Otan, 70 anos: por que a aliança militar passa por seu pior momento:brabet site entrar
Foi fundadabrabet site entrar1949 durante a Guerra Fria — e o maior objetivo, na época, além da proteção mútua, era inibir o avanço do bloco socialista no continente europeu.
A organização testemunhou o fim do comunismo, derrotando o bloco soviético.
Foi à guerra pela primeira vez nos Bálcãs nos anos 1990. E,brabet site entrarseguida, entroubrabet site entraruma nova fase — por meio das chamadas operações "forabrabet site entrarárea", além das fronteiras da Otan, marcadas pelas intervenções no Afeganistão e pela guerra contra o terrorbrabet site entraruma maneira mais ampla.
Também iniciou um programabrabet site entrarexpansão, quase dobrandobrabet site entrartamanho. Hoje, possui 29 Estados-membros, e a Macedônia do Norte está prestes a ingressar na aliança.
A Otan — aliança tanto diplomática quanto militar — desempenhou um papel fundamental na estabilização das novas democracias da Europa, seja no Báltico ou nos Bálcãs, renovando a autoconfiança desses países e envolvendo-osbrabet site entraruma estrutura formidávelbrabet site entrarsegurança.
Mas será que isso realmente deixou a Otan mais forte?
O professor Michael Clarke, um respeitado analistabrabet site entrardefesa britânico, diz que não.
"A Otan é,brabet site entrarfato, a maior aliança que o mundo já viu", ele disse, mas "hoje com cercabrabet site entrartrinta membros, tem menos da metade da força que possuía quando tinha metade desse tamanho".
"A Otan estábrabet site entrarapuros", ele argumenta, "apesarbrabet site entrarainda ter muitos recursos".
A expansão da Otan é vista dentro da aliança como um fator positivo. O secretário-geral, Jens Stoltenberg, descreveu como um "sucesso histórico" o fatobrabet site entrara aliança estar ajudando a disseminar a democracia e o Estadobrabet site entrarDireito.
Uma nova Guerra Fria?
A expansão levou as fronteiras da Otan para mais pertobrabet site entrarMoscou, mais precisamente 1.600 km.
Países outrora ocupados pelo Exército Vermelho e incorporados à União Soviética, como as três repúblicas bálticas (Estônia, Letônia e Lituânia), ou ex-aliadosbrabet site entrarMoscou no Pactobrabet site entrarVarsóvia, como a Polônia, estão agora categoricamente na órbita da Otan — e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não gosta disso.
A Rússia está resistindobrabet site entrartodas as maneiras possíveis, reforçando seu arsenal nuclear e tentando restabelecerbrabet site entrarinfluência internacional. A campanha controversa, mas bem-sucedidabrabet site entrarPutin para apoiar o regimebrabet site entrarBashar al-Assad na Síria é um exemplo disso.
Na Europa, a Rússia é acusadabrabet site entrarataques cibernéticos,brabet site entraroperações para tentar influenciar eleições e até mesmobrabet site entrarassassinatos políticos na esteirabrabet site entrarataques com armas radiológicas e químicas — sendo o primeirobrabet site entrarLondres, e o segundobrabet site entrarSalisbury, no sul da Inglaterra.
O ataquebrabet site entrarSalisbury — no qual Moscou nega veementemente qualquer envolvimento — provocou a expulsãobrabet site entrarmassabrabet site entrardiplomatas e agentesbrabet site entrarinteligência russosbrabet site entrarpaíses da Otan.
Muita gente fala sobre uma nova Guerra Fria. Mas o cenário é muito diferente das décadasbrabet site entrar1950 e 1960.
O poder e a influência da Rússia hoje são apenas uma sombra da antiga União Soviética. É um tipobrabet site entrarconflito oculto travado abaixo da linhabrabet site entrarcombate, no que os analistas chamambrabet site entrar"zona cinzenta", onde é difícil atribuir a culpa por ações intrusivas, como ataques cibernéticos ou invasãobrabet site entrarcomputadores.
"Há um problemabrabet site entrarconsenso político no mundo ocidental e, portanto, facilitamos as coisas para Putin", diz Clarke.
"A Rússia vai ser um verdadeiro estorvo para a Otan pelos próximos dez ou vinte anos."
"Mas eles não devem ser um desafio estrategicamente importante para nós, a menos que a gente deixe", completa.
Segundo ele, a Rússia está simplesmente se aproveitando das fraquezas intrínsecas do Ocidente para promover seus próprios objetivos.
"Se o mundo ocidental e as democracias do ocidente não forem suficientemente coesas para lidar com essa ameaça — e, no momento, devo dizer que não são —, os russos vão realmente desempenhar um papel importante na segurança europeia no futuro."
"Eles vão dominar a agenda. Vão restringir as escolhas das pessoas. Vão intimidar e usar uma certa dosebrabet site entrarchantagem nada sutil", acrescenta.
Esta "cúpula" da Otan tem como objetivo demonstrar solidariedade e determinação, alémbrabet site entrartraçar um caminho para o futuro. Mas nos dias que antecederam o encontro surgiram diversos indícios dos problemas que estão por trás da cerimônia.
A Otan anunciou orgulhosamente novas projeçõesbrabet site entrargastos que mostram que os orçamentosbrabet site entrardefesabrabet site entrarseus aliados europeus vão crescer ainda mais nos próximos anos.
Também aprovou uma nova fórmula para repartir as despesas do orçamento central da organização entre os países-membros; um orçamento que cobre a sedebrabet site entrarBruxelas e outros programas comumente financiados.
Os EUA, nesse caso, vão pagar menos; e a Alemanha, que está aquém na proporçãobrabet site entrarrecursos que destina à defesa, pagará mais.
O esforço é voltado para aplacar o presidente americano, Donald Trump, e evitar outro discurso constrangedor dirigido a seus parceiros da Otan. O debate sobre a partilhabrabet site entrarencargos perturba a organização há muito tempo. Não foi Trump que o inventou.
Mas ele parece adotar uma abordagem peculiarmente transacionalbrabet site entrarrelação à aliança e, muitas vezes, não parece compartilhar do senso comumbrabet site entrarque a manutenção saudável da Otan é tanto do interessebrabet site entrarWashington quantobrabet site entrarseus aliados europeus.
No entanto, os governos da Otan se comprometeram a gastar pelo menos 2%brabet site entrarseu Produto Interno Bruto (PIB)brabet site entrardefesa; e muitos deles ainda estão longe dessa meta.
'Morte cerebral'?
Mas esse foco no financiamento ofusca outros problemas. A frustração está crescendo e foi isso que levou o presidente francês, Emmanuel Macron, a afirmar recentemente que a Otan estava "com morte cerebral".
Longebrabet site entrarse arrepender do comentário, Macron intensificou a crítica na semana passada, insistindo que a aliança precisava pararbrabet site entrarfalar o tempo todo sobre dinheiro e passar mais tempo lidando com problemas estratégicos fundamentais.
Poucos dias antes da "cúpula" desta semana, houve um desentendimento entre a França e a Turquia, o que ilustra como os acontecimentos no nordeste da Síria estão prejudicando as relações dentro da Otan.
Macron vem criticando repetidamente tanto a retirada abrupta do apoiobrabet site entrarWashington aos curdos, quanto a ofensiva turca na Síria — duas decisões estratégicas que foram tomadas sem consultar outros aliados da Otan.
A Turquia vê, porbrabet site entrarvez, a França amigável demais com os curdos. E quer que a Otan como um todo apoie seu posicionamento na Síria.
Este episódio revela outro problema fundamental da aliança: o que, na visãobrabet site entrarmuitos, seria a Turquia se afastando da Otan e do Ocidente.
O fatobrabet site entrarAncara ter comprado um sofisticado sistemabrabet site entrardefesa aérea russo foi um passo controverso para um aliado da Otan.
O problema é que o tamanho e a localização geográfica da Turquia fazem dela uma parceira importante — e, para muitos, problemática —, apesarbrabet site entraralguns analistas questionarem se o país ainda deveria fazer parte da aliança.
Bifurcação à vista?
Sendo assim, do unilateralismo turco e americano; às brigas por dinheiro; e à ameaça russa ressurgente, mas indefinida — não vai faltar assunto para o encontro dos líderes da Otanbrabet site entrarum resortbrabet site entrarluxo pertobrabet site entrarWatford, cidade da Inglaterra conhecida pelas rodovias repletasbrabet site entrarentroncamentos.
A Otan também estábrabet site entraruma espéciebrabet site entrarbifurcação.
Muitas das decisões tomadas — a expansão para atrair tantos novos membros, por exemplo — foram impulsionadas tanto por questões políticas quanto estratégicas.
Mas o mundo mudou dramaticamente desde a fundação da Otan. Mais uma vez, é muito diferente do mundo da décadabrabet site entrar1990, quando a Otan se deleitava combrabet site entrarvitória na Guerra Fria.
A "morte cerebral", decretada pelo presidente francês, pode ser um pouco exagerada. Mas tem alguma razão.
Os líderes da Otan precisam se voltar para questões estratégicas, aos grandes pensamentos sobre os rumos que a aliança deve tomar.
Como a organização vai enfrentar a ameaça russa? Precisa repensarbrabet site entrarestratégia? A Otan deveria ter uma abordagem comum para o crescimento da China? Quais devem ser as prioridades da aliança no mundo do século 21?
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