A indústria das sexcams, um dos setores da pornografia que mais crescem no mundo:error 404 1xbet
Na Romênia, se a profissional está sozinha na sala, a atividade é perfeitamente legal.
Lana trabalha na Sala 8, que é dominada por uma cama redonda com almofadas. Há um guarda-roupa contendo algumaserror 404 1xbetsuas peças.
"Normalmente uso vestidos, lingerie ou roupaserror 404 1xbetcouro", diz.
Em um canto do quarto há uma ampla telaerror 404 1xbetcomputador, uma câmeraerror 404 1xbetaparência cara e, por trás delas, luzeserror 404 1xbetfotografia profissionais.
Diversas pessoas podem ver Lana onlineerror 404 1xbettempo real,error 404 1xbetum site adulto. Mas ela só ganha dinheiro quando um usuário solicita uma sessão privada via webcam.
Trabalhando oito horas por dia, Lana ganha o equivalente a cercaerror 404 1xbetR$ 14,8 mil por mês - quase dez vezes mais o salário médio mensal na Romênia.
A Studio 20 também recebe o mesmo pelas sessões. O maior lucro, porém, é da LiveJasmin, a empresa que gerencia a transmissão do conteúdo e a cobrançaerror 404 1xbetcartõeserror 404 1xbetcréditoserror 404 1xbetclientes: cercaerror 404 1xbetR$ 30 mil.
A LiveJasmin é o maior hospedeiroerror 404 1xbetcâmeraserror 404 1xbetinternet do mundo. Recebeerror 404 1xbet35 a 40 milhõeserror 404 1xbetvisitaserror 404 1xbetusuários por dia e normalmente há 2 mil modelos ao vivo online.
A indústriaerror 404 1xbetwebcams gerou receitas entre R$ 6 bilhões e R$ 10 bilhõeserror 404 1xbet2016.
Opção na crise
Lana trabalhava como corretoraerror 404 1xbetimóveis, mas a crise econômicaerror 404 1xbet2008 levou a Romênia à recessão. Foi quando ela entrou na indústria dos bate-papos virtuaiserror 404 1xbetvídeo. Seu primeiro diaerror 404 1xbetfrente à câmera foi complicado.
"Estava sozinha na sala, e parecia que havia centenaserror 404 1xbetpessoas à volta. Não conseguia lidar com tudo o que falavam e me pediam. Mas aprendi a ser mais perceptiva e ver quem poderia ser um potencial freguês que pagaria (por sessões particulares) e a não perder tempo."
Mas o que acontece na sessão privada?
"Na maioria, é só conversa. Eu também faço encenações e uma pequena parte tem nudez e masturbação", explica Lana.
Os clientes por vezes pedem que ela faça coisas que não deseja, mas Lana conta que consegue controlar a situação.
"É um empoderamento. Como mulher, é seu papel ditar o ritmo."
O mais importante é manter o cliente pagante online pelo maior tempo possível.
"Você tem dez minutos para ser sexy e bonita, e aí precisa arrumar alguma coisa para conversar, do contrário o cliente vai embora", explica Andra Chirnogeanu, gerenteerror 404 1xbetrelações públicas da Studio 20.
Para isso, a empresa emprega orientadores, psicólogos e um professorerror 404 1xbetinglês. A maioria dos clientes é da América do Norte e da Europa, então é fundamental que as modelos possam conversar com eles.
Mas a professoraerror 404 1xbetinglês, também chamada Andrea, transmite mais do que conhecimentos linguísticos.
"Conversamos sobre fetiches, estudamos Freud e psicologia. Temos ainda um livro sobre linguagem corporal, porque mulheres precisam ser sensuais, inteligentes e bonitas.
Geografia também é importante, para que as modelos possam conversar sobre as terras natais dos clientes.
"Não estamos apenaserror 404 1xbetuma indústria do sexo, ao contrário do que muita gente pensa. As modelos precisam conversar com um cliente como se estivessemerror 404 1xbetum relacionamento online. Têmerror 404 1xbetser capazeserror 404 1xbetdiscutir muitos assuntos, para que os dois lados se sintam confortáveis."
Segredo
A Studio 20 tem nove filiais na Romênia, incluindo uma para o mercado gay. Conta também com escritórioserror 404 1xbetCali (Colômbia), Budapeste e Los Angeles.
Mas nem todos os modelos trabalhamerror 404 1xbetum estúdio.
A decoradoraerror 404 1xbetinteriores Sandy Bell faz parteerror 404 1xbetum pequeno exércitoerror 404 1xbetmulheres que usa webcamserror 404 1xbetsuas próprias casas. Ganha cercaerror 404 1xbetR$ 370 por dia quando entra online. Uma vantagemerror 404 1xbettrabalhar diretamente com a empresaerror 404 1xbetweb hosting é que a modelo recebe uma porcentagem maior do pagamento dos clientes.
"A maioria dos clientes é agradável. Muitos clientes estão procurando por amor. Querem uma conexão, pedem que você os chame pelo nome. Sou muito honesta com eles - eles sabem que tenho um namorado, que não vão fazer sexo comigo na vida real."
O namorado mora com elaerror 404 1xbetum apartamento nos arredoreserror 404 1xbetBucareste. Ele sabe o que Sandy faz, mas os pais dela, não. Não é incomum que trabalhadores dessa indústria escondam o que fazemerror 404 1xbetparentes e amigos. Por isso é que as pessoas que conversaram com a BBC usaram seus pseudônimos ou apenas um primeiro nome.
Mas ao contrárioerror 404 1xbetoutras profissionais do sexo, Sandy Bell não se preocupa comerror 404 1xbetsegurança.
"O que um cliente pode fazer comigo? Se ele sequer for rude comigo, clico o mouse e paro tudo. Posso ainda conversar com o administrador do site e banir o endereçoerror 404 1xbetIP, o que impediria o sujeitoerror 404 1xbetentrar no bate-papoerror 404 1xbetnovo mesmo se mudasse o login. Essas pessoas estão a milhareserror 404 1xbetquilômetroserror 404 1xbetdistância. Não sou tocada. Trabalho sozinha online. Não tem nada a ver com prostituição."
Livre arbítrio ou manipulação?
Mas há quem veja Sandy Bell como uma vítima. A acadêmica Irina Ilisei, por exemplo, não vê muito livre arbítrio na questão.
"Essas mulheres escolhem ou são forçadas a trabalhar com isso? Ou será que é uma manipulação psicológica que se valeerror 404 1xbetuma faltaerror 404 1xbetestabilidade econômica? Provavelmente é uma combinaçãoerror 404 1xbettudo isso."
Irina vê fatores como o alto númeroerror 404 1xbetcasoserror 404 1xbetgravidez na adolescência e a taxaerror 404 1xbetdesempregoerror 404 1xbet30% para recém-formados como outros fatores que empurram mulheres da direção da indústria do sexo.
As empresas também fazemerror 404 1xbetparte, explica a acadêmica.
"Há anúncios nos campi universitários, e estudantes recebem ofertaserror 404 1xbettrabalho diretamenteerror 404 1xbetsuas contas no Facebook. Os estúdios adotam um ar corporativo, e o discurso é sobre independência e empoderamento."
Para, Lana,error 404 1xbet31 anos, o trabalho rendeu dinheiro suficiente para criar sozinhaerror 404 1xbetfilha e até investir algum dinheiro. Ela pretende deixar o trabalhoerror 404 1xbetdois anos.
Mas nem todas têm opção. Oana,error 404 1xbet28 anos, foi aliciada por um namorado aos 16 para trabalhar com bate-paposerror 404 1xbetvídeo.
"Ele me disse que eu só precisava falar. Mas estava no quarto comigo e nós fizemos pornografia lá."
É proibido na Romênia que homens e mulheres participem juntoserror 404 1xbetalgo do gênero, mas é impossível dizer o quão frequentemente a lei é desrespeitada.
Oana acabou trabalhando como prostituta na Alemanha anteserror 404 1xbetvoltar para Bucareste e se juntar a uma organização que tenta persuadir jovens a não migrar para a indústria do sexo.
"Há meninas que pensam que apenas vão ficarerror 404 1xbetfrente à câmera e ganhar dinheiro. Mas as coisas que fazem vão afetarerror 404 1xbetcabeça. O próximo passo é a prostituição."
Lana discorda.
"Estou vendendo meu cérebro, não meu corpo. É como um show, mas não é um trabalho para todo mundo. Muitas meninas desistemerror 404 1xbetuma questãoerror 404 1xbetdias. Eu não me sinto explorada."
Andra Chirnogeanu, gerenteerror 404 1xbetrelações públicas do Studio 20, também rejeita ideiaerror 404 1xbetque o trabalho é arriscado ou psicologicamente negativo.
"Psicologicamente negativo é passar 12 horas por diaerror 404 1xbetum escritório recebendo salário mínimo."
Mas o fato é que modelos frequentemente escondem o que fazem. Se Lana e Sandy Bell pudessem ganhar a vida usando suas qualificações universitárias, será que ainda escolheriam tirar a roupa para clienteserror 404 1xbetNova York, Frankfurt e Londres?
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