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Quem foi a lendária 'mãe sagrada', central na propaganda da Coreia do Norte:cupom da betano
cupom da betano As mulheres geralmente não são o centro das atenções na Coreia do Norte, mas há uma exceção: Kim Jong-suk, heroína, guerrilheira e "mãe sagrada" dos norte-coreanos.
O nascimento dessa figura quase mítica está completando cem anos.
Mas quem era ela? E o que está por trás do culto àcupom da betanofigura?
De uma coisa, não há dúvidas: não se tratacupom da betanouma mulher comum.
De camponesa a 'mãe sagrada'
Kim Jong-suk foi a primeira esposa do "grande líder" e fundador da República da Coreia do Norte, Kim Il-sung. É avó do atual líder, Kim Jong-un.
Acredita-se que nasceucupom da betanouma família camponesa pobrecupom da betano24cupom da betanodezembrocupom da betano1917, e, segundo a biografia oficial, lutou com as forças guerrilheiras norte-coreanas que combateram a invasão japonesa nos anos 1930.
Tornou-se primeira-dama da proclamada República Democrática da Coreia do Nortecupom da betano1948, primeiro anocupom da betanosua fundação, mas morreu um ano depois, com apenas 31 anos.
Saber o que é mito e o que é realidade sobrecupom da betanovida ou morte é uma pergunta difícilcupom da betanoresponder, dado o hermetismo da Coreia do Norte.
A propaganda norte-coreana ressaltacupom da betanoluta guerrilheira junto a Kim Il-sung e a destaca como "revolucionária imortal", apesarcupom da betanocríticos assinalarem que não se sabe bem o quão importante foi seu papel durante esta luta.
Os meios oficiais apontam que ela morreu devido ao impacto da luta guerrilheira sobrecupom da betanosaúde, mas há versões que indicam que isso ocorreu durante um parto.
'Pontaria maravilhosa'
Para marcar o centenáriocupom da betanosua morte, os meios norte-coreanos recorreram a um discurso hiperbólico sobre seu legado,cupom da betanoacordo com especialistas da unidadecupom da betanomonitoramentocupom da betanoveículos estrangeiros da BBC.
Kim não é simplesmente uma "incrível mulher revolucionária" e "mãe sagrada da revolução": segundo a agência oficial KCNA,cupom da betano"pontaria era tal que seus camaradas armados contavam o númerocupom da betanomortos pelo númerocupom da betanocartuchos vazios no cinturão da guerrilheira.
O país criou recentemente selos postais e moedascupom da betanoouro e pratacupom da betanohomenagem a ela e vem promovendo eventos culturais para lembrar seu nascimento.
Um informe aponta que maiscupom da betano300 mil soldados, trabalhadores, jovens, estudantes e coreanos residentes no exterior, assim como estrangeiros, visitaram o localcupom da betanonascimentocupom da betanoKim Jong-Suk neste ano.
Figura lendária
Mas essa figura agora considerada lendária esteve completamente ausentecupom da betanodiscursos nos primeiros anos do regimecupom da betanoKim Il-sung.
Para o pesquisador britânico Robert Winstanley-Chesters, que escreve sobre a Coreia do Norte, a ênfase sobre Kim Jong-suk na história do país só começou a ganhar corpo durante a campanha para promover um sucessor para Kim Jong-il, pai do atual líder norte-coreano, no começo dos anos 1980.
"Levou um bom tempo para que Kim Jong-suk atingisse o topo do panteão revolucionário. Inicialmente, a mãe do fundador da Coreia do Norte Kim Il-sung, Kang Pan-sok, era a figura feminina chave", aponta Winstanleycupom da betanoseu blog.
A historiografia norte-coreana faz referência às atividades nacionalistascupom da betanoKang Pan-sok junto ao paicupom da betanoKim Il-sung.
O pesquisador conta que isso é útil para vincular uma era nacionalista anteriorcupom da betanoresistência à anexação japonesa com a luta guerrilheiracupom da betanoKim Il-sung contra o colonialismo.
Winstanley cita a narrativa oficial a respeito: "Kang Pan-sok treinou a camarada Kim Il-sung desdecupom da betanoinfância e lhe transmitiu patriotismo e espírito indomável revolucionário".
Quando, no final dos anos 1970, começou-se a promover a figuracupom da betanoKim Jing-il como sucessor, "surgiu a necessidadecupom da betanohaver uma figura feminina que representasse essa legitimidade filial revolucionária do jovem Kim".
"Essa legitimidade tinha que estar localizadacupom da betanoum contexto geográfico e histórico da lutacupom da betanoKim Il-sung, para dar peso à retórica oficial", conta.
Históriascupom da betanocomo a "mãe sagrada" deu à luz Kim Jong-il durante a luta guerrilheira fazem partecupom da betanouma historiografia oficial que outorga certa legitimidadecupom da betanopassado a Kim Jong-Il, e posteriormente à dinastia que governa a Coreia do Norte.
O relato oficial da história está repletocupom da betanoimagens da "mãe sagrada" com o bebê Kimcupom da betanomãos no marco da luta guerrilheira.
O pesquisador Robert Winstanley-Chesters diz que a biografiacupom da betanoKim Jong-suk faz referência a outras mulheres guerrilheiras que também fizeram parte da luta revolucionária.
Apesar disso, "é raro serem citadas por nome e sobrenome, e suas histórias são praticamente invisíveis".
Em contrapartida, Kim Jong-suk, que fora uma camponesa humilde, tem junto a Kim Il-sung um lugarcupom da betanodestaque na narrativa oficial e no panteoncupom da betanolíderescupom da betanoPyongyang.
Sistema hierárquico e patriarcal
A veneração a Kim Jong-suk não reflete o papel ocupado pela mulher na Coreia do Norte.
O país tem uma estrutura altamente hierárquica e patriarcal, na qual a mulher é vista meramente como uma procriadora.
A proporçãocupom da betanomulheres ocupando cargos importantes no país é quase inexistente.
Kim Yo-jong, irmã do atual líder norte-coreano, é a única mulher a fazer parte do Politburó, o órgão central do governo.
Nesse contexto, não écupom da betanose estranhar que a imprensa local destaque como grande legadocupom da betanoKim Jong-suk "ter criado o líder Kim Jong-il como o sol nascente".
Sua maior realização, aos olhos da propaganda, é ter dado "aos norte-coreanos a honra, a felicidade e a bençãocupom da betanocontar com líderes ilustres geração após geração".
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