Por que o reconhecimentozebet in ghanaJerusalém como capitalzebet in ghanaIsrael pelos EUA é tão polêmico:zebet in ghana

Imagem mostra vista geralzebet in ghanaJerusalém

Crédito, AFP

Legenda da foto, Israel considera Jerusalémzebet in ghanacapital eterna e indivisível, mas palestinos reivindicam parte da cidade como capitalzebet in ghanaseu futuro Estado

A primeira reação internacional foi do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticando "medidas unilaterais" relacionadas à questão e afirmando que Jerusalém temzebet in ghanaser reconhecida como "capitalzebet in ghanaIsrael e da Palestina".

Mapa que mostra dimensão da crise na região

A transferênciazebet in ghanaembaixada é previstazebet in ghanauma lei que o Congresso americano aprovouzebet in ghana1995, que prevê, ainda, o reconhecimentozebet in ghanaJerusalém como capital do Estado israelense.

A lei estipulava 31zebet in ghanamaiozebet in ghana1999 como data final para a mudançazebet in ghanasede da embaixada, sob penazebet in ghanasanções ao Poder Executivo. Contudo, incluía a possibilidadezebet in ghanaadiamento do prazo por seis meses, caso necessário para "proteger os interesseszebet in ghanasegurança nacional".

E é isso o que todos os presidentes desde então (Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama) têm feito.

Trump seguiu o exemplozebet in ghanaseus antecessores e,zebet in ghanajunho, renovou a prorrogação por seis meses - decisão que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, chegou a avaliar como "sábia", na época, tendozebet in ghanavista que mover a embaixadazebet in ghanaum contextozebet in ghanaque os dois lados reivindicam Jerusalém como capital poderia complicar as negociações para a retomadazebet in ghanaum processozebet in ghanapaz genuíno.

Agora, com o prazozebet in ghanasua última prorrogação expirado nesta semana, Trump decidiu pela mudança a Jerusalém.

Bandeiras dos EUA ezebet in ghanaIsrael, juntas

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Decisãozebet in ghanaTrump quanto ao reconhecimentozebet in ghanaJerusalém como capitalzebet in ghanaIsrael gera preocupação internacional

Planozebet in ghanapazzebet in ghanarisco

Na avaliaçãozebet in ghanadiversos analistas, essa medida colocariazebet in ghanarisco o planozebet in ghanapaz, que já é encarado com ceticismo diante das dificuldades da negociação, do fracassozebet in ghanainiciativas anteriores e da inexperiência da equipe responsável, liderada por Jared Kushner, genrozebet in ghanaTrump.

"Pelo menos desde os anos 1990 (após os acordoszebet in ghanaOslo,zebet in ghanaque israelenses e palestinos, com mediação dos EUA, concordaram que o statuszebet in ghanaJerusalém deveria ser abordado bilateralmentezebet in ghananegociaçõeszebet in ghanapaz) o entendimento ézebet in ghanaque Jerusalém Ocidental será capitalzebet in ghanaIsrael e Jerusalém Oriental será capitalzebet in ghanaum futuro Estado palestino. Ambos os reconhecimentos devem ocorrer ao mesmo tempo", afirma à BBC Brasil Fayez Hammad, especialistazebet in ghanaOriente Médio da Universidade do Sul da Califórnia (USC).

"A aplicação assimétrica coloca mais lenha na fogueira", avalia.

Ao mesmo tempo, o historiador Barry Trachtenberg, diretor do Programazebet in ghanaEstudos Judaicos da Universidade Wake Forest, na Carolina do Norte, ressalta que os EUA,zebet in ghanatodos os governos anteriores, permitiram que Israel continuasse construindo assentamentos no território disputado.

"Os Estados Unidos nunca tomaram medidas fortes (para impedir as construções). Então, nesse sentido, Trump talvez seja o mais honesto sobre o assunto. Sobre o fatozebet in ghanaque os EUA na verdade são parciais, e não neutros", afirma.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas
Legenda da foto, O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o reconhecimento americano é 'inaceitável' | Foto: Valter Campanato/Ag. Brasil

Críticas e alerta

O reconhecimentozebet in ghanaJerusalém como capitalzebet in ghanaIsrael, que é reivindicada como capital por ambas as partes, gerou reações no mundo árabe e por parte do presidente da França, Emmanuel Macron, que chamou a decisãozebet in ghana"lamentável".

Por telefone, o francês teria alertado a Trump que reconhecer Jerusalém como capitalzebet in ghanaIsrael seria má ideia - e que a questão deve ser resolvida por meiozebet in ghananegociações entre israelenses e palestinos.

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, declarou que a decisão vai alimentar extremismo e violência.

O ministro do Exterior da Jordânia, Ayman Safadi, alertou o secretáriozebet in ghanaEstado americano, Rex Tillerson, que a medida poderia ter consequências perigosas, aumentando a tensão na região e comprometendo os esforçoszebet in ghanapaz. Alerta semelhante foi feito pelo ministro do Exterior egípcio, Sameh Shoukry, e pelo vice-primeiro-ministro turco, Bekir Bozdag.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que o reconhecimento americano é "inaceitável" e representaria uma ameaça ao futuro do processozebet in ghanapaz.

Presidente da França, Emmanuel Macron
Legenda da foto, O presidente francês, Emmanuel Macron, defende que a questão seja resolvida por meiozebet in ghananegociações entre israelenses e palestinos

O governo Trump vem trabalhandozebet in ghanaum planozebet in ghanapaz entre Israel e palestinos, objetivo no qual seus antecessores fracassaram. Mas analistas afirmam que, ao reconhecer Jerusalém como capitalzebet in ghanaIsrael, o país comprometeria seu papelzebet in ghanamediador.

"O reconhecimento mostraria os EUA como completamente parciais nesse conflito", disse Trachtenberg. "Isso tornaria muito difícil levar os Estados Unidos a sério como árbitros."

Ponto nevrálgico

No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomáticozebet in ghanaJerusalém, cidade que abriga locais sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas negociaçõeszebet in ghanapaz.

Israel considera Jerusalémzebet in ghanacapital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da cidade (Jerusalém Oriental) como capitalzebet in ghanaseu futuro Estado.

Imagem mostra vista geralzebet in ghanaTel Aviv

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Tel Aviv é, atualmente, sede da embaixada americana: Na campanha eleitoral, Trump prometeu transferi-la para Jerusalém

A posição da maior parte da comunidade internacional, e dos Estados Unidos até então, é azebet in ghanaque o statuszebet in ghanaJerusalém deve ser decididozebet in ghananegociaçõeszebet in ghanapaz. Os países mantêm suas embaixadaszebet in ghanaTel Aviv, a capital comercialzebet in ghanaIsrael.

Em 1947, quando a Assembleia Geral da ONU decidiu pelo planozebet in ghanapartilha da Palestina entre um Estado árabe e outro judeu, Jerusalém foi designada como "corpus separatum" (corpo separado), sob controle internacional. O plano, porém, não chegou a ser implementado.

Em 1948 foi declarada a Independência do Estadozebet in ghanaIsrael e, logozebet in ghanaseguida, a guerra árabe-israelense. Ao final daquele conflito, Jerusalém foi dividida, com a parte ocidental sob controlezebet in ghanaIsrael e a parte oriental controlada pela Jordânia.

Em 1967, Israel capturou a parte oriental da cidade e, desde então, vem construindo assentamentoszebet in ghanaJerusalém Oriental. Esses assentamentos são considerados ilegais pela comunidade internacional, posição que é contestada pelo governo israelense.

"O reconhecimentozebet in ghanaJerusalém como capitalzebet in ghanaIsrael seria uma mudança na política adotada pelos Estados Unidos desde a criação do planozebet in ghanapartilha pela Assembleia Geral da ONU", disse o especialistazebet in ghanaOriente Médio Fayez Hammad.

"Desde a criação do Estadozebet in ghanaIsrael no ano seguinte, os Estados Unidos nunca reconheceram a soberaniazebet in ghanaIsraelzebet in ghanaJerusalém Ocidental ou da Jordâniazebet in ghanaJerusalém Oriental (até 1967)", ressalta Hammad.