Os 30 países que devem crescer este ano na contramão do mundo, apesar da pandemiacoronavírus:

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Legenda da foto, Segundo Banco Mundial, nações que vão crescer são menos abertas, mais agrícolas e menos dependentes do setorserviços

A nação também será a única a crescer na América Latina e no Caribe.

Das regiões do globo, apenas o Leste da Ásia e Pacífico vai apresentar crescimento (0,5%), principalmente devido à China. O gigante asiático, entretanto, deve crescer apenas 1%, uma taxa ínfima se comparada aos anos anteriores.

Apesar disso, o Banco Mundial prevê que o PIB global encolha 5,2% neste ano, mais do que o dobro do registrado na crise financeira2008.

Para o Brasil, a previsão équeda8%, taxa inferior apenas à do Peru (12%) na América do Sul.

'Cinco motivos'

Mas o que há por trás do crescimento desses 30 países neste ano, então?

"Os poucos mercados emergentes e economiasdesenvolvimento que devem evitar contrações na atividade econômica este ano tendem a ser menos abertos, mais agrícolas e menos dependentes do setorserviços", dizem os economistas do Banco Mundial responsáveis pelo relatório Perspectivas Econômicas Mundiais,nota enviada à BBC News Brasil.

Eles citam cinco pontos para explicar por que esses países vão crescer:

1) Menor integração ao comércio global

Segundo os economistas, esses países estão "significativamente menos integrados ao comércio global, o que ajuda a isolá-los parcialmente dos graves efeitos globais da queda da demanda externa".

"Os índicesexportação / PIB nesses países são cercaum terço menores do que a média dos países emergentes edesenvolvimento, e os índicescorrentecomércio / PIB (importações mais exportações) são menorescercaum quarto", dizem.

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Legenda da foto, Pandemiacovid-19 vai provocar mais ampla turbulência global desde pelo menos 1870, diz Banco Mundial

2) Maior dependência da agricultura

De acordo com os economistas, esses países tendem a depender mais fortemente do setor agrícola, que tem sido,média, "menos exposto à queda nos preços das commodities induzida pela pandemia, com os preços das commodities agrícolas diminuindo apenas marginalmente,comparação com as fortes quedas observadas nos preços das commodities industriais".

"Os setores agrícolas das economias que devem crescer neste ano respondem por mais do que o dobro do tamanho (128%) da média dos países emergentes edesenvolvimento", afirmam.

3) Setorserviços menor

Esses países também tendem a ter setoresserviços que são "cercaum quinto menor do que a média dos países emergentes edesenvolvimento", assinalam os economistas.

"Os setoresserviços são particularmente afetados pela pandemia, pois várias atividades que envolvem interações foram interrompidas devido ao distanciamento social", dizem.

4) Menor dependência do turismo

"Essas economias também são notavelmente menos vulneráveis ao colapso das viagens e turismo globais, já que seus setoresturismo são metade do tamanho daqueles da média dos países emergentes edesenvolvimento".

5) Menor impacto da pandemia

De acordo com os economistas, "embora a capacidadetestagem torne difícil compararforma confiável os surtos entre os países - já que a capacidade limitadatestagem pode subestimar a verdadeira magnitude dos surtos domésticos - o tamanho dos surtos (em relação ao tamanho da população) nas economias que devem crescer neste ano era cercatrês quartos menores do que na média dos países emergentes edesenvolvimento quando publicamos o relatório".

Além disso, houve menos restrições à movimentação nesses países, ao contrário do restante do mundo.

"As restrições nessas economias também eram um quinto menos rigorosas do que na média dos países emergentes edesenvolvimento."

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Legenda da foto, Maior parte dos países que vai crescer neste ano está localizada na chamada África Subsaariana

África Subsaariana

A maior parte dos países que vai crescer neste ano está localizada na chamada África Subsaariana.

Apesar da dependência das exportaçõescommodities industriais (metais, minerais e petróleo), são nações normalmente menos integradas ao comércio global e mais dependentes da agricultura, o que ajuda a isolá-las "parcialmente dos graves efeitos globais da queda da demanda externa", dizem os economistas.

"Cercadois terços das 31 economias que devem crescer2020 estão na África Subsaariana, onde representam cercaum quarto do PIB da região. Para os países da África Subsaariana, existem razões estruturais, incluindo integração relativamente menor à economia global por meiocanaiscomércio e alta dependência da agricultura, que devem fornecer algum tipoisolamento", assinalam.

"A atividade agrícola foi afetada um pouco menos diretamente pela pandemia, uma vez que os preços das commodities agrícolas caíramuma extensão muito menor do que os preços do petróleo e dos metais", acrescentam.

Eles ressalvam, contudo, que "mesmo para as economias que esperamos que vão expandir2020, o crescimento será muito menor que a tendência, uma médiaquase 4 pontos percentuais abaixo das taxascrescimento médias2015-19".

Além disso, há outros fatoresjogo,acordo com os economistas.

Segundo eles, nessa região, o setorturismo também é muito menos desenvolvido. Já os surtoscovid-19 ficaram "aquém dosoutras regiões", e as restriçõespermanênciacasa foram,média, "um décimo menos rigorosas".

"No entanto, um dos principais riscos para as perspectivas na África Subsaariana é que esses surtos domésticos não sejam controlados e aumentemtamanho. Dadas as várias vulnerabilidades subjacentes da região, incluindo sistemasassistência médica fracos e subfinanciados, uma pandemia mais prolongada com surtos maiores pode ser devastadora para a atividade na região", alertam.

"No cenário negativo que estimamos, onde a pandemia não é controlada, o númeroeconomias na África Subsaariana que ainda cresce2020 caitrês quartos."

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Países emergentes edesenvolvimento que devem crescer2020 (em % do PIB):

Leste da Ásia e Pacífico

China (1%), Laos (1%), Mianmar (1,5%) e Vietnã (2,8%)

Europa (com exceção da UE) e Ásia Central

Uzbequistão (1,5%)

América Latina e Caribe

Guiana (51,1%)

Oriente Médio e Norte da África

Djibuti (1,3%), Egito (3%)

Sul da Ásia

Bangladesh (1,6%), Butão (1,5%), Nepal (1,8%)

África Subsaariana

Benin (3,2%), Burkina Faso (2%), Burundi (1%), República Centro-Africana (0,8%), Costa do Marfim (2,7%), Etiópia (3,2%), Gâmbia (2,5%), Gana (1,5%), Guiné (2,1%), Quênia (1,5%), Malauí (2%), Mali (0,9%), Moçambique (1,3%), Níger (1%), Ruanda (2%), Senegal (1,3%), Tanzânia (2,5%), Togo (1%), Uganda (3,3%).

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