Por que civilizações antigas do Peru deformavam a cabeça dos bebês para que ficassevbet iletişimformatovbet iletişimcone:vbet iletişim
Seu trabalho, publicado neste mês na revista científica Current Anthropology, revelou que o que se acreditava ser um marcador étnico exclusivo dos collaguas era, na verdade, "uma prática muito mais dinâmica, que foi se transformando através do tempo", explicou Velasco.
O que a princípio serviria para distinguir os collaguas dos cabanos acabou unindo as duas etnias e os favorecendo na relação com os incas.
Duas formas
Os collaguas viviam na zona alta do Vale do Colca, falavam aimará e eram especialistas na criaçãovbet iletişimalpacas, para extrair delas a lã.
Segundo os documentos coloniais da época, os collaguas enfaixavam os crânios dos bebês para dar às cabeças deles uma forma mais larga na base e estreita na parte superior.
O objetivo, detalhavam os registros espanhóis, era que as cabeças tivessem uma forma similar ao vulcão Collaguata, considerado o lugarvbet iletişimorigem mítica dessa etnia.
Os cabanas, porvbet iletişimvez, falavam quíchua e cultivavam milho nas terras férteis da região baixa do vale.
Eles davam aos crânios dos bebês uma forma mais achatada e alargada, pressionando a partevbet iletişimtrás da cabeça. "Provavelmente usavam placasvbet iletişimmadeira (ou seja, materiais mais duros) para conseguir esse formato", explicou Velasco.
Ao analisar centenasvbet iletişimrestos ósseos humanosvbet iletişimvários túmulos no Vale do Colca, Velasco descobriu que, antesvbet iletişim1300, a maioria das pessoas não apresentavam qualquer modificação no formatovbet iletişimsuas cabeças.
A prática, observadavbet iletişimsomente 39,2% dos crânios até essa época, passou a representar 73% depois desse ano, contabilizando tanto as intervenções que normalmente faziam os callaguas quanto as dos cabanas.
Com o passar do tempo, contudo, a formavbet iletişimcone começou a predominarvbet iletişimambas as regiões do vale.
Essa homogeneidade crescente no formato das cabeças dos bebêsvbet iletişimambas as etnias contribuiu para a criaçãovbet iletişimuma nova identidade coletiva que "pode ter reforçado os laços sociais entre as elites durante um tempovbet iletişimmuita guerra segmentação social", afirma Velasco.
Como o estudo do antropólogo se concentra no que aconteceu na região antesvbet iletişim1450, ou seja, antes da formação do Império Inca, o pesquisador acredita que "a formaçãovbet iletişimuma identidade mais integrada também poderia ter servidovbet iletişimrespaldo às elites collaguasvbet iletişimsuas interações com os incas ", explicou à BBC.
"Há muitas evidênciasvbet iletişimque os incas e os collaguas chegaram a um acordo, que implicou o respeito às práticas e instituições tradicionais dos últimos por parte dos primeiros. Ao mesmo tempo, os incas impuseram formasvbet iletişimtributo a eles", acrescentou.
Velasco reconhece que "talvez, a formaçãovbet iletişimuma identidade compartilhada e forte tenha ajudado as elites dos collaguas a chegar a um acordo mais benéfico com os incas (quando eles dominaram a região)", mas ressalva que, para provar essa hipótese, serão necessárias mais informações arqueológicas do Vale do Colca, referentes à época do Império Inca.