Ex-refugiada afegã se torna nova garota propaganda da Alemanha:roleta da sorte
No auge da crise migratória na Europa,roleta da sorte2015, a Alemanha recebeu quase um milhãoroleta da sorterefugiados. Apesarroleta da sortecríticas, a sociedade alemãroleta da sortegeral se mostrou receptiva e apoiou a decisão da chanceler Angela Merkelroleta da sorteabrir as fronteiras do país.
Neste contexto, a escolharoleta da sorteEsmaeli para substituir Claudia Schiffer como novo rosto da Alemanha pode ser interpretada também como um posicionamento político dos organizadores da campanha.
Fuga e adaptação
Nascidaroleta da sorteCabul, Esmaeli passouroleta da sorteinfância no Afeganistão. Ao completar 13 anos, seus pais decidiram fugir da guerra civil que tomava o país governado pelo regime do Talebã - movimento que surgiu no início dos anos 1990 e prega uma versão linha-dura da Sharia, a lei islâmica. Após vender tudo o que tinha, a família começou a jornada rumo à Europa.
Durante seis meses, Esmaeli, seus pais e dois irmãos percorreram a pé eroleta da sortetrem, sempre com medoroleta da sorteserem pegos, os maisroleta da sorte5 mil quilômetros que separam o Afeganistão da Alemanha. A chegada ao destino, porém, não significou o fim das dificuldades enfrentadas pela família.
"Quando chegamos à Alemanha, há 18 anos, tínhamos enfrentado uma fuga longa, com situações horríveis, e aqui nos sentimos muito sozinhos. Não havia ninguém para nos explicar as regras e como as coisas funcionavam", conta Esmaeli.
Durante quase dois anos, a família viveu num abrigo para requerentesroleta da sorteasiloroleta da sorteKassel, na região central da Alemanha. A modelo lembra que, nesta época, passou por muitas situações desagradáveis e chegou a sofrer discriminação, sobretudo no colégio. Tudo por diferenças culturais que poderiam ter sido minimizadas se a família tivesse recebido orientação sobre essas questões.
Esmaeli passou então a observar seu entorno para descobrir como as coisas funcionavam. "Para mim foi importante me despedir da maneira antigaroleta da sortepensar, mas sem renegar meu paísroleta da sorteorigem, alémroleta da sortedeixarroleta da sortelado preconceitos e medos e estar aberta para uma outra cultura."
Conflitos familiares
Com a integração na nova cultura, no entanto, surgiram os primeiros conflitos entre Esmaeli eroleta da sortefamília. A adolescente decidiu pararroleta da sorteusar o hijab, véu usado por mulheres muçulmanas para cobrir o cabelo, e enfrentou a resistência dos pais.
Aos 17 anos, Esmaeli, que sonhavaroleta da sortese tornar engenheira elétrica no setor da aviação, foi descoberta por uma agenteroleta da sortemodelos enquanto fazia compras numa lojaroleta da sorteroupas. Imaginando a reação dos pais, ela foi à agênciaroleta da sortesegredo e também não revelou a ninguém quando fez suas primeiras fotos pelo novo emprego.
Quando o segredo veio à tona, Esmaeli foi obrigada a escolher entre a carreira e a família. "Meus pais não acham a profissão adequada para mim. Resolvi lutar contra toda resistência, pois era uma chanceroleta da sortetomar o rumo da minha vida nas minhas mãos", lembra.
Naquela mesma época, a família planejava o casamentoroleta da sorteEsmaeli. Para evitar a união com um pretendente que não conhecia e priorizar a carreira, ela fugiuroleta da sortecasa e passou anos sem manter contato com os pais. Com o tempo, ela voltou a falar com os familiares, mas até hojeroleta da sorteprofissão é um tabu nas conversas.
Apesarroleta da sorteter moradoroleta da sorteParis, Londres e Nova York, Esmaeli jamais esqueceu as dificuldades enfrentadas na infância no Afeganistão e como refugiada na Alemanha. Por isso, há anos ela se dedica a projetos voltados a facilitar a integraçãoroleta da sorterequerentesroleta da sorteasilo e a iniciativasroleta da sorteauxílio humanitário naroleta da sorteterra natal. O engajamento lhe rendeu,roleta da sorte2014, a indicação para o postoroleta da sorteembaixadora alemã contra a discriminação.
Embora não tenha esquecido o Afeganistão, Esmaeli nunca mais pisou emroleta da sorteterra natal,roleta da sorteguerra há décadas. A modelo, porém, diz não ter perdido as esperançasroleta da sorteque algum dia a situação no país volte ao normal, para que ela possa visitar o local onde nasceu e passouroleta da sorteinfância.