Crise na Venezuela: as últimas intervenções militares dos EUA que mudaram governos na América Latina:77 casino

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Soldados americanos desembarcam77 casinoum helicóptero durante a invasão do Panamá77 casino1989

77 casino Com o agravamento da crise na Venezuela, um fantasma voltou a rondar a América Latina: o da ameaça77 casinouma intervenção militar dos Estados Unidos.

Já77 casino2017, o presidente americano, Donald Trump, fez menção a "uma possível opção militar se necessária" no país sul-americano.

Mais recentemente, a ideia ganhou peso desde que Juan Guaidó se declarou "presidente interino" da Venezuela, iniciativa descrita pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, como uma "tentativa77 casinogolpe77 casinoEstado" orquestrada com o apoio dos Estados Unidos.

Desde então, Trump reitera que "todas as opções estão na mesa". E o episódio77 casinoque fotógrafos capturaram uma misteriosa mensagem - "5 mil soldados à Colômbia" - manuscrita77 casinoum caderno do assessor para Segurança da Casa Branca, John Bolton, jogou ainda mais lenha na fogueira.

O caderno foi flagrado77 casinouma entrevista coletiva à imprensa77 casinoWashington, depois que Bolton havia se reunido com outros funcionários do governo para anunciar um pacote77 casinosanções contra a estatal venezuelana PDVSA, com o objetivo77 casinoaumentar a pressão pela renúncia do mandatário Nicolás Maduro. Bolton também instou militares venezuelanos a apoiarem Guaidó.

Quando questionado se permitiria uma intervenção, Guaidó não descarta a opção.

A maioria dos países latino-americanos, que reconhecem o governo77 casinoGuaidó, no entanto, se opõe à essa possibilidade.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Sobre a situação na Venezuela, Trump reiterou que "todas as opções estão na mesa"

No dia 2577 casinofevereiro, os países do continente reunidos no Grupo Lima afirmaram que "a transição para a democracia deve ser conduzida pelos próprios venezuelanos".

Não77 casinovão, os Estados Unidos já têm uma longa história77 casinointervenções na região - muitas das vezes alegando estarem defendendo seus interesses77 casinosegurança -, que ainda permanecem vivas na memória dos latino-americanos.

Um artigo da Universidade77 casinoHarvard77 casino2005 reviu os episódios77 casinoque os Estados Unidos intervieram na América Latina para forçar uma mudança77 casinogoverno. Desde 1898 a 1994, foram 41 ocasiões: ou uma vez a cada dois anos, aproximadamente.

"[As intervenções] geraram ressentimentos desnecessários na região e questionaram o compromisso dos EUA com a democracia e o estado77 casinodireito nos assuntos internacionais", escreveu John H. Coatsworth, historiador e autor do artigo.

Muitas dessas intervenções conduziram uma virada radical no cenário político desses países.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Quando questionado se permitiria intervenção militar, Guaidó não descarta opção

Com base no estudo77 casinoHarvard, a BBC News Mundo, o serviço77 casinonotícias77 casinoespanhol da BBC, lista os países da América onde intervenções "diretas" (implantadas por forças militares ou organizadas por seus agentes77 casinointeligência) levaram a mudanças radicais.

A compilação não inclui casos77 casinoque os EUA "tentaram depor um governo latino-americano, mas fracassaram em77 casinointenção".

Tampouco estão na lista 27 casos considerados "intervenções indiretas", nas quais os protagonistas foram atores locais77 casinocada país com o apoio americano, como o golpe militar no Chile, que depôs o presidente Salvador Allende77 casino1973.

Crédito, JOAQUIN SARMIENTO

Legenda da foto, Muitas dessas intervenções mudaram radicalmente a política nacional desses países

Cuba

O interesse dos Estados Unidos77 casinoexpandir seu território no final do século 19 levou o país a focar no Caribe, onde a Espanha ainda mantinha algumas colônias - que se recusou a vender a Washington.

Cuba, imersa em77 casinoguerra77 casinoindependência contra os espanhóis desde 1895, viu os EUA se juntarem em77 casinoluta contra os europeus três anos depois.

A razão oficial para a intervenção americana foi o afundamento do navio77 casinoguerra Maine77 casinofrente a Havana. Acusada pelo episódio, a Espanha negou participação.

Crédito, Hulton Archive

Legenda da foto, Soldados cubanos, que lutaram no lado americano durante a guerra hispano-americana.

O conflito, conhecido como a Guerra Hispano-Americana77 casino1898, terminou com a derrota da Espanha e a perda77 casinoCuba, junto com outras colônias, como Porto Rico, Filipinas e Guam.

O governo militar dos EUA na ilha durou quatro anos, até o momento77 casinoque Tomás Estrada Palma assumiu a Presidência do país recém-independente.

Mas a influência77 casinoWashington, que então estabeleceu77 casinobase naval77 casinoGuantánamo, estava crescendo.

Em 1906, Estrada Palma solicitou a presença77 casinoforças militares dos EUA por causa da eclosão77 casinouma crise interna e77 casinouma insurreição contra seu governo.

Essa segunda intervenção dos EUA77 casinoCuba, que durou três anos, terminou com a eleição77 casinoJosé Miguel Gómez como o segundo presidente do país caribenho.

Em 1917, fuzileiros navais dos EUA retornaram a Cuba77 casinomeio a um clima77 casinogrande instabilidade. Mais uma vez, os americanos foram chamados para resolver uma crise interna - um tipo77 casinointervenção estrangeira que passou a ser vista, por muitos políticos locais, como uma solução, e não como um sintoma do enfraquecimento77 casinosuas instituições.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Soldados americanos detêm homem durante invasão a Panamá77 casino1989

Panamá

O Panamá é outro país latino-americano cuja história é fortemente influenciada pela presença dos Estados Unidos.

Em 1903, uma intervenção77 casinoWashington foi decisiva para que o país da América Central (então um Departamento da Colômbia) conseguisse77 casinoindependência.

Em troca, o Panamá assinou o Tratado Hay-Bunau Varila, através do qual cedeu aos Estados Unidos 16 km na zona do Canal77 casinoperpetuidade, o que deixou o país fisicamente dividido77 casinodois até recuperar a soberania77 casinoseu território, no final77 casino1999.

Dez anos antes,77 casino1989, os EUA haviam bombardeado a Cidade do Panamá77 casinouma tentativa77 casinocapturar o general Manuel Antonio Noriega, o governante77 casinofato do país, que a Justiça americana acusava77 casinotráfico77 casinodrogas.

Crédito, VW Pics

Legenda da foto, Estados Unidos concluíram canal do Panamá77 casinodez anos

Diferentes fontes calculam que entre 500 a 4 mil civis morreram. Especialmente dramática foi a operação77 casinoEl Chorrillo, um bairro popular onde a sede central das Forças77 casinoDefesa e os escritórios77 casinoNoriega estavam localizados, e que foi quase completamente destruído por grandes incêndios.

Guillermo Endara, vencedor das eleições77 casinomaio77 casino1989 - cujo resultado Noriega se recusou a aceitar -, fez seu juramento como presidente durante a invasão77 casinouma base militar dos EUA na Zona do Canal.

Noriega se rendeu um mês e meio após o início do ataque e foi condenado à prisão nos EUA. Em 2011, voltou ao Panamá, onde continuou cumprindo pena, até77 casinomorte,77 casino2017.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Assassinato77 casinodois americanos acusados77 casinoparticipar77 casinolevante contra presidente nicaraguense foi motivo para invasão americana

Nicarágua

No início do século 20, a relação entre os EUA e o presidente da Nicarágua, José Santos Zelaya, ficou especialmente tensa pelo fim77 casinoconcessões a empresas americanas no país e pelo apoio77 casinoWashington ao Panamá para a construção do canal interoceânico.

Juan José Estrada Morales, governador da região com capital no município litorâneo77 casinoBluefields (centro77 casinoinvestimentos dos EUA na Nicarágua), liderou uma revolta contra Zelaya apoiada pelos Estados Unidos.

O assassinato77 casinodois americanos acusados77 casinoparticipar do levante fez com que,77 casino1910, os militares dos Estados Unidos desembarcassem nas cidades litorâneas77 casinoCorinto e Bluefields sob a justificativa77 casinoproteger seus cidadãos e seus bens no país.

Zelaya sucumbiu à pressão política dos EUA e fugiu do país. Em 1910, Estrada Morales tornou-se presidente da Nicarágua com o reconhecimento oficial77 casinoWashington, que passou a exercer uma influência sobre o país que se estenderia por décadas.

Os governos conservadores apoiados pelos EUA na Nicarágua sempre tiveram77 casinolidar com a forte oposição77 casinogrupos liberais, que partiram para o enfrentamento.

Em 1912, o presidente Adolfo Díaz pediu a Washington para intervir no país, alegando não poder garantir a segurança dos cidadãos americanos nem77 casinosuas propriedades na Nicarágua.

Tropas dos Estados Unidos assumiram então o controle da ferrovia que ligava o porto77 casinoCorinto a Granada (fundamental para os interesses77 casinoWashington) e condenaram ao fracasso qualquer tentativa77 casinorevolta dos liberais, que acabaram se rendendo.

A presença militar dos EUA continuou na Nicarágua por mais77 casinouma década, até 1925.

Depois das eleições realizadas um ano antes, os liberais conseguiram retornar ao governo por meio77 casinouma aliança com os conservadores, o que causou discrepâncias entre eles.

Logo após a saída das tropas americanas, o general conservador Emiliano Chamorro deu um golpe77 casinoEstado, forçou o fim da coalizão do governo com os liberais e tomou posse como presidente77 casino1926.

Os EUA, no entanto, não endossaram77 casinonomeação, e a Nicarágua acabou mergulhando77 casinouma guerra civil. Os EUA voltaram a enviar soldados77 casino1927, que enfrentaram o movimento guerrilheiro77 casinoAugusto César Sandino, contrário à ocupação americana.

O apoio dos liberais e conservadores a Juan Bautista Sacasa, vencedor das eleições77 casino1932, ajudou a costurar um acordo que pôs fim à rebelião77 casinoSandino e à retirada dos EUA77 casino1933.

Washington deixou o militar Anastasio Somoza como comandante da Guarda Nacional criada pelos Estados Unidos como a única força armada no país. Sandino foi assassinado77 casino1934 e,77 casino1936, Sacasa foi derrubado por Somoza, que permaneceu no poder por quase duas décadas com o apoio americano.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Marinha dos EUA dispara suas armas77 casinoum navio que deixa Veracruz durante a intervenção na Revolução Mexicana

México

Em 1914, EUA e o México protagonizaram o chamado Incidente77 casinoTampico,77 casinoreferência a um município no nordeste do México que contou com investimentos significativos77 casinocompanhias77 casinopetróleo dos EUA.

Os EUA, que enviaram vários navios à região para proteger seus cidadãos e seus interesses, criticaram a detenção77 casinoalguns dos seus fuzileiros navais que haviam entrado77 casinouma área restrita.

Washington considerou esse incidente extremamente grave e se sentiu ofendido pelo governo do presidente mexicano Victoriano Huerta.

Dias depois, os Estados Unidos ocuparam a cidade77 casinoVeracruz, no Golfo do México, a fim77 casinoimpedir a chegada77 casinoum grande carregamento77 casinoarmas destinado ao Exército mexicano e, assim, apoiar o general Venustiano Carranza, que liderou o exército constitucionalista até o fim da Revolução mexicana.

Após o bombardeio e tomada77 casinocontrole do porto77 casinoVeracruz, a intervenção dos EUA culminou com a saída das tropas dos EUA sete meses depois.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Haiti teve a "última intervenção direta" dos militares dos EUA

Haiti

No início do século 20, os EUA também tinham interesses comerciais no Haiti, um país77 casinoestado77 casinoconvulsão social e especialmente dominado pela comunidade local alemã.

Em 1915, após uma revolta que acabou com o brutal linchamento do presidente Jean Vilbrun Guillaume Sam, os EUA temiam a possível ascensão ao poder77 casinoRosalvo Bobo, que queria cortar os investimentos77 casinoWashington e suspender o pagamento77 casinodívidas com bancos americanos.

Em 1915, centenas77 casinofuzileiros navais dos EUA desembarcaram no Haiti. A intervenção militar garantiu que os americanos assumissem controle das alfândegas e das principais instituições econômicas haitianas, permitindo recuperar parte77 casinoseus empréstimos ao país caribenho.

A intervenção dos EUA no que hoje é o país mais pobre da América Latina durou quase duas décadas, até 1934.

O Haiti também foi palco da última "intervenção direta" dos militares dos EUA até hoje, segundo o estudo77 casinoHarvard.

Em 1991, um movimento militar liderado pelo general Raoul Cedras derrubou o presidente Jean-Bertrand Aristide, eleito nas eleições do mesmo ano.

O que se seguiu no país foi um aumento da pobreza e da corrupção - assim como da emigração para outros países, como os Estados Unidos.

Em 1994, Washington liderou uma coalizão internacional e suas forças militares invadiram o Haiti. Horas após a chegada77 casinosuas primeiras tropas, chegou-se a um acordo para que a liderança militar haitiana renunciasse ao poder e,77 casino1995, foram realizadas eleições.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Rafael Leónidas Trujillo permaneceu no poder por quase 30 anos na República Dominicana antes77 casinoser assassinado

República Dominicana

A primeira ocupação norte-americana da República Dominicana ocorreu77 casino1916. A instabilidade do governo do país caribenho era notória na época,77 casinoparte devido aos desentendimentos do presidente, Juan Isidro Jimenes, com seu secretário77 casinoGuerra, Desiderio Arias.

Anos antes, os EUA tinham assumido dívidas dominicanas com a assinatura77 casinoum acordo pelo qual a administração das alfândegas do país caribenho seria entregue ao governo americano. Washington justificou que a instabilidade no país colocava77 casinorisco o pagamento aduaneiro e que a República Dominicana não cumpria seus compromissos financeiros.

Nesse cenário, o governo americano propôs a intervenção militar como a única saída para a crise no país. Seu Exército forçou Arias a deixar a capital, Santo Domingo, e os fuzileiros navais iniciaram a ocupação.

Jimenes renunciou e os EUA instauraram um governo militar sob o comando do contra-almirante Harry Shepard Knapp. A ocupação terminaria77 casino1924.

Décadas mais tarde, a CIA, a agência77 casinointeligência americana, foi implicada no assassinato77 casinoRafael Leónidas Trujillo, que governou com mão77 casinoferro a República Dominicana77 casino1930 até77 casinomorte77 casino1961.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Temendo possível expansão do comunismo no Caribe, Estados Unidos intervieram militarmente na República Dominicana77 casino1965

Durante a maior parte77 casinoseu governo, Trujillo se manteve próximo dos EUA, mas a relação desandou no fim77 casinosua gestão. Em 1960, Washington fechou77 casinoembaixada77 casinoSanto Domingo. Uma das razões foi uma tentativa77 casinoassassinato do então presidente da Venezuela, Rómulo Betancourt, patrocinada por Trujillo.

Os Estados Unidos haviam aprovado um plano77 casinocontingência para eliminar Trujillo e entregaram três fuzis aos autores77 casinoseu assassinato para reforçar seu arsenal quando realizassem o ataque.

No entanto, após o fracasso da invasão da Baía dos Porcos77 casinoCuba,77 casino1777 casinoabril77 casino1961, Washington tentou sem sucesso impedir os planos na República Dominicana, com medo77 casinoque o complô contra Trujillo também falhasse.

Após o assassinato e várias tentativas77 casinoparentes77 casinoTrujillo77 casinotomarem o poder para si, o país realizou eleições,77 casino1962, nas quais Juan Bosch foi eleito.

Militares conservadores e parte da oligarquia dominicana, insatisfeita com as medidas do novo governo77 casinoBosch, lideraram um golpe que o derrubou,77 casino1963, e levou a uma guerra civil.

Os dois anos seguintes foram marcados por uma forte instabilidade política, com numerosas greves e conflitos entre aqueles que apoiavam a reintegração77 casinoBosch e os militares, favoráveis a um triunvirato após o golpe77 casinoDonald Reid Cabral, apoiado pelos Estados Unidos.

Washington, temendo uma possível expansão comunista no Caribe além77 casinoCuba, decidiu intervir militarmente77 casino1965 e ordenou que suas tropas restaurassem a ordem na República Dominicana.

A presença militar dos EUA foi mantida até um ano depois, quando eleições foram realizadas e Joaquín Balaguer venceu Juan Bosch, que nunca conseguiu recuperar o poder.

Guatemala

Em 1954, a Guatemala sofreu um golpe77 casinoestado como resultado77 casinouma operação orquestrada pela CIA para derrubar o presidente, Jacobo Árbenz Guzmán.

Árbenz colocou77 casinoprática políticas que a espionagem americana considerava comunistas e que despertaram77 casinopreocupação, bem como uma influência excessiva no governo nacional do Partido Trabalhista da Guatemala.

Uma77 casinosuas principais políticas foi a reforma agrária. A expropriação acabou por afetar a poderosa empresa americana77 casinobanana United Fruit Company, que se recusou a continuar no país centro-americano sob as novas condições77 casinoÁrbenz, que se recusou a estender suas concessões.

Sob a justificativa77 casinosupostos vínculos do presidente com a União Soviética, os EUA apoiaram o golpe militar do tenente-coronel guatemalteco Carlos Castillo Armas, que contou com apoio77 casinocaças americanos.

Nove dias após a entrada das tropas, Árbenz anunciou77 casinorenúncia.

Granada

Apoiado por vários países do Caribe, os EUA invadiram Granada77 casino1983, após o golpe que levou Hudson Austin a se proclamar primeiro-ministro da ilha.

Washington justificou77 casinoação pela instabilidade política77 casinoum país tão próximo77 casinosuas fronteiras, bem como pela presença77 casinoestudantes77 casinomedicina americanos77 casinouma universidade local.

Além disso, o governo americano havia acusado Granada77 casinoconstruir instalações para ajudar a militarização do Caribe77 casinofavor dos governos77 casinoCuba e da União Soviética, o que as autoridades da ilha negaram.

A invasão dos EUA, durante a qual americanos enfrentaram granadinos e cubanos durante quatro dias, terminou com a vitória77 casinoWashington e a nomeação77 casinoum novo governo pelo governador-geral77 casinoGranada.

77 casino Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube 77 casino ? Inscreva-se no nosso canal!