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Como mulheres são discriminadas antessite palpites esportivosserem condenadas à morte pelo mundo:site palpites esportivos
Ainda foi mostrada a lingerie encontrada emsite palpites esportivosmala depois que ela fugiu para o México, o que, segundo o promotor, demonstrava que ela não vivia como uma "viúva aflita" após a morte do marido.
E esses detalhes, segundo juízes que revisaram o caso e reconheceram erros durante o processo, podem ter tido uma influência determinante na decisão do júri ao condená-la.
"Esses erros, emsite palpites esportivosforma mais atroz, incluem um padrãosite palpites esportivosapresentar evidências que não têm outro propósito a não ser dizer que Brenda Andrew é uma esposa, mãe e mulher ruim", afirmou Arlene Johnson, juíza do Tribunalsite palpites esportivosApelações Criminaissite palpites esportivosOklahoma.
E essa apresentaçãosite palpites esportivos"provas inapropriadas", destacou a juíza ao revisar o casosite palpites esportivos2007, violou "a regra fundamentalsite palpites esportivosque um acusado deve ser condenado pelo delito imputado e não por ser uma pessoa ruim".
Johnson não duvidou do veredito sobre a culpasite palpites esportivosBrenda, mas pediu que a sentençasite palpites esportivosmorte fosse revista. Outro colegasite palpites esportivostribunal recomendou inclusive repetir o julgamento, mas a maioria dos juízes determinou que a pena aplicada fosse mantida.
Brenda continua à esperasite palpites esportivossua execução. Hoje, tem 54 anos.
'Preconceitos e discriminação'
Brenda Andrew é umasite palpites esportivosao menos 500 mulheres que estão no corredor da morte no mundo. O Organização das Nações Unidas (ONU) alerta, no entanto, que o número pode ser maior.
Apesarsite palpites esportivosmulheres serem não maissite palpites esportivos5% das pessoas que aguardam para serem executadas, a ONU aponta, neste mêssite palpites esportivosoutubro, quando se comemora o Dia Mundial contra a Penasite palpites esportivosMorte (10/10), que "sua invisibilidade mostra que suas necessidades estãosite palpites esportivosgrande medida ocultas".
Por isso, 11 relatores da ONU pediram que países "revisem todas as sentençassite palpites esportivosmorte contra mulheres e meninas e que adotem políticassite palpites esportivosgênero para abordar (...) os preconceitos e a discriminação que caracterizam suas investigações e julgamentos"site palpites esportivoscomparação com homens na mesma situação.
Um relatório publicadosite palpites esportivossetembro pelo Centro sobre a Penasite palpites esportivosMorte da Faculdadesite palpites esportivosDireito da Universidadesite palpites esportivosCornell, nos Estados Unidos, lançou uma luz sobre a situação dessas mulheres.
Não foi uma tarefa simples, por causa da faltasite palpites esportivostransparênciasite palpites esportivosmuitos países que aplicam a pena.
No caso da China, onde o percentualsite palpites esportivosmulheres no corredor da morte é estimado entre 1% e 5% do totalsite palpites esportivoscondenados nessa situação, o relatório considera que o número podem sersite palpites esportivos"dezenas ou mesmo centenas"site palpites esportivospresas à esperasite palpites esportivosuma execução.
É um caso similar ao do Irã, onde advogados especializadossite palpites esportivosdireitos humanos calculam que haja dezenassite palpites esportivosmulheres condenadas à penasite palpites esportivosmorte. Apenas no ano passado, ao menos dez foram executadas.
Também é desconhecido o númerosite palpites esportivoscondenadas à morte na Arábia Saudita, onde no mínimo nove foram executadas desde 2015.
O país onde o relatório aponta que há mais mulheres no corredor da morte é a Tailândia, com um totalsite palpites esportivos94 (ou 18% das pessoas à esperasite palpites esportivosuma execução no país).
Em seguida, estão os Estados Unidos, com 54, Bangladesh, com 37, Paquistão, com 33, e Nigéria, com 32.
Violênciasite palpites esportivosgênero
O estudo também identificou os tipossite palpites esportivosdelitos mais comuns pelos quais mulheres costumam ser condenadas à penasite palpites esportivosmorte.
Dezenas delas respondemsite palpites esportivospaíses islâmicos por "crimes contra a moralidade", como adultério. Essa prática, alerta a ONU, vai contra os limites internacionais da aplicação da penasite palpites esportivosmorte unicamentesite palpites esportivoscasossite palpites esportivoshomicídio doloso.
O segundo tiposite palpites esportivosdelito mais comum são aqueles relacionados a drogas.
De fato, as mulheres - presassite palpites esportivossuas maioria por vender drogas nas ruas ou atuar como "mulas" ao transportá-las para outro país - representam 30% das prisões por narcotráfico no mundo.
No entanto, a maioria das mulheres no corredor da morte foram condenadas por assassinato, com frequênciasite palpites esportivosfamiliares próximos.
O relatório destaca que muitos destes crimes foram cometidossite palpites esportivosum contextosite palpites esportivosviolênciasite palpites esportivosgênero ainda que, uma vez mais, seja impossível saber quantos, por faltasite palpites esportivosdados.
"Em muitos casossite palpites esportivosmulheres acusadassite palpites esportivosmatar o marido, por exemplo, não se questionou no julgamento se havia um contextosite palpites esportivosviolência doméstica, por isso não feitas alegações baseadassite palpites esportivosviolênciasite palpites esportivosgênero e o tribunal quase nunca ouve algo sobre isso", diz Delphine Lourtau, diretora-executiva do Centro sobre a Penasite palpites esportivosMortesite palpites esportivosCornell.
"E, quando isso ocorre, na maioria das vezes, o tribunal não considera isso uma prova relevante para entender as circunstâncias do crime."
A ONU concorda que é extremamente raro que um abuso doméstico seja levadosite palpites esportivosconta como atenuante nos processos que conduzem à pena capital.
"A imposição da penasite palpites esportivosmorte é sempre arbitrária e ilegal quando o tribunal ignora fatos essenciais que podem ter influenciado significativamente nas motivações, na situação ou na condutasite palpites esportivosum acusadosite palpites esportivosum crime passívelsite palpites esportivospenasite palpites esportivosmorte, inclusive a exposição à violência doméstica e a outros abusos", disseram os relatores.
A ONU também recorda que a execuçãosite palpites esportivosqualquer pessoa por crimes cometidos quando esta tinha menossite palpites esportivos18 anos é vetada por leis internacionais.
O relatóriosite palpites esportivosCornell reconhece a dificuldadesite palpites esportivosdocumentar estes casos, às vezes por conta da dificuldadesite palpites esportivosdefinir a idade das condenadas, mas todos os casos que detectou estavam relacionados com violênciasite palpites esportivosgênero, casamento infantil e/ou abuso sexual,site palpites esportivospaíses como Irã e Paquistão.
"Segundo as leis iranianas, meninas podem ser condenadas à morte a partir dos 9 anossite palpites esportivosidade", destaca Lourtau.
Teoria da mulher diabólica
O Centrosite palpites esportivosCornell aponta que algo que diferencia os casossite palpites esportivosmulheres condenadas à mortesite palpites esportivosrelação aossite palpites esportivoshomens é o fatosite palpites esportivosque a violação dos estereótipossite palpites esportivosgênero tradicionalmente associados às mulheres é geralmente um fator adicional quando se tratasite palpites esportivosoptar pela pena capital para puni-las.
"Em muitos casos, os tribunais julgam as mulheres não apenas por seus supostos delitos, mas também pelo que percebe como falhas morais, como esposas 'infiéis', mães 'indiferentes' ou filhas 'ingratas'", dizem os relatores da ONU.
Mas as estatísticas apontam que,site palpites esportivosgeral, os jurados tendem a impor a penasite palpites esportivosmorte com menos frequência a mulheres do que a homens.
Especialistas afirmam que os transtornos emocionais são considerados como atenuantessite palpites esportivosmuitossite palpites esportivosseus casos e que o júri costuma relutar maissite palpites esportivosdeixar crianças vivendo sem a mãe do que sem o pai.
Para contrapor essa tendência,site palpites esportivosmuitos processos contra mulheres, é usada uma estratégia identificadasite palpites esportivosdocumentossite palpites esportivoscriminologia e gênero há décadas: a chamada "teoria da mulher diabólica".
Isso significa explorar os casossite palpites esportivosque as mulheres rompem com estereótipos do comportamento feminino tradicional para que sejam submetidas a castigos frequentemente reservados a homens.
Segundo o advogadosite palpites esportivosBrenda Andrew, John Carlson, essa estratégia foi "habilmente" utilizada por promotores para apresentarsite palpites esportivoscliente como uma mulher que, por seus atos, renunciava "à proteção que a condição feminina costuma oferecer sob a ótica do júri".
"Representaram Andrew como malvadasite palpites esportivosuma forma unicamente feminina, como agressiva sexualmente, hostil a noções profundamente arraigadassite palpites esportivosfeminilidade e ansiosa por profanar as normas da sociedade sobre o matrimônio e a monogamia", diz.
"Para provar que era uma assassina apta a ser executada, demonstraram que era uma mulher adúltera que desfrutava e inclusive se deleitava comsite palpites esportivosvida sexual enquanto traía o marido. Feito isso, foi fácil convencer o júrisite palpites esportivoscondená-la à morte."
Questionado se o veredito teria sido também a penasite palpites esportivosmorte sesite palpites esportivoscliente fosse homem, o advogado acha que não: "Os homens que são julgados por crimes capitais não têm por que serem apresentados como adequados para receber penas (consideradas) masculinas. As mulheres devem ser primeiro denegridas. Então, estão prontas para a morte".
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