A tecnologia espiã da Guerra Fria infiltradasport bet galeracartõessport bet galeracrédito e passaportes:sport bet galera
O que Harriman não poderia ter deduzido é que o dispositivo tinha sido construído por uma das mentes mais brilhantes do século 20. Leon Theremin já era famoso pela invençãosport bet galeraum revolucionário instrumento musical elétrico – batizado com seu sobrenome –, que produz som sem ser tocado.
O inventor morou nos EUA comsport bet galeraesposa, Lavinia Williams, antessport bet galeraretornar à União Soviéticasport bet galera1938. Sua esposa disse mais tarde que ele havia sido sequestrado pelos soviéticos. Seja como for, Theremin foi prontamente enviado a um camposport bet galeraprisioneiros, onde teria sido forçado a projetar, entre outros dispositivossport bet galeraescuta, A Coisa.
Fato é que um belo dia, operadoressport bet galerarádio americanos se depararam com conversas do embaixador dos EUA sendo transmitidas pelas ondas radiofônicas. Mas eram transmissões invisíveis: a embaixada foi examinadasport bet galeraalto a baixosport bet galerabuscasport bet galeraemissõessport bet galerarádio e nenhuma escuta apareceu. O segredo ainda durou algum tempo.
O dispositivosport bet galeraescuta estava dentro da Coisa – e era engenhosamente simples, pouco mais que uma antena presa a uma cavidade com um diafragma prateado sobre ela, servindo como um microfone. Não havia baterias ou qualquer outra fontesport bet galeraenergia. A Coisa não precisava disso.
Ele era ativado por ondassport bet galerarádio enviadas para a embaixada dos EUA pelos soviéticos. A Coisa usava a energia do sinal que entrava para fazer uma transmissãosport bet galeravolta. Quando o sinal externo era interrompido, A Coisa ficavasport bet galerasilêncio.
Assim como o instrumento musical sobrenaturalsport bet galeraTheremin, A Coisa poderia parecer uma curiosidade tecnológica. Mas, a ideiasport bet galeraum dispositivo alimentado pela recepçãosport bet galeraondassport bet galerarádio e que envia informaçõessport bet galeraresposta, é muito mais do que isso.
A tag RFID – abreviação, do inglês,sport bet galera"Identificação por Radiofrequência" – é onipresente na economia moderna. Meu passaporte tem um. Meu cartãosport bet galeracrédito também, que me permite pagar por itens pequenos simplesmente aproximando-osport bet galeraum leitorsport bet galeraRFID. O princípio é o mesmo da Coisasport bet galeraTheremin.
Livros da biblioteca geralmente têm etiquetas – e não apenas o RFID Essentials (Introdução à RFID,sport bet galeratradução livre), um livro que usei nas pesquisas para esta reportagem. Companhias aéreas usam-nas cada vez mais para rastrear bagagens; varejistas, para evitar roubos.
Algumas etiquetas contêm uma fontesport bet galeraenergia, mas a maioria – como o dispositivosport bet galeraTheremin – é alimentada remotamente por um sinalsport bet galeraentrada. Isso os torna baratos, e ser barato sempre foi um fator importante.
Uma variaçãosport bet galeraRFID foi usada por aviões aliados durante a Segunda Guerra: o radar iluminaria os aviões, e uma parte substancial dos equipamentos, o transponder, reagiria ao sinal do radar com outro sinal que dizia: "estamos do seu lado, não atire ".
Mas, à medida que os circuitossport bet galerasilício começaram a encolher, tornou-se possível conceber etiquetas que podem ser escondidassport bet galeracoisas muito menos valiosas do que um avião.
Assim como os códigossport bet galerabarras, as etiquetas RFID podem ser usadas para identificar um objeto rapidamente.
Diferentemente dos códigos, no entanto, elas podem ser escaneadas automaticamente, sem a necessidadesport bet galeracontato próximo. Algumas tags podem ser lidas a muitos metrossport bet galeradistância; podem ser identificadas, emborasport bet galeraforma imperfeita,sport bet galeralotes. Podem ser reescritas, lidas ou até remotamente desabilitadas.
E podem armazenar muito mais dados do que um mero códigosport bet galerabarras, permitindo que objetos sejam identificados não só como, por exemplo, um certo tiposport bet galeracalça jeans, mas como um par específico, feitosport bet galeradeterminado lugar,sport bet galeradeterminado dia.
Na décadasport bet galera1970, etiquetas RFID também foram usadas para monitorar o transporte ferroviários e até gado leiteiro.
No início dos anos 2000, grandes organizações como a redesport bet galerasupermercados britânica Tesco, as lojas americanas Walmart e o Departamentosport bet galeraDefesa dos EUA começaram a exigir que seus fornecedores enviassem mercadorias com etiquetas. A meta parecia ser chegar a ter RFIDsport bet galeratodas as coisas.
Alguns entusiastas implantaram até tags RFIDsport bet galeraseus corpos – permitindo, por exemplo, que abrir portas ou entrar no metrô com um simples aceno.
Em 1999, Kevin Ashton, da Procter and Gamble, cunhou uma frase perfeitamente calculada para capturar a empolgação: RFID, ele disse, poderia levar à "internet das coisas".
Mas o alarde sobre as tags RFID perdeu força à medida que a atenção se voltava para outros produtossport bet galeraalta tecnologia: smartphones, lançadossport bet galera2007, smartwatches, termostatos inteligentes, alto-falantes inteligentes e carros inteligentes.
Todos esses dispositivos são sofisticados e repletossport bet galeracapacidadesport bet galeraprocessamento, mas também são caros e precisamsport bet galerauma fontesport bet galeraenergia substancial.
O que é o 'capitalismosport bet galeravigilância'
Quando falamos da internet das coisas hoje, geralmente não nos referimos à RFID, mas a esses equipamentos, um mundo no qual a torradeira conversa com a geladeira (mesmo que a gente não saiba bem para quê), e apetrechos sexuais operados à distância podem revelar informações sobre hábitos íntimos.
Mas isso não deveria surpreender ninguém: na era do que a socióloga Shoshana Zuboff chamasport bet galera"capitalismosport bet galeravigilância", a violação da privacidade se tornou um modelo popularsport bet galeranegócios.
Em meio ao entusiasmo e à preocupação, entretanto, o RFID continua a trabalharsport bet galerasilêncio. E minha aposta seria que ele ainda tem diassport bet galeraglória pela frente.
O argumentosport bet galeraAshton sobre a internet das coisas era simples: computadores dependemsport bet galeradados para entender o mundo físico, além do ciberespaço – para que possam rastrear, organizar, otimizar.
Já seres humanos têm coisas melhores para fazer do que digitar todos esses dados – o que tornam necessários objetos que forneçam automaticamente essas informações ao computador, traduzindo o mundo físico para o digital.
Hojesport bet galeradia, as pessoas sempre andam com um smartphone, mas objetos físicos não – e o RFID continua a ser uma maneira baratasport bet galerarastreá-los.
Mesmo que muitas etiquetas apenas sirvam para dizer a um leitorsport bet galeraRFID: "aqui estou, este sou eu", são suficientes para fazer computadores interpretarem o mundo físico. Tags podem destrancar portas, acompanhar o deslocamentosport bet galeraferramentas, componentes e medicamentos, automatizar processossport bet galeraprodução, e realizar pequenos pagamentos rapidamente.
O RFID pode não ter o poder e a flexibilidadesport bet galeraum smartwatch ousport bet galeraum carro autônomo, mas é barato e pequeno – suficientemente barato e pequeno para ser usadosport bet galeracentenassport bet galerabilhõessport bet galeraitens. E sem a necessidadesport bet galerabaterias. Para quem pensa que isso não tem relevância, basta lembrar-se do nome Leon Theremin.
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