As ideiasrobo de futebol virtualum sobrevivente do Holocausto que podem ajudar a reduzir violência policial nos EUA:robo de futebol virtual
"Ela cuidourobo de futebol virtualnós", ele recorda à BBC. "Eu estava ao lado dela e da minha irmã quando os tanques alemães entraramrobo de futebol virtualBudapeste."
Por um período, Staub e a irmã se passaram por parentes do interior que tinham vindo visitar Gogan.
Depois, quando a mãerobo de futebol virtualStaub conseguiu documentos assinados pelo diplomata sueco Raoul Wallenberg, a família se mudou para um lugar proximo mais seguro.
Para Staub, Gogan foi como uma segunda mãe e passou a morar com eles, arriscandorobo de futebol virtualvida ao levar comida para a família judaica e ao entregar uma carta destinada ao pairobo de futebol virtualStaub, através dos arames farpadosrobo de futebol virtualum camporobo de futebol virtualconcentração.
Foi graças arobo de futebol virtualgentileza que Staub erobo de futebol virtualfamília sobreviveram à Segunda Guerra. E, passados os anos do conflito e mais uma décadarobo de futebol virtualregime comunista na Hungria, Staub fugiu para os EUA, onde estudou a psicologia da violência, do genocídio e da moralidade.
Ruanda
Ele obteve um PhD no tema na Universidaderobo de futebol virtualStanford e virou professorrobo de futebol virtualHarvard, antesrobo de futebol virtualaplicar na prática suas teorias sobre prevençãorobo de futebol virtualdanos.
Para um projetorobo de futebol virtualRuanda, por exemplo, ele tentou promover açõesrobo de futebol virtualreconciliação depois do genocídiorobo de futebol virtual1994 - episódiorobo de futebol virtualque, no intervalorobo de futebol virtualapenas cem dias, 800 mil pessoas (membros da minoria tutsi e adversários políticos) foram massacradas por extremistas da etnia hutu.
Adequadamente, o mais recente livrorobo de futebol virtualStaub é intitulado The Roots of Goodness and Resistance to Evil (As raízes do bem e a resistência ao mal,robo de futebol virtualtradução livre).
Força bruta
Hojerobo de futebol virtualdia, a dedicaçãorobo de futebol virtualStaub não é curar feridasrobo de futebol virtualgenocídios, mas sim combater o uso excessivo da força na polícia americana.
E, para esse desafio, ele teve uma ideia simples, que se ampara no papel ativorobo de futebol virtualespectadores, como o que Maria Gogan e o diplomata sueco tiveram emrobo de futebol virtualprópria vida.
"Eles foram espectadores ativos e heróicos, que se colocaramrobo de futebol virtualgrande perigo", diz Staub. "Tiveram uma grande influência na minha motivaçãorobo de futebol virtualestudar o que leva uma pessoa a ajudar as demais."
Aos 82 anos, Staub tem vivido uma redescobertarobo de futebol virtualsua escolarobo de futebol virtualpensamento.
Seu conceitorobo de futebol virtualespectador ativo começa a ganhar traçãorobo de futebol virtual2020, quando a violência policial e a injustiça racial entraramrobo de futebol virtualdebate nos EUA a partir da morterobo de futebol virtualGeorge Floyd erobo de futebol virtualoutros afro-americanos. Desse debate surgiram clamores para esforçosrobo de futebol virtualreforma policial.
No momento, maisrobo de futebol virtual30 departamentos policiais pelo país estão implementando um programarobo de futebol virtualtreinamento baseado nas ideiasrobo de futebol virtualStaub.
Ele se aposentou há temposrobo de futebol virtualseu cargorobo de futebol virtualprofessor na Universidaderobo de futebol virtualMassachusetts, onde criara um curso PhDrobo de futebol virtualpsicologia da violência. E pensavarobo de futebol virtualse aposentarrobo de futebol virtualvez neste ano, mas a demanda pelo seu treinamento o colocou no centro do movimento pela reforma policial,robo de futebol virtualplena pandemia.
Com uma curiosidade juvenil que desafia arobo de futebol virtualidade, Staub se familiarizou com as circunstânciasrobo de futebol virtual2020, desde conferênciasrobo de futebol virtualvídeo no Zoom até as demandas do movimento Black Lives Matter.
Se os tempos mudaram, para Staub os princípios do treinamento policial ético parecem estar no auge.
"Algumas pessoas querem tirar o financiamento dos departamentos policiais", afirma Staub. "Nós realmente precisamos da polícia, mas também precisamosrobo de futebol virtualuma transformação nos departamentos policiais."
O treinamento, chamado Policiamento Ético É Corajoso (EPIC, na siglarobo de futebol virtualinglês) estimula os policiais a intervir se virem errosrobo de futebol virtualconduta entre os colegas. Foi primeiro adotadorobo de futebol virtual2014, pela polícia da cidaderobo de futebol virtualNova Orleans.
O ponto-chave é que ele enfatiza a responsabilidade não do perpetrador, mas sim do espectador.
Cada policial é lembradorobo de futebol virtualseu deverrobo de futebol virtualagir ao presenciar comportamentos equivocados, desafiando a prática do silêncio que é comum nesses casos.
Isso também colocarobo de futebol virtualxeque a forma como policiais tradicionalmente enxergam a lealdade corporativa.
"Lealdade não é dizer 'você fez algo errado, (então) vou te proteger'", argumenta à BBC Lisa Kurtz, gerenterobo de futebol virtualinovação no Departamento Policialrobo de futebol virtualNova Orleans. "Lealdade é dizer 'você está prestes a fazer algo errado, e eu vou te impedir'."
Ernest Luster, policial veterano da corporação, diz que o treinamento mudou completamente a dinâmica da polícia na cidade.
"Sempre havia a percepçãorobo de futebol virtual'a polícia contra eles, e eles contra nós'", afirma Luster, sargento com maisrobo de futebol virtual20 anosrobo de futebol virtualexperiência. "Agora, trabalhamos juntos para tornar a comunidade segura."
Luster geralmente começa seu turno com uma reuniãorobo de futebol virtualequipe. Ele recorda seus colegas que devem proteger a comunidade, tantorobo de futebol virtualcriminosos como entre si.
Policiais usam broches do EPIC na lapela, para sinalizar que estãorobo de futebol virtualacordo com a proposta.
No fim das contas, diz o sargento, a polícia quer ser vista pelo público como heroína, e não como vilã. Nesse sentido, ele compara o espectador ativo ao Super-Homem, "um dos meus heróis preferidos".
Saber como - e quando - intervir é uma lição que todos os policiais da corporação aprendem no treinamento EPIC. E todos os escalões participam desse treinamento.
"Você pode ter 50 anosrobo de futebol virtualexperiência no ramo, mas continua sendo um ser humano", diz Luster. "Você ainda é vulnerável a ser afetado por algumas coisas."
Luster recorda um episódiorobo de futebol virtualque ele mesmo teve dificuldaderobo de futebol virtualse controlar: o diarobo de futebol virtualque ele quase bateurobo de futebol virtualum homem já algemado que havia resistido a ser preso por invasãorobo de futebol virtualpropriedade privada.
"Naquele momento, um policial novato passou por mim, colocou as mãos no meu peito, e eu imediatamente lembrei do EPIC. E me afastei. Se eu tivesse feito aquilo (batido no homem), poderia ter perdido meu emprego por uso excessivo da força."
Na mesma linha,robo de futebol virtual2019, um relatóriorobo de futebol virtualum órgão independenterobo de futebol virtualmonitoramento da polícia observou uma queda representativa no númerorobo de futebol virtual"incidentes críticos" envolvendo o uso da força pela políciarobo de futebol virtualNova Orleans.
Esses incidentes caíramrobo de futebol virtual22robo de futebol virtual2012 para cincorobo de futebol virtual2018. Naquele ano, diz o relatório, a polícia da cidade não atirou contra civis, nem feriu ou matou nenhum cidadão.
Também aumentou a aprovação do trabalho policial. Uma pesquisarobo de futebol virtual2019 apontou que 54% dos moradoresrobo de futebol virtualNova Orleans estavam satisfeitos com a performance geral da corporação, contra 21%robo de futebol virtual2009.
Nos anos 2000, era comum que policiais da corporação fossem presos e condenados por crimesrobo de futebol virtualtodos os tipos, relata Mary Howell, advogadarobo de futebol virtualdireitos civis na cidade.
Ela dedicou boa parterobo de futebol virtualseus 40 anosrobo de futebol virtualcarreira a buscar justiça para vítimas desses crimes.
Um dos casos mais memoráveis para ela aconteceu depois da devastação deixada pelo furacão Katrina,robo de futebol virtual2005.
Naquele ano, policiais locais atiraram contra seis pessoasrobo de futebol virtualuma ponte da cidade, matando duas delas. Todas as vítimas eram afro-americanas, nenhuma estava armada ou havia cometido crimes.
Ao fim, todos os policiais envolvidos admitiram culpa nas acusações relacionadas aos disparos e às tentativasrobo de futebol virtualacobertá-los.
Esse tiporobo de futebol virtualviolência, diz ela, costuma ocorrerrobo de futebol virtualciclos.
"Vemos os mesmos padrões na violência doméstica", afirma. "Há um episódio terrível, daí (o agressor) traz chocolates e flores e pede desculpas. E daí acontece tudorobo de futebol virtualnovo."
No auge da violência,robo de futebol virtual2012, a corporaçãorobo de futebol virtualNova Orleans foi colocada sob supervisão federal e suas práticas foram postasrobo de futebol virtualxeque.
É quando Howell e Staub entraramrobo de futebol virtualcena. Ela conheceu o trabalho dele pela primeira vez nos anos 1990, quando leu uma reportagem sobre o programarobo de futebol virtualtreinamento que Staub projetara para a polícia da Califórnia. Howell achou que o conceitorobo de futebol virtualpoliciamento ético poderia funcionarrobo de futebol virtualNova Orleans.
A polícia encampou a ideia e desenvolveu um treinamento. O EPIC é o produto final disso.
Jonathan Aronie foi um dos primeiros advogados designados a monitorar o progresso do projeto e se disse impressionado pela ideiarobo de futebol virtualfocar no comportamentorobo de futebol virtualtoda a corporação policial, "não apenasrobo de futebol virtualum pequeno númerorobo de futebol virtualtransgressores (dentro do órgão)".
"É um programa para a maioria das pessoas do mundo - e para os departamentos policiais - que queiram fazer a coisa certa", diz Aronie. "Elas querem prevenir o dano, só precisam da habilidade para fazê-lo."
Uma nova iniciativa nacional, lançada nos EUA após a morterobo de futebol virtualGeorge Floyd, tenta dar essa habilidade aos policiais. O projetorobo de futebol virtuallei do Espectador Ativo (ABLE, na siglarobo de futebol virtualinglês) visa oferecer apoio a departamentos policiais ao redor do país no desenvolvimentorobo de futebol virtualsuas próprias intervenções do tipo.
Baseado nos princípios do EPIC, o ABLE quer oferecer treinamento e assistência técnica gratuita para as corporações.
O projeto ganhou um financiamento inicialrobo de futebol virtualUS$ 400 mil (R$ 2,2 milhões) e é liderado pela Universidade Georgetown e por um escritóriorobo de futebol virtualadvocacia.
"Depois da morterobo de futebol virtualGeorge Floyd, recebemos cercarobo de futebol virtualcem ligaçõesrobo de futebol virtualdepartamentos policiais querendo o treinamento EPIC", afirma Aronie, que é conselheiro do ABLE.
Até outubro, 34 departamentos policiais,robo de futebol virtualcidades como Boston, Denver e Filadélfia, se preparavam para iniciar treinamentos do ABLE.
Por si só, o treinamento não é uma panaceia para resolver problemas ligados à ação policial. Para Aronie, ele temrobo de futebol virtualser parterobo de futebol virtualuma cultura mais amplarobo de futebol virtualtransformação na polícia, que vai alémrobo de futebol virtual"fazer publicidade com o programa".
Dito isso, as ideiasrobo de futebol virtualStaub estão se tornando a base para essa transformação.
O EPIC "poderia ter mudado toda a dinâmica" das circunstâncias que levaram à morterobo de futebol virtualGeorge Floyd, defende Staub.
Se tivessem sido treinados, os três policiais que assistiram ao episódio "teriam se sentido empoderados" para intervir. E assim poderiam ter feito a diferença, assim como os espectadores Maria Gogan e o diplomata sueco foram vitais na salvaçãorobo de futebol virtualStaub.
"Indivíduos podem fazer uma diferença enorme", argumenta Staub. "Eles têm um grande poder e, juntos, um poder maior ainda."
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