Acordo entre Israel, Bahrein e Emirados Árabes: quais os feitosibas bet365Donald Trump no Oriente Médio:ibas bet365
De qualquer modo, o acordo é um marco histórico, e Trump — que intermediou a relação — se apresenta como artífice deste sucesso a poucas semanas das eleições americanas, na qual enfrenta o candidato democrata Joe Biden.
Trump está atingindo os objetivos que tinha no começoibas bet365seu mandato para a região?
Alinhado com Israel
Pouco depoisibas bet365eleito, Trump nomeou seu genro, Jared Kushner, como enviado especial para o Oriente Médio, encarregadoibas bet365negociar a paz entre israelenses e palestinos.
Nem Trump nem Kushner, que é judeu ortodoxo, esconderam seus alinhamentos com Israel. Por isso, Bessma Momami, especialistaibas bet365Oriente Médio da Universidadeibas bet365Waterloo, no Canadá, acredita que o real objetivo era agradar ao chamado "lobby judeu", que costuma fazer grandes doações para campanhas políticas do Partido Republicano.
Nesta linha,ibas bet365dezembroibas bet3652017, Trump fez um anúncio surpreendente que sacudiu o mundo árabe. Ele comunicou que os Estados Unidos mudariamibas bet365embaixadaibas bet365Tel Aviv para Jerusalém, cidade que ele reconheceu como legítima capitalibas bet365Israel.
O status da histórica cidade, que é sagrada para judeus e muçulmanos, é um dos maiores pontosibas bet365atrito entre israelenses e palestinos.
Ao reconhecer a reivindicação israelense, Trump provocou indignação entre palestinos e rompeu a política mantida por décadas por governos anteriores e pela comunidade internacional.
E algo semelhante aconteceu agora, com os palestinos novamente indignados com este acordoibas bet365Israel com Emirados Árabes e Bahrein, que muitos chamaramibas bet365"golpe mortal" na solidariedade árabe, segundo o primeiro-ministro palestino, Mohamed Shtayeh.
O chefe do governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP) também disse que o acordo foi um "golpeibas bet365misericórdia" na iniciativaibas bet365pazibas bet3652002 no mundo árabe, que estabelecia que não haveria reconhecimentoibas bet365Israel entre Estados árabes até o fim da ocupação israelense ou criaçãoibas bet365um Estado palestino.
A grande incógnita é o que fará a Arábia Saudita, a grande potência regional. O governoibas bet365Riad já fez uma sinalização sobreibas bet365posição ao permitir voos entre Israel e Emirados Árabes que cruzem seu espaço aéreo.
David Makovsky, especialista do Institutoibas bet365Washington para Política no Oriente Médio, acredita que há mudanças internas no mundo árabe que explicam esses novos tempos na região.
"Ao contrário do que acontecia há 20 anos, os países árabes têm algo a ganhar ao estabelecer relações com Israel, sobretudo devido ao papel desempenhado agora pelo Irã", país persa que é rival tantoibas bet365Israel como dos países vizinhos.
Como revelou o resultado da votação da Liga Árabe que condenou os acordos, a solidariedade automática dos países árabes com os palestinos já não pode ser vista como algo garantido.
Segundo Momani, "a maioria dos governos árabes, especialmente entre os países do Golfo Pérsico, se tornaram nacionalistas e primam pelo interesseibas bet365seus próprios países,ibas bet365tal forma que a causa palestina não é tão importante para a psicologia coletiva neles como era no passado".
As armas, prioridade para Trump
Muitos analistas se perguntam o que pode ter levado os Emirados Árabes e o Bahrein a dar um passo tão grande agora.
Uma chave para responder isso pode estar no acesso ao mercadoibas bet365armas dos Estados Unidos,ibas bet365particular os caças F-35, que até agora Washington não vendia para rivais regionaisibas bet365Israel.
Kushner disseibas bet365agosto,ibas bet365entrevista para a CNN, que o acordoibas bet365Israel "deve incrementar as probabilidades"ibas bet365que os Emirados Árabes possam adquirir os F-35, destacando que o maior interessadoibas bet365impedir isso é o Irã.
Poribas bet365parte, o secretárioibas bet365Estado americano, Mike Pompeo, confirmou que seu governo estuda a possibilidadeibas bet365vender esse tipoibas bet365avião para os Emirados Árabes, mas ressaltou que, após se reunir com Netanyahu, o país segue comprometido com a políticaibas bet365manter Israel como potência militar superior na região.
Momani afirma que "Trump deixou claro que só vê o Oriente Médio do pontoibas bet365vistaibas bet365quantas armas os árabes vão comprar dos americanos".
"Para ele, a política exterior se reduz a quanto custa e o que se pode conseguiribas bet365troca", diz.
O presidente tem dado algumas declarações estimulando a assinaturaibas bet365contratosibas bet365armas com países que são criticados por suas abordagensibas bet365direitos humanos e liberdades civis.
Quando o jornalista Jamal Kashoggi foi assassinado no consulado sauditaibas bet365Istambul,ibas bet3652018, provocando um escândalo internacional, muitos acusaram Trumpibas bet365reagir com indiferença ao governo do príncipe Mohamed Bin Salman, da Arábia Saudita, um dos compradores regularesibas bet365tecnologia militar americana.
"Não é novidade que os Estados Unidos apoiam e vendem armas para ditadores e homens fortes da região; a diferença é que com Trump isso é feito abertamente", diz Momani.
Tempos difíceis para o Irã
Desde o inícioibas bet365seu mandato, Trump decidiu encerrar a eraibas bet365relaxamento nas difíceis relações com o Irã, iniciada por seu antecessor, Barack Obama.
Também nisso Trump se alinhou ao pensamento israelense.
Ele retirou os Estados Unidos do acordo nuclear, que oferecia a Teerã a suspensão das sanções internacionaisibas bet365trocaibas bet365aceitar a supervisão internacionalibas bet365seu programaibas bet365energia atômica, e ordenou o ataqueibas bet365Bagdá que matou o general Qasem Soleimani, um homem-chave no Irã. Isso provocou uma escalada perigosa entre os dois países.
A volta das sanções americanas, sob Trump, agravou as dificuldades econômicas do Irã, embora Momani acredite que o problema já vinhaibas bet365antes.
"O Irã está sofrendo, mas nem tudo é obraibas bet365Trump. A assinatura do acordo nuclear não havia melhorado a economia na magnitudeibas bet365que os iranianos imaginavam", diz ele.
Makovsky lembra que, apesar dos contratempos sofridos recentemente, "Teerã continua tendo uma grande influência na região".
As "guerras sem fim" do Iraque e Afeganistão
Além da promessaibas bet365construir um muro na fronteira com o México, acabar com as "guerras sem fim" foi outra das plataformas da política externaibas bet365Trump na campanha eleitoralibas bet3652016.
Em 9ibas bet365setembro, o Pentágono anunciou a retiradaibas bet3652,2 mil soldados no Iraque, o que reduziria seu contingenteibas bet365maisibas bet365um terço naquele país - onde os americanos estão presentes desde a invasãoibas bet3652003, sob o comando do então presidente George W. Bush, no esforço para derrubar Saddam Hussein.
No Afeganistão, onde iniciou uma intervençãoibas bet365larga escala após os ataques queibas bet36511ibas bet365setembroibas bet3652001 derrubaram as Torres Gêmeasibas bet365Nova York, os Estados Unidos chegaram a um acordo com a insurgência do Talebã para retirar suas tropas antesibas bet365maioibas bet3652021.
O governo afegão está agora negociando no Catar com o Talebã, contra quem luta ao lado dos Estados Unidos há anos, mas os insurgentes não aceitaram decretar uma trégua, e o país continua sofrendo ataques.
O governo Trump não condicionou a retirada no ano que vem ao fechamentoibas bet365um acordo finalibas bet365paz, o que faz muitos analistas temerem que a situação se deteriorará no futuro.
Makovsky ressalta,ibas bet365entrevista para a BBC News Mundo (serviçoibas bet365espanhol da BBC), que "trazer as tropasibas bet365volta é uma ideia popular, mas Trump não vai retirar todas, apenas algumas aqui e ali para dar a impressãoibas bet365que se trataibas bet365uma grande tendência".
Momani acredita que o Pentágono está resistindo à retirada tanto no Iraque quanto no nordeste da Síria.
Mudançaibas bet365política na Síria
O governo Trump parece ter desistido das tentativasibas bet365Obamaibas bet365conter o presidente sírio, Bashar al-Assad.
Com o apoio da Rússiaibas bet365Vladimir Putin, Assad alcançou superioridade militar na guerra civil que assola seu país desde 2011, sem que os Estados Unidos reagissem.
Mas Trump realizou ações seletivasibas bet365impacto na Síria.
Em abrilibas bet3652018, ele ordenou o bombardeioibas bet365instalações militaresibas bet365resposta a alegaçõesibas bet365que as forçasibas bet365Assad haviam realizado um ataque com armas químicas contra alvos civis.
Eibas bet3652019 ele autorizou a operação das forças especiais que matou Abu Bakr Al Baghdadi, o líder do autointitulado Estado Islâmico.
O combate a essa milícia parece ter sido a prioridadeibas bet365seu governo na Síria e os responsáveis poribas bet365campanha não hesitaramibas bet365apresentar a redução da ameaça jihadista como uma das conquistas do presidente.
Derrubar Assad ficouibas bet365segundo plano. E, diz Momani, "Trump não está interessadoibas bet365assuntos globais, porque ele tem uma perspectiva focada exclusivamente nos Estados Unidos''.
Seu problema ao chegar à próxima eleição é que os eleitores também tenham essa mesma perspectiva.
Segundo Makovsky, "todos os presidentes tentam apresentar grandes conquistas visando a reeleição, mas os acordos entre Israel e os países árabes não serão decisivos enquanto as atenções do país estiverem voltadas para a pandemia e seus efeitos econômicos".
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