Crise na Venezuela: como a situação do país pode se transformarapostaganhabr.comuma disputa global:apostaganhabr.com

Juan Guaido se proclama presidente da Venezuelaapostaganhabr.comCaracas,apostaganhabr.com23apostaganhabr.comjaneiroapostaganhabr.com2019

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A auto-proclamaçãoapostaganhabr.comGuaidó como presidente da Venezuela dividiu a comunidade internacional entre apoiadores e inimigosapostaganhabr.comMaduro

apostaganhabr.com A crise política da Venezuela apostaganhabr.com pode se transformarapostaganhabr.comuma crise global.

Na última quarta-feira, conforme os protestos que pediam a renúncia do presidente Nicolás Maduro se intensificavam, o líder da oposição Juan Guaidó se declarou presidente interino do país.

Em seguida, rapidamente Guaidó recebeu apoio dos Estados Unidos, Brasil, Canadá, Colômbia e Argentina. Além disso, a União Europeia pediu que fossem convocadas novas eleições e expressou seu apoio à Assembleia Nacional da Venezuela, liderada por Guaidó.

Mas há um pequeno grupoapostaganhabr.compaíses que apoiam Maduro, entre eles Rússia e China.

Na quinta-feira, Moscou alertou que a declaraçãoapostaganhabr.comGuaidó é um "caminho para a ilegalidade e o derramamentoapostaganhabr.comsangue". "Nós alertamos contra esse tipoapostaganhabr.comaventura, repletaapostaganhabr.comconseqüências catastróficas", disse o Ministro do Exterior russo.

Maduro discursa para apoiadores no Palácioapostaganhabr.comMiraflores

Crédito, EPA

Legenda da foto, Cercadoapostaganhabr.comcorreligionários, Maduro acusa os EUAapostaganhabr.comtentarem removê-lo do poder

Também na quinta-feira, o porta-voz do Ministério do Exterior da China, Hua Chunying, afirmou que a China é contrária a qualquer "intromissão" estrangeira na Venezuela. "A China apoia os esforços da Venezuela para preservarapostaganhabr.comsoberania nacional, independência e estabilidade", disse.

"A China sempre defendeu o princípioapostaganhabr.comnão interferênciaapostaganhabr.comassuntos internosapostaganhabr.comoutros países, e se opõe à intromissão externa na Venezuela."

Turquia, Irã, México, Cuba e outros países também declararam apoio a Maduro.

Segundo o porta-voz da Presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, o presidente do país, Recep Erdogan, telefonou para Maduro para manifestar seu apoio e disse: "Irmão Maduro, fique firme, estamos do seu lado". Kalin ainda compartilhou a hashtag #WeAreMADURO (nós somos Maduro,apostaganhabr.comtradução livre).

O presidente chinês Xi Jinping caminha ao ladoapostaganhabr.comNicolas Maduro, durante visita a Pequim,apostaganhabr.comsetembroapostaganhabr.com2018

Crédito, Reuters

Legenda da foto, De acordo com a revista Americas Quarterly, bancos públicos chineses emprestaram maisapostaganhabr.comUS$ 62 bilhões para a Venezuela, entre 2005 e 2017

Venezuela corta laços com os Estados Unidos

A tensão internacionalapostaganhabr.comtorno do destino da Venezuela deve continuar, já que os Estados Unidos e o país estão trocando farpas.

Pouco depoisapostaganhabr.comDonald Trump reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, Maduro afirmou que estava cortando laços políticos e diplomáticos com os Estados Unidos. O venezuelano disse que "todo o corpo diplomático e equipe consular dos Estados Unidos da América na Venezuela" tinha 72 horas para deixar o país.

Mas, a seguir, o Secretárioapostaganhabr.comDefesa dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou que os Estados Unidos não iriam ter relações diplomáticas com o governoapostaganhabr.comMaduro, mas com oapostaganhabr.comGuaidó: "Os Estados Unidos não consideram que o ex-presidente Nicolas Maduro tenha autoridade legal para romper relações diplomáticas com os Estados Unidos ou para declarar nossos diplomatas persona non grata".

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'Opção militar' contra a Venezuela

Agora, o americano tratou do assunto novamente, durante uma entrevista na Casa Branca. "Não estamos considerando nada, mas todas as opções estão na mesa", disse. "Todas as opções, sempre, todas as opções estão na mesa".

Vultoapostaganhabr.comum homemapostaganhabr.comfrente a uma refinaria estatal venezuelana,apostaganhabr.comfotoapostaganhabr.com2016

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Trump poderia aumentar a pressão sob a Venezuela ao aplicar sanções contra a indústriaapostaganhabr.competróleo do país

Segundo a imprensa americana, Trump poderia impor sanções ao petróleo da Venezuela, atingindo a maior fonteapostaganhabr.comreceitas do país. Mas essa medida teria um efeito direto na capacidade da Venezuelaapostaganhabr.compagar empréstimos bilionários tanto da Rússia como da China.

No mês passado,apostaganhabr.comMoscou, Maduro e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram acordos para a exportação russaapostaganhabr.comtrigo para a Venezuela, bem como acordosapostaganhabr.comUS$ 6 bilhões (R$ 22,7 bilhões) nos setoresapostaganhabr.competróleo e mineração.

Durante o boom do petróleo, a Venezuela era uma grande compradoraapostaganhabr.comequipamento militar russo, desde aeronaves até lançadoresapostaganhabr.commísseis portáteis. Após o encontro entre os presidentesapostaganhabr.comMoscou, militares russos voaram até Caracas com dois aviõesapostaganhabr.combombardeio com capacidade para carregar bombas atômicas. O objetivo declarado foi realizar um exercício militar com as forças venezuelanas.

Para Miriam Lanskoy, diretora do National Endowment for Democracy, organização sem fins lucrativos americana, a aparição das aeronavesapostaganhabr.comCaracas foi um lembreteapostaganhabr.comque a Rússia ainda projeta seu poder militar no Ocidente.

O ministro da Defesa da Venezuela Vladimir Padrino (primeira fila, segundo da esquerda para a direita) retratadoapostaganhabr.comfrente à aeronave russa

Crédito, AFP

Legenda da foto, A chegada dos bombardeiros russos a Caracas irritou os Estados Unidos

'Movimento coordenado'

Mais um confronto direto entre a Rússia e os Estados Unidos pode ser evitado, dependendo ao papel que os vizinhos da Venezuela desempenham na crise. O repórter da BBC Vladimir Hernandez diz que a rápida sucessãoapostaganhabr.comapoios na América Latina a Guaidó sugere um "movimento coordenado" para escantear o regime bolivarianoapostaganhabr.comMaduro.

"É um movimento sem precedentes. Foi extraordinário ver como foi coordenado. Assim que os Estados Unidos reconheceram Guaidó, você passou a ver todos esses países (fazendo o mesmo) segundos, minutos depois", disse.

Por diversas vezes, Maduro acusou a Colômbia e os Estados Unidosapostaganhabr.comestarem por trásapostaganhabr.comtentativas para desestabilizar o governo. Também acusou Bogotáapostaganhabr.comparticiparapostaganhabr.comuma tentativaapostaganhabr.comassassinato fracassada, usando um drone,apostaganhabr.comagosto do ano passado.

No Fórum Econômico Mundialapostaganhabr.comDavos, o presidente colombiano Ivan Duque disse que Maduro deveria "renunciar e deixar o povo venezuelano ser livre".

O presidente colombiano Ivan Duque no Fórum Econômico Mundial,apostaganhabr.comDavos

Crédito, EPA

Legenda da foto, O presidente colombiano Ivan Duque disse que Maduro "deveria renunciar e deixar os venezuelanos serem livres"

'Brasil diz que não participaapostaganhabr.comintervenção'

O colombiano Duque foi questionado se uma intervenção militar na Venezuela era uma possibilidade. "Nós não estamos falandoapostaganhabr.comintervenção militar. Nós estamos falando sobre um consenso diplomático e o apoio do povo venezuelano".

O vice-presidente brasileiro, General Hamilton Mourão, foi na mesma direção: "O Brasil não participaapostaganhabr.comintervenção". Mourão disse ainda que o governo brasileiro iria dar "apoio econômico, no futuro, se isso fosse necessário para reconstruir o país" (após a saídaapostaganhabr.comMaduro).

Durante a campanha presidencial do ano passado, Mourão havia dito que o Brasil deveria enviar tropas "como parteapostaganhabr.comuma missão internacionalapostaganhabr.compaz".