Crise na Venezuela: o que é o Grupo1xbet 789Lima, que reúne representantes1xbet 78914 países:1xbet 789

Vice-presidente Hamilton Mourão durante o encontro do Grupo1xbet 789Lima1xbet 789Bogotá,1xbet 789251xbet 789fevereiro1xbet 7892019

Crédito, Ministério das Relações Exteriores da Colômbia

Legenda da foto, Envio do vice-presidente Hamilton Mourão para a reunião do Grupo1xbet 789Lima é vista por especialistas como um sinal1xbet 789moderação do Brasil

"O Grupo1xbet 789Lima tem tido a tendência1xbet 789buscar saídas que passem por ajuda humanitária, mecanismos1xbet 789isolamento diplomático e sanções econômicas. Não tem sido um foro no qual apareceram sugestões ou articulações na esfera militar", explica Fernanda Magnotta, coordenadora do curso1xbet 789Relações Internacionais da FAAP.

"Porém, muita gente entendeu que a participação1xbet 789Mike Pence [vice-presidente dos EUA] e o agravamento da situação da Venezuela, com protestos no fim1xbet 789semana, aproximam o Grupo1xbet 789Lima1xbet 789uma saída mais na base da força", continua Magnotta.

"O Grupo1xbet 789Lima, que foi criado para buscar uma solução pacífica para a Venezuela, tem se tornado uma espécie1xbet 789coalização daqueles que querem resolver o problema por qualquer que seja o meio", afirma Dawisson Belém Lopes, professor1xbet 789política internacional da UFMG.

"A diplomacia na América Latina sempre teve uma preocupação muito grande na manutenção da soberania territorial dos países. Tanto que nos últimos 150 anos, desde a Guerra do Paraguai, não houve um conflito na região envolvendo mais1xbet 789dois Estados. Um enfrentamento entre Estados é alheio a nossa tradição. O problema é que, nos últimos dias, parece estar havendo uma reversão1xbet 789curso", avalia Lopes.

Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela; Iván Duque Márquez, presidente da Colômbia; e Mike Pence, vice-presidente dos Estados Unidos apertam mãos no encontro do Grupo1xbet 789Lima,1xbet 789251xbet 789fevereiro1xbet 7892019

Crédito, Ministério das Relações Exteriores da Colômbia

Legenda da foto, O venezuelano Juan Guaidó, o presidente colombiano Iván Duque Márquez e o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, apertam mãos no encontro do Grupo1xbet 789Lima

Solução pacífica ou ação militar?

Durante a abertura do encontro, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, disse que é responsabilidade do Grupo1xbet 789Lima aumentar o apoio para que os venezuelanos "retomem a condução do seu destino nacional, do qual foram usurpados pela ditadura".

Há uma alta expectativa1xbet 789torno da reunião. Em entrevista à Folha1xbet 789S. Paulo no domingo, o venezuelano Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino da Venezuela no final1xbet 789janeiro e foi reconhecido por dezenas1xbet 789líderes1xbet 789todo o mundo, disse que todas as opções devem ser consideradas pela comunidade internacional na Venezuela - inclusive uma invasão.

O próprio Guaidó participa do encontro1xbet 789Bogotá, pela primeira vez. Proibido pelo governo Maduro1xbet 789sair da Venezuela, o opositor diz que contou com apoio1xbet 789militares para chegar até a Colômbia.

Outra presença que chama atenção no encontro é a do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence. Uma vez que os Estados Unidos não são um membro oficial do Grupo1xbet 789Lima, a participação dele é vista como um sinal da importância que a questão venezuelana ganhou para o governo1xbet 789Donald Trump.

O governo Trump também tem repetido que é preciso considerar todas as opções, inclusive as militares, como saída para a crise venezuelana.

Pelo lado brasileiro, estão presentes no encontro do Grupo1xbet 789Lima o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Em discurso durante o evento, Mourão posicionou o Brasil ao lado1xbet 789uma solução pacífica, "sem qualquer medida extrema" que coloque os países na categoria1xbet 789"agressores, invasores e violadores1xbet 789soberanias nacionais".

"(É preciso) uma vigorosa mobilização dos países irmãos1xbet 789favor do povo venezuelano, (por meio de) sanções1xbet 789forma legal e legítima sobre o regime e seus dirigentes, colocando-os na categoria1xbet 789párias internacionais, diante suas reiteradas violações dos direitos humanos que cometeram e insistem1xbet 789cometer, negando ajuda humanitária", declarou o vice-presidente.

Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, discursa no encontro do Grupo1xbet 789Lima,1xbet 789251xbet 789fevereiro1xbet 7892019

Crédito, Reuters

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Envio1xbet 789Mourão pode representar moderação

Em entrevista para a BBC News Brasil na quinta-feira, após o anúncio do fechamento da fronteira da Venezuela com o Brasil, o vice-presidente Mourão afirmou que não acreditava que a situação no país vizinho poderia resvalar para um conflito regional.

"Da nossa parte nós jamais entraremos1xbet 789uma situação bélica com a Venezuela, a não ser que sejamos atacados, aí é diferente, mas eu acho que o Maduro não é tão louco a esse ponto, né", declarou Mourão.

A escalação1xbet 789Mourão para participar do encontro do Grupo1xbet 789Lima - um fórum1xbet 789ministros das relações exteriores, não1xbet 789vices-presidentes - está sendo vista por especialistas como uma possível moderação na postura do governo1xbet 789Jair Bolsonaro a respeito da Venezuela.

O motivo é que Mourão, que já foi adido militar na Embaixada do Brasil1xbet 789Caracas, é alinhado com o pensamento1xbet 789não intervenção1xbet 789assuntos externos, clássico entre os militares e o corpo diplomático brasileiros.

Já o chanceler é visto como uma figura mais aferrada à ideologia. Em postagem no Twitter no início1xbet 789fevereiro, por exemplo, Araújo declarou: "Se a esquerda conseguir a perpetuação da tirania na Venezuela apesar1xbet 789toda a pressão internacional pela democracia, se conseguir continuar matando o povo venezuelano1xbet 789fome apesar do anseio1xbet 789todo o continente1xbet 789prestar ajuda humanitária, o que não conseguirá?"

"Há mais afinidade entre militares e diplomatas brasileiros do que possa parecer. Eles são um bastião1xbet 789resistência (da postura não intervencionista nas relações exteriores do Brasil). Quero crer que a política brasileira para a reunião1xbet 789hoje do Grupo1xbet 789Lima tenha sido desenhada conjuntamente por Mourão e pelos diplomatas do Itamaraty. Ernesto é um ponto fora da curva", acredita Lopes, da UFMG.

"Por isso, o Brasil pode ser uma voz1xbet 789moderação na reunião1xbet 789hoje, onde já deve haver uma articulação no sentido1xbet 789ações que possam significar quebra da soberania venezuelana sob pretexto humanitário", continua Lopes, se referindo à pressão para envio forçado1xbet 789ajuda humanitária ao país vizinho.

Também espera-se que o México se posicione contra uma ação militar na Venezuela. O país, governado por Andrés Manuel López Obrador, foi um dos poucos latino-americanos a não reconhecer a presidência interina1xbet 789Guaidó. México e Brasil são as duas principais economias latino-americanas, o que pode aumentar o peso da posição1xbet 789ambos.

Homens encapuzados protestam durante tentativa1xbet 789entrada1xbet 789ajuda humanitária na Venezuela, no último fim1xbet 789semana

Crédito, NurPhoto

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Estados Unidos podem influenciar encontro

Essa é a primeira vez que um representante do alto escalão do governo Trump participa do Grupo1xbet 789Lima. Ainda que os EUA não façam parte do fórum formalmente, espera-se que a posição americana, contrária a Maduro e mais disposta a uma solução intervencionista, tenha grande peso no encontro desta segunda-feira.

"O Grupo1xbet 789Lima serve a um propósito mais1xbet 789articulação política do que1xbet 789deliberação jurídica. Então, no fundo, não faz tanta diferença se o país faz parte do grupo ou não. O que interessa é se o país tem poder político,1xbet 789articulação, barganha, para fazer com que seus interesses se façam valer. E os EUA são um dos países mais importantes nesse jogo", explica Magnotta, da FAAP.

"Existem sinais1xbet 789que americanos querem se envolver mais diretamente na situação venezuelana e estejam interessados1xbet 789uma saída mais dura. Por um lado, a saída diplomática não logrou o êxito que o Grupo1xbet 789Lima queria, já que Maduro continua no poder. Por outro lado, se for tomada uma saída pela força, não há muito otimismo que possa dar certo, tendo1xbet 789vista que outras intervenções militares não foram capazes1xbet 789produzir estabilidade", opina a especialista.

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