Cinco propostas para retomar economia após coronavírus:sporting bet ios

A BBC News Brasil ouviu cinco economistas brasileiros, entre homens e mulheres, liberais e heterodoxos,sporting bet iosbuscasporting bet iospropostas para recuperar a atividade econômica do país depois da crise do coronavírus. Confira abaixo as sugestõessporting bet iosSolange Srour, Samuel Pessôa, Armínio Fraga, Nelson Barbosa e Laura Carvalho.

Retomar a agendasporting bet iosreformas

Solange Srour, economista-chefe da ARX Investimentos

Voltar à agendasporting bet iosreformas anterior à crise do coronavírus é a solução para que o país encontre o crescimento sustentável, mesmosporting bet iosuma situação econômica pior, com desemprego mais elevado, recessão econômica e perda do podersporting bet ioscompra da população, avalia Solange Srour, da ARX Investimentos.

"Esse é o único caminho para voltarmos a crescer: insistir na agendasporting bet iosconsolidação fiscal esporting bet iosprodutividade", diz Srour, citando como prioritárias medidas como a Propostasporting bet iosEmenda à Constituição (PEC) Emergencial — que permite, entre outras ações, congelar salários do funcionalismo público — e as reformas administrativa e tributária. "Não podemos cair no mesmo erro que cometemos no pós-crisesporting bet ios2008, quando continuamos expandindo o fiscal, desestruturando a economia."

Segundo a analista, garantir que o aumentosporting bet iosgastos do governosporting bet iosresposta à crise seja temporário será fundamental para recuperar a confiança dos empresários no momentosporting bet iosretomada da atividade. "Para crescermossporting bet iosverdade serão necessários investimentos e para isso, precisasporting bet iosconfiança", diz Srour.

Assim, ela refuta a ideiasporting bet iosque cortar gastos públicos no pós-crise possa aprofundar ainda mais a recessão esperada. "É a faltasporting bet iosconfiança que pode impedir a retomada."

Possível mudança no tetosporting bet iosgastos

Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileirosporting bet iosEconomia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV)

Samuel Pessôa, do Ibre-FGV, também aposta na retomada da agendasporting bet iosreformas para o país voltar a crescer, passado o pior momento da emergênciasporting bet iossaúde pública do coronavírus. Mas ele acredita que, se o Congresso conseguir aprovar a PEC Emergencial, reduzindo o gasto obrigatório do Estado, é possível pensarsporting bet iosuma mudança na regra do tetosporting bet iosgastos para abrir espaço ao investimento público, dando fôlego adicional à atividade econômica após o isolamento.

"Gasto obrigatório não pode crescer mais do que o PIB, isso é um disparate e uma urgência a ser atacada", diz Pessôa. "Atacando isso, dá para pensarmos na proposta do Fabio Giambiagisporting bet iosmexer no tetosporting bet iosgastos para liberar algum recurso para investimentos", afirma.

Ao fimsporting bet ios2019, Fabio Giambiagi e Guilherme Tinoco, economistas do Banco Nacionalsporting bet iosDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apresentaram uma propostasporting bet iosflexibilização do atual teto, incluindo um tratamento diferenciado para os gastossporting bet iosinvestimento. O investimento público — somando as três esferassporting bet iosgoverno e as empresas estatais — chegou a 2,26% do PIBsporting bet ios2019, quase a metade dos 4,06%sporting bet ios2013, último ano antes da crise anterior, segundo levantamento do economista Manoel Pires, do Observatóriosporting bet iosPolítica Fiscal da FGV.

Intervenções pontuaissporting bet iossetores estratégicos

Arminio Fraga, sócio da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central

Um dos expoentes do pensamento liberal brasileiro, Arminio Fraga avalia que, na saída da crise do coronavírus, podem ser necessárias intervenções estratégicas do governosporting bet iosalguns setores mais atingidos pela paralisação da atividade. Fraga, que vinha, mais recentemente, se dedicando ao debate sobre o combate à desigualdade, também avalia que um modelo mais abrangentesporting bet iosproteção social, que inclua os trabalhadores informais, deve entrar na ordem do dia.

"Alguns setores já são muito claros: restaurantes, serviços pessoais, hotéis, companhias aéreas e outros", enumera Arminio. "Isso é bem diferente da políticasporting bet ios'campeões nacionais'", ressalva, fazendo referência à política conduzida pelo BNDES durante os governos petistassporting bet iosempréstimos subsidiados e comprasporting bet iosparticipações acionáriassporting bet iosgrandes empresas brasileiras. "A sociedade tem que se perguntar se alguns setores, que foram destroçados pelo vírus, merecem algum apoio, se isso faz sentido do pontosporting bet iosvista social e econômico."

Com a aprovação do auxílio emergencialsporting bet iosR$ 600 para trabalhadores informais que perderem renda devido às medidassporting bet iosisolamento social, alguns economistas têm defendido que a políticasporting bet iosrenda básica se torne permanente. Arminio diz ter dúvidas quanto a um benefício universal, devido ao custo elevado, mas vê com bons olhos a discussãosporting bet iosampliação do sistema públicosporting bet iosproteção social.

"É um tema importantíssimo, é fundamental que se chegue aos informais. As regras — como fazer, o que cada um tem direito, quem contribui ou não — têm que ser avaliadas. Mas tenho certeza que esse é um tema que vai entrarsporting bet iospauta. Se é que já não está", afirma.

Frentessporting bet iostrabalho e retomada do investimento público

Nelson Barbosa, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e ex-ministro da Fazenda e do Planejamento

Uma frentesporting bet iostrabalhosporting bet iossaúde pública e a retomadasporting bet iosobras paradas estão entre as propostas do economista Nelson Barbosa para recuperação da atividade após o fim do isolamento social imposto pela nova doença. Para Barbosa, um programasporting bet ios"seguro-renda" — como o seguro-desemprego atual, mas voltado a todos os trabalhadores, incluindo informais — é uma opção para a ampliação da proteção social na nova conjuntura.

"É preciso que o governo adote um planosporting bet iosreconstrução. Medidas temporárias, sim, mas que provavelmente vão durar maissporting bet iosum ano", afirma. "Por exemplo, diversos países estão pensandosporting bet iosadotar uma forçasporting bet iostrabalho emergencial para monitoramento e combate à covid-19 depois da pior fase", diz.

Barbosa acredita que é possível criar espaço nas contas públicas para a retomada do investimentosporting bet iosobras paradas. "Essa crise mostrou que, quando há um risco, o espaço fiscal é gerado", afirma. "O governo vai emitir dívida e, quando chegar a horasporting bet iospagar, espera-se que a economia já tenha se recuperado, com um PIB e uma arrecadação maior, com a qual vai se pagar parte dessa obrigação", diz, citando ainda a expectativasporting bet ioscontinuidade da queda dos juros, que deve reduzir o custo do endividamento.

Medidas redistributivas e renda básica permanente

Laura Carvalho, professora da Faculdadesporting bet iosEconomia, Administração e Contabilidade da Universidadesporting bet iosSão Paulo (FEA-USP)

Para Laura Carvalho, a recuperação da economia após o fim do isolamento deve exigir um "novo Plano Marshall" — referência ao planosporting bet iosrecuperação dos países europeus após a Segunda Guerra Mundial. A economista, que ajudou a formular o programa econômico da campanhasporting bet iosGuilherme Boulos (PSOL) à presidênciasporting bet ios2018, avalia que o investimento público deve ser usado neste segundo momentosporting bet ioscombate à crise como formasporting bet iossuprir carências históricas, como na saúde e no saneamento básico.

"Isso exigiria a revisão do tetosporting bet iosgastos e uma mudança na orientação da política econômica, que até aqui tem sido voltada para o Estado mínimo", diz Laura. Segundo ela, a apostasporting bet iosalguns economistas na retomada da agenda anteriorsporting bet ioscorte gastos pode piorar a recuperação, levando a uma retomadasporting bet ios"L", quando o nível do produto não volta ao patamar anterior à crise.

Conforme a economista, esses investimentos deveriam ser financiados atravéssporting bet iosum aumento da arrecadação. "Defendo alíquotas superioressporting bet iostributação para os mais ricos, que vão sofrer muito menos o impacto dessa crise, com o fim da desoneraçãosporting bet iosdividendos esporting bet iosdesonerações para setores pouco afetados", exemplifica, citando ainda a tributaçãosporting bet iosgrandes fortunas e aumento do impostosporting bet iosrenda para os mais endinheirados.

Carvalho defende também que a renda básica emergencial se torne permanente. "Temos no Brasil uma informalidade recorde e essa crise tende a agravar isso. Então temos que pensar na possibilidadesporting bet iosuma redesporting bet iosproteção social maior, universal e que seja permanente."

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