Quantos países existem – e por que é tão difícil responder a essa pergunta?:cassino online pixbet

Ilustração

Mas é nos últimos dois critérios que as coisas se complicam. Há territórios que declararamcassino online pixbetindependência e até funcionam,cassino online pixbetgrande parte, como países, mas não tiveramcassino online pixbetsoberania reconhecida por toda a comunidade internacional.

"Assim como a beleza, o 'statuscassino online pixbetpaís' está nos olhoscassino online pixbetquem vê", brinca Purvis. Ou seja, a existênciacassino online pixbetum país depende muito do contexto político.

"O reconhecimentocassino online pixbetum país por outro é sempre uma negociaçãocassino online pixbetinteresses. Por exemplo, após a revolução comunista na China, dissidentes capitalistas fundaram Taiwan, e o país chegou a ser membro da ONU. Mas a China é um paíscassino online pixbetmuito peso na comunidade internacional. Em 1971, a República Popular da China entrou na ONU e Taiwan foi retirado. Vários países deixaramcassino online pixbetreconhecê-lo", explica.

A contagem da ONU

As Nações Unidas são a principal referência no númerocassino online pixbetpaíses conhecido pela maioria das pessoas, mas a organização não está livrecassino online pixbetpolêmicas.

Mapa ONU

Desde 2011, com a entrada o Sudão do Sul, o órgão tem 193 países-membros, considerados Estados soberanos, com suas próprias fronteiras e governos independentes. E também conta com dois Estados observadores, o Vaticano e a Palestina, o que dá um totalcassino online pixbet195 países.

A ONU reconhece que o governo palestino existe e que é um legítimo representante daquele povo, mas a Palestina não é reconhecida como Estado soberano por alguns dos países da própria ONU. Por isso, algumas listas mostram apenas 194 países na organização.

"Entrar na ONU é considerado o fiel da balança para que um território seja considerado um país. O Kosovo, por exemplo, é reconhecido por 112 países da ONU, é membro do Banco Mundial e no Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas, por ainda não estar na ONU, ainda é considerado um paíscassino online pixbetreconhecimento parcial", explica Alex Jeffrey, professorcassino online pixbetgeografia humana da Universidadecassino online pixbetCambridge, na Inglaterra.

Mas o que é preciso para que um país entre na ONU? Depende especialmentecassino online pixbetnegociações políticas, diz Jeffrey.

Emcassino online pixbetcartacassino online pixbetfundação, a ONU diz que podem ser membros quaisquer "Estados amantes da paz que aceitem as obrigações desta Carta e, no julgamento da Organização, consigam realizar estas obrigações".

Na prática, o documento também estabelece que um Estado só se torna membro quando o Conselhocassino online pixbetSegurança recomendacassino online pixbetentrada na Assembleia Geral.

No Conselho, a adiçãocassino online pixbetum novo país temcassino online pixbetser aprovada por ao menos nove dos 15 membros, sem que um dos cinco membros permanentes (China, Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia) use seu podercassino online pixbetveto.

Mas, além dos interesses da comunidade internacional, a política internacassino online pixbetcada país também define quem será reconhecido e quem não será.

"A Espanha, por exemplo, não vai reconhecer Kosovo tão cedo, porque isso pode fortalecer os movimentos separatistascassino online pixbetseu próprio país, como na Catalunha. Países como Rússia, China, Irã e Paquistão também resistem a reconhecer novos Estados por receiocassino online pixbetfortalecer grupos separatistas dentro deles. Então, Kosovo dificilmente vai virar membro da ONU", disse à BBC News Brasil Fiona McConnell, doutoracassino online pixbetgeografia humana e professora na Universidade Oxford.

Banderascassino online pixbetpaíses
Getty
Na verdade, o mapa político do mundo é uma ficção. Ele nunca foi organizado, e continua não sendo.
Fiona McConnell
Geógrafa da Universidadecassino online pixbetOxford

Países com reconhecimento parcial

Alémcassino online pixbetTaiwan, há outros cinco países que ainda não fazem parte da ONU, mas são reconhecidos diplomaticamente como Estados soberanos por ao menos um país-membro.

São países que se declararam independentes e,cassino online pixbetgeral, funcionam dessa forma.

No entanto, seu reconhecimento oficial ainda é alvocassino online pixbetdisputa. Muitas vezes, eles nem aparecem nos mapas-mundi oficiais.

Mapa países com reconhecimento parcial

Kosovo, que era parte da Sérvia e foi criadocassino online pixbet2008, é reconhecido por maiscassino online pixbetcem países. A Ossétia do Sul e a Abecásia, na região do Cáucaso, se declararam independentes da Geórgiacassino online pixbet1991, mas são reconhecidas apenas por cinco países.

A República Árabe Saaraui Democrática foi declarada independentecassino online pixbet1976, no território do Saara Ocidental, disputado com o Marrocos. Atualmente, 46 países-membros da ONU a reconhecem.

Já a República Turcacassino online pixbetChipre do Norte, que declarou independência do Chiprecassino online pixbet1983, só é reconhecida pela Turquia. Bangladesh e Paquistão chegaram a reconhecer o território como país, mas voltaram atrás por pressão dos Estados Unidos na ONU.

As nações olímpicas

É comum ouvir comentárioscassino online pixbet"não sabia que existiam tantos países!" na cerimôniacassino online pixbetabertura dos Jogos Olímpicos. Atualmente, 206 nações desfilam apresentando suas delegações, às vezes compostas por um só atleta.

"O reconhecimentocassino online pixbetum paíscassino online pixbeteventos culturais ou esportivos, como a Olimpíada, é visto como um símbolo da existênciacassino online pixbetuma nação. Aparecer comcassino online pixbetbandeira, seus atletas e seus torcedores dá uma visibilidade importante", afirma Alex Jeffrey.

Mas como o Comitê Olímpico Internacional (COI) chegou a 206 membros? Se contássemos todos os países mencionados neste texto até aqui, seriam 204. E o Vaticano não tem uma delegação olímpica.

A questão é que, durante a maior parte da existência dos Jogos Olímpicos, não era necessário ser um país independente para participar.

Atualmente, participam do COI os 193 membros efetivos da ONU, um dos seus membros observadores, a Palestina, e dois países que têm apenas reconhecimento parcial, Taiwan (chamadocassino online pixbetTaipei Chinês) e Kosovo.

Mapa olímpico 1

Além deles, há dez territórios que, na verdade, são territórios dependentescassino online pixbetoutros países: Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas, Samoa Americana e Guam (EUA); Ilhas Cayman, Bermudas e Ilhas Virgens Britânicas (parte do Reino Unido); Ilhas Cook (Nova Zelândia); Aruba (Holanda) e Hong Kong (China).

Mapa olímpico 2
Mapa olímpico 3

Desde 1996, o comitê deixoucassino online pixbetadmitir territórios como este. Os que já estão no grupo permaneceram, mas só novos Estados independentes poderão entrar, como aconteceu com o Sudão do Sulcassino online pixbet2011.

"Não há dúvidacassino online pixbetque essas decisões do COI também são políticas. Elas dependemcassino online pixbetnegociações profundas, porque ser reconhecido nos Jogos Olímpicos é algo usado por muitos territórios e nações para fortalecer o argumentocassino online pixbetque são países independentes", diz o geógrafo.

E se falarmos apenascassino online pixbetfutebol, há ainda mais nações - mais precisamente, 211. Isso porque no passado, alémcassino online pixbetadmitir alguns territórios dependentes diferentes do COI, a FIFA também deixou que Inglaterra, Escócia, Paíscassino online pixbetGales e Irlanda do Norte entrassem com seleções separadas.

"Acho que isso acontece porque nós, britânicos, inventamos o jogo e estávamos lá primeiro. Criamos as regras e, durante algum tempo, fazíamos o que queríamos. Agora, não é mais assim", brinca o geógrafo britânico Martin Purvis.

Podemos ter novos paísescassino online pixbetbreve?

Os inícios das décadascassino online pixbet1960 e 1990 foram os períodoscassino online pixbetque mais países entraram,cassino online pixbetcurto espaçocassino online pixbettempo, na ONU. Entre 1958 e 1960 foram 16, quase todos africanos. Entre 1991 e 1992 foram 13, a maioria do leste europeu.

"Tivemos picoscassino online pixbetcriaçãocassino online pixbetpaíses por causa da descolonizaçãocassino online pixbetpaíses africanos e também na era pós-União Soviética. É difícil imaginar algo assim no futuro próximo", afirma Purvis.

"Mas ainda há Estados que são produto da colonização europeia e, até hoje, não são completamente coerentes. O Sudão, que agora se dividiu, era um deles. Então, é possível que vejamos mais divisões."

Para Alex Jeffrey, as mudanças na geopolítica mundial ainda podem provocar surpresas, mesmocassino online pixbetonde não se esperava.

"É só olhar para o que está acontecendo no Reino Unido. Agora temos a saída da União Europeia e a possibilidadecassino online pixbetum novo referendo sobre a independência da Escócia. Se isso acontecer, uma região que pensávamos estar bem definida vai mudar", afirma.

Da próxima vez que lhe perguntarem quantos países há no mundo, talvez seja mais correto responder com outra pergunta: "segundo quem?".

"Nós sempre tivemos essa situação confusa, uma misturacassino online pixbetEstados e não-Estados. Na verdade, o mapa político do mundo é uma ficção. Ele nunca foi organizado, e continua não sendo", diz a geógrafa Fiona McConnel.

Ilustrações: Cecilia Tombesi

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