Coronavírus: apostarformula 1 apostasimunidadeformula 1 apostasrebanho sem vacina é péssima ideia, alerta cientista:formula 1 apostas

Crédito, EPA

A ideia não é nova. Desde o início da pandemia, alguns países se opõem a medidas para conter o contágio. Depois, o colapso da saúde da primeira onda fez com que eles mudassemformula 1 apostasideia.

Nas últimas semanas, porém, parece que a memória está começando a vacilar. Provavelmente por causa da ameaçaformula 1 apostasuma crise econômica devastadora, a hipótese da imunidadeformula 1 apostasgrupo deliberada renasceu das cinzas.

Um grupoformula 1 apostasespecialistas, minoritário na comunidade acadêmica, publicou a Declaração do Grande Barringtonformula 1 apostas4formula 1 apostasoutubro, na qual rejeitam as medidasformula 1 apostasconfinamento e distanciamento por causaformula 1 apostassuas consequências sociais e econômicas. Eles argumentam que a maior parte do mundo deveria "viver normalmente" até atingir a imunidadeformula 1 apostasgrupo naturalmente.

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Legenda da foto, Para signatários da Declaraçãoformula 1 apostasGreat Barrington, foco das medidasformula 1 apostasproteção devem estar na população vulnerável, e não geral

E a fração da população mais vulnerável à doença deveria, segundo eles, se isolar durante esse período. Eles apelidaram essa estratégiaformula 1 apostas"proteção direcionada".

Outro grupoformula 1 apostasespecialistas respondeu rapidamente ao documento publicando o Manifestoformula 1 apostasJohn Snow, que leva o nome daquele que é considerado o pai da epidemiologia moderna. Para esses estudiosos, a busca deliberada pela imunidadeformula 1 apostasgrupo natural é uma péssima ideia.

Os motivos são:

- Morreriam milhõesformula 1 apostaspessoas

A letalidade do vírus Sars-CoV-2, que causa a covid-19, ainda não foi determinada com certeza pela ciência, além da influênciaformula 1 apostasvariáveis como momento da pandemia e idade da população nos cálculos.

Ainda assim, estimativas conservadoras apontam que quase 0,6% dos infectados acabe morrendo. Ou seja, para atingir uma imunidadeformula 1 apostasrebanho no patamarformula 1 apostas60-70%, morreriam quase 200 mil pessoas só na Espanha. Isso sem mencionar as sequelas persistentesformula 1 apostasmilharesformula 1 apostaspacientes que conseguiram sobreviver.

Crédito, BBC

Além disso, o colapso sanitário por causa da alta porcentagemformula 1 apostasdoentes que demandariam internações hospitalares significaria que não sofreriam apenas os pacientesformula 1 apostascovid-19, mas tambémformula 1 apostasoutras doenças que não poderiam receber a atenção devida.

Essa situação teria profundas consequências sociais e econômicas. Mesmo sem apelar para a imunidadeformula 1 apostasgrupo, a mortalidade colateral por covid teria dimensões inaceitáveis.

Como se isso não bastasse, teríamos outro problema.

- Não sabemos se atingiríamos imunidadeformula 1 apostasgrupo porque não temos clareza sobre como funciona a imunidade individual

Para que a imunidadeformula 1 apostasgrupo seja alcançada, estima-se que precisaríamosformula 1 apostas60 a 70% da população imune ao mesmo tempo. Não apenas você não fica doente, mas também não pode transmitir o vírus para outras pessoas.

No entanto, ainda não sabemos como funciona a imunidade ou quanto tempo ela dura. Os anticorpos, que são a parte da resposta imune que mais estudamos, decaem após alguns meses, especialmente nos casosformula 1 apostasinfecções leves. Mas não sabemos o impacto disso na capacidadeformula 1 apostasdefesa como um todo do corpo.

Além disso, sabemos que reinfecções são possíveis, o que pode ser um obstáculo intransponível para a obtençãoformula 1 apostasuma imunidade coletiva.

- A proteção direcionada não é apenas eticamente discutível: também apresenta dificuldades técnicas

É extremamente difícil isolar efetivamente os idosos e os grupos vulneráveis ​​(eles não poderiam receber visitas e seriam condenados a viver na solidão? O que acontece com os funcionários dos asilos? Será que os isolaríamos também?).

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O coronavírus tem um efeito mais negativoformula 1 apostasindivíduos que sofremformula 1 apostascertas doenças que podem ser evitadas

Além disso, não é tão fácil definir a população vulnerável: muitos jovens, aparentemente sem patologias anteriores, sofreram casos gravesformula 1 apostascovid-19, e não temos como identificar essa populaçãoformula 1 apostasrisco: pode ser qualquer um.

De fato, levandoformula 1 apostasconsideração os dadosformula 1 apostasmortesformula 1 apostasexcesso (o númeroformula 1 apostaspessoas que morreu neste ano a mais do que a média históricaformula 1 apostasanos anteriores), durante a primeira onda do novo coronavírus, 25% das mortesformula 1 apostasexcesso envolviam pessoas com menosformula 1 apostas65 anos.

- As estimativasformula 1 apostasimunidadeformula 1 apostasgrupo são baseadasformula 1 apostasmodelos matemáticos questionáveis

Normalmente, a imunidadeformula 1 apostasrebanho é calculada como (1-1 / R₀) x 100), onde R₀ é outro conceito que entrouformula 1 apostasnossas vidas durante a pandemia: o chamado número reprodutivo básico (ou taxaformula 1 apostascontágio, que é a quantidadeformula 1 apostaspessoas que podem contrair a doença a partirformula 1 apostasalguém infectado).

Mas essas estimativas são baseadasformula 1 apostasmodelos simplificados que não apenas não permitem previsões precisas, como também ignoram o papel dos superespalhadores.

De tal forma que nem temos garantiasformula 1 apostasque, se 80% estiverem infectados, a epidemia vai parar e não vai afetar os 20% restantes.

Se esses pontos são tão claros, por que o apoio à estratégiaformula 1 apostasimunidadeformula 1 apostasgrupo está ressurgindo?

Na maioria dos países, as pessoas vivemformula 1 apostasum estadoformula 1 apostasrestrição contínua ou à sombraformula 1 apostasum novo confinamentoformula 1 apostasmassa. Essa ameaça aumenta a impressãoformula 1 apostasque todo o esforço realizado nos meses anteriores foiformula 1 apostasvão, além da angústia com empregos perdidos ou sob risco.

O desejoformula 1 apostasrecuperar a normalidade também é alimentado por uma economia prejudicada que impõe uma pressão crescente para buscar soluções alternativas.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Qual é a melhor estratégia para lidar com a pandemia a curto, médio e longo prazo?

No entanto, as consequênciasformula 1 apostasdeixar a pandemia evoluirformula 1 apostasforma incontrolável seriam muito mais devastadoras que o efeito dessas medidas. Precisamos criar estratégias racionais que protejam tanto a saúde pública quanto a economia e o nosso estiloformula 1 apostasvida.

Isso só pode ser feito atravésformula 1 apostasum debate ético sobre a responsabilidade individual, um climaformula 1 apostasconvivência e comunidade, uma total transparência dos dados sobre a evolução da pandemia e os motivos que fundamentam as decisões tomadas pelas autoridades.

Resumindo: dados, ciência e prudência. Devemos selecionar as medidas que melhor atendem aos nossos objetivos, mas não adotar nenhuma seria a pior ideiaformula 1 apostastodas.

*Sara Lumbreras é professora e pesquisadora do Institutoformula 1 apostasPesquisa Tecnológica da Universidade Pontíficia Comillas e Mario Castro Ponce é professor e pesquisador da Escola Técnica Superiorformula 1 apostasEngenharia (Icai) da Universidade Pontíficia Comillas.

Esse artigo foi publicado originalmente no site The Conversation e é publicada aqui sob uma licença Creative Commons.

Leia a versão original,formula 1 apostasespanhol, clicando aqui.

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