Coronavírus: como funcionam os respiradores e por que eles são chave na luta contra a covid-19:cassino vera john

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Estima-se que 5% dos infectados pelo coronavírus precisamcassino vera johnrespiração assistida

"Estamos com um problema sério, nunca visto antes, jamais pensado, excetocassino vera johnfilmescassino vera johncatástrofes, e a verdade é que estamos vendo isso com grande preocupação", diz Gustavo Zabert, pneumologista da Clínica Pasteurcassino vera johnNeuquén, Argentina, e presidente da Associação Latino-Americana do Tórax.

"E na região não conseguiremos contornar issocassino vera johnuma maneira diferente do que está acontecendocassino vera johnoutras partes do mundo, a menos que consigamos amenizar o pico da epidemia", disse ele à BBC Mundo, serviçocassino vera johnespanhol da BBC.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A epidemiacassino vera johncovid-19 está levando os sistemascassino vera johnsaúde dos países mais afetados ao limite

Mas o que são os respiradores, como eles funcionam e por que eles desempenham um papel tão crítico na batalha contra o coronavírus?

E quão realista é a ideiacassino vera johnque indústrias e até indivíduos equipados com impressoras 3D possam começar a fabricar esses dispositivos médicos vitaiscassino vera johnpoucos dias?

Bombando oxigênio

Os respiradores são necessários, pois estima-se que aproximadamente 5% dos pacientes com covid-19 acabem sofrendo a chamada síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA).

"É a resposta inflamatória excessiva (dos pulmões) à infecção, neste caso viral, por coronavírus", explica Oriol Roca, médico associado do serviçocassino vera johnmedicina intensiva do Hospital Vall d'Hebron,cassino vera johnBarcelona.

"Um tipocassino vera johnmembrana é criada e o oxigênio não pode passar por ela, o que naturalmente causa insuficiência respiratória", descreve o médico Ferran Morell, ex-chefe do serviçocassino vera johnpneumologia do mesmo hospital.

"É uma condição que não tem tratamento. A única solução é colocar os pacientescassino vera johnventilação mecânica e esperar que ele tenha sorte e que seu organismo reaja", disse ele.

E, secassino vera johntempos normais a taxacassino vera johnpacientes com SDRA já é alta, o prognóstico parece ser ainda pior nos temposcassino vera johncoronavírus.

"Dos que agora são admitidos por problemas respiratórios agudoscassino vera johnterapia intensiva pela covid-19, metade morre", diz Morell.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'O respirador não é algo que cura por si só, mas permite economizar tempo para o tratamento entrarcassino vera johnvigor', explica o médico Oriol Roca

A porcentagem, no entanto, seria significativamente maior sem respiradores artificiais, capazescassino vera johngarantir a chegadacassino vera johnoxigênio no sangue.

Segundo Oriol Roca, esses dispositivos fazem issocassino vera johnduas maneiras: fornecendo ao paciente mais oxigênio do que o ar ao seu redor e trabalhando como uma bomba capazcassino vera johnsuperar a resistência da membrana que impedecassino vera johnpassagem.

"Em condições normais, respiramos porque nosso diafragma se contrai e deixamos entrar o arcassino vera johnnossos pulmões. Mas, quando há inflamação, esse processo que,cassino vera johncondições normais usa muito pouca energia, torna-se muito mais difícil para o paciente e pode acabar esgotando-o", diz o especialista do Vall d'Hebron.

"Então, o que o respirador faz é empurrar o ar para dentro do paciente e também fornecer a ele não apenas ar, mas até 100%cassino vera johnoxigênio, ou seja, muito mais oxigênio do que respiramos normalmente", resume.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os respiradores modernos começaram a tomar forma nos anos 50.

Máquinas capazescassino vera johnfazer as duas coisas começaram a se desenvolver durante a epidemiacassino vera johnpoliomielite na décadacassino vera john1950.

"Mas, no nívelcassino vera johnsofisticaçãocassino vera johnhoje, os respiradores podem realizar essa função muito básicacassino vera johnmaneiras muito diferentes e com muitas variações, o que nos permite personalizar muito bem, aos pés da cama, que tipocassino vera johnrespiração você precisa a qualquer momento, a partir da evolução da doençacassino vera johncada paciente ", enfatiza Roca.

Sem lidar

O grande problema, no entanto, é a faltacassino vera johnequipamentos para atender à demanda gerada pela pandemiacassino vera johncoronavírus.

"5% pode parecer pouco, proporcionalmente", diz Zabert, referindo-se à porcentagemcassino vera johnpacientescassino vera johncovid-19 que acabam precisandocassino vera johnrespiradores artificiais.

"Mas a contagiosidade do vírus gera enorme quantidadecassino vera johncasoscassino vera johnpacientes com insuficiências respiratórias, o que faz com que os recursoscassino vera johnqualquer parte do mundo sejam insuficientes", explica ele.

Legenda da foto, O médico Gustavo Zabert é o presidente da Associação Latino-Americanacassino vera johnTórax

No Reino Unido, por exemplo, o governo está tentando obter mais 30 mil respiradores para complementar os 8 mil disponíveis no país.

E 30 mil é o númerocassino vera johnrespiradores que o governadorcassino vera johnNova York, Andrew Cuomo, estima que seu Estado precise para lidar com a pandemia.

Esse número, no entanto, é superior à somacassino vera johntodos os respiradores disponíveis no México, Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Equador e países da América Central, segundo cálculos do presidente da Associação Latino-Americana do Tórax (Alat).

De acordo com uma rápida pesquisa realizada pelo Zabert entre os membros da Alat, o país latino-americano mais bem equipado para enfrentar o aumento esperado da demanda é o Brasil, que possui cercacassino vera john66 mil respiradores, para uma populaçãocassino vera john210 milhõescassino vera johnhabitantes.

Mas o Brasil pode ver essa capacidade saturadacassino vera johnquestãocassino vera johndias, mesmo nos cenários mais conservadores possíveis.

"Se estivermos preparados para receber 40 casos por milhão (de habitantes) — ou dobrar, 80, 100 casos por milhão — já será difícil. Mas imagine enfrentar um cenáriocassino vera john10 ou 60 vezes mais do que isso, como o que está acontecendocassino vera johnalguns pontos na Itália ou na Espanha", enfatiza Zabert.

Para demonstrar esse cenário, o médico compartilha algumas projeções ilustrativas que usam uma taxa estávelcassino vera johncrescimento das infecções e assumem uma distribuição homogêneacassino vera johncapacidades nos diferentes territórios. Elas também não levamcassino vera johnconta as demandas geradas por outras patologias — mas "ajudam a ter uma ideia" do tempocassino vera johnsaturação dos sistemascassino vera johnsaúde da América Latina.

Segundo esses cálculos,cassino vera johnum cenáriocassino vera johnbaixa incidência —cassino vera john43 casos por 100 mil habitantes —, os respiradores disponíveis no Brasil ficariam saturadoscassino vera john14 dias.

"A Argentina teria uma janelacassino vera johnaproximadamente 9 dias; Colômbia e Chile saturariamcassino vera johnaproximadamente 4 dias, 4 dias e meio. E o resto da região fica abaixocassino vera johntrês dias", conta ele.

Se a incidência atingir os níveis observadoscassino vera johnpartes da Espanha ou da Itália, na maioria dos países da América Latina os respiradores existentes ficariam saturados após o primeiro dia.

Comocassino vera johntemposcassino vera johnguerra

Por tudo isso, os países da região já estão fazendo todo o possível para adquirir mais dispositivos.

"A grande maioria dos países afirma que deseja aumentar o númerocassino vera johnrespiradores disponíveiscassino vera johnnada menos que 20 a 30%. Eles estão tentando adquiri-los", diz Zabert.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Os serviçoscassino vera johnsaúde da América Latina podem entrarcassino vera johncolapsocassino vera johnquestãocassino vera johndias.

"A Argentina já pediu para aumentar seus respiradorescassino vera johnaproximadamente 30%, o Chile fez exatamente o mesmo, a América Central está solicitando quase 50% a maiscassino vera johnrespiradores", detalha ele.

No entanto, com todos fazendo o mesmo, a tarefa não será fácil, mesmo com o dinheiro disponível.

O motivo: simplesmente não existem muitos respiradores disponíveis. E nem mesmo com todos os fabricantes trabalhandocassino vera johnplena capacidade, será possível atender a demanda atual.

Somente nos Estados Unidos, por exemplo, a American Hospital Association estimoucassino vera johnum milhão o númerocassino vera johnpacientescassino vera johncovid-19 que podem precisarcassino vera johnrespiradores no país, que possui 160 mil máquinas.

Isso explica por que gigantes da indústria automobilística, como a Ford, General Motors e Tesla e as equipes japonesas da Nissan, começaram a adaptar suas linhascassino vera johnmontagem para ajudar na fabricação do equipamento.

Crédito, Getty Images

Não são apenas as montadoras que aumentaram o frontcassino vera johnresistência ao vírus: no Reino Unido, a Airbus também faz parte do consórcio Ventilator Challenge UK, que está ajudando a aumentar a produção dos modelos, enquanto o fabricantecassino vera johnaspiradorescassino vera johnpó Dyson já tem um pedido para 10 mil novos equipamentos.

"É como os temposcassino vera johnguerra, quando as indústrias começam a fabricar armas", compara Morell.

De fato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já ameaçou recorrer à chamada Leicassino vera johnDefesa da Produção — uma lei da época da Guerra da Coreia — para acelerar o processo.

O governadorcassino vera johnNova York, Andrew Cuomo, também usou linguagem bélica para descrever a situação: "Os respiradores são para esta guerra o que eram os mísseis para a Segunda Guerra Mundial", disse ele.

E, nesse contexto, grandes empresas também se juntaram a equipes que trabalham com impressoras 3D para ajudar a preencher a lacuna.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Inventorescassino vera johntodo o mundo estão trabalhando no design e fabricaçãocassino vera johnnovos respiradores artificiais

"Aqui na Catalunha (Espanha), alguns colegas estão desenvolvendo um respirador 3Dcassino vera johncolaboração com uma equipecassino vera johnengenheiros", diz Roca.

"Eu acho que é uma alternativa válida, que pode responder a uma situaçãocassino vera johnpandemia com garantiascassino vera johnpoder ventilar certos pacientes por um curto períodocassino vera johntempo", disse ele à BBC News Mundo.

Soluçõescassino vera johnoutros lugares

Roca e Zabert, no entanto, destacam que mais respiradores são apenas parte da solução.

"Os respiradores têmcassino vera johnser operados por pessoas. E por pessoas que entendem essa tecnologia", diz o pneumologista Gustavo Zabert.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Além dos respiradores, é preciso ter pessoas que possam manejá-los

"Embora hoje a grande maioria sejacassino vera johnrespiradores microprocessados, simplescassino vera johnadministrar e gerenciar, para evitar danos aos pacientes, eles exigem uma estratégiacassino vera johnuso, uma estratégiacassino vera johnventilação que requer algum nívelcassino vera johnexperiência", explica Zabert.

Para ele, não se pode esquecer que a ênfase deve estar na prevençãocassino vera johnmais casoscassino vera johncoronavírus.

"A melhor coisa que podemos fazer é diminuir o pico da infecção, diminuir o númerocassino vera johncasos, para que possamos ter tempocassino vera johndisponibilizar respiradores", disse.

"Mais uma vez, a medicina científica mais avançada impõe o grande paradoxocassino vera johnter que se fortalecer na prevenção com medidas simples como lavar as mãos e isolamento social", reflete o pneumologista da Clínica Pasteur.

"Conectividade, globalização e eu diria a você que a arrogância da ciência médica e a arrogância da política também nos levaram a ser incapazescassino vera johncompreender a pandemia. Mas, se conseguirmos contê-la, isso nos permitirá ter tempo para enfrentá-lacassino vera johnuma maneira diferente", conclui.

cassino vera john Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube cassino vera john ? Inscreva-se no nosso canal!

Pule YouTube post, 1
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscassino vera johnautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacassino vera johnusocassino vera johncookies e os termoscassino vera johnprivacidade do Google YouTube antescassino vera johnconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecassino vera john"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocassino vera johnterceiros pode conter publicidade

Finalcassino vera johnYouTube post, 1

Pule YouTube post, 2
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscassino vera johnautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacassino vera johnusocassino vera johncookies e os termoscassino vera johnprivacidade do Google YouTube antescassino vera johnconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecassino vera john"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocassino vera johnterceiros pode conter publicidade

Finalcassino vera johnYouTube post, 2

Pule YouTube post, 3
Aceita conteúdo do Google YouTube?

Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimoscassino vera johnautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticacassino vera johnusocassino vera johncookies e os termoscassino vera johnprivacidade do Google YouTube antescassino vera johnconcordar. Para acessar o conteúdo cliquecassino vera john"aceitar e continuar".

Alerta: Conteúdocassino vera johnterceiros pode conter publicidade

Finalcassino vera johnYouTube post, 3