectadas.

"Quando eventos acontecemjogo de aposta da blazeforma aleatória ao longo do tempo", afirma Pinker, "eles frequentemente formam grupos, porque não existe um processo tentando separá-los. Isso é algo muito difícil para nós reconhecermos".

A situação fica ainda mais desafiadora para a mente humana, explica o escritor, quando os acontecimentos dizem respeito a nós mesmos e a nossa experiênciajogo de aposta da blazevida.

"Quando se tratajogo de aposta da blazeeventos nas nossas vidas, que podem ser distribuídosjogo de aposta da blazeforma aleatória ao longo do tempo, da perspectiva das nossas mentes buscando padrões, eles parecem virjogo de aposta da blazegrupos", diz ele.

De acordo com Pinker, é aí que essa exagerada e equivocada interpretaçãojogo de aposta da blazeocorrências pode nos levar a abraçar superstições, crenças infundadas ou teorias da conspiração.

"Podemos acreditar que coisas ruins acontecemjogo de aposta da blazegruposjogo de aposta da blazetrês, que Deus está testando nossa fé, que nascemos sob um signo ruim."

Uma outra ilusão comum é a chamada probabilidade anterior, às vezes chamadajogo de aposta da blaze"falácia do atiradorjogo de aposta da blazeelite do Texas", inspirada no atirador que atira na paredejogo de aposta da blazeum celeiro e depois desenha um alvojogo de aposta da blazetorno do buraco feito pela bala. Essa ideia pode ser aplicada no mercado financeiro, como afirma Steven Pinker.

"Existe a história do consultor do mercadojogo de aposta da blazeações, que envia milharesjogo de aposta da blazecartas, metade prevendo que o mercado iria subir, metade prevendo que iria cair. Ele, então, apaga os nomes na lista que receberam a previsão incorreta."

Muitos, diz Pinker, vão achar que o consultor realmente acertara. "Depoisjogo de aposta da blazeum ano, haverá pessoas que pensarão que esse sujeito é um gênio."

Já se impressionou com algo dito por alguém se apresentou como "visionário" ou "místico"? Como Pinker explica, trata-se da mesma probabilidade enganosa.

"Essa é uma falácia a que todos nós estamos suscetíveis. É por isso que, com frequência, ficamos impressionados com psíquicos ou adivinhos cujas previsões são incrivelmente corretas, depois que elas ocorrem, mas tendemos a esquecer todas as outras falsas previsões."

Juntos, não caímos

Então, se nós sabemos que somos suscetíveis a cair nessas ilusões, a ver padrões que não existem, o que nós podemos fazer a respeito?

"Estarmos cientesjogo de aposta da blazeque todos nós somos vulneráveis a falácias e ilusões, tendências, não significa que nós deveríamos simplesmente,jogo de aposta da blazeforma fatalista, erguer as mãos e dizer 'nós humanos somos irracionais e, portanto, precisamosjogo de aposta da blazealgum tipojogo de aposta da blazedéspotas benevolentes para tomar decisões por nós, que a democracia foi um grande erro'", diz o psicólogo canadense.

A resposta, segundo Pinker, viria da colaboração entre as pessoas e do fatojogo de aposta da blazeque,jogo de aposta da blazegeral, costumamos ter mais facilidadejogo de aposta da blazeidentificar problemas nos outros do quejogo de aposta da blazenós mesmos.

"Provavelmente nenhumjogo de aposta da blazenós é tão sábio a pontojogo de aposta da blazeser capazjogo de aposta da blazeperceber nossos próprios pensamentos falaciosos. Nós somos muito melhoresjogo de aposta da blazeperceber o pensamento falaciosojogo de aposta da blazeum outro sujeito."

Comojogo de aposta da blazetantas outras atividades humanas, portanto, a interpretaçãojogo de aposta da blazeacontecimentos exige a cooperação entre pessoas, algo proporcionado pela vidajogo de aposta da blazecomunidade. É dessa forma que uma sociedade com a abertura para trocajogo de aposta da blazeinformações, ideias e pontosjogo de aposta da blazevista pode tomar decisões corretas, como explica Steven Pinker.

"Podemos aproveitar essa habilidadejogo de aposta da blazecomunidades que possuem liberdadejogo de aposta da blazeexpressão, debates abertos, um processo contraditório, controle e equilíbrio, edição, verificaçãojogo de aposta da blazefatos, para que a primeira impressão equivocadajogo de aposta da blazeuma pessoa, seu julgamento ilusório instantâneo, possa ser identificada por outro alguém, e a comunidade como um todo implemente a decisão mais razoável."

Este texto foi baseadojogo de aposta da blazeum vídeo da BBC Ideas com Steven Pinker. Para assistir ao vídeo, clique aqui.

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