'Levantaram minha saia e fotografaram minhas partes íntimas': A britânica que luta para criminalizar o 'upskirting':cashout indisponível betnacional
cashout indisponível betnacional A britânica Gina Martin,cashout indisponível betnacional25 anos, se divertiacashout indisponível betnacionalum festivalcashout indisponível betnacionalmúsica quando um homem levantoucashout indisponível betnacionalsaia e fotografou suas partes íntimas sem o seu consentimento. A prática é conhecida como "upskirting" e tem crescido a pontocashout indisponível betnacionalalgumas fotos serem comercializadas ilegalmentecashout indisponível betnacionalsites pornográficos.
Gina denunciou o assédio às autoridades, mas os agressores continuam impunes. Sua indignação a levou a criar uma campanha online para criminalizar o "upskirting" na Inglaterra (a prática já é crime na Escócia).
A petição recebeu maiscashout indisponível betnacional58 mil assinaturas e o apoio do Partido Trabalhista britânico.
Segundo a polícia londrina, acusaçõescashout indisponível betnacional"voyeurismo" como essa são "levadas muito a sério" porque a prática é "abusiva e angustiante para as vítimas". A corporação chegou a encerrar o casocashout indisponível betnacionalGina mas reabriu-o após a pressão público. As investigações estão "em andamento".
Leia o depoimentocashout indisponível betnacionalGina à BBC:
"No dia 8cashout indisponível betnacionaljulho, eu estava no meio da plateia do festivalcashout indisponível betnacionalmúsica British Summer Time, no Hyde Park,cashout indisponível betnacionalLondres, dando risada com a minha irmã mais velha e esperando a banda The Killers subir no palco. Dois homens que estavam ao nosso lado nos oferecerem batatas fritas (que eu aceitei), e a partir daí começaram a ficar cada vez mais sinistros.
Um deles,cashout indisponível betnacionalcabelo escuro, era ainda pior que seu amigo loiro. Ficava me fazendo perguntas, me olhavacashout indisponível betnacionalcima a baixo e fazia piadas sobre mim com seu amigo. Daí ele se encostoucashout indisponível betnacionalmim e acho que foi aí que aconteceu.
Ele colocou seu celular entre as minhas pernas, virou a câmera por baixo da minha saia e tirou fotos das minhas partes íntimas ,cashout indisponível betnacionalplena luz do dia.
Na época, eu não fazia ideia do que ele tinha feito. Minha irmã e eu estávamos empolgadascashout indisponível betnacionalassistir à banda que amamos desde a adolescência. Mas, esperando o show, notei pelo canto do olho que o cara loiro estava olhando para seu celular e dando risada. Era a foto da minha virilha coberta por uma tiracashout indisponível betnacionalroupacashout indisponível betnacionalbaixo. Mesmo sendo uma foto pequena, eu reconheci na hora que era eu.
Arranquei o telefonecashout indisponível betnacionalsua mão e comecei a gritar que ele havia tirado uma foto por debaixo da minha saia. Ele gritoucashout indisponível betnacionalvolta - apontando o dedo para mim - que era uma foto do palco. Depois, me segurou pelos ombros e me empurrou, exigindo que eu devolvesse o celular. Como não conseguia me soltar, comecei a gritar por socorro e buscar o olhar do máximocashout indisponível betnacionalpessoas que pude.
Passei o celular para a mãocashout indisponível betnacionaluma menina do meu lado, com quem eu havia conversado minutos antes. Ele avançou contra ela agressivamente. "Devolva meu telefone", ele exigiu. Ela recusou.
Uma pessoa ao meu lado me disse "Corra!" e eu saí correndo, pegando o telefone delecashout indisponível betnacionalnovo e chorando para a multidão me deixar passar.
Corri o mais rápido que pude, mas conseguia ouvi-lo atráscashout indisponível betnacionalmim, gritando e exigindo o celular.
Quando alcancei os seguranças, eles formaram um círculo ao meu redor. Tentei acalmar o agressor, mas não funcionou. Um segurança me mandou colocar o telefone no bolso da calça dele. Obedeci.
Esperamos a polícia chegar, e pedi para ficar junto à multidão para cantar. Queria fingir que aquilo tudo não estava acontecendo. Os seguranças me deixaram a três metroscashout indisponível betnacionaldistância. Eu e minha irmã nos abraçamos e nos forçamos a dançar a primeira música do The Killers. Na verdade, estava balbuciando a letra e a minha irmã estava tentando não chorar.
Quando os policiais chegaram - um homem e uma mulher -, fiz o que pude para explicar o ocorrido, ainda que estivesse completamente destruída. Eles foram gentis e solidários. Um deles me disse que eu "deveria poder ir a um show num calorcashout indisponível betnacional30ºC e usar saia sem precisar se preocupar com esse tipocashout indisponível betnacionalcoisa".
Eles questionaram o cara loiro e, quando voltaram para falar comigo, o policial homem me disse: "Infelizmente, tive que olhar a foto. Ela é mais reveladora do que você gostaria... mas não é explícita. Então não há muito o que possamos fazer, porque não dá para ver nada ruim. Vou ser honesto: você talvez não receba o nosso retorno".
Ele me perguntou se eu queria fazer o boletimcashout indisponível betnacionalocorrência e na hora não achei que conseguiria. Eu estava no meiocashout indisponível betnacionalum parque, chorando, e mal conseguia pensar. Só queria aproveitar o que restava da minha noite (pela qual havia pagado caro) e pensar naquilo depois.
A polícia me garantiu que tinha obrigado o homem a apagar a foto. Àquela altura, por causa do estadocashout indisponível betnacionalque eu estava, não me dei contacashout indisponível betnacionalque a foto era a minha prova.
A foto não foi considerada explícita porque eu estavacashout indisponível betnacionalcalcinha - se eu estivesse sem nada, o episódio talvez tivesse um desfecho diferente -, mas não vejo como a minha roupa deva alterar a reação da polícia.
Cinco dias depois, eu estavacashout indisponível betnacionalum ônibus indo para outro festivalcashout indisponível betnacionalmúsica com uma malacashout indisponível betnacionalroupas que passei tempo demais fazendo. Devia ter levado uma saia, ou seria uma ideia estúpida, diantecashout indisponível betnacionaltudo o que aconteceu?
Recebi um telefonema da polícia, informando que meu caso havia sido encerrado e confirmando que a foto havia sido apagada. Com a cabeça fresca para pensar, não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Não era o suficiente.
Passados alguns dias, percebi que os homens estavam no fundocashout indisponível betnacionaluma foto minha com a minha irmã durante o show, e postei a imagem junto com um texto no Facebook. Eu queria constrangê-los. Eu queria que alguém os identificasse.
Minha postagem viralizou no Twitter e no Facebook. Outras mulheres contaram histórias parecidas, e foi aí que eu percebi que se tratacashout indisponível betnacionalum problema maior.
Comecei a receber mensagens, algumascashout indisponível betnacionalapoio e outrascashout indisponível betnacionalódio.
Algumas pessoas me disseram para usar uma saia mais longa, para pararcashout indisponível betnacionalbuscar os holofotes e para pararcashout indisponível betnacionalmentir. Outras me disseram que eu estavacashout indisponível betnacionalbuscacashout indisponível betnacionalpublicidade e que a culpa era minha. Iniciei um abaixo-assinado no site Care2 para que meu caso seja reaberto (até o momento, maiscashout indisponível betnacional58 mil pessoas assinaram a petição).
Tive dificuldadescashout indisponível betnacionalconseguir fazer qualquer coisa naquela semana. Por sete dias, fui assediada e recebi mensagens horríveis.
Em determinado momento, me tornei um meme - adolescentes se marcavam no meu post com frases como 'viva la upskirters!' com emojiscashout indisponível betnacionalrisadas. Tive insônia por causa da atenção que recebi e do estresse, e perdi meu apetite. Acho que você nunca entende como atribuir a culpa à vítima te afeta - até que isso aconteça com você. É horrível.
Comecei a pesquisar como levar o caso à Justiça e,cashout indisponível betnacionalconversas com advogados, amigos e organizações como Safe Gigs for Women (Shows seguros para mulheres,cashout indisponível betnacionaltradução livre), descobri que os agressores muitas vezes não são formalmente acusados.
Isso tem que mudar, e é por isso que estou fazendo uma campanha para tornar esse tipocashout indisponível betnacionalfoto um crime sexual na Inglaterra. Na Escócia, ela já é.
Desde então, meu caso foi reaberto e espero que os homens sejam indiciados. Mas não se trata apenas do meu caso. Meu próximo passo é tentar mudar as leis,cashout indisponível betnacionalmodo que fotografar as partes íntimascashout indisponível betnacionalalguém seu o seu consentimento seja considerado crime sexual, não apenas um incômodo público."
No Brasil, diversos casos semelhantes aoscashout indisponível betnacionalGina Martin foram registrados, por exemplo, no transporte público. Perpetradores podem, dependendo do caso, ser acusadoscashout indisponível betnacionalcrimes como abuso ou assédio sexual, uso indevidocashout indisponível betnacionalimagem, constrangimento ilegal e, se as vítimas forem menorescashout indisponível betnacionalidade, pedofilia.