Variante delta da covid: por que cepa do coronavírus que apavora o mundo é razão para alerta, mas não alarme:jogos de azar liberado

Pessoa sendo vacinada
Legenda da foto, Sem dúvida, essa nova versão do coronavírus está se tornando um problema global. Nas próximas semanas, provavelmente, ela vai se espalhar ainda mais pelo mundo. E isso dá uma ideia do poderjogos de azar liberadopropagação dessa variante

A forma como o vírus se liga às nossas células é conectando a espícula (também conhecida como proteína S) ao receptor ACE2, que fica na superfíciejogos de azar liberadonossas células.

As principais variantes observadas até o momento surgem a partirjogos de azar liberadomutações espontâneas nessa proteína S do vírus.

Mas essas alterações genéticas acontecem aos poucos ejogos de azar liberadoforma gradual: se muitas mudanças ocorremjogos de azar liberadouma hora para outra, o vírus deixajogos de azar liberadoser viável.

Especificamente, a variante Delta tem duas mutações mais relevantes na espícula, que são conhecidas pelos códigos L452R e P618R.

Essa nova linhagem já virou maioria no Reino Unido, onde atinge 99%jogos de azar liberadoprevalência entre as variantes circulantes e, claro, na Índia, onde foi inicialmente identificadajogos de azar liberadodezembrojogos de azar liberado2020.

E tudo indica que ela também se tornará dominantejogos de azar liberadomais países, assumindo o lugar que era da variante Alfa (anteriormente conhecida como britânica, ou B.1.117).

Nos Estados Unidos, a Delta já representa cercajogos de azar liberado20% dos casos.

Sem dúvida, essa nova versão do coronavírus está se tornando um problema global. Nas próximas semanas, provavelmente, ela vai se espalhar ainda mais pelo mundo. E isso dá uma ideia do seu poderjogos de azar liberadopropagação.

Na Espanha, foram relatados casos e surtos importados e autóctones (transmitidos localmente). Nas semanas iniciais, a presença da Delta por lá giravajogos de azar liberadotornojogos de azar liberado1% dos casos. Nos últimos dias, ela chega a representar cercajogos de azar liberado20% das amostras analisadas.

E no Brasil?

Os primeiros casosjogos de azar liberadocovid-19 no Brasil provocados pela variante Delta foram confirmados no dia 20jogos de azar liberadomaio.

A detecção aconteceu num grupojogos de azar liberadoseis passageiros do navio MV Shandong da Zhi, que chegou ao litoral do Maranhão no dia 15jogos de azar liberadomaio.

Tudo começou quando um homem indiano com sintomas da infecção foi internado num hospitaljogos de azar liberadoSão Luís, capital maranhense, o que acendeu o sinaljogos de azar liberadoalerta das autoridades locais, pois já se temia os efeitos que a entrada dessa nova linhagem poderia ter no país.

Os demais passageiros da embarcação permaneceramjogos de azar liberadoquarentena, e cinco deles também apresentaram essa nova versão do vírus.

Durante o mêsjogos de azar liberadojunho, novos casos foram observadosjogos de azar liberadovárias regiões do país: cidadesjogos de azar liberadoRiojogos de azar liberadoJaneiro, Minas Gerais, Paraná e Goiás já confirmaram a presença da Delta.

As duas primeiras mortes por covid-19 relacionadas a essa linhagem por aqui foram notificadas tambémjogos de azar liberadojunho: a primeira foi uma gestantejogos de azar liberado42 anos, no Paraná, e a segunda aconteceu com um homemjogos de azar liberado54 anos, que era um dos tripulantes do navio MV Shandong da Zhi, atracado no Maranhão.

Apesar desses indícios da presença da variante Deltajogos de azar liberadoterritório brasileiro, infelizmente não é possível estimar o seu impacto: os sistemasjogos de azar liberadovigilância genômica nacionais são bastante incipientes e não conseguem analisar um númerojogos de azar liberadoamostras suficientemente grande para ter uma ideia do que está acontecendo nas cadeias internasjogos de azar liberadotransmissão do coronavírus, a exemplo do que acontece no Reino Unido e na Espanha, que foram citados anteriormente.

O que dizem os números

Embora os mecanismos exatos ainda sejam desconhecidos, é fato que a Delta é mais transmissíveljogos de azar liberadocomparação com a Alfa: essa taxajogos de azar liberadotransmissibilidade chega a ser entre 40 e 60% maior,jogos de azar liberadoacordo com dados da Agência Europeia para o Controlejogos de azar liberadoDoenças (eCDC).

Estima-se que o R (ou número reprodutivo básico efetivo, ou o quanto uma pessoa infectada transmite o vírus para outras) é até 55% maior do que o da variante Alfa.

No Reino Unido, esse R fica na casajogos de azar liberado1,44 (cada 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para outras 144).

Há dados que apontam para um risco maiorjogos de azar liberadohospitalização atrelado a essa variante, mas ainda não se tem certeza absoluta sobre isso.

Dados da Escócia mostraram que o riscojogos de azar liberadohospitalização é quase o dobrojogos de azar liberadocomparação com a variante Alfa.

E algo semelhante pode ser deduzido dos dados do serviço públicojogos de azar liberadosaúde britânico.

Outra informação que preocupa vem da áreajogos de azar liberadotratamento: testes in vitro, ou seja, feitos com célulasjogos de azar liberadolaboratório, indicam que os remédios da classe dos anticorpos monoclonais, como o casiribimabe e o imdevimabe, podem funcionar menosjogos de azar liberadopacientes acometidos pela covid-19 provocada por essa linhagem.**

jogos de azar liberado Existem motivos para alarme jogos de azar liberado com as vacinas jogos de azar liberado ?

No atual momento, não. Lembre-sejogos de azar liberadoque já surgiram (e muito provavelmente surgirão) diversas variantes do Sars-CoV-2, como foi o caso anteriorjogos de azar liberadoAlfa (Reino Unido), Beta (África do Sul) e Gama (Brasil).

Toda vez que essas novas linhagens são classificadas como "preocupantes" pela Organização Mundial da Saúde, sempre aparece a mesma dúvida: será que elas são capazesjogos de azar liberadodriblar as vacinas?

Mas esse cenário, felizmente, não se concretizou até agora.

Pelo contrário, sabemos que as vacinas funcionam bem com absolutamente todas as variantes conhecidas. Isso foi visto no Reino Unido, onde a Delta é a dominante.

Cercajogos de azar liberado14 dias após tomar a segunda dose, a eficácia éjogos de azar liberado96% com o imunizante da Pfizer ejogos de azar liberado92% no casojogos de azar liberadoAstraZeneca/Universidadejogos de azar liberadoOxford.

A farmacêutica Janssen também soltou um comunicado dizendo que o seu produto "oferece proteção duradoura contra a covid-19 e provoca uma atividade neutralizante contra a variante Delta".

Esses resultados, porém, ainda não foram publicadosjogos de azar liberadorevistas científicas para a análisejogos de azar liberadocientistas independentes.

No caso do Brasil, que também utiliza as vacinasjogos de azar liberadoAstraZeneca/Oxford, Pfizer e Janssen, a dúvida maior fica sobre a quarta participantejogos de azar liberadonossa campanha nacional, a CoronaVac (Sinovac/Instituto Butantan).

Recentemente, alguns porta-vozes da farmacêutica chinesa Sinovac afirmaram que o imunizante é capazjogos de azar liberadobarrar a variante Delta, mas os resultados dessa pesquisa ainda não saíramjogos de azar liberadonenhuma revista científica.

Outras alternativas que estão sendo pesquisadas mundo afora são a possibilidadejogos de azar liberadoampliar o intervalo entre as doses ou mesclar diferentes vacinas (como tomar a primeira da Pfizer e a segunda da AstraZeneca, por exemplo).

Essas estratégias podem ampliar a eficácia e garantir um melhor efeito contra esses novos desafios que aparecem pelo caminho.

Tabelajogos de azar liberadovariantesjogos de azar liberadoSars-Cov-2

Outro aspecto super importante que precisa ser mencionado quando falamosjogos de azar liberadonovas variantes é a rapidez com que vacinamos.

Quanto mais ágil forem as campanhas e o maior númerojogos de azar liberadopessoas, inclusive os jovens, tomarem as suas doses, mais rapidamente evitaremos mortes pela Delta ou qualquer uma das outras variantes.

Alémjogos de azar liberadoevitar casos graves e óbitos, já se sabe que alguns imunizantes conseguem reduzir a circulação do coronavírus pela comunidade, o que também sinaliza um caminho para o controle pandêmico no futuro.

Retomada no Reino Unido

Mesmo diantejogos de azar liberadotodas essas informações, não podemos ignorar que os casos voltaram a subirjogos de azar liberadolugares como o Reino Unido: na última semana, houve um aumentojogos de azar liberado70% nos diagnósticosjogos de azar liberadocovid-19, embora a taxajogos de azar liberadointernações só tenha se elevadojogos de azar liberado10%.

Acredita-se que essa diferença esteja relacionada com a vacinação adiantadajogos de azar liberadolá,jogos de azar liberadoque 85% dos adultos já tomaram a primeira dose e 62% estão com o esquemajogos de azar liberadoimunização concluído.

Apesar do repique nos casos britânicos, dados oficiais mostram que o crescimento está sendo impulsionado pelas faixas etárias mais jovens, com uma taxajogos de azar liberadopositividade cinco vezes maior entre criançasjogos de azar liberado5 a 12 anos e adultosjogos de azar liberado18 a 24 anos.

Além disso, o crescimentojogos de azar liberadoinfectados entre as pessoas com menosjogos de azar liberado50 anos era 2,5 vezes maior do que entre aqueles com 50 anos ou mais.

Em Israel, onde a Delta está se tornando dominante e as vacinas foram administradasjogos de azar liberadomaisjogos de azar liberado80% dos adultos (ou 60% da população total), já se observa um aumento nos casos, mas nenhuma alteração significativa nas hospitalizações ou nas mortes.

Devemos relaxar?

Obviamente não devemos relaxar.

Numa situaçãojogos de azar liberadoque a susceptibilidade global ainda é elevada, sobretudo porque a percentagem da população vacinada ainda é insuficiente para sentirmos algum sinaljogos de azar liberadofim da pandemia, a circulação desta variante deve nos colocarjogos de azar liberadoalerta, mas não alarmados.

Gráfico sobre o que são as variantes

Para evitar que novas variantes ainda mais transmissíveis ou, pior, com capacidadejogos de azar liberadodriblar o efeito das vacinas já disponíveis apareçam, é preciso apostarjogos de azar liberadoduas estratégias que devem andarjogos de azar liberadomãos dadas e seguem efetivas contra as novas variantes, como a Delta: acelerar o ritmojogos de azar liberadovacinação e manter (ou fortalecer) as estratégias não farmacológicasjogos de azar liberadoprevenção, como o distanciamento social e o usojogos de azar liberadomáscaras.

Uma discussão que precisaremos ter num futuro próximo é a vacinação contra a covid-19jogos de azar liberadocrianças e adolescentes.

Proteger os menoresjogos de azar liberadoidade provavelmente ajudaria a obter imunidade coletiva mais rapidamente nos locais com as campanhas mais adiantadas, mas é questionável ampliar o público-alvo agora, num momentojogos de azar liberadoque muitos países sequer iniciaram as campanhasjogos de azar liberadovacinação para grupos prioritários.

Enquanto os imunizantes não estão disponíveis para todos, é essencial que aqueles cuidados básicos continuem a ser respeitados: fiquejogos de azar liberadocasa sempre que possível e, ao sair, use máscara e mantenha um espaçojogos de azar liberado1,5 metrojogos de azar liberadooutras pessoas que não façam partejogos de azar liberadoseu convívio diário. Prefira ambientes abertos ou bem arejados e lave sempre as mãos.

Enquanto o coronavírus tiver hospedeiros para infectar, ele continuará a mutarjogos de azar liberadomaneiras que não podemos prever totalmente. E precisamos ficarjogos de azar liberadoolho para que isso não se torne um problema ainda maior do que aquele que precisamos enfrentar no momento.

* Antonio Gutiérrez Pizarraya é pesquisador, médico e epidemiologista da UGC Farmacia, Hospital Universitariojogos de azar liberadoValme na Andaluzia, Espanha. O artigo foi originalmente publicado no site The Conversation neste link.

**Após a publicação dessa reportagem, a Roche dissejogos de azar liberadonota que o coqueteljogos de azar liberadoanticorposjogos de azar liberadocasirivimabe e imdevimabe (REGN-COV2) tevejogos de azar liberadoeficácia in vitro comprovada contra as principais variantes (Alfa, Beta, Gama, Delta e Delta+).

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