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Por que o sindicato da polícia da Holanda afirma que o país está virando um 'narcoestado'?:
O documento reverberou no país. A população holandesa está dividida. Há quem acredite que as declarações buscam apenas chamar a atenção, para que a polícia receba mais recursos do governo, e também aqueles que consideram que há algo verdadeiro nas alegações.
"É óbvio que as coisas mudaram. Aqui, o mais grave que podia ocorrer era roubocarteira ou bicicleta, mas nos últimos tempos tem havido relatosmortes, assaltos", conta Lezcano. "Mas se isso significa que a Holanda é um narcoestado... Eu venho do México, assim, me custa aceitar que se diga algo assimum país como este. Na minha opinião, estão exagerando", opina.
Em nota enviada para a BBC Mundo, o ministroJustiça da Holanda, Ferd Grapperhaus, rejeitou as críticas à política anti-drogas do seu governo. "Junto com nossos aliados, trabalhamos arduamente para combater o tráfico internacionaldrogas. Por isso, o termo narcoestado não é uma qualificação que eu usaria", afirmou. Porém, reconheceu ser necessário investir na força policial e no combate ao crime organizado.
A visão da polícia
O informe da associação policial se baseiaentrevistas com 400 detetives. A conclusão é que o crime está aumentandotodo o país.
A afirmação contrasta com os números do Ministério da Justiça da Holanda, que sugerem uma redução25% na criminalidade no país nos últimos nove anos. A NPB rebate, no entanto, afirmando que os dados oficiais são menores porque muitas vítimas não fazem denúncias.
Segundo a NPB, a liberdade do consumomaconha nos coffee shops e a legalidade da prostituição têm influenciado a proliferaçãogangues e organizações criminosas, que a polícia não tem capacidadecombater. O texto afirma que o nível atualcrime no país não pode ser combatido com os recursos disponíveis e denuncia o aumentoataques a idosos, crimes sexuais e cibernéticos.
Além disso, a associação também alerta sobre a existênciauma "economia paralela", baseada no tráficodrogas. E não é a única. Nos últimos anos, várias organizações internacionais têm abordado o aumentogrupos ligados ao narcotráfico na Holanda.
De acordo com uma investigação da UniversidadeGroningen, um dos motivos é a política peculiar da Holandarelação à maconha, cujo consumo é permitido, mas nãoprodução e comercialização. Isso leva, segundo o estudo, à criaçãoum mercado paraleloabastecimento.
Um relatório2016 da Europol - a polícia da União Europeia - e do Observatório Europeu das Drogas e Dependência Química considerou que a Holanda era o principal núcleo do tráficoentorpecentes do continente.
Ambas as organizações estimaram que a maioria do ecstasy consumido na Europa e Estados Unidos são produzidoslaboratórios clandestinos no sul da Holanda.
Em uma entrevista publicada no começo do mês na imprensa holandesa, o chefe da políciaAmsterdã, Pieter-Jaap Aalbersberg, denunciou um aumento do númeromatadoresaluguel, que estariam dispostos a matar por cercaUS$ 3,6 mil.
A polêmica
Pieter Tops, da UniversidadeTilburg, considera que o país cumpre os requisitos observadosum narcoestado. "Um narcoestado é um país onde se produz e/ou se comercializam drogas proibidasgrande escala. Esta definição, sem dúvida, se aplica à Holanda", afirmouentrevista para o jornalVolkskrant.
"A escala da produçãomaconha e drogas sintéticas é enorme. E também há a importação e o trânsitococaína através dos portos", acrescentou. Para Tops, as mesmas características da Holanda que a tornam um "país próspero e interessante para a economia legal" também podem ser utilizadas para o comércio e a produçãosubstâncias ilegais.
Porém, Tom Blickman, analista político especializadonarcotráfico do Instituto Transnacional, com sedeAmsterdã, não concorda. Segundo ele,um narcoestado, por definição, os grupos criminais influem fortemente no processotomadadecisões políticas, o que não é o caso da Holanda.
Além disso, os grupos criminosos existentes na Holanda não disputam o poder do Estado. "Existem certos temores sobre a influênciagrupos criminosos nas próximas eleições, mas são bastante exagerados", explica.
De acordo com Blickman, a proliferaçãogrupos criminosos não é uma situação particular da Holanda. "Em todos os países do mundo, as gangues tentam criar uma economia paralela para facilitar suas oportunidades comerciais."
J. G. Brouwer, especialistasegurança e drogas da UniversidadeGroningen, acrescenta que não existem estatísticas ou estudos disponíveis que indiquem que o narcotráfico seja mais grave na Holanda do que nos vizinhos. "É uma velha acusação, um parlamento francês uma vez tipificou a Holanda da mesma forma. Porém, falta terreno para isso".
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