O secreto mundo dos trabalhadores norte-coreanos na Rússia:banca betesporte
Escondido no pátiobanca betesporteum shopping não muito distante do centro da cidade está uma das atrações turísticas mais improváveisbanca betesporteMoscou - Koryo, um restaurante norte-coreano.
Com uma equipe totalmente formada por norte-coreanos, o estabelecimento oferece aos comensais aventureiros um gostinhobanca betesportePyongyang.
Há música norte-coreana tocando na TV, e kimchi e macarrão frio sendo servidos.
Os funcionários do Koryo são apenas alguns dos cercabanca betesporte8 mil imigrantes norte-coreanos empregadosbanca betesportetoda a Rússia.
O número foi confirmado recentemente pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia e marca uma queda significativa na comparação com os maisbanca betesporte40 mil trabalhadores norte-coreanos que moravambanca betesporteterritório russo há dois anos.
A maioria foi forçada a sair para que a Rússia cumpra as sanções da ONU, impostasbanca betesportesetembrobanca betesporte2017banca betesporteretaliação a testes com mísseis.
Segundo informou o ministério do Trabalho da Rússia, os únicos norte-coreanos que puderam trabalhar no país desde então foram aqueles cujos contratos foram assinados antes desta data.
Aindabanca betesporteacordo com dados do ministério, maisbanca betesporte85% dos imigrantes norte-coreanos trabalham no setorbanca betesporteconstrução civil.
O resto está envolvidobanca betesporteuma variedadebanca betesportetrabalhos: indústria têxtil, agricultura, extraçãobanca betesportemadeira, alimentação, medicina tradicional...
Em 2018, a BBC publicou o resultadobanca betesportedois anosbanca betesporteapuração sobre as condições precáriasbanca betesportevida e trabalho destes imigrantesbanca betesportepaíses da União Europeia, na China e na Rússia.
Mas, para os norte-coreanos marcados pela pobreza, conseguir um emprego no exterior é um bilhete dos sonhos, diz o professor Andrey Lankov, especialistabanca betesporteCoreia do Norte da Universidadebanca betesporteKookmin,banca betesporteSeul, Coreia do Sul.
"É impossível encontrar um emprego na Rússia sem pagar suborno [na Coreia do Norte]".
E mesmo assim esses trabalhadores se deparam com acomodação e condiçõesbanca betesportetrabalho abaixo do padrão, muitas vezes análagos à escravidão.
Em um caso bem documentadobanca betesporte2015, as autoridadesbanca betesporteimigraçãobanca betesporteNakhodka, no extremo oriente da Rússia, encontraram três agrônomos norte-coreanos altamente qualificados limpando a neve nas estradas.
Seus empregadores - uma empresa russa e norte-coreana - afirmaram que o caso foi um desvio isolado do trabalho habitual dos homens, que seria o monitoramento da colheita. Mas as autoridades não se convenceram, e os três foram deportados.
Segundo o ministério do Trabalho da Rússia, os norte-coreanos recebem,banca betesportemédia, US$ 415 por mês (cercabanca betesporteR$ 1,6 mil), 40% menos que o salário médio da Rússia.
"Você tem que entregar metade do seu salário para o Estado [norte-coreano]", disse Lankov à BBC.
"Mas o que resta ainda é muito mais do que você poderia ganharbanca betesportecasa".
As empresas russas que desejam contratar norte-coreanos devem solicitar ao ministério do Trabalho uma "cota" e uma permissão usada para empregar estrangeiros.
Muitos estão no extremo oriente da Rússia, uma região com escasssezbanca betesportemão-de-obra.
Dados do governo russo mostram que,banca betesporte2018, 40%banca betesportetodas as licenças concedidas a empresas foram originadas nas regiõesbanca betesporteMoscou e São Petersburgo.
Em São Petersburgo, foi amplamente divulgado que operários norte-coreanos participaram da construçãobanca betesporteum estádiobanca betesportefutebol para a Copa do Mundo do ano passado.
Os maiores empregadoresbanca betesportenorte-coreanos na Rússia são empresasbanca betesportepropriedade... norte-coreana.
E a maioria destas empresas é da iniciativa privada, sem a participação do governo necessariamente.
É um sinal, diz Andrey Lankov,banca betesportecomo os negócios norte-coreanos se tornaram descentralizados.
"O proprietáriobanca betesporteuma empresa privada pode ser um funcionário do governo (norte-coreano), alguém dos serviçosbanca betesportesegurança ou apenas um empresário com dinheiro e bons contatos", explica.
As sanções da ONU têm sido um baldebanca betesporteágua fria para muitas empresas na Rússia.
Em Vladivostok, na costa do Pacífico, a construtora Yav-Stroi costumava ser uma das maiores empregadorasbanca betesporteimigrantes norte-coreanos, com licenças para 400 delesbanca betesporte2017.
"Não podemos seguir sem os imigrantes", disse um porta-voz da empresa, que pediu anonimato, logo após a introdução das sanções.
Em Moscou, a Clínicabanca betesporteMedicina Oriental empregou 10 médicos norte-coreanos. Em 2018, a quota foi reduzida para apenas quatro.
"Se eles tiverem que deixar nossos pacientes, muitos dos quais são crianças deficientes, estes perderão o tratamento", disse a diretora Natalya Zhukova à BBC na época.
É claro que as autoridades russas gostariambanca betesporteencontrar maneirasbanca betesportealiviar as sanções contra a Coreia do Norte.
Em uma rara reunião com seu colega norte-coreanobanca betesporteMoscoubanca betesporteabrilbanca betesporte2018, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que os dois lados discutiram maneirasbanca betesporteimpulsionar os laços econômicos enquanto cumpriam a resolução do Conselhobanca betesporteSegurança da ONU.
Neste mês, uma delegação do parlamento russo visitou a Coreia do Norte com o mesmo objetivo.
"Somos vizinhos, estamos ligados pela amizade e por grandes vitórias, e devemos ajudar uns aos outros", disse o deputado Kazbek Taysaev à BBC após a visita.
"Especialmente por causa das sanções impostas à Coreia do Norte nos últimos 70 anos e das sanções sob as quais nosso país agora se encontra. Somos almas gêmeas".
De volta ao restaurante Koryo,banca betesporteMoscou, os funcionários relutambanca betesportefalar com a BBC sobre o futuro.
Mas os clientes que procuram saborear a Coreia do Norte talvez precisem mastigar mais rápido e enquanto podem.
Colaboraram na reportagem Petr Kozlov e Anastasia Golubeva, da BBC na Rússia
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